quinta-feira, 30 de abril de 2009

MEIO AMBIENTE E TECNOLOGIA


O MEIO AMBIENTE
NA PRODUÇÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO


Na crise socioambiental a produção de solução aos problemas ambientais locais e globais é condição essencial de manutenção da vida, de toda biodiversidade, de nossa própria espécie humana. O Brasil, como sabemos, detém vários patrimônios de biodiversidade. O estudo da biodiversidade tem relação direta com a preservação da vida em todas suas formas e na diversidade de espécies. Numa abordagem socioambiental um dos maiores patrimônios ambientais nacionais sem dúvida é nosso povo brasileiro. Uma sociedade multicultural, com uma diversidade e uma capacidade de produção de conhecimentos histórica que precisa ser observada e valorizada. Aliada e esta nossa capacidade intelectual temos os recursos naturais, que ameaçados pela atitude predatória do modo de produção da sociedade capitalista merecem uma gestão sustentável cada vez melhor do povo brasileiro. Nosso território abriga a maior floresta tropical do mundo e talvez uma das populações de maior potencial criativo do mundo.
Falar em produção tecnológica ambiental brasileira diz respeito a nossa capacidade criativa individual e coletiva para defendermos o que atesta nosso Artigo 225 da Constituição:
Art. 225. “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”
Diga-se de passagem, nossa legislação ambiental é considerada uma das mais avançadas do mundo. Vamos então, seguirmos implementando a gestão de nossa justiça ambiental.
No conceito clássico o termo tecnologia (do grego τεχνη — "ofício" e λογια — "estudo") é um termo que envolve o conhecimento técnico e científico e as ferramentas, processos e materiais criados e/ou utilizados a partir de tal conhecimento. Nossa capacidade intelectual tecnológica ambiental brasileira é nossa capacidade de produzirmos conhecimentos na resolução de problemas socioambientais locais nacionais, dando nossa contribuição tecnológica para a resolução dos problemas ambientais globais. Ainda como nação e povo brasileiro, estamos acontecendo na produção tecnológica ambiental. Esta produção de conhecimentos é além da produção de matrizes energéticas como o biodiesel, muito ampla, como por exemplo, nossa capacidade de nos informarmos cada vez mais sobre a realidade ambiental brasileira e tomarmos atitudes visando a solução dos nossos problemas socioambientais. Temos que enfrentar no Brasil o problema socioambiental da péssima distribução de renda, uma das piores do mundo. Também desenvolvermos tecnologias sobre nossa capacidade de resolvermos os conflitos das relações humanas degradadas.
Tecnologia ambiental brasileira é nossa capacidade de “saber fazer” e agirmos na solução dos problemas ambientais locais com nossa criatividade que temos de sobra. Neste contexto a difusão de tecnologias de informação que promovam subsídios para ações e tomadas de decisão da população brasileira em todas áreas socioambientais são fundamentais. Estão neste conteúdo a difusão da imprensa socioambiental, a difusão de atitudes, ações, projetos e políticas que estão sendo colocadas em prática no Brasil para vencermos a crise ambiental. Esta atitude é fundamentada na Seção IV – Meios de implementação - Capítulo 40 da Agenda 21 – “Informação para a tomada de decisões.” A tecnologia da informação ganha desta forma papel estratégico nesta conjuntura, para a difusão de uma cultura socioambiental brasileira.
Faz-se urgente uma mobilização no país pela valorização de nossa auto-estima em relação a produção tecnológica socioambiental, com as características de nossa riqueza cultural e intelectual do Brasil. Vale lembrar: já acontece desde nossos primeiros habitantes naturais, os povos indígenas. Muitas pessoas no Brasil, no entanto, ainda consideram que o que vem de fora do Brasil é melhor. Há que se implantar uma justiça socioambiental que valorize nosso povo, nossa capacidade criativa histórica que é incontestável. Alguns que defendem a internacionalização da Amazônia, por exemplo, apregoam que o Brasil “não cuida bem da Amazônia” e subentende-se nessa fala ideológica, que outras nações e países possuem a “ receita tecnológica” e o saber para intervirem em nosso país e “cuidarem” da floresta. Por que então há tanto interesse na informação tecnológica ambiental de pesquisas de alguns destes países sobre o saber das populações tradicionais, quilombolas e dos povos indígenas do Brasil ? Todos sabemos da biopirataria cada dia mais frequente em nosso território.
A questão aqui é nós brasileiros valorizarmos o que sabemos e temos como patrimônio socioambiental. Muitos de nós sequer aceitamos as várias etnias indígenas como parte integrante e fundamental da nossa intelectualidade socioambiental nacional. As etnias indígenas continuam sendo agredidas e desrespeitadas assim como o restante de todos nós brasileiros. Ainda temos problemas socioambientais estruturais a vencer como o racismo. Temos o saber das comunidades tradicionais, das comunidades quilombolas, da diversidade cultural brasileira. Nossa diversidade cultural é parte integrante de nossa natureza e de nossas riquezas ambientais. Sem mistificação e romantismo de uma supervalorização de nossa cultura socioambiental, o que faço aqui é promover pelo menos na palavra a justiça ambiental brasileira. Temos sim um patrimônio intelectual, tecnológico brasileiro que é inigualável, que deve ser respeitado e valorizado.
Temos o direito de trabalharmos por uma justiça ambiental, de continuarmos difundindo, aperfeiçoando e implantando de forma sustentável nossa produção tecnológica ambiental. Acreditamos que se nós brasileiros exercermos nosso direito ambiental de sermos melhor informados de como estamos cuidando e procurando melhorar a gestão da floresta amazônica, podemos melhorar a cada dia, nossa gestão socioambiental urbana. Daí a importância da difusão da tecnologia da informação em meio ambiente nacional.
O que podemos fazer é agirmos e nos unirmos cada vez mais, pessoas e instituições, na difusão desta informação de produção tecnológica brasileira, do nosso “saber fazer” que vem sendo construído através da sustentabilidade de nossos projetos socioambientais. Podemos no Brasil além de melhorar cada dia mais a ação estatal, produzirmos grupos na sociedade civil tão bons ou melhores que muitas ONGs internacionais. Faz-se necessário que a política de meio ambiente seja prioridade do Estado brasileiro e o direito de nós cidadãos contribuirmos na implantação do Artigo 225 de nossa Constituição ser respeitado e valorizado. O exercício de nossa cidadania ambiental brasileira é um direito e um dever de todos nós. O momento é de elevarmos nossa auto-estima socioambiental como nação brasileira. É estratégico para a vitória da luta pela resolução dos problemas ambientais brasileiros e mundiais a valorização da produção tecnológica ambiental do Brasil.
L.CláudioJornalOecoambiental

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