domingo, 11 de abril de 2010

TRANSPORTE E MEIO AMBIENTE

                              Foto: divulgação

Ferrosul é considerada modelo para o Brasil

Gestão pública das ferrovias é
aprovada na Conferência das Cidades


      A 4ª Conferência Estadual das Cidades, em Foz do Iguaçu, aprovou por unanimidade proposta para que as ferrovias brasileiras tenham gestão e controle públicos. A proposta, apresentada pelo Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge), recomenda que ¨para aumentar a fluidez do trânsito de pessoas entre e nas cidades, os governos devem direcionar os investimentos em transporte priorizando o modal ferroviário e hidroviário¨.
     O texto do documento, aprovado por unanimidade tanto nos grupos de trabalho quanto na plenária final da Conferência, ressalta que a ¨gestão e controle¨ das empresas ferroviárias devem ser públicos, ¨nos moldes da Ferrovia da Integração do Sul S/A – Ferrosul, empresa pública em processo de criação pelos estados do Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul¨.
    A proposta também contempla o transporte de passageiros no sentido da viabilização de ¨um sistema de transporte ferroviário de passageiros que assegure mobilidade com segurança, rapidez, economicidade e o menor impacto ambiental possível, que contemple trens urbanos, metropolitanos, intermunicipais, interestaduais e internacionais¨. A proposição agora será levada à conferência nacional, prevista para acontecer em junho próximo.
    O presidente do Crea-PR, Álvaro José Cabrini Júnior, considera que ¨o Paraná tem tido prejuízos com a gestão privada não apenas das ferrovias, mas das rodovias¨, e complementa: ¨com a criação de um novo corredor ferroviário Norte-Sul, temos que manter os olhos abertos, paranistas que somos, para que além da gestão pública do setor também persista o projeto de ligação ferroviária de Guarapuava ao Porto de Paranaguá¨.
    O novo secretário da Agricultura e do Abastecimento, Erikson Camargo Chandoha, ao comentar o tema, afirmou que se sente como um ¨aliado¨ do Sindicato dos Engenheiros e do Crea-PR, ao qual é associado. Essa percepção do tema ferroviário ¨é unânime, principalmente entre os engenheiros¨, disse o secretário. ¨É muito importante que as ferrovias tenham uma gestão pública¨, sublinhou, tendo em vista ¨o mal exemplo¨ dado atualmente pelo setor. ¨O que se salva é a Ferroeste, fazendo um trabalho que vem ao encontro de nossas políticas públicas¨.
    Segundo o secretário dos Transportes do Paraná, Rogério W. Tizzot, a aprovação da proposta de gestão pública das ferrovias é ¨importantíssima não só para o Paraná, como também para o Brasil, porque contribui para a reformulação da legislação e do marco regulatório do sistema de concessão ferroviário¨. Tizzot considera que ¨o modelo de concessão de ferrovias no país concentra muito poder na iniciativa privada¨. Segundo o secretário, ¨a gestão do transporte ferroviário tem que ser pública¨.
     ¨Agiganta-se na sociedade¨, ressalta o presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, ¨a consciência de que o país precisa de ferrovias sob gestão pública e controle social para reduzir os custos logísticos atuais, que travam o nosso desenvolvimento econômico e social, e para criar novas e melhores condições de mobilidade para as populações urbanas¨. Gomes, que está em Foz do Iguaçu, participando da Conferência, diz ainda que ¨a criação da Ferrosul está apontando o caminho para o Brasil¨. (Conferência Cidades)

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