terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

MONOBLOCO E CARNAVAL EM BH


           Palco da apresentação do MonoblocoFoto: Jornal Oecoambiental

    Belo Horizonte gosta e muito de carnaval. Uma mostra disso foi a apresentação do Monobloco em BH neste domingo. Uma banda musical brasileira do Rio de Janeiro formada em 2000 por Celso Alvim, Mário Moura, Sidon Silva, C. A Ferrari e Pedro Luis, todos da banda Pedro Luis e a Parede. Este grupo que já se apresentou em vários países inovou na harmonia de ritmos brasileiros. Quem esteve na Praça da Liberdade viveu momentos de muita alegria e felicidade.
    Como nosso olhar diz respeito a qualidade de vida, ser feliz é um indicador de qualidade de vida sociologicamente falando. O show do Monobloco foi um grande momento cultural para a cidade de Belo Horizonte. Nossa cultura popular brasileira é muito grandiosa. Como é bom ser brasileiro. Sabemos disso. Os ritmos e o gingado que o povo brasileiro produz fazem a alegria e a felicidade do Brasil e do mundo. Elevamos nossa auto estima como nação quando valorizamos nossas raízes culturais.
    O horário anunciado para o início da apresentação seria 15 h, mas o evento atrasou e teve início horas depois. Várias barracas na praça vendiam bebidas. Não houve apresentações de grupos nos palcos até a entrada do Monobloco o que só fez aumentar o consumo de bebidas alcóolicas. Quanto a isso vale uma reflexão. As promoções culturais podem ser mais sustentáveis, na medida em que não façam da população meros objetos de consumo. Sem dúvida, podemos ser felizes consumindo e limitando nosso consumo individual e coletivo de bebidas. Ser feliz é uma qualidade que assim como a capacidade de amar são inerentes aos seres humanos. Contudo, as relações humanas andam truncadas uma vez que tudo acaba virando mercadoria. Inclusive todos nós.

   A sociedade de uma forma ideológica incentiva as pessoas a verem o valor do ser humano pelo consumo ilimitado. Quando fala-se em bebida alcóolica em eventos, este limite passa a ser ilimitado. Incenvar-se o consumo pelo consumo, causa uma grande opressão e frustação ao ser humano. Nós humanos somos seres sociais. Se oferecemos como mediação de convivência apenas as roupas de grife, o que se veste, o que se compra, o que se consome, o que se aparenta, deixamos de lado o prazer de conhecer a singularidade de dons de cada pessoa.
   Vivenciados em comunidade os melhores dons de todos nós podem elevar nossa sociedade a uma qualidade de vida melhor. A degradação de pessoas, de nossa própria espécie é a degradação de todos nós, da sociedade, do Estado. Uma atitude elevada seria a sociedade apoiar a juventude a não buscar sua felicidade mediada pelo uso abusivo de bebidas alcóolicas. Podemos curtir shows, e os bons eventos culturais nos predispondo ao prazer de encontrar as pessoas. Cantarmos, juntos, dançarmos juntos, curtimos o que de bom a vida pode nos propiciar. O desafio é convencer aos organizadores de eventos que não se pode oprimir as pessoas, atrasando-se shows e deixando a população confinada às barracas de venda de bebidas. A questão é que podemos ser felizes sem consumir tanto álcool.
   Em que pese a questão do abuso na bebida percebia-se por parte da população, uma excelente predisposição de se buscar bons momentos de lazer e felicidade. Um show como este de música popular brasileira de boa qualidade faz bem a todos nós brasileiros. Sabemos que nem sempre há vontade política de governos locais em se valorizar a cultura popular brasileira. A questão é o poder público local proteger mais a população. Defender o cidadão brasileiro como quem defende todo o meio ambiente e como prevê o Artigo 225 da Constituição.

                                         Foto: Jornal Oecoambiental

   Voltando ao show do Monobloco, uma outra questão que diz respeito ao meio ambiente é que nem todos os canteiros da Praça da Liberdade ficaram protegidos. Isso fez com que alguns jardins fossem pisoteados. Fica o alerta para que nos próximos shows protejam mais as áreas verdes da Praça. Também seria bom lembrar a população de forma amigável que lixo é na lata de lixo. Haviam coletores de lixo na Praça, mas... quanto trabalho a limpeza urbana deve ter tido... Tudo isso com certeza não inviabiliza a alegria e a realização de eventos na Praça. Basta haver antes, durante e depois dos shows maior cuidado com as pessoas e o meio ambiente. Outra sugestão é que os organizadores do evento poderiam ter convidado outros blocos da cidade para se revezarem no palco até a chegada do Monobloco que é um excelente grupo.
   Um momento interessante no show foi a homenagem prestada ao cantor Wando, quando o Monobloco puxou a música: "você é luz...".  Ao final do show  houve a apresentação de um concurso de Marchas de Carnaval.
   Que a cidade de BH possa ir aprendendo a ter felicidade colocando o ser humano e todo meio ambiente como prioridade. O que vale ressaltar é que a felicidade e a receptividade pela boa qualidade da apresentação do Monobloco venceram a foracidade do consumo pelo consumo. Ser feliz em comunidade é uma conquista de todos nós e uma educação ambiental que faz bem à toda população. E viva o povo brasileiro.

Um comentário:

  1. Gostei do artigo, retira do show em si a responsabilidade pelos estragos em si, e a coloca na organização do show e no poder público. Parece-me que esta é a opinião geral das pessoas que conheço e que foram lá. E denuncia a questão do consumo. Relações humanas não são mesmo mercadoria e não se pode apostar nesse consumismo (de coisas e de gente). Valeu, abraços!

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