domingo, 15 de abril de 2012

O BRASIL NA RIO + 20 - CONCLUSÃO DO "DOCUMENTO DE CONTRIBUIÇÃO BRASILEIRA À CONFERÊNCIA RIO + 20"

 
   O JORNAL OECOAMBIENTAL vem desde o final de 2011 publicando o “Documento de Contribuição Brasileira à Conferência Rio + 20”. Nosso objetivo é contribuir na argumentação e participação da população brasileira sobre os temas que serão tratados neste importante acontecimento socioambiental que o Brasil sediará em junho de 2012. 194 países, boa parte com seus Chefes de Estado, estarão presentes. Espera-se na Rio + 20 quase trinta mil pessoas de várias partes do mundo. É fundamental a sociedade civil brasileira participar opinando, levando suas propostas, implantando ações locais, dentro da perspectiva de um pensamento global.
  Que possamos nos unir então a todas as pessoas, instituições e Governos que defendem o ser humano, a vida e todo meio ambiente como prioridade.
 
   Nosso Jornal Oecoambiental convida você a participar dos vários eventos que estamos organizando em parceria com os movimentos socioambientais de MG:

No dia 21 de abril – sábado
Acontecerá a palestra de Frei Betto: " A participação da sociedade civil na Cúpula dos Povos e na Rio + 20" – no Sitraemg – Rua Euclides da Cunha, 14 – Prado – Belo Horizonte – de 9:00 às 12:30 h.

No mesmo dia 21 de abril de 13:00 às 18:00 h – Acontecerá também no Sitraemg o evento:
"RIO PARA TODOS – MINAS NA RIO + 20"
De 13:00 às 18:00 h – com apresentação de grupos culturais, debates, palestras sobre a Rio + 20, oficinas de energia solar, produtos orgânicos. Convites na sede do Sitraemg.

Participe! Afinal ser sustentável é ter qualidade de vida. É valorizar você, todos nós seres humanos e todo meio ambiente.

   Segue a parte final: a Conclusão do “Documento de Contribuição Brasileira a Conferência Rio + 20”. Envie-nos seus comentários, opiniões, artigos, matérias, sobre a Conferência Rio + 20 que acontecerá de 20 a 23 de junho no Brasil, no Rio de Janeiro, e a Cúpula dos Povos que acontecerá paralelamente à Rio + 20 de 15 a 23 de junho de 2012 no Aterro do Flamento no Rio de Janeiro.
  Vamos levar estes debates ao maior número possível de pessoas no Brasil e no mundo. Unir forças em prol de um Brasil e um mundo sustentáveis. Dando um basta a pobreza em nosso país e no mundo, onde ainda temos muito a avançar. É preciso ações concretas de distribuição de renda em todo o mundo. Reduzirmos imediatamente a emissão de gases de efeito estufa. Um outro tema importante da Rio + 20 é a governança global. Que possamos de fato em todos os níveis de Governos em todo o mundo implantarmos os bons projetos que à cada dia os seres humanos elaboram para solucionar a crise ambiental global. Saídas existem falta agora - o que poderíamos chamar de: “vontade política” pela sustentabilidade já. A palavra chave agora é a união de quem no mundo se importa com a valorização da vida, do ser humano e de todo meio ambiente, para que conquistemos a justiça ambiental de dias melhores com melhor qualidade de vida e meio ambiente sadio para todos, as presentes e futuras gerações.

"DOCUMENTO DE CONTRIBUIÇÃO BRASILEIRA À CONFERÊNCIA
RIO + 20"

CONCLUSÃO

   A Rio+20 é uma oportunidade de identificação de soluções de longo prazo para os desafios do momento. O Desenvolvimento Sustentável envolve três áreas que enfrentam graves crises nos últimos anos: a econômica, pela crise financeira que assola os países desenvolvidos e desafia o crescimento do mundo em desenvolvimento; a social, em que a estabilidade dos empregos e o acesso aos bens mais básicos ainda não é assegurado à grande parte da população mundial; e, por fim, a crise do meio ambiente, pelas pressões sobre os recursos naturais e as conseqüências da mudança do clima.
   Para enfrentar de forma coerente e coordenada essas crises, será necessária a ação dos mais diversos atores. Os governos nacionais têm papel-chave nesse processo. E os governos locais, principalmente das cidades, serão, por sua parte, fundamentais. O contínuo empoderamento da sociedade civil – por intermédio dos movimentos sociais, dos trabalhadores, dos empresários, da academia, das organizações não-governamentais – também é essencial. Não se pode subestimar, igualmente, o papel dos indivíduos, sobretudo por poderem exercer a liberdade de escolha que lhes dá grande poder na evolução do desenvolvimento sustentável. Todos esses atores deverão estar cada vez mais conscientes da importância da visão de longo prazo, uma vez que muitas das respostas que vêm sendo favorecidas no enfrentamento dessas crises concentram-se em ações de curto e médio prazo.
   O desafio de encontrar respostas para o longo prazo deve refletir-se particularmente nas discussões multilaterais. Enquanto grupos como o G-20 reúnem-se anualmente para buscar soluções necessariamente urgentes, na medida em que evoluem as crises, a Rio+20 – que faz parte de um conjunto de conferências que só se realizam a cada dez ou vinte anos –, diferentemente, deve-se concentrar em soluções projetadas no futuro.
   O Brasil espera da Rio+20 uma série de conclusões que contribuam para que o
Desenvolvimento Sustentável se fortaleça como paradigma para todos os atores relevantes nas áreas econômica, social e ambiental. O equilíbrio entre os três pilares do desenvolvimento sustentável poderá ser fortalecido na Conferência com resultados concretos nas seguintes dimensões:

1) No nível de ações nacionais e locais, a elaboração de estratégias de desenvolvimento sustentável formuladas pelos próprios países, regiões e municípios, concebidas em função das especificidades nacionais e locais, com a clara identificação do que deve e pode ser feito;

2) No nível multilateral, avanços significativos no fortalecimento do desenvolvimento sustentável do ponto de vista da ação, da governança e da informação, por meio de:

a) Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, que determinarão as áreas nas
quais se devem concentrar os esforços nacionais e a cooperação internacional
com vistas ao desenvolvimento sustentável, levando-se em consideração a
equidade entre as nações;

b) Estrutura de governança, que assegure que o conceito de desenvolvimento
sustentável seja devidamente considerado como paradigma por todas as
organizações e agências especializadas do sistema das Nações Unidas,
incluindo o Banco Mundial, o FMI e a OMC. Essa estrutura poderá promover a
preparação de relatórios integrados do já amplo conhecimento setorial (energia,
finanças, população, meio ambiente, agricultura, entre outros), melhorando a
interpretação dos nexos entre os diferentes setores e possibilitando ações
coerentes nas áreas econômica, social e ambiental.
   Com decisões que assegurem o tratamento adequado do Desenvolvimento Sustentável no plano das estratégias nacionais e locais, de objetivos e de governança multilateral, com a significativa compreensão acerca da inter-relação entre os diferentes setores, a Rio+20 poderá ir além da universalização dos princípios da Rio 92 – poderá contribuir para consolidar o Desenvolvimento Sustentável como resposta de longo prazo para o enfrentamento das crises econômica, social e ambiental.