quinta-feira, 27 de junho de 2013

MANIFESTAÇÕES EM BH E NO BRASIL BASEIAM-SE NA PAZ



                                         Manifestação pacífica em BH - Foto: Jornal O Ecoambiental

   As manifestações que ocorrem em BH e no Brasil buscam unir pessoas na direção de um Brasil e mundo melhor, pacificamente.
   O ato de caminhar pelas ruas pacificamente e manifestarmos o que o Brasil precisa melhorar em todos os aspectos socioambientais vem renovando a política nacional. 
                              Cartazes dos manifestantes em BH - Foto: Jornal O Ecoambiental
   Quem percorre as ruas percebe a população jovem e adulta buscando construir alternativas para vencermos a crise socioambiental que o Brasil e o mundo atravessam.  Alguns manifestantes levam crianças no colo, levantam cartazes, tambores, cantam, apitam, acenam bandeiras e acreditam que unindo bons pensamentos e atitudes podemos vencer a opressão de sociedades insustentáveis. A Paz é o caminho das vitórias que a sociedade brasileira está conquistando nas ruas.

Jovens acreditando em um Brasil melhor Foto: Jornal O Ecoambiental
 
População de todas as idades presentes a manifestação em BH
Foto: Jornal O Ecoambiental
 
  Ontem, em BH foi decretado feriado municipal.  Mais de setenta mil pessoas saíram em passeata do centro da capital, na Praça 7,  em direção ao Mineirão.  Grande parte levantava cartazes com inúmeras mensagens que atestam o caráter pacífico que une a maioria dos manifestantes.  O simples ato de caminhar é um ato de não violência. Assim Mahatma Gandhi uniu a Índia na defesa do povo de seu país.  Por ocorrer no dia do jogo entre o Brasil e Uruguai, a manifestação questionou os gastos com a Copa das Confederações e Copa do Mundo, com frases e cartazes dizendo: “queremos educação e saúde públicas com o padrão Fifa”.  Quem ainda não compreendeu o porque das manifestações no Brasil basta andar nos ônibus coletivos nas grandes cidades do país nos horários de pico. Como a população leva mais de seis meses para conseguir uma consulta no SUS. Por que a maioria dos jovens brasileiros está excluída de uma educação pública de qualidade?  Por que os professores públicos recebem em MG menos de mil reais?  Os problemas de degradação ambiental que o país e a Amazônia vêm sofrendo; ainda somos um dos países de pior distribuição de renda do mundo e que utiliza a maior quantidade agrotóxicos nos alimentos no planeta. Tudo isto contrastando com a divulgação de que o Brasil está entre as sete maiores economias do mundo. Além de nosso país abrigar tantos recursos naturais que poderiam beneficiar a toda população com qualidade de vida para todos.
                                Manifestantes em passeata em BH - Foto: Jornal O Ecoambiental
   A crise que o Brasil atravessa é uma crise socioambiental que atinge todo o mundo, na medida em que a economia é globalizada.  Sempre é atual a fala emblemática de Serven Suzuki na Eco/92 que hoje nas ruas vemos inúmeros jovens traduzindo suas palavras pacificamente manifestando que o Brasil e o mundo precisam acordar e construir cidades que respeitem o ser humano melhore a qualidade de vida de todos e defendamos o meio ambiente, que toda nossa espécie humana e biodiversidade necessitam para sobreviver.
  O que o Brasil vem manifestando pacificamente nas ruas que é possível construirmos uma Nação sustentável. Não apenas com conquistas simbólicas de redução de centavos em passagens, mas mostrando que é possível nos unirmos em busca de melhor educação, saúde, alimentação, transporte, lazer, cultura, meio ambiente sadio para todos.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

A "CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA" SACUDINDO O BRASIL E O MUNDO

  

Manifestação em BH - Foto Jornal O Ecoambiental

  O Brasil está nas ruas para buscar a valorização dos seres humanos numa sociedade onde poucos querem ter tudo à custa da marginalização e exclusão de muitos.  Sabemos que estes conflitos socioambientais não estão presentes apenas no Brasil.
   O Brasil vem fazendo através da grande maioria que vem se manifestando nas ruas, uma busca de solução pacífica para os conflitos socioambientais.  Na melhor inspiração de Mahatma Gandhi e da não violência. Os que vêm provocando atos de vandalismo não expressam o caráter da imensa maioria dos manifestantes.  Trata-se de uma educação coletiva que as massas estão procurando exercer.
   Um exemplo no futebol é o respeito que nosso país demonstrou com a seleção de futebol do Taiti. Mesmo sofrendo goleadas a seleção deste país foi aplaudida nos gramados do Brasil. Nós sabemos que mais que perder ou ganhar uma partida futebol, o importante é a união dos povos. O futebol para o povo brasileiro é mais que um esporte. É uma arte. O ser humano  quando pratica o bom futebol descobre que além de jogador pode vir a ser um artista.  A seleção do Taiti foi aplaudida nos gramados do Brasil porque entraram em campo de corpo e alma. Demonstraram que mais importante que poder econômico é o poder de ser humano.
O BRASIL SINALIZA PARA O MUNDO QUE SOCIEDADES SUSTENTÁVEIS SÃO POSSÍVEIS
  

  O Brasil tem papel fundamental neste século XXI. Não apenas pela diversidade cultural, a convivência de várias etnias em nosso território, como pela biodiversidade, os recursos naturais que abrigamos.  Não somos apenas nós brasileiros que sabemos que o Brasil precisa de transformações socioambientais, mas o mundo sabe que não podemos mais deixar de agir para revertermos o aquecimento global que está alterando o clima em todo planeta.  É o que ficou marcado na Rio + 20 e Cúpula dos Povos em 2012. Não é apenas o Brasil que precisa educar-se para a construção da sustentabilidade. O conteúdo da educação em todo  o mundo precisa incluir em seus currículos a valorização da pessoa humana e de todo meio ambiente, como pressuposto fundamental para alcançarmos um mundo sustentável, com qualidade de vida para todos.  Precisamos canalizar nossas melhores energias individuais e coletivas para a construção deste caminho de sociedades sustentáveis.  Todos os seres humanos erram. As sociedades até então edificadas pelos seres humanos, nos séculos passados também podem chegar à conclusão que estão erradas. Precisamos construir novos caminhos de melhor qualidade de vida e meio ambiente para todos não só no Brasil, mas em todo o mundo.

BRASIL VENCE NOS GRAMADOS E NAS RUAS


Manifestação pacífica Praça 7 -  BH - Foto: Jornal O Ecoambiental
 
   O Brasil está vencendo pela valorização de nossa cidadania e genialidade na arte de praticar o futebol.  O bom futebol  apresentado pela seleção brasileira diante o México foi uma resposta dos jogadores que acreditam que o Brasil pode vencer tanto nos gramados quanto nas ruas, nos locais de trabalho, nas escolas, universidades, nas comunidades brasileiras. Todos nós queremos qualidade de vida e dignidade para todos. Este é o desafio não só para o Brasil, mas para o mundo neste século XXI.  E o mundo já sinalizou que é preciso mudar, desde a assinatura da Agenda 21 por cerca de 180 países na Eco/92, ratificada na Rio + 20 e Cúpula dos Povos que o Brasil vem implantando, principalmente através da mobilização da sociedade civil.


MAIS DE CEM MIL PESSOAS NAS RUAS EM BH PACIFICAMENTE
                                    Manisfestação pacífica em BH - Foto: Jornal Oecoambiental


  Manifestações pacíficas são próprias de países que buscam aperfeiçoar a democracia.  Esta boa lembrança nos deu a Presidenta Dilma, que nos disse: “estamos ouvindo as vozes das ruas”. Aqueles que não compreenderam que estas manifestações buscam a valorização de todos nós brasileiros  são pequenas minorias em relação a maioria  em todas as cidades que saíram as ruas pelo Brasil.
   Nesta quinta-feira, Belo Horizonte deu provas disso. Mais de cem mil pessoas estiveram presentes as manifestações sem se registrar qualquer incidente ou ato de vandalismo.  Mesmo com a insatisfação da população de redução das tarifas de transportes em apenas cinco centavos, as manifestações na capital mineira continuam procurando contribuir para que nossa cidade e o país encontrem caminhos vitoriosos para a construção da sustentabilidade.
  E o que é esta sustentabilidade tão falada? Ela está fundamentada na valorização da pessoa humana e de todo nosso meio ambiente.  Neste sentido, pessoas que depredam bens públicos, ou cometem atos de vandalismo nestas manifestações de junho no país, estão agindo contra este caminho de sustentabilidade que a sociedade brasileira está construindo.  O Brasil sai às ruas, porque busca a sustentabilidade no campo e nas cidades: no transporte, saúde e educação públicos; na distribuição de renda com qualidade de vida para toda a população; numa alimentação sem contaminação química e tantos agrotóxicos; queremos a valorização dos agricultores familiares que produzem 70% dos alimentos consumidos no Brasil, apoio a agricultura familiar para a produção de produtos orgânicos a baixo custo para toda a população; defendemos a Floresta Amazônica; a não privatização da água no país; a democratização dos recursos naturais; a universalização do saneamento básico, coleta seletiva; moradia digna; democratização da comunicação; direito a cultura e lazer para todos; a valorização da cultura nacional; queremos o respeito e a valorização de todas as etnias que formam a identidade cultural do Brasil; uma sociedade ecumênica; a valorização dos povos indígenas, populações tradicionais e comunidades quilombolas; queremos um país sem corrupção; uma democracia representativa de baixo para cima, onde a comunidade tenha vez e voz; um meio ambiente mais equilibrado e sadio para todos.


terça-feira, 18 de junho de 2013

BRASIL CONTINUA NAS RUAS EM BUSCA DO CAMINHO DA SUSTENTABILIDADE


QUEREMOS VENCER A “COPA” DA CONQUISTA DE UMA SOCIEDADE SUSTENTÁVEL E PARA TODOS
    O Brasil continua saindo às ruas em busca de novos caminhos para promover a conquista de melhor qualidade de vida PARA TODOS.  Milhares de pessoas em várias capitais e cidades do país ocupam ruas em defesa de uma melhor qualidade de transporte público,  saúde, educação públicas, levantando várias bandeiras em busca do respeito á valorização da vida e de todo meio ambiente.
    


"É o povo que produz o show e assina a direção"
 
 Um acontecimento que  alguns dias antes das manifestações de São Paulo pelo passe livre, nos chamou a atenção: a luta dos povos indígenas para serem respeitados em sua diversidade cultural. Esta atitude parece que sacudiu nossa identidade brasileira em busca de um Brasil melhor, sustentável e para todos.  A luta dos povos indígenas contra a construção de Belo Monte, em defesa da floresta Amazônica, coincide com a luta das populações  tradicionais quilombolas, de toda a sociedade brasileira, que quer melhores condições de vida, trabalho e meio ambiente sadio para todos.

   As manifestações públicas  alcançaram praticamente todo o país, surgiram após a reação dos povos indígenas e prolongaram-se questionando o aumento das passagens em São Paulo. Estas manifestações simbolizam a luta dos povos indígenas, dos movimentos socioambientais do país,
dos estudantes reivindicando passe livre e redução das tarifas, acrescidos de inúmeras reivindicações da sociedade brasileira, como saúde e educação pública de melhor qualidade. Estas
manifestações conseguiram acordar o “Gigante adormecido”. A sociedade civil brasileira quer ser respeitada. Por que não investir também os recursos gastos com a copa do mundo nas áreas de transporte, alimentação, saúde, educação públicas no campo e nas cidades ? Continuamos sendo felizes apreciando o bom futebol, o carnaval, nossa cultura e identidade nacional lutando por uma sociedade ambientalmente mais justa e fraterna.   Um país que detém uma das maiores biodiversidades do planeta vem dando seu grito de basta de tanta opressão e ensaia passos de uma tomada de consciência coletiva para a construção de uma sociedade mais justa, sadia e ambientalmente mais saudável.
    A população brasileira vem sofrendo com as desigualdades socioambientais. Não queremos repetir o triste exemplo do dinheiro público investido em estádios na África do Sul na última copa do mundo, em que os estádios transformaram-se em “elefantes brancos”.  As recentes privatizações de vários setores da economia agravaram a crise social no país. São mais de dois mil reais de diferença entre o salário mínimo vigente e o salário mínimo necessário para se manter uma família de quatro pessoas no Brasil. Em maio de 2013 o salário mínimo necessário segundo o DIEESE, deveria ser de R$ 2.873,56, enquanto o vigente no país é de R$ 678,00. A saúde e educação públicas que são direito da população, estão cada vez mais privatizadas. Professores e funcionários públicos na área de educação e saúde com péssimos salários e péssimas condições de trabalho. Como manter e cuidar de uma família com tamanha desigualdade ? 
    A agricultura familiar que produz mais de 70% dos alimentos que chegam à mesa da população brasileira carece de ser respeitada e valorizada. Nós brasileiros consumimos cada vez mais produtos químicos nos alimentos. É preciso que os agricultores familiares brasileiros tenham acesso a créditos e incentivos para a produção agroecológica.  Assim como a tarifa zero no transporte público, a população brasileira deveria ter a cesta básica gratuita, com qualidade e para todos.  Temos condições climáticas, solos férteis e grandes áreas agrícolas que podem produzir alimentos de qualidade para toda a população.
   QUAL CAMINHO QUEREMOS SEGUIR   ?
    Com partidos políticos obsoletos, desgastados politicamente e sem sintonia com os movimentos socioambientais, as ruas demonstram o conflito entre as demandas sociais urgentes que o Brasil clama e a burocratização política dos partidos e parlamento.  A sociedade civil vem amadurecendo os caminhos de qual sociedade queremos. Produzir riquezas como uma das maiores economias do mundo sem distribuí-las para a maioria da população não é o caminho do Brasil. 
    Um exemplo dos contrastes entre o dinheiro investido na organização da Copa das Confederações e a falta de recursos para a educação, transporte, saúde, alimentação públicas de qualidade é o espaço montado por uma rede de comunicação, com empresas transnacionais na Praça da Estação em BH. 
Infra-estrutura milionária para jogos da Copa das Confederações na Praça da Estação BH

   Mais de 180 milhões de reais investidos na organização da copa em BH,  em infra-estrutura de palanques, telões, arquibancadas. No jogo entre Nigéria e Taiti em BH estiveram vazias.  A exclusão a uma vida digna da maioria dos brasileiros contrasta com os milhões de dinheiro público gastos nos estádios, onde os preços dos ingressos excluem a maioria da população que aprecia o bom futebol.  O poder público não democratiza o acesso à cultura e comunicação de qualidade, na valorização da cultura nacional, regional, popular como deveria durante o ano.  A população nesses espaços de telões é "adestrada" a consumir sem limites.
   Somos seres humanos e temos direito de conquistar uma qualidade de vida melhor para todos nós.  Felizmente a genialidade do Brasil nos gramados faz a alegria de multidões no mundo, independentemente da tentativa de privatização da felicidade. A prática do bom futebol democratiza a felicidade.  Queremos o bem viver, o direito a felicidade para todos.  
    Vale ressaltar o pronunciamento da Presidenta Dilma de que: “manifestações pacíficas fazem parte da democracia”.
   Queremos o equilíbrio entre produção e consumo. Não adianta incentivar consumo sem ter qualidade de vida. As cidades brasileiras estão nas ruas porque todos nós exigimos qualidade de vida para todos.  Todos nós sabemos que não há democracia política sem democracia econômica. Queremos uma democracia popular de fato no Brasil de baixo para cima. Com representantes públicos que vivam a vida da maioria da população, tanto recebendo remunerações como a maioria dos brasileiros, quanto utilizando os sistemas públicos de saúde, educação e transporte. Será que se um parlamentar recebesse o salário mínimo vigente e utilizasse os sistemas públicos de saúde, educação e transporte as desigualdades socioambientais no Brasil se manteriam tão opressivas  ? 

  QUE O BRASIL SIGA UNIDO, CONSTRUINDO O CAMINHO DE UMA SOCIEDADE SUSTENTÁVEL E DÊ UM BOM EXEMPLO PARA O MUNDO PARA QUE SOCIEDADES SUSTENTÁVEIS SEJAM ERGUIDAS COM A VALORIZAÇÃO DA VIDA, DOS SERES HUMANOS, COM A CONQUISTA DE UM MEIO AMBIENTE SADIO E COM QUALIDADE DE VIDA PARA TODOS.

 

 

quinta-feira, 13 de junho de 2013

IV CONFERÊNCIA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE


    A sociedade civil pode participar da IV Conferência Nacional do Meio Ambiente através das Conferências locais (municipais ou regionais) que deverão ser realizadas no país até agosto de 2013. As Conferências estaduais, que debatem questões locais e nacionais, devem ser realizadas até setembro e a etapa nacional, será em Brasília, de 24 a 27 de outubro de 2013.


    As Conferências Nacionais de Meio Ambiente favorecem a união de grupos, projetos, ações de meio ambiente que fazem à diferença. O tema principal desta IV Conferência é resíduos sólidos, aonde vai se debater a implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Os pontos principais que serão abordados são:

1- Produção e consumo sustentáveis;

2- Redução dos Impactos Ambientais;

3- Geração de emprego e renda.

Há uma meta de até 2014 de se acabar com os lixões no Brasil.

Mais da metade dos municípios brasileiros ainda possui lixões. São 2.906 lixões que devem ser fechados até 2014.

Dos 5.564 municípios brasileiros, somente 766 fazem coleta seletiva de lixo (14%).

    Consideramos que é fundamental a participação da população nestes debates, assim como dos movimentos socioambientais do país. Informações no site: http://www.conferenciameioambiente.gov.br




 

WORKSHOP - RESÍDUOS SÓLIDOS,ENERGIA E MUDANÇAS CLIMÁTICAS

segunda-feira, 10 de junho de 2013

PARQUE NACIONAL DA SERRA DO GANDARELA - AUDIÊNCIA PÚBLICA



AUDIÊNCIA PÚBLICA CMBH
PARQUE NACIONAL DA SERRA DO GANDARELA, TURISMO E EMPREENDEDORISMO
Horário: 10 junho 2013 de 13:30 a 16:00
Local: Plenário Helvécio Arantes - Câmara de Vereadores de Belo Horizonte
Rua: Avenida dos Andradas, nº3.100 - Bairro Santa Efigênia
CONVITE
   O Movimento pela Criação do Parque Nacional da Serra do Gandarela convida a todos a participar da Audiência Pública "Gandarela: Turismo e Empreendedorismo”. Essa Audiência Pública possui a finalidade de discutir a criação do Parque na região da Serra do Gandarela e o fomento do turismo e do empreendedorismo viabilizados pelo Parque Nacional. Será realizada pela Comissão de Desenvolvimento Econômico, Transporte e Sistema Viário.
   O Movimento Gandarela irá apresentar os resultados de estudos técnicos que avaliaram a criação de uma Unidade de Conservação Federal na região, a partir da relevância do patrimônio hídrico e das potencialidades econômicas locais.
   A ferramenta de consulta pública abre a possibilidade de uma ampla discussão sobre diversos temas na área ambiental, permitindo que você participe e contribua na construção da criação do Parque. Por meio da consulta pública o processo é democrático e transparente para a sociedade.
    No dia 16/05/2013, ocorreu a AUDIÊNCIA PÚBLICA “GANDARELA: SUA IMPORTÂNCIA HÍDRICA E POTENCIALIDADES ECONÔMICAS” na Câmara Municipal de Belo Horizonte, porém devido ao tempo e complexidade do assunto foi discutida somente a questão hídrica. O vereador Joel Moreira Filho propôs uma nova audiência para tratar do desenvolvimento econômico e turístico proporcionado pela criação do Parque Nacional da Serra do Gandarela.
   A Serra do Gandarela, localizada no Colar Metropolitano, representa uma área de corredor ecológico e tem inquestionável riqueza hídrica, paleontológica, arqueológica e também de flora e fauna. A "Proposta de Criação do Parque Nacional da Serra do Gandarela" do ICMBio-MMA nasceu da iniciativa de proteção deste santuário natural, localizado a cerca de 40 km de Belo Horizonte, na Área de Proteção Ambiental Sul da Região Metropolitana de Belo Horizonte (APA SUL RMBH). Situado entre a Serra do Caraça e a Serra da Piedade, abrange parte dos municípios de Raposos, Caeté, Ouro Preto, Santa Bárbara, Rio Acima, Barão de Cocais, Nova Lima e Itabirito.
    O Parque Nacional da Serra do Gandarela também é grande oportunidade de lazer, educação ambiental e geração de empregos para toda população da GRANDE BELO HORIZONTE e cidades em torno – através de empreendimentos sustentáveis no ramos de serviços e turismo – mas sofre grande perigo com a liberação da Licença ambiental do Projeto Mina Apolo da Vale S.A. para exploração de minério de ferro no coração do parque – no qual irá destruir imenso patrimônio ambiental e prejudicar o desenvolvimento das atividades turísticas do futuro parque.

Mais informações: 
http://www.cmbh.mg.gov.br/ e www.aguasdogandarela.org
Participe, divulgue!

quarta-feira, 5 de junho de 2013

DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE - EM DEFESA DOS POVOS INDÍGENAS BRASILEIROS



    Hoje é o Dia Mundial do Meio Ambiente.   Uma das etnias que formam a identidade do povo brasileiro tem origem nos povos indígenas.  Os primeiros brasileiros de fato destas terras ao sul do equador.  Consideramos que é estranho ouvir da grande imprensa que os povos indígenas brasileiros “invadiram terras”. Como podem os povos indígenas “invadirem” terras aonde eles próprios e seus, nossos antepassados habitam há séculos ?  Mesmo após mais de 500 anos de história não apenas no Brasil, mas em várias regiões do mundo os argumentos para não se respeitarem os povos indígenas continuam os mesmos.

   A LUTA DOS POVOS INDÍGENAS DO BRASIL É A LUTA DE TODOS OS BRASILEIROS E TODAS AS PESSOAS QUE LUTAM PELA DEFESA DO MEIO AMBIENTE SADIO, COM QUALIDADE  DE VIDA E PARA TODOS.

   A identidade cultural do Brasil passa pela valorização e respeito a todas as etnias que formam nossa cultura nacional. Os povos indígenas que lutam pela sua cultura, pela sua sabedoria de harmonia com o meio ambiente são fundamentais não apenas para a nossa auto-estima brasileira, mas para todo o mundo.   Ao questionarem a construção de Belo Monte, os povos indígenas lembram ao Governo que antes de construírem no território que estes povos sempre habitaram, hidrelétricas,  é preciso ouvir os argumentos destes povos que são contrários a estes projetos.

   A diferença de informação é gritante. O que pensam os povos indígenas?  O Brasil precisa ouvir os povos indígenas, porque o Brasil precisa se ouvir. Em um tempo como este em que as privatizações  destroem a saúde e educação públicas. Em que as telecomunicações do Brasil estão cada vez mais caras e de péssima qualidade. Nunca operadoras de celulares lucraram tanto enquanto o nosso país tem ainda uma das piores distribuições de renda do mundo.

    Publicamos no Dia Mundial do Meio Ambiente a Carta do Cacique Seattle, sempre atual, como forma de levar a sociedade brasileira a uma reflexão.  Naquela ocasião por volta de 1855, o Cacique  Seattle, chamou os não indígenas de irmãos.  E veja como estes irmãos vêm tratando as culturas que não são eurocêntricas há séculos?  É preciso que a sociedade compreenda que a relação dos povos indígenas com a terra não é a mesma que os não indígenas. Para os povos indígenas que lutam pela sua cultura a relação do homem (ser humano) com a terra, com o meio ambiente é antes de tudo espiritual.  Há uma harmonia que equilibra a vida dos seres humanos e de todas as formas de vida no planeta.

   Nosso Jornal O Ecoambiental conclama a todas as pessoas que buscam as energias do bem, da defesa da vida, da igualdade e respeito à diversidade de todos os seres humanos e formas de vida que se unam em defesa da Floresta Amazônica, em defesa e apoio aos povos indígenas do Brasil que travam uma luta pela defesa de todos os seres humanos deste planeta. Que possamos vencer através do bem viver, do pão repartido, da vida em abundância colocada neste planeta que é direito de todos e todas as formas de vida.

   Basta de tanta opressão, queremos ser respeitados como seres humanos.  Queremos uma sociedade ambientalmente mais justa e para todos.  Queremos um Brasil e um mundo sustentável para as  presentes e futuras gerações.    Queremos ouvir o que os povos indígenas no Brasil têm a dizer aos outros brasileiros e ao mundo. Por que afinal são contrários a construção da Usina de Belo Monte? Por que a grande imprensa não divulga as razões dos povos indígenas de lutarem para serem ouvidos?  Nossa solidariedade a estes bravos guerreiros que combatem pela vida e por todos nós. Chamam a atenção não apenas dos brasileiros, mas do mundo de que a Amazônia precisa sobreviver para que a vida no planeta sobreviva.

 
Em 1855, o cacique Seattle, da tribo Suquamish, do Estado de Washington, enviou esta carta ao presidente dos Estados Unidos (Francis Pierce), depois de o Governo haver dado a entender que pretendia comprar o território ocupado por aqueles índios.  A carta:

"Como podeis comprar ou vender o céu, a tepidez do chão? A idéia não tem sentido para nós.

   Se não possuímos o frescor do ar ou o brilho da água, como podeis querer comprá-los? Qualquer parte desta terra é sagrada para meu povo. Qualquer folha de pinheiro, qualquer praia, a neblina dos bosques sombrios, o brilhante e zumbidor inseto, tudo é sagrado na memória e na experiência de meu povo. A seiva que percorre o interior das árvores leva em si as memórias do homem vermelho.

    Os mortos do homem branco esquecem a terra de seu nascimento, quando vão pervagar entre as estrelas. Nossos mortos jamais esquecem esta terra maravilhosa, pois ela é a mãe do homem vermelho. Somos parte da terra e ela é parte de nós. As flores perfumadas são nossas irmãs, os gamos, os cavalos a majestosa águia, todos nossos irmãos. Os picos rochosos, a fragrância dos bosques, a energia vital do pônei e do homem, tudo pertence a uma só família.

   Assim, quando o grande chefe em Washington manda dizer que deseja comprar nossas terras, ele está pedindo muito de nós. O grande Chefe manda dizer que nos reservará um sítio onde possamos viver confortavelmente por nós mesmos. Ele será nosso pai e nós seremos seus filhos. Se é assim, vamos considerar a sua proposta sobre a compra de nossa terra. Mas tal compra não será fácil, já que esta terra é sagrada para nós.

      A límpida água que percorre os regatos e rios não é apenas água, mas o sangue de nossos ancestrais. Se vos vendermos a terra, tereis de lembrar a nossos filhos que ela é sagrada, e que qualquer reflexo espectral sobre a superfície dos lagos evoca eventos e fases da vida do meu povo. O marulhar das águas é a voz dos nossos ancestrais.

   Os rios são nossos irmãos, eles nos saciam a sede. Levam as nossas canoas e alimentam nossas crianças. Se vendermos nossa terra a vós, deveis vos lembrar e ensinar a nossas crianças que os rios são nossos irmãos, vossos irmãos também, e deveis a partir de então dispensar aos rios a mesma espécie de afeição que dispensais a um irmão.

    Nós mesmos sabemos que o homem branco não entende nosso modo de ser. Para ele um pedaço de terra não se distingue de outro qualquer, pois é um estranho que vem de noite e rouba da terra tudo de que precisa. A terra não é sua irmã, mas sua inimiga, depois que a submete a si, que a conquista, ele vai embora, à procura de outro lugar. Deixa atrás de si a sepultura de seus pais e não se importa. A cova de seus pais é a herança de seus filhos, ele os esquece. Trata a sua mãe, a terra, e seus irmãos, o céu como coisas a serrem comprados ou roubados, como se fossem peles de carneiro ou brilhantes contas sem valor. Seu apetite vai exaurir a terra, deixando atrás de si só desertos. Isso eu não compreendo. Nosso modo de ser é completamente diferente do vosso. A visão de vossas cidades faz doer aos olhos do homem vermelho.

    Talvez seja porque o homem vermelho é um selvagem e como tal, nada possa compreender.

   Nas cidades do homem branco não há um só lugar onde haja silêncio, paz. Um só lugar onde ouvir o farfalhar das folhas na primavera, o zunir das asas de um inseto. Talvez seja porque sou um selvagem e não possa compreender.

   O barulho serve apenas para insultar os ouvidos. E que vida é essa onde o homem não pode ouvir o pio solitário da coruja ou o coaxar das rãs à margem dos charcos à noite? O índio prefere o suave sussurrar do vento esfrolando a superfície das águas do lago, ou a fragrância da brisa, purificada pela chuva do meio-dia ou aromatizada pelo perfume dos pinhos.

    O ar é precioso para o homem vermelho, pois dele todos se alimentam. Os animais, as árvores, o homem, todos respiram o mesmo ar. O homem branco parece não se importar com o ar que respira. Como um cadáver em decomposição, ele é insensível ao mau cheiro. Mas se vos vendermos nossa terra, deveis vos lembrar que o ar é precioso para nós, que o ar insufla seu espírito em todas as coisas que dele vivem. O ar que vossos avós inspiraram ao primeiro vagido foi o mesmo que lhes recebeu o último suspiro.

    Se vendermos nossa terra a vós, deveis conservá-la à parte, como sagrada, como um lugar onde mesmo um homem branco possa ir sorver a brisa aromatizada pelas flores dos bosques.

   Assim consideraremos vossa proposta de comprar nossa terra. Se nos decidirmos a aceitá-la, farei uma condição: O homem branco terá que tratar os animais desta terra como se fossem seus irmãos.

    Sou um selvagem e não compreendo de outro modo. Tenho visto milhares de búfalos a apodrecerem nas pradarias, deixados pelo homem branco que neles atira de um trem em movimento.

   Sou um selvagem e não compreendo como o fumegante cavalo de ferro possa ser mais importante que o búfalo, que nós caçamos apenas para nos mantermos vivos.

   Que será dos homens sem os animais? Se todos os animais desaparecem, o homem morreria de solidão espiritual. Porque tudo isso pode cada vez mais afetar os homens. Tudo está encaminhado.

   Deveis ensinar a vossos filhos que o chão onde pisam simboliza a as cinzas de nossos ancestrais. Para que eles respeitem a terra, ensinai a eles que ela é rica pela vida dos seres de todas as espécies. Ensinai a eles o que ensinamos aos nossos: Que a terra é a nossa mãe. Quando o homem cospe sobre a terra, está cuspindo sobre si mesmo. De uma coisa nós temos certeza: A terra não pertence ao homem branco; O homem branco é que pertence à terra. Disso nós temos certeza. Todas as coisas estão relacionadas como o sangue que une uma família. Tudo está associado. O que fere a terra fere também aos filhos da terra.

   O homem não tece a teia da vida: É antes um dos seus fios. O que quer que faça a essa teia, faz a si próprio.

   Mesmo o homem branco, a quem Deus acompanha e com quem conversa como um amigo, não pode fugir a esse destino comum. Talvez, apesar de tudo, sejamos todos irmãos.

   Nós o veremos. De uma coisa sabemos, é que talvez o homem branco venha a descobrir um dia: Nosso Deus é o mesmo deus.

   Podeis pensar hoje que somente vós o possuis, como desejais possuir a terra, mas não podeis. Ele é o Deus do homem e sua compaixão é igual tanto para o homem branco, quanto para o homem vermelho.

   Esta terra é querida dele, e ofender a terra é insultar o seu criador. Os brancos também passarão talvez mais cedo do que todas as outras tribos. Contaminai a vossa cama, e vos sufocareis numa noite no meio de vossos próprios excrementos.

   Mas no nosso parecer, brilhareis alto, iluminado pela força do Deus que vos trouxe a esta terra e por algum favor especial vos outorgou domínio sobre ela e sobre o homem vermelho. Este destino é um mistério para nós, pois não compreendemos como será no dia em que o último búfalo for dizimado, os cavalos selvagens domesticados, os secretos recantos das florestas invadidos pelo odor do suor de muitos homens e a visão das brilhantes colinas bloqueada por fios falantes.

   Onde está o matagal? Desapareceu. Onde está a águia? Desapareceu. O fim do viver e o início do sobreviver."