terça-feira, 6 de agosto de 2013

IV CONFERÊNCIA NACIONAL DE MEIO AMBIENTE






  
   A IV Conferência Nacional de Meio Ambiente que será realizada de 24 a 27 de outubro em Brasília é precedida de Conferências Municipais, Regionais e Estaduais. Também há modalidade de Conferências Livres e Virtuais que ainda podem ser realizadas pelas comunidades. Esta IV Conferência discute entre outros temas, a questão dos resíduos sólidos no Brasil. Numa sociedade que estimula o consumo ilimitado, através da grande mídia, o país reflete as contradições de uma sociedade excludente, onde poucos continuam tendo muito em detrimentos de muitos que estão vivendo em condições precárias, sofrendo com a precarização das relações de trabalho. Gerar emprego e renda através da reciclagem sem precarizar as condições de trabalho humano é condição fundamental para a sustentabilidade de projetos, ações na questão dos resíduos sólidos gerados principalmente nos centros urbanos.

  De acordo com a metodologia de análise da Educação Ambiental é fundamental um abordagem holística sobre as questões de meio ambiente. Esta abrangência é que foi proposta pela chapa Terra Azul que venceu a IV Conferência Municipal de BH. Os problemas de meio ambiente tem que ser discutidos amplamente por toda sociedade em todos os segmentos.

  É preciso não se colocar o ônus da gestão de resíduos apenas na responsabilidade da sociedade civil. A coleta seletiva universalizada, porta a porta em BH deve ser uma responsabilidade inclusive do poder público. Hoje em Belo Horizonte, se os moradores realizarem a separação dos resíduos (lixo doméstico) não há uma coleta seletiva porta a porta implantada pela prefeitura. Muitos dos trabalhadores que realizam a coleta seletiva ainda vivem em condições de trabalho precarizadas. E a propaganda ao consumo ilimitado continua pela grande mídia. Ou seja, sem se discutir a distribuição efetiva de renda no país, melhores condições para produção da agricultura familiar, na produção de produtos sem agrotóxicos, que favoreça a fixação dos trabalhadores familiares no campo, onde efetivamente haveria uma redução do êxodo rural; sem se implantar a democratização das comunicações no país, com apoio efetivo as mídia comunitária, rádios, jornais, tvs comunitárias; os resíduos sólidos e lixões continuarão sendo abertos pelo país. Se a meta do governo é extinguir os lixões até 2014, lembremos que na III Conferência Nacional de Meio Ambiente esta meta foi fixada para 2012, há que se respeitar e valorizar e ouvir e encaminhar efetivamente as propostas da sociedade civil brasileira, os movimentos socioambientais, das populações tradicionais, quilombolas, povos indígenas, dos movimentos que lutam pela preservação das nascentes, dos trabalhadores familiares do campo, que estão produzindo de forma agroecológica, da defesa da Floresta Amazônia contra o desmatamento; da água como bem universal para todos e com qualidade; de uma alimentação de qualidade orgânica para todos.  Todos os movimentos socioambientais que atuam em defesa da vida, da valorização dos seres humanos e de todo meio ambiente devem ser ouvidos, respeitados, valorizados e as propostas que encaminhamos através das argumentações que cada segmento possui devem ser implementadas de fato.

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