segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

EDITORIAL FEVEREIRO

Cultura, meio ambiente e comunidade

  Diante uma crescente onda de consumismo que toma conta da grande mídia no Brasil, a impressão que temos é que por aqui o poder aquisitivo da maioria da população é ilimitado. As grandes agências de notícias manipulam a informação destinada a vender mercadorias com “facilidades” concentrando renda cada vez mais em poucas mãos conflitando com o endividamento da maioria da população.  A democratização política deve vir acompanhada da democratização de melhor qualidade de vida e meio ambiente e, consequentemente da democratização econômica.
   O diferencial para nós que trabalhamos na área de meio ambiente é a busca que está sendo investida para que tecnologias como a agroecologia seja de fato democratizada e a qualidade da alimentação, por exemplo, não seja manipulada contra o próprio ser humano. Temos o direito ao acesso a informações de meio ambiente que salvem vidas e tragam melhor qualidade de vida para todos como prevê o Artigo 225 da Constituição brasileira. A descentralização da informação e a valorização das comunidades locais ganham significado fundamental neste século 21. Democratizar a comunicação de qualidade, com conteúdos que estimulem soluções e não registros catastróficos a procura de audiência televisiva. Trata-se de valorizar as diferenças, culturas e os saberes comunitários.
   Neste carnaval 2013, Belo Horizonte deu mostras de avanço na participação comunitária e na disposição de se festejar com mais harmonia nossa maior festa popular. Os blocos de rua inovaram em todas as regiões da cidade. Exigindo-se do poder público mais sintonia e agilidade no atendimento da infra-estrutura básica para que o cidadão pudesse levar sua família a uma vivência comunitária de alegria e lazer sadios.
   A ausência de banheiros públicos por onde saíram os blocos nas regiões da cidade atesta que é preciso desburocratizar a máquina administrativa do poder público local. A colocação de palanques públicos contratando-se músicos locais fortaleceria a comunidade que quer ser feliz além de trabalhar e contribuir para o aumento do PIB nacional. Existem caminhos melhores para seguirmos construindo um Brasil sustentável: meio ambiente e economia solidária. Comércio justo e valorização da agroecologia. Melhorar a qualidade da saúde, educação, comunicação públicas . O Brasil pode de fato inovar em termos de cultura, meio ambiente e valorização dos saberes locais. Contudo a mobilização popular é fundamental.  Temos conflitos e contradições socioambientais a solucionar como produzir riqueza distribuindo-se renda para todos, com mais justiça social, ambiental. Que possamos valorizar as boas ações que fazem à diferença em defesa de cidades sustentáveis no Brasil e no mundo.

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