sexta-feira, 30 de outubro de 2009

PÓS DOUTORADO EM AMBIENTE CONSTRUÍDO E PATRIMÔNIO SUSTENTÁVEL

 SELEÇÃO - PNPD/2009

   O Programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável da Universidade Federal de MG está com inscrições abertas para seleção de um bolsista do Programa Nacional de Pós-Doutorado - PNPD da CAPES, a partir de 30 de outubro de 2009, dentro do projeto intitulado:
"Dimensões da sustentabilidade: urbanização e desenvolvimento sustentável", pretende aprofundar a pesquisa sobre métodos e interdisciplinaridade, abordando a importante questão da sustentabilidade urbana, em suas dimensões teóricas e metodológicas e propondo ainda um estudo de caso. Trata-se de uma iniciativa que ao trabalhar as interfaces entre metodologias de diversas áreas, pretende constituir uma abordagem rigorosa para a questão da urbanização sustentável, útil tanto para a produção de diagnósticos quanto para a dimensão prospectiva."

   A bolsa PNPD é uma bolsa de pós-doutorado no valor de R$ 3.300,00 (três mil e trezentos reais) paga ao bolsista diretamente pela CAPES, durante o período de execução do projeto (até 48 meses). O projeto conta ainda com uma verba anual de R$ 12.000,00 (Doze mil reais) para custeio, repassada diretamente ao coordenador do projeto.

   Os candidatos a esta bolsa PNPD deve ter título de doutorado em qualquer das seguintes áreas: Arquitetura e Urbanismo, Planejamento Urbano e Regional, Geografia, Engenharia Civil, Engenharia Sanitária e/ou Ambiental, Ecologia, Economia, Sociologia, ou áreas afins, em todos os casos em área de concentração compatível com o escopo do Projeto.

Contato:
Secretaria do Programa de Pós-graduação Interdisciplinar  em Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável da UFMG.
Tel: 55 31 3409-8874 - 8820 / Fax 55 31 3409-8874 - Email: macps@arq.ufmg.br
Escola de Arquitetura - Rua Paraíba, 697 - 2. andar - Bairro Funcionários - Belo Horizonte - MG
CEP.: 30.130.140 - Prof.  Dr. Leonardo Barti Castriota (leonardo.castriota@pq.cnpq.br)

ENCONTRO NACIONAL BACIAS HIDROGRÁFICAS


quarta-feira, 28 de outubro de 2009

EDUCAÇÃO AMBIENTAL / AUTORES



   Nosso Jornal Oecoambiental divulga alguns autores que abordam temas e questões ambientais. Levando-se em conta a multiplicidade e diversidade cultural de povos, saberes e visões sobre a realidade socioambiental que vivemos, nosso objetivo é contribuir na difusão da informação e educação socioambiental.

   Segue a introdução de um texto de Enrique Leff, mexicano, Doutor em  Economia do Desenvolvimento pela Soborne, França. Especializado em Economia Política do Meio Ambiente e em Educação Ambiental.


  A Formação do Saber Ambiental (*)

    "  A construção de uma racionalidade ambiental implica a formação de um novo saber e a integração interdisciplinar do conhecimento, para explicar o comportamento de sistemas socioambientais complexos. O saber ambiental problematiza o conhecimento fragamentado em disciplinas e a administração setorial do desenvolvimento, para constituir um campo de conhecimentos teóricos e práticos orientado para a rearticulação das relações sociedade-natureza. Este conhecimento não se esgota na extensão dos paradigmas da ecologia para compreender a dinâmica dos processos socioambientais, nem se limita a um componente ecológico nos paradigmas atuais do conhecimento. O saber ambiental excede as "ciências ambientais", constituídas como um conjunto de especializações surgidas da incorporação dos enfoques ecológicos às disciplinas tradicionais - antropologia ecológica; ecologia urbana; saúde, psicologia, economia e engenharia ambientais - e se estende além do campo de articulação das ciências ( Leff, 1986/2000), para abrir-se ao terreno dos valores éticos, dos conhecimentos práticos e dos saberes tradicionais.
   O saber ambiental emerge do espaço de exclusão gerado no desenvolvimento das ciências, centradas em seus objetos de conhecimento, e que produz o desconhecimento de processos complexos que escapam à explicação dessas disciplinas. Exemplo disto é o campo de externalidades no qual a economia situa os processos naturais e culturais, e inclusive a inequitativa distribuição da renda e a desigualdade social gerada pela lógica do mercado e pela maximização de benefícios a curto prazo.
  O discuso ambiental vai se conformando a partir de uma posição crítica da razão instrumental e da lógica do mercado, que emerge da natureza externalizada e do socical marginalizado pela racionalidade econômica. Os pontos cegos e os impensáveis dessa razão modernizante - o ambiente excluído, oprimido, degradado e desintegrado - não se preenchem ecologizando a economia, mas transformando seus paradigmas de conhecimento para construir uma nova racionalidade social. Sob esta perspectiva, o ambiente transforma as ciências e gera um processo de ambientalização interdisciplinar do saber. " (*)-  ( Leff, Enrique - Saber Ambiental - Cap. X - "A formação do saber ambiental" - Ed. Vozes )

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

CONJUNTURA / EUROPA


                          AS CORES DA NATUREZA 11
                                   Tereza um grande abraço.


Internacional

Eleições européias

        A hegemonia neoliberal se reduz e se fragmenta quase em toda a parte.
       A Alemanha reelege os democratas cristãos e Ângela Merkel. Os socialistas perdem terreno para movimentos mais à esquerda. Tudo indica que a discreta concertação centrista dos grandes partidos vai dando lugar à radicalização.
        Em Portugal, os socialistas se mantêm no poder. Um ponto que desgastou eleitoralmente a candidata de centro-direita foi sua resistência ao trem de grande velocidade unindo Porto e Madri. O que pode ser lido como oposição a colaborar com a Espanha socialista, mas teve entretons isolacionistas. É irônico: a corrente neoliberal que sempre acusou os opositores de pouco modernos, desta feita é quem resiste à novidade técnica. No fundo, porém, os eleitores pareceram crer que nos limites possíveis, os socialistas, ao se oporem mais ao pensamento único neoliberal, são mais capazes de achar caminhos para enfrentar a crise e sair dela.
      Na Grécia, os socialistas voltam ao poder por causa de suspeitas e acusações de corrupção no governo conservador, mas, sobretudo, pela esperança de que sejam mais eficazes em debelar as conseqüências negativas do credo neoliberal que trouxe a crise.
     É sugestivo como as vitórias socialistas se dão mais no sul da Europa, menos rico.( Por Daniel Seidel ).



quinta-feira, 22 de outubro de 2009

CONFERÊNCIA METROPOLITANA

 

II CONFERÊNCIA METROPOLITANA

         REGIÃO METROPOLITANA 

DE BELO HORIZONTE 

(Alta Vila, Rua Senador Milton Campos, 115, Nova Lima/RMBH, nos dias 9, 10 e 11 de novembro de 2009)
DECRETO Nº 45.145, DE 24 DE JULHO DE 2009

AVISO À SOCIEDADE CIVIL
Reunião Preparatória para eleição de delegados 

        O Governo do Estado de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Regional e Política Urbana – Sedru – e da Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte – Agência RMBH –, convida a Sociedade Civil Organizada para participar da Reunião Preparatória destinada à eleição de seus delegados à II Conferência Metropolitana da RMBH. A reunião será realizada, com o apoio da Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais, no dia 27 de outubro de 2009, às 14 horas, na Escola do Legislativo da ALMG, situada na Av. Olegário Maciel, nº 2.161, Bairro Lourdes, em Belo Horizonte – MG. Serão eleitos 136 delegados da Sociedade Civil que irão participar do processo seletivo dos 4 representantes que integrarão o Conselho Deliberativo de Desenvolvimento Metropolitano e das atividades da Conferência.
As inscrições das Entidades estarão abertas no período de 16 a 27 de outubro de 2009 e serão recebidas na Sedru, localizada na Rua Bernardo Guimarães, nº 2.640, andar Pilotis, Bairro Santo Agostinho, Belo Horizonte – MG.
      
Belo Horizonte, 9 de outubro  de 2009.

Deputado Dilzon Melo
Secretário de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana

José Osvaldo Guimarães Lasmar
Diretor Geral da Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

CONFERÊNCIA DE SAÚDE AMBIENTAL DO RIO DE JANEIRO




                    AS CORES DA NATUREZA 10 
               Série de fotos enviadas por Tereza. Um grande abraço.

 1ª Conferência de Saúde
Ambiental do Rio de Janeiro
Evento será realizado de 16 a 18 de outubro, na UERJ

     Para definir diretrizes para a política pública integrada no campo da saúde ambiental, de 16 a 18 de outubro, será realizada a 1ª Conferência Estadual de Saúde Ambiental do Rio de Janeiro. Os ministros José Gomes Temporão (Ministério da Saúde), Carlos Minc (Ministério do Meio Ambiente) e Marcio Fortes (Ministério das Cidades) participarão da abertura do evento, prevista para as 18h, no Teatro Odylo Costa Filho da na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
   A realização da Conferência é resultado da parceria entre os ministérios da Saúde, Meio Ambiente e Cidades, estados, municípios, movimentos sociais, organizações não governamentais e sociedade civil.
   O Rio de Janeiro realizou 15 conferências regionais preparatórias para a etapa estadual. As conferências são norteadas por três eixos: desenvolvimento e sustentabilidade socioambiental; o trabalho, ambiente e saúde, além da educação; e construção de políticas e territórios sustentáveis.
Os delegados eleitos na etapa estadual representarão o estado na 1ª Conferência Nacional de Saúde Ambiental, que será realizada de 9 a 12 de dezembro, em Brasília. (CNMA - MMA)

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

CONFERENCIA SAÙDE AMBIENTAL

I CONFERÊNCIA  NACIONAL

DE SAÚDE AMBIENTAL

I CNSA


          A ação humana sobre a natureza tem causado impactos cada vez mais graves sobre a saúde humana e os ecossistemas do planeta. Associada a um panorama de desigualdades sociais e econômicas, a degradação ambiental aponta para conseqüências que já vivemos no presente: o esgotamento dos recursos naturais; os processos acelerados de desertificação; a intensificação de eventos climáticos extremos; a crise urbana relacionada à carência de serviços de saneamento básico, habitação, transporte e segurança pública; poluição química de ambientes urbanos e rurais; e a emergência e reemergência de doenças.
         Estes problemas são interdependentes, seus impactos vão além das fronteiras locais e seus efeitos são produzidos e sentidos pelas populações. A busca de soluções para este quadro diversificado requer a formulação e gestão de políticas públicas interdisciplinares, integradas, intersetoriais, participativas e territorializadas. Neste sentido, surge a 1ª Conferência Nacional de Saúde Ambiental, a ser realizada em três etapas (municipais, estaduais e nacional), tendo como tema “A saúde ambiental na cidade, no campo e na floresta: construindo cidadania, qualidade de vida e territórios sustentáveis”.
         A 1ª Conferência em Saúde Ambiental é uma iniciativa dos Conselhos Nacionais de Saúde, Cidades e Meio Ambiente atendendo às deliberações das Conferencias Nacional de Saúde (13ª), Cidades (3ª) e de Meio Ambiente (3ª). Instituída por meio de Decreto Presidencial, tem como lema: “Saúde e Ambiente: vamos cuidar da gente! e como tema “A saúde ambiental na cidade, no campo e na floresta: construindo cidadania, qualidade de vida e territórios sustentáveis”.
 A etapa nacional da 1ª CNSA ocorrerá em Brasília-DF, de 9 a 12 de dezembro de 2009.

MEIO AMBIENTE E CONSUMO


quarta-feira, 14 de outubro de 2009

ENTREVISTA DE FREI BETTO SOBRE MEIO AMBIENTE, O BRASIL E MARINA SILVA


                                            Foto: Frei Betto

FREI BETTO FALA COM EXCLUSIVIDADE  AO JORNAL OECOAMBIENTAL SOBRE O BRASIL E SOBRE MARINA SILVA


FB: Marina Silva, se candidata, fará com que as eleições de 2010 não fiquem de olho no passado, avaliando os 8 anos de governo Lula, e sim de olho no futuro, debatendo o projeto Brasil e o desenvolvimento sustentável. Penso que ela é a melhor candidata.

Jornal Oecoambiental:  Frei Betto, qual avaliação que você faz sobre a conjuntura atual do Brasil ?

Frei Betto: O Brasil avançou em muitos aspectos com o governo Lula: política externa, redução da miséria absoluta, integração e soberania da América Latina, equilíbrio fiscal etc. Porém, este governo nos deve as reformas de estruturas tão prometidas historicamente pelo PT: agrária, tributária, política, educacional, sanitária etc. Ainda convivemos com 30 milhões de miseráveis; 15 milhões de analfabetos; alto índice de mortalidade infantil; e violência urbana.

  
J. Oecoambiental: Como você vê a participação da sociedade civil na política brasileira hoje ?

FB: A sociedade civil parece se indignar cada vez mais com os desconcertos éticos de nossa classe política, mas reage pouco em se tratando de mobilização e pressão


 J. Oecoambiental : Qual sua opinião sobre a situação socioambiental no Brasil e no mundo ?



FB: Trágica. A Terra já perdeu 25% de sua capacidade de autoregeneração. Urge a intervenção da ação humana. Espero que, na Conferência de Conpenhague, em dezembro, os chefes de Estado do mundo se comprometam a tomar medidas efetivas para reduzir o aquecimento global.
 
J. Oecoambiental : Sobre sua atividade como escritor, quais foram seus últimos livros publicados ?



FB: Este ano publiquei, pela Rocco, “Diário de Fernando – nos cárceres da ditadura militar brasileira” e, pela Agir, o livro de contos “Aquário Negro”. Ainda em novembro a Rocco lança a nova edição de meu romance sobre Jesus, agora com novo título: “Um homem chamado Jesus”. E é possível que, pela Mercuryo Jovem, seja editado um livro infanto-juvenil, “Maricota e o Alfabeto”.

J. Oecoambiental:  De suas reflexões sobre o poder, retratadas nos livros  "A Mosca Azul" e "Calendário do Poder," como você avalia a formação política do povo brasileiro, dos parlamentares, representantes do executivo. Como exercer o poder sem corrupção ?


FB: O único modo de se evitar a corrupção é através do controle efetivo da sociedade e de uma profunda reforma política. Nesse sentido, a ONG Transparência Brasil presta um excelente serviço ao acompanhar com lupa o procedimento de nossos políticos.

J. Oecoambiental:  Uma novidade no cenário político brasileiro é o movimento pela candidatura de Marina Silva a Presidência da República. Como você avalia a candidatura de Marina Silva Presidente ? 


FB: Marina Silva, se candidata, fará com que as eleições de 2010 não fiquem de olho no passado, avaliando os 8 anos de governo Lula, e sim de olho no futuro, debatendo o projeto Brasil e o desenvolvimento sustentável. Penso que ela é a melhor candidata.

 J. Oecoambiental: A história de Marina Silva está ligada a teologia da libertação. Como você avalia a Senadora Marina Silva no exercício do poder, sua passagem pelo  Ministério do Meio Ambiente e agora  no Senado Federal ? 


FB: Marina Silva prima pela ética e pela competência. Infelizmente, como ministra do Meio Ambiente, faltou-lhe o devido apoio dentro do próprio governo. A depender dela teria cessado o desmatamento da Amazônia e os transgênicos não seriam aprovados.

J. Oecoambiental: O que uma eleição da Senadora Marina Silva significa para o Brasil e para o mundo ?


FB: A continuidade de tudo que há de positivo no governo Lula e a viabilidade de reformas de estruturas pelas vias pacífica e democrática.

J. Oecoambiental: O que o Frei Betto diria hoje numa conversa com Marina Silva e com o Brasil ?

FB: Coragem, muita fé e fidelidade às suas origens.


O Jornal Oecoambiental agradece ao Frei Betto esta entrevista exclusiva: nosso muito obrigado.

AS CORES DA NATUREZA 9


   
             FOTO:  Recebemos de Tereza "As Cores da Natureza" , saudações Tereza. Obrigado.
 

DESERTIFICAÇÃO


                                    Foto: Paraíba - região mais desertificada do país
 
    "A desertificação é a degradação do solo em áreas áridas, semi-áridas e subúmidas secas, resultante de diversos fatores, inclusive de variações climáticas e de atividades humanas. A desertificação afeta cerca de um sexto da população da terra, 70 por cento de todas as terras secas, atingindo 3,6 bilhões de hectares, e um quarto da área terrestre total do mundo." ( Agenda 21 - Cap. 12 " Manejo de Ecossistemas Frágeis: A luta contra a Desertificação e a Seca").


 
Conferência da ONU alerta que 70% do planeta pode sofrer com seca em 2025



da France Presse
     Quase 70% do planeta será afetado pela seca em 2025 se não forem aplicadas políticas para frear este flagelo, advertiu  em Buenos Aires Luc Gnacadja, secretário da Convenção da ONU de Combate à Desertificação.
"Se não conseguirmos solucionar este problema da Terra, em 2025 quase 70% dela estará muito afetada", destacou Gnacadja, falando em uma conferência. Jarbas Oliveira
    Atualmente, a seca afeta pelo menos 41% do planeta, e o processo de degradação aumentou entre 15% e 25% desde 1990, segundo um relatório sobre a situação climática mundial apresentado à imprensa durante o encontro.
     Gnacadja ressaltou a gravidade do panorama a longo prazo no encerramento da 9ª Conferência das Partes da Convenção da ONU de Combate à Desertificação, que aconteceu entre 22 de setembro e 2 de outubro na capital argentina.
    O secretário afirmou ainda que houve um consenso no encontro sobre a necessidade de monitorar e determinar os indicadores para compreender a situação atual em detalhes, o ritmo do avanço da desertificação e maneiras de lutar contra ela.
    Além disso, indicou que "não há segurança mundial sem segurança alimentar" nas zonas secas e que "é preciso um acordo verde" por parte dos países desenvolvidos para trabalhar nesses lugares, referindo-se à necessidade de um compromisso político das potências. ( SOS Clima da Terra)



domingo, 11 de outubro de 2009

ARTIGO FREI BETTO

 
  EDUCAÇÃO E NEOLIBERALISMO

   Frei Betto

    Estamos todos imersos numa mudança de época. Essa é uma viagem sem volta, embora muitos insistam em colocar a cabeça para fora da janela do trem e fixar os olhos no que ficou para trás. A última vez que algo parecido ocorreu na história do Ocidente foi quando se passou do regime feudal, medieval, para o moderno. Deslocou-se do paradigma teocêntrico para o antropocêntrico; da cosmologia geocêntrica para a heliocêntrica; da fé à razão.
    Hoje, vivemos não apenas numa época de mudanças, como nossos avós. Somos contemporâneos de uma mudança de época. Estamos em trânsito da modernidade à pós-modernidade, da razão cartesiana à inteligência holística. E na paisagem circundante vemos em crise as quatro instituições modernas produtoras de sentido: família, escola, igreja e Estado.
    Na transição da modernidade à pós-modernidade, a hegemonia capitalista sobre o planeta substitui o liberalismo pelo neoliberalismo. A concorrência cede lugar aos oligopólios; as nações à globalização; a cultura ao entretenimento; o humanismo à mercantilização; a marginalidade à exclusão. Fragmenta-se o vitral e, agora, só se percebem os cacos. A fragmentação ocupa os espaços outrora reservados às sínteses cognitivas.

Ameaças à educação

    Nessa onda neoliberal que assola o planeta, a educação, tida até agora como um dever do Estado e um direito social, corre o risco de ser considerada, pela OMC, mera mercadoria. Como tal, acessível a quem por ela pode pagar, como qualquer outra mercadoria.
    O efeito mais nefasto do neoliberalismo nos processos pedagógicos é a desistorização do tempo. Os persas captaram o caráter histórico do tempo, cultura que nos foi legada pela tradição judaico-cristã. Toda a narrativa bíblica está impregnada de historicidade, dos seis dias da Criação ao conceito javista de um Deus que, num mundo politeísta, se apresenta com curriculum vitae: o Deus de Abraão, Isaac e Jacó.
    Francis Fukuyama, arauto do neoliberalismo, tenta nos convencer de que “a história acabou.” Tudo o que é sólido se desmancha no bar... como o gelo num coquetel. Resta nos adequar ao paradigma da pós-modernidade: o mercado. Voltamos à idéia grega de um tempo cíclico, o que induz as novas gerações à perda do horizonte histórico, da utopia, do idealismo, disseminando um niilismo necrófilo, pois quem não sonha com a utopia corre o risco de recorrer às drogas, já que o ser humano é movido a sonhos.
    A mercantilização da educação induz a um processo análogo ao dos processos produtivos e de serviço: a privatização. Sucateada a escola pública, resta a particular como recurso a quem dispõe de renda suficiente para custear seus estudos.
Para que serve a educação escolar? Para muitos estudantes, é o túnel pelo qual se tem acesso ao mercado de trabalho. A luz no fim do túnel é a capacitação profissional, um bom salário, uma identidade social, graças a conhecimentos e habilidades adquiridos nos bancos escolares.
Seria a escola mera estufa de adestramento para o mercado de trabalho? Como me disse um adolescente de 16 anos, “na academia eu malho o corpo; na escola, o cérebro”. De fato, essa “malhação” cerebral tem seus efeitos positivos. As diferenças de salários são menores em sociedades que apresentam melhor resultado educativo.
Porém, o caráter mercantilista faz a qualidade do ensino transferir-se da escola pública para a particular. A progressiva demissão do Estado frente a seus deveres sociais – e direitos da cidadania, como educação e saúde -, fruto amargo do neoliberalismo que, em nome do capital, apregoa a privatização do patrimônio público, permite que muitas escolas particulares funcionem como meras empresas que ofertam educação como mercadoria de luxo.
Educar deveria ser muito mais que propiciar ao educando conhecimentos e habilidades para que venha a obter melhores salários que seus pais e avós. Mais importante do que formar um profissional, é formar uma pessoa capaz de atuar como cidadã; inserir-se sem preconceitos nessa realidade multicultural; associar significados e construir sínteses cognitivas; superar a mera percepção da vida como fenômeno biológico para encará-la como fenômeno biográfico, processo histórico.
Outrora, a pedagogia não diferia muito do regime dos quartéis, e onde o aprendizado dependia do esforço memorial. Tratava-se de assimilar conhecimentos. Hoje, o aprendizado é um processo interativo e criativo. E o conhecimento é determinante no novo paradigma produtivo.
Não basta assimilar informações. É preciso saber selecioná-las, relacioná-las e fazê-las convergir para processos criativos. Deve a escola dotar o educando de capacidade para enfrentar os novos desafios, lidar com as múltiplas racionalidades vigentes, aprofundar seu espírito crítico. Enfim, saber converter informação em cultura e cultura em sentido de vida.
Uma boa pedagogia induz o educando a evoluir da memorização à compreensão, da assimilação de informações à seleção crítica, do mero aprendizado à criatividade. Instiga-o a analisar criticamente a realidade; conviver dialogicamente nesse mundo de pluralidade cultural; transformar idéias e sonhos em projetos sociais e políticos.
O mundo encolheu. Vivemos agora na aldeia global. Em tempo real, o que ocorre do outro lado do planeta entra em nossa casa através da janela eletrônica. Sente-se muito ameaçado quem não sabe relacionar conteúdos globais e realidades locais. Sua identidade cultural fica abalada frente ao rolo compressor da hegemonização televisiva da cultura de entretenimento como isca hipnótica de atração ao consumismo.
Educar é saber lidar com a diferença e o diferente. O educando que não se sente nem se sabe diferente corre o risco de ceder à massificação midiática.  Buscará na imagem desse espelho retorcido uma face que não é a sua e, no entanto, o fascina pela ilusão de que, ao negar as suas raízes, haverá de alcançar aquele outro ser que só existe em sua fantasia.
Um dos grandes desafios da educação é como incutir vivências comunitárias como expressão de singularidades, jamais de despersonalização. Esse situar-se no lugar do outro, procurar ver o mundo com olhos do outro, é o que provoca mudanças de lugares social e epistêmico, e funda as condições de convivência democrática. Em suma, verbalizando uma expressão em moda, é preciso aprender a desterritorializar-se para saber ressignificar os sentidos.

Novas tecnologias

    Numa dimensão holística, o desafio que se coloca à educação é superar o cartesianismo e abarcar todas a dimensões da vida do educando, razão e emoção, inteligência e corporalidade, sentimentos e estética. Despertar nele o senso crítico perante a realidade, bem como a capacidade, nesse mundo internáutico, de saber lidar com as múltiplas racionalidades vigentes.
    Um dos fatores mais influentes, hoje, no processo pedagógico é a TV, a janela eletrônica que nos permite observar o mundo em tempo real, assim como o computador. Segundo as regras do mercado, o objetivo dessas ferramentas não é propriamente formar cidadãos e contribuir para um civilização mais humanizada, e sim formar consumistas e favorecer a acumulação do capital em mãos privadas. Portanto, assim como a escola trabalha com textos, deve agora trabalhar também com imagens, ensinando ao aluno relacionar conteúdos globais e realidade locais.
À massificação midiática se apresenta o desafio de saber lidar com a diferença e o diferente. Incutir vivências comunitárias como expressão de singularidades, e não de despersonalização.
    Agoniza, felizmente, o modelo escolar baseado em programas centralizados e de longa vigência; o conceito europeizado de cultura; a unificação nacional/cultural através da educação. Agora, há que aprender a lidar com a diversidade cultural, o pluralismo de opiniões e crenças, a integração midiática.
    A educação não deveria ser reflexo da racionalidade sistêmica que apregoa a supremacia do capital sobre os recursos humanos e ambientais, e da propriedade privada sobre os direitos da comunidade. Cabe-lhe subverter a racionalidade de uma sociedade canibalizada pelo império do mercado.
    Há que buscar reduzir a contradição entre os paradigmas neoliberais vigentes na sociedade e o conteúdo escolar. Enquanto o sistema procurar multiplicar consumistas, a educação empenha-se em formar cidadãos. Para o primeiro, o indivíduo é tanto mais capaz quanto mais competitivo e centrado nos próprios interesses. Para a educação, trata-se de formar pessoas solidárias altruístas, generosas. O sistema é auto-referente e se apóia numa lógica implacável: a educação infunde o espírito de tolerância num mundo caracterizado pela diversidade cultural.

Impactos da globalização

    A globocolonização exerce impactos contraditórios nas culturas locais. De um lado, reforça relações de dominação, dissemina a hegemonia cultural e intensifica o mimetismo. Cria o retraimento das expressões artísticas e culturais à margem dos recursos midiáticos; corrói utopias e projetos a longo prazo; favorece o fundamentalismo como forma de compensar a  exclusão.
    Por outro lado, estimula o diálogo planetário, sinaliza a diversidade cultural, instiga a prática dos direitos humanos e da proteção  ambiental, faz com que saberes universais sejam relidos segundo singularidades locais.
    É preciso pôr fim à “simultaneidade sistêmica”. Nem todos os educandos têm a mesma capacidade de aprender as mesmas coisas. O que interessa ao aluno do interior do Amazonas certamente não é o que atrai o do centro de São Paulo.
Aos currículos transversais devem-se acrescentar os currículos regionais, adaptados à realidade dos alunos.
    Não há ferramenta mais apropriada para inserir as novas gerações nesse mundo globocolonizado e conflitivo do que a educação. Desde que a escola não considere cultura apenas um verniz de informações em arte e noções de estética. Cultura são ações humanas sobre a natureza e a história, visões de mundo, produções simbólicas, metarrelatos, dinâmicas de comunicação e interação.
    Uma escola humanizadora é a de alunos que, sujeitos do processo educativo, assimilam práticas de defesa de direitos humanos e ambientais, e se tornam agentes transformadores da realidade. Essa pedagogia subversiva – no sentido etimológico de inverter de baixo para cima - promove a autonomia do educando, vincula aprendizado e experiência, contextualiza o saber. Enfim, educa, não apenas para o vestibular ou a obtenção do diploma, mas para a vida.
    Num mundo tão desigual, no qual os mais requintados avanços tecnocientíficos convivem com seres humanos condenados à fome e à miséria, não há opção de neutralidade para a educação. Portanto, a questão é escolher conteúdos pertinentes aos valores éticos. Pode-se ensinar História destacando os triunfos militares de um país sobre outro ou a cooperação entre nações, os intercâmbios culturais, os gestos de solidariedade e amizade.
    Educar para a vida é tornar o educando capaz de lidar com sexo, drogas e violência; reagir à insegurança urbana e à incerteza diante do futuro; vivenciar valores éticos; desenvolver espírito crítico para interagir com a mídia; reconhecer a importância da política como atividade privilegiada de realização do bem comum. A educação multicultural é tanto mais importante quanto mais temos sociedades complexas quanto à diferenciação de identidades, interesses, aspirações e demandas. É preciso estar aberto às distintas mundividências, sempre com espírito crítico.
    Os rivais da escola são a TV e o uso indiscriminado do computador como mero recurso de entretenimento individual. A TV deslocaliza saberes, mescla-os, utiliza-os contínua e convulsivamente em prol do entretenimento, subtraindo-os do contexto em que brotam. Ver pessoas famosas dançar flamengo num programa dominical não é suficiente para conhecer-lhe a origem mourisca e a influência cigana.
    A TV quebra a fronteira entre o real e o imaginário; saber e informação; arte e ciência. Frente ao “êxtase comunicacional” (Baudrillard) é preciso educar o espírito crítico e seletivo. Aprender a ver o mundo é tão importante quanto aprender a ler e a escutar. É preciso saber ler, não apenas letras, mas também imagens, sons, cores e formas.
    As novas gerações vão da oralidade à visualidade sem passar pela escrita. Daí a dificuldade com a hermenêutica dos textos e o raciocínio abstrato. Ver para crer, eis o princípio de São Tomé levado às raias da penúria intelectual. O que, a longo prazo, pode induzir um povo a confundir densidade cultural com densidade tecnológica, relevando esta em detrimento daquela.
    Sem se afirmar como espaço de subversão desses paradigmas do mercado, cada vez mais concentrador e excludente, a escola estará fadada a se tornar mero apêndice de reprodução de cordeiros de uma sociedade-rebanho que faz de shopping centers áreas de lazer.
     Unidade dos educadores, diversidade da educação. Nem todos os alunos tem capacidade e interesse em aprender as mesmas coisas. A escolaridade em São Paulo não pode ser a mesma na região amazônica. Há que lutar pela autonomia do educando, associar aprendizado e vivência, contextualizar o saber. Não há neutralidade para a educação neste mundo desigual.
    Nossos estudantes devem saber lidar com temas candentes como sexualidade e afetividade, drogas e violência, degradação ambiental e fetichismo do mercado. Só assim poderão vivenciar valores éticos, ter visão crítica perante a mídia, aprender a ler, não só letras, mas também sons, core, imagens. Há que evitar que passem da oralidade à visualidade sem passar pela escrita, pois correriam o risco de perder a capacidade hermenêutica e o raciocínio abstrato.
    Enfim, a escola deve ser um espaço de formação política, ecológica e espiritual; um laboratório estratégico de projetos sociais.

Frei Betto é escritor, autor, em parceria com Paulo Freire e Ricardo Kotscho, de “Essa escola chamada vida” (Ática), entre outros livros.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

CHICO BUARQUE - HISTÓRIA DE CANÇÕES

  HISTÓRIA DAS MÚSICAS DE CHICO BUARQUE

Estará nas livrarias ainda esta semana, "HISTÓRIAS DE CANÇÕES: CHICO BUARQUE", livro de Wagner Homem que conta casos e fatos relacionados às músicas do compositor. Visite o site: http://www.historiadecancoes.com.br/ para saber mais e ler algumas das histórias.

CONSEQUÊNCIAS DO AQUECIMENTO GLOBAL PARA A AMAZÔNIA


Foto: queimadas na Amazônia


Aumento de 10 graus C em 2060
vai proibir a existência da vida na Amazônia


- Se já corriam risco de não conhecerem a Amazônia, os netos e bisnetos dos atuais habitantes da Amazônia brasileira simplesmente estarão ameaçados de sequer poderem habitar a região da última grande floresta tropical do planeta.  Essa fatalidade pode ocorrer caso se confirmem as previsões catastróficas divulgadas pelo Departamento de Metereologia da Inglaterra (Met Office) sobre a repercussão que o aquecimento global terá sobre a floresta amazônica até o ano de 2060. ( www.kaxiana.com.br)



segunda-feira, 5 de outubro de 2009

CONJUNTURA SOCIOAMBIENTAL OUT/2009




A busca de solução aos problemas socioambientais locais causados pela crise brasileira e mundial de meio ambiente é um desafio. Estamos todos hoje diretamente expostos ao apelo do consumo publicitário da mídia nacional e internacional. Os conflitos socioambientais estão aí. Os bens de consumo são barganhados na competição do mercado, que vendem ilusões, endividamento e empobrecimento ao invés de produzirem dignidade humana, ambiental. Enquanto isso a responsabilidade pelas "catástrofes", estudadas pela ONU, pela comunidade científica internacional e sempre anunciadas em encontros internacionais com "pompa e circunstância" são transferidas pela grande mídia, para as chuvas, a natureza, a Terra. Os recursos naturais são os responsáveis pelo infortúnio humano e não o modo de produção da sociedade. Empresas, governos, instituições, pessoas, continuam trabalhando e produzindo de forma predatória, insustentável.
     As chuvas e a natureza são os vilões televisivos. Todos os canais de TV dão o show; "veja como será o tempo amanhã".O tempo hoje continua sendo o da exclusão, intolerância e opressão para bilhões de seres humanos.
     Se há seca: o sol é culpado, se há enchentes, tsunamis, a água, a "fúria" da natureza são os culpados. Assim tudo se resolve. Ótima solução para nossas consciências. Se há tempestades, ciclones, chuvas, secas, pessoas passando fome, dormindo nas ruas das cidades, vivendo em condições subumanas, refugiados, exilados isso é "natural", ouvimos: "sempre foi assim e sempre será". A quem interessa "lavarmos as mãos" e nada fazermos diante os conflitos socioambientais ? O sentido da vida humana só é uma conquista diária se defendemos sem hesitação a vida em todo meio ambiente.
    Diga-me se há democracia econômica e eu lhe direi se há qualidade de vida. Já dissemos tantas vezes nossa convicção: " Não há democracia política se não existirem democracia econômica, ambiental". Que Brasil, ou que "consórcios", corporações, empresas, conglomerados econômicos "conquistaram" as Olimpíadas no Brasil ? Qual trabalho vai produzir estes espetáculos da Copa do Mundo e Olimpíadas no Brasil: o trabalho sustentável ou insustentável ?


   A questão é: a quem interessa negar os conflitos socioambientais, transformá-los em espetáculo televisivo e não propor e agir implantando soluções para a crise socioambiental brasileira e mundial ?


     A solução da crise ambiental sabemos, exige que construamos novas relações de produção e consumo. Isto significa que o trabalho que o mundo hoje precisa investir é no trabalho sustentável. Já que o trabalho produz as condições humanas de subsistência, a cultura e a riqueza das nações.


      Diga-me como teu país distribui a riqueza que sua população produz e eu lhe direi quem lhe governa, se há justiça ambiental. O Brasil, que tem a origem de seu nome transcrito da natureza, uma madeira: pau brasil. Que viveu eras de exploração do trabalho humano e pelo trabalho insustentável na cana-de-açúcar, no café, na mineração. As Minas Gerais do Século XVII, O Brasil que já viveu o "milagre econômico", agora o "espetáculo do crescimento". Anuncia a mídia o espetáculo da copa do mundo e olimpíadas no Brasil. O que nós brasileiros queremos é viver com dignidade, a promoção do "espetáculo da distribuição de renda" já. O contraste está aí, enquanto o Brasil "conquistava", ou as empresas e setores da economia que vão lucrar com as olimpíadas, anunciavam o "Brasil 2016", no "Brasil 2009" às provas do Enem eram canceladas. Adiamos e "cancelamos" a busca pela qualidade de vida da população enquanto promovemos a concentração de renda excludente. Mas como pode ser, se já pelas contas do governo, somos uma potência mundial ? Somos uma potência em que modelo econômico, sustentável ou insustentável ? Até quando vamos agüentar vivermos como uma nação empobrecida ? Empobrecida não apenas a maioria sem qualidade de vida. Mas os que ostentam uma riqueza que todos produzimos, geramos e que uma pequena minoria, empobrecida de humanidade e ética ambiental quer cada vez mais concentrar em poucos. Empobrecida não apenas pelos 70 % que ganham com o trabalho menos ou até tres vezes R$ 465,00, como salário mínimo. Enquanto sabemos que o necessário em Agosto de 2009 deveria ser R$ 2.005,07, segundo o DIEESE. Por que não há prioridade no Brasil distribuir com justiça ambiental a riqueza que todos nós brasileiros produzimos ?


    Onde está à riqueza da extração do pau brasil, do ouro das Minas Gerais, dos ciclos do café, cana-de-açúcar, borracha, do agronegócio ? Agora o pré-sal é a bola da vez. Que trabalho vem gerando toda esta riqueza presente, passada e futura ? Por que o povo brasileiro não é respeitado e valorizado promovendo-se de forma urgente uma vida digna, um meio ambiente melhor para todos vivermos ?


    A solução dos conflitos e da barbárie da vida humana da maioria de nós brasileiros não é colocada como prioridade. Por que o trabalho humano no Brasil produz tanta riqueza e por que a maioria do povo brasileiro continua com a qualidade de vida, com as condições de saúde, educação, trabalho, moradia, esportes, cultura tão precários ?


    Postamos aqui no blog de nosso Jornal Oecoambiental, um projeto de lei em tramitação no Senado para que todos os parlamentares no Brasil fossem obrigados a matricularem e colocarem os filhos em escolas públicas. Todos os parlamentares no Brasil, no Congresso Nacional, inclusive o Presidente da Republica, os que possuem cargos no executivo, legislativo e judiciário, deveriam ser obrigados a matricularem seus filhos em escolas públicas sim. Bem como eles e seus dependentes só poderem utilizar o sistema de saúde público. Deveriam receber o salário mínimo nominal vigente que votam e aprovam no Congresso Nacional: R$ 465,00. Será que vivendo assim adiariam para "2016" a solução da crise socioambiental brasileira ?


    Diga-me quem hoje e historicamente se apropria do trabalho do povo brasileiro e eu lhe direi quem vende a imagem do "Brasil exportação". Vamos exportar nossa péssima distribuição de renda ? Ou vamos priorizar sua imediata solução ?


   Você leitor (a) já pensou sobre isso ? Você investe sua capacidade profissional, intelectual, seu tempo e energia com sua força de trabalho para que tipo de sociedade ? Você está construindo com seu trabalho um mundo insustentável ou sustentável ? Falar do empobrecimento do povo brasileiro não é apenas fazer referência ao crime socioambiental de nossa péssima distribuição de renda. Mas o empobrecimento dos que ganham bilhões seja em que moeda for à custa de bilhões de seres humanos empobrecidos, tratados como coisas, objetos e seres inferiores. Nossa espécie humana tem esta "tecnologia de degradação": promovemos seres humanos em seres superiores e inferiores. Enquanto vivermos degradando nossa própria espécie não vencerá nenhuma copa do mundo, olimpíada ou campeonato de futebol que não seja sinônimo de empobrecimento humano. A quem interessa empobrecermos nossa própria espécie, nosso ambiente de vida ?


   Aquele velho ditado: " Diga-me com quem andas e eu te direi quem és" inspira-nos uma outra questão: " diga-me de onde vem a base material de sua sobrevivência e eu lhe direi a sociedade e o mundo que defendes".


    A economia da sociedade sustentável é a economia solidária. Solidária porque se não houver atitudes individuais e coletivas que trabalhem em defesa do ser humano e da vida e de um ambiente com melhores condições e qualidade de vida, vamos produzir cada vez mais degradação.


   A certeza de que podemos vencer a crise ambiental surge de cada pessoa, grupos, instituições que colocam os princípios da vida e da conquista de um meio ambiente sadio como prioridade. Este trabalho é sustentável. Assim estaremos em sintonia com nossa individualidade e singularidade humana e todo ambiente.

EVENTO MEIO AMBIENTE


POPULAÇÃO DE TRÊS MARIAS EM DEFESA DA JUSTIÇA AMBIENTAL


 Foto: Três Marias Rio São Francisco 


      Dia 02 de outubro de 2009, dia do nascimento de Gandhi, antevéspera do dia de São Francisco de Assis, patrono do Velho Chico, cerca de 350 pescadores, Sem Terra, sindicalistas e representantes de Movimentos populares e da Via Campesina - membros da Articulação Popular em defesa do rio São Francisco - promoveram manifestação na cidade de Três Marias, MG, às margens do Velho Chico e no portão de entrada da Votorantim Metais.
   - Às 6:00h da manhã, após concentração na beira do rio São Francisco, iniciamos uma marcha, atravessando a ponte da BR 040, que está logo abaixo da barragem de Três Marias. Em frente à Votorantim Metais a BR 040 foi bloqueada durante 30 minutos. Após, aconteceu um Ato Público durante duas horas no portão de entrada da Votorantim Metais, onde com faixas, gritos de luta e através de pronunciamento de muitas lideranças e pescadores foram denunciadas as agressões que a Votorantim vem provocando no rio São Francisco há 40 anos. No MANIFESTO. Assinado por 22 movimentos populares e sindicatos, distribuído à população consta, por exemplo, que:
a) - A Votorantim é uma das principais empresas responsável pela poluição do rio São Francisco com metais pesados. Desde o final de 2004 já morreram 200 toneladas de peixes, principalmente surubins adultos contaminados por rejeitos tóxicos lançados pelo processamento de zinco da Votorantim Metais. Só de óxido de Zinco a produção chega a 110 toneladas por dia com 600 dólares de lucro por tonelada. A empresa vende esse produto, principalmente, para Pirelli, Michelin e outras indústrias de pneus que infestam as cidades de automóveis, prestando culto à automovelatria (carrolatria). Além de matar, diretamente, os peixes e, indiretamente, pescadores, causar devastação ambiental e social, a Votorantim infernaliza a vida nas cidades.
b) - A Votorantim Metais começou a operar em 1969 e por 14 anos lançou seus rejeitos minerários diretamente no rio São Francisco. Somente em 1983 foi construída uma barragem de contenção de rejeitos. Mas para facilitar a vida da empresa, a barragem foi construída na barranca do rio na cidade de Três Marias! Os metais pesados, através da infiltração, continuaram a se acumular no leito do rio. Hoje existe no fundo do rio um metro e meio de lama tóxica. Quando as comportas da barragem de Três Marias são abertas essa lama é revolvida contaminando ainda mais a água e os peixes. A poluição industrial da Votorantim Metais sempre esteve no cerne da contaminação das águas do Rio São Francisco. Por isso, os órgãos ambientais – os que não se vendem – exigiram a desativação da primeira barragem. Umas segunda foi construída pela empresa, mas de forma irregular, desrespeitando normas técnicas exigidas pelos órgãos ambientais. Continuou ocorrendo infiltração e a segunda barragem também foi reprovada. Em 2005 a empresa comprometeu-se em construir uma terceira barragem e cumprir mais 25 TACs – Termo de Ajuste de Conduta. A poluição continua, e não se tem informação sobre o cumprimento dos termos.  (por F. Gilvander)

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

MEIO AMBIENTE É CULTURA



2ª Conferência Municipal


 de Cultura

A 2ª Conferência Municipal de Cultura em Belo Horizonte, será realizada nos dias 16,17 e 18 de Outubro, e tem como tema:

CULTURA, DIVERSIDADE, CIDADANIA E DESENVOLVIMENTO
Informações:
Fundação Municipal de Cultura – 3277 4620