sexta-feira, 20 de agosto de 2021

SONS DA NATUREZA

 SONS DA NATUREZA:

https://www.youtube.com/watch?v=CvcL_CQhsx4



OS RISCOS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS PARA AS CRIANÇAS

Fonte: ONU - BRASIL

UM BILHÃO DE CRIANÇAS ESTÃO EXPOSTAS A CHOQUES CLIMÁTICOS DE RISCO EXTREMO, REVELA UNICEF
  • De acordo com o primeiro índice de risco climático do UNICEF, meninas e meninos na República Centro-Africana, no Chade e na Nigéria são os mais expostos às mudanças climáticas.
  • Focado nas crianças e adolescentes, trata-se da primeira análise abrangente do tipo e classifica os países com base na exposição das crianças a choques climáticos e ambientais, como ciclones e ondas de calor, bem como sua vulnerabilidade.
  • Aproximadamente 1 bilhão de crianças e adolescentes – quase metade dos 2,2 bilhões de meninas e meninos do mundo – vivem em um dos 33 países classificados como de "risco extremamente elevado". 
  • O relatório também revela uma desconexão entre onde as emissões de gases de efeito estufa são geradas e onde crianças e adolescentes estão sofrendo os impactos climáticos mais significativos. 
  • Os 33 países de "risco extremamente alto" emitem coletivamente apenas 9% das emissões globais de CO2. Por outro lado, os dez países com as maiores emissões representam, em conjunto, quase 70% das emissões globais.

Fonte: ONU - BRASIL
Legenda: Em 21 de fevereiro de 2021, um menino e sua mãe caminham através das águas em uma área afetada por enchentes no leste de Jacarta, Indonésia.
Foto: © Wilander/UNICEF

UM BILHÃO DE CRIANÇAS ESTÃO EXPOSTAS A CHOQUES CLIMÁTICOS DE RISCO EXTREMO, REVELA UNICEF


  • De acordo com o primeiro índice de risco climático do UNICEF, meninas e meninos na República Centro-Africana, no Chade e na Nigéria são os mais expostos às mudanças climáticas.
  • Focado nas crianças e adolescentes, trata-se da primeira análise abrangente do tipo e classifica os países com base na exposição das crianças a choques climáticos e ambientais, como ciclones e ondas de calor, bem como sua vulnerabilidade.
  • Aproximadamente 1 bilhão de crianças e adolescentes – quase metade dos 2,2 bilhões de meninas e meninos do mundo – vivem em um dos 33 países classificados como de "risco extremamente elevado". 
  • O relatório também revela uma desconexão entre onde as emissões de gases de efeito estufa são geradas e onde crianças e adolescentes estão sofrendo os impactos climáticos mais significativos. 
  • Os 33 países de "risco extremamente alto" emitem coletivamente apenas 9% das emissões globais de CO2. Por outro lado, os dez países com as maiores emissões representam, em conjunto, quase 70% das emissões globais.


Pessoas jovens que vivem na República Centro-Africana, no Chade, na Nigéria, na Guiné e na Guiné-Bissau são as mais expostas aos efeitos das mudanças climáticas, com ameaças a sua saúde, educação, proteção, e exposição a doenças mortais. As informações são provenientes de um relatório do Fundo das Nações Unidas para Infância (UNICEF) lançado nesta sexta-feira (20).

Intitulado A crise climática é uma crise dos direitos da criança: Apresentando o Índice de Risco Climático das Crianças, o relatório, disponível somente em inglês, é a primeira análise abrangente do risco climático que parte da perspectiva de uma criança. Ele classifica os países com base na exposição das crianças a choques climáticos e ambientais, como ciclones e ondas de calor, bem como sua vulnerabilidade a esses choques, com base no acesso a serviços essenciais.

Lançado em colaboração com o Fridays for Future (Greve pelo Clima) no terceiro aniversário do movimento de greve climática global liderado por jovens, o relatório constata que aproximadamente 1 bilhão de crianças e adolescentes – quase metade dos 2,2 bilhões de meninas e meninos do mundo – vivem em um dos 33 países classificados como de "risco extremamente elevado". 

Essas crianças e esses adolescentes enfrentam uma combinação mortal de exposição a múltiplos choques climáticos e ambientais com alta vulnerabilidade devido a serviços essenciais inadequados, como água e saneamento, saúde e educação. Os resultados refletem o número de crianças e adolescentes afetados hoje – os números provavelmente piorarão à medida que os impactos das mudanças climáticas se aceleram.

"Pela primeira vez, temos um quadro completo de onde e como as crianças e os adolescentes são vulneráveis às mudanças climáticas, e esse quadro é mais grave do que se pode imaginar. Choques climáticos e ambientais estão minando todo o espectro dos direitos das crianças e dos adolescentes, desde o acesso a ar puro, alimentos e água potável até o direito a educação, moradia, ser protegido contra a exploração e até mesmo o direito de sobreviver. Praticamente, a vida de cada criança e cada adolescente será afetada", disse Henrietta Fore, diretora executiva do UNICEF. 

"Por três anos, as crianças e os adolescentes levantaram sua voz em todo o mundo para exigir ações. O UNICEF apoia seus apelos por mudança com uma mensagem indiscutível – a crise climática é uma crise dos direitos da criança."

Confira os principais indicadores revelados no Índice de Risco Climático das Crianças (IRCC):

  • 240 milhões de crianças e adolescentes estão altamente expostos a inundações costeiras;
  • 330 milhões de crianças e adolescentes estão altamente expostos a inundações ribeirinhas;
  • 400 milhões de crianças e adolescentes estão altamente expostos a ciclones;
  • 600 milhões de crianças e adolescentes estão altamente expostos a doenças transmitidas por vetores;
  • 815 milhões de crianças e adolescentes estão altamente expostos à poluição por chumbo;
  • 820 milhões de crianças e adolescentes estão altamente expostos a ondas de calor;
  • 920 milhões de crianças e adolescentes estão altamente expostos à escassez de água;
  • 1 bilhão de crianças e adolescentes estão altamente expostos a níveis extremamente altos de poluição do ar.

Embora quase todos os meninos e meninas em todo o mundo estejam expostos a pelo menos um desses riscos climáticos e ambientais, os dados revelam que os países mais afetados enfrentam choques múltiplos e frequentemente sobrepostos que ameaçam erodir o progresso do desenvolvimento e aprofundar as privações de crianças e adolescentes.

Cerca de 850 milhões de crianças e adolescentes – um em cada três em todo o mundo – vivem em áreas onde pelo menos quatro desses choques climáticos e ambientais se sobrepõem. Cerca de 330 milhões de crianças e adolescentes – um em sete em todo o mundo – vivem em áreas afetadas por pelo menos cinco grandes choques.

O relatório também revela uma desconexão entre onde as emissões de gases de efeito estufa são geradas e onde crianças e adolescentes estão sofrendo os impactos climáticos mais significativos. Os 33 países de "risco extremamente alto" emitem coletivamente apenas 9% das emissões globais de CO2. Por outro lado, os dez países com as maiores emissões representam, em conjunto, quase 70% das emissões globais. Apenas um desses países é classificado como de "risco extremamente alto" no índice.

"A mudança climática é profundamente injusta. Embora nenhum menino ou menina seja responsável pelo aumento das temperaturas globais, eles pagarão os custos mais altos. Crianças e adolescentes dos países menos responsáveis serão os que mais sofrerão", disse Fore. 

"Mas ainda há tempo para agir. Melhorar o acesso de crianças e adolescentes a serviços essenciais, como água e saneamento, saúde e educação, pode aumentar significativamente sua capacidade de sobreviver a esses riscos climáticos. O UNICEF pede aos governos e empresas para que deem ouvidos às crianças e aos adolescentes e priorizem ações que protejam meninas e meninos dos impactos, ao mesmo tempo em que aceleram o trabalho para reduzir drasticamente as emissões de gases de efeito estufa".

Sem a ação urgente necessária para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, crianças e adolescentes continuarão a ser os que mais sofrem. Em comparação com os adultos, meninas e meninos precisam de mais comida e água por unidade de seu peso corporal, são menos capazes de sobreviver a eventos climáticos extremos e são mais suscetíveis a produtos químicos tóxicos, mudanças de temperatura e doenças, entre outros fatores.

"Os movimentos de jovens ativistas do clima continuarão a ser, continuarão a crescer e continuarão a lutar pelo que é certo, porque não temos outra escolha", disseram Farzana Faruk Jhumu (Bangladesh), Adriana Calderón (México), Eric Njuguna (Quênia) e Greta Thunberg (Suécia) do Fridays for Future, que escreveram o prefácio do relatório e estão se juntando para apoiar o lançamento. 

"Devemos reconhecer onde estamos, tratar a mudança climática como a crise que é e agir com a urgência necessária para garantir que as crianças e os adolescentes de hoje herdem um planeta habitável".

O UNICEF está convocando governos, empresas e atores relevantes para:

  1. Aumentar o investimento em adaptação e resiliência ao clima em serviços essenciais para crianças e adolescentes. Para proteger as crianças, os adolescentes, as comunidades e os mais vulneráveis dos piores impactos do clima já em mudança, os serviços essenciais devem ser adaptados, incluindo água, saneamento e sistemas de higiene, saúde e educação.
  2. Reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Para evitar os piores impactos da crise climática, é necessária uma ação abrangente e urgente. Os países devem cortar suas emissões em pelo menos 45% (em comparação aos níveis de 2010) até 2030 para manter o aquecimento a não mais que 1,5 grau Celsius.
  3. Fornecer a crianças e adolescentes educação climática e habilidades verdes, essenciais para sua adaptação e preparação para os efeitos das mudanças climáticas. Crianças, adolescentes e jovens enfrentarão todas as consequências devastadoras da crise climática e da insegurança hídrica, embora sejam os menos responsáveis. Temos um dever para com todos os jovens e as gerações futuras.
  4. Incluir os jovens em todas as negociações e decisões nacionais, regionais e internacionais sobre o clima, inclusive na COP26. Crianças, adolescentes e jovens devem ser incluídos em todas as tomadas de decisão relacionadas ao clima.
  5. Garantir que a recuperação da pandemia de covid-19 seja verde, com baixo nível de carbono e inclusiva, de modo que a capacidade das gerações futuras de enfrentar e responder à crise climática não seja comprometida.

Colaboradores do UNICEF - O IRCC foi desenvolvido em colaboração com vários parceiros, incluindo o Data for Children Collaborative.

Para tornar o relatório mais acessível à juventude global, o UNICEF também colaborou com o Climate Cardinals, uma organização internacional sem fins lucrativos que traduz pesquisas e informações sobre mudanças climáticas para que possam alcançar o maior número possível de jovens e líderes.

Leia o relatório (disponível somente em inglês)

AGRICULTURA FAMILIAR, COOPERATIVISMO E SUSTENTABILIDADE

 Cooperativismo da agricultura familiar é tema de webinar promovido pela FAO e parceiros


Fonte: ONU - BRASIL
Foto: © FAO

Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) no Brasil e a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (SEAB) do Paraná, promoveram no dia 12 de agosto, um webinar com o objetivo de debater possíveis aperfeiçoamentos das diretrizes das políticas públicas para atender o cooperativismo da agricultura familiar, a partir de uma pesquisa desenvolvida com base em dados das cooperativas e associações do Programa Coopera Paraná. O evento reuniu órgãos regionais, nacionais e internacionais.

Para o representante da FAO no Brasil, Rafael Zavala, o desenvolvimento sustentável se constrói a partir do local, das comunidades e de seus territórios. “A participação do cooperativismo nos processos de inclusão social e econômico é fundamental, principalmente na agricultura, pois é a chave para a inclusão dos pequenos produtores e da agricultura familiar”. 

O diretor-técnico da SEAB no Paraná, Rubens Niederheitmann, afirmou que o estado é parceiro no trabalho permanente de fortalecer a inclusão social e produtiva da agricultura familiar. “Os resultados virão da força dos produtores, que podem contar com nosso apoio por meio do Sistema Estadual de Agricultura. Temos tido excelentes experiências e avanços”, disse.

Em vídeo, o diretor-presidente do IDR-Paraná, Natalino Avance de Souza, destacou que o cooperativismo da agricultura familiar é fundamental no esforço de redução de desigualdades econômicas e sociais.

Durante o evento, os participantes reforçaram a necessidade de considerar especificidades territoriais na aplicação de políticas públicas e, para além do apoio financeiro, estimular a gestão estratégica e capacitação dos agricultores – trabalho já iniciado pelo programa Coopera Paraná. Além disso, destacou-se o papel da assistência técnica e a necessidade de promover ainda mais a participação de mulheres e jovens no campo.

O secretário técnico da Reunião Especializada sobre Agricultura Familiar (REAF) do Mercosul, Lautaro Viscay, destacou também a pertinência do tema, principalmente no contexto atual de lacunas deixadas pela COVID-19. “A agricultura familiar dá soluções complexas para a questão da segurança alimentar. O cooperativismo em todas as suas características e setores, é fundamental para essa saída pós-pandemia”.  

O coordenador da Área de Agricultura Familiar da FAO para a América Latina e o Caribe, Raúl Contreras, complementou que na região a agricultura familiar faz muito com poucos recursos, e foi chave para manter a alimentação saudável mesmo no cenário devastar de crise econômica vivido atualmente.

O consultor regional da FAO Especializado em Cooperativas, Alberto Ramírez, complementou com dados da América Latina de que cerca de 53% da produção agropecuária do Brasil tem contribuição do cooperativismo, no Uruguai as cooperativas contribuem com cerca de 3% do PIB, e a Argentina comercializa cerca de 22% da produção do campo de cooperativas.

O presidente da União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (UNICAFES) Brasil, Vanderley Ziger, finalizou reforçando a importância da territorialidade, principalmente em um país com proporções continentais como o Brasil. “Precisamos olhar as regiões e as características regionais, pois cada realidade é diferente. Esse debate é fundamental para a discussão da sustentabilidade e dos avanços do nosso cooperativismo”.

Diagnóstico do cooperativismo da Agricultura Familiar no Paraná - O coordenador de projetos FAO da Região Sul do Brasil, Valter Bianchini, apresentou o estudo “Cooperativismo da Agricultura Familiar no Paraná – Relevância, Potencialidades e Gargalos”. Segundo o diagnóstico, há uma grande abrangência das cooperativas da agricultura familiar no estado, presentes em 366 municípios, mas com desafios de estrutura, comercialização e quadro pessoal, por exemplo.

Quanto à comercialização, as cooperativas do Paraná movimentaram cerca de R$60,5 milhões para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) em 2020, e os canais de comercialização se distribuem entre o varejo, atacado e exportações. No varejo, as cooperativas movimentaram cerca de R$34,9 milhões, sendo que os principais mercados são loja própria (R$15,4 milhões), CEASA (R$6 milhões), supermercados (R$5,2 milhões) e varejo local (R$3 milhões).

A partir deste diagnóstico, a FAO realizou um estudo sobre Tipologias das Cooperativas da Agricultura Familiar, criadas a partir de um conjunto de indicadores e variáveis, com o objetivo de identificar as demandas específicas de cada realidade e tornar mais eficaz a aplicação de recursos, contribuindo no desenvolvimento de ações que promovem o fortalecimento, independência de mercados institucionais e diversificação.

Quanto a questões de gênero, o estudo mostra a pequena participação de mulheres nos conselhos administrativo e fiscal, e embora haja o reconhecimento dos dirigentes dessas organizações de que a participação das mulheres é baixa, não se percebe mudanças concretas, que venham suprir essa demanda. A presença de mulheres, segundo os dirigentes homens, acrescenta um caráter mais familiar junto as suas organizações, mas o discurso não se transforma em prática.

Parcerias - Também participaram do evento Alcidir Mazutti Zanco e Ivori Fernades, da União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (UNICAFES) Paraná; Jean Carlo Pereira, da Cooperativa Central da Reforma Agrária do Paraná (CCA); Jefferson Vinicius Meister, do Programa de Apoio ao Cooperativismo da Agricultura Familiar do Paraná (Coopera Paraná); Sérgio Roberto Auffinger, do IDR-Paraná; Cristiane Ribas Radetzki da Agência de Desenvolvimento Regional do Extremo Oeste do Paraná (ADEOP); e Aline Pazda, da Federação de Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária do Paraná (FECAFES).

O webinar foi organizado pelo Escritório Sul da FAO, União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (UNICAFES), Cooperativa Central da Reforma Agrária do Paraná (CCA), Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná e Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná).

segunda-feira, 16 de agosto de 2021

SONS DA NATUREZA








 

O RISCO DA "GERAÇÃO DO CONFINAMENTO" E O DESEMPREGO DE JOVENS - SEGUNDO OIT

 

OIT alerta para risco de "geração do confinamento" com crise do emprego entre os jovens

FONTE ; ONU - BRASIL


  • No início de 2021, na América Latina e no Caribe, a taxa de desemprego juvenil atingiu 23,8% e cerca de 3 milhões de jovens deixaram uma força de trabalho na qual predomina a informalidade.
  • Para a Organização Internacional do Trabalho (OIT), existe o risco de uma "geração do confinamento".
  • Em declaração para o Dia Internacional da Juventude, celebrado em 12 de agosto, o diretor da OIT para a América Latina e o Caribe, Vinícius Pinheiro, defende estratégias voltadas especificamente para a melhoria do emprego jovem para desativar a "bomba-relógio" armada pela pandemia. "Caso contrário, as sequelas vão durar muito tempo”, afirma.
  • A falta de oportunidades de emprego para jovens pode afetar a trajetória de trabalho das pessoas e limitar suas chances de ter acesso a um trabalho decente no futuro, destaca a análise.
jovem com máscara em frente ao computador
Legenda: A juventude foi a mais atingida pela crise gerada pela pandemia na América Latina e no Caribe. Desemprego, informalidade e saídas da força de trabalho sem precedentes podem se tornar fontes de desânimo e frustração
Foto: © Engin Akyurt/Unsplash

Os países da América Latina e do Caribe enfrentam o desafio urgente de tomar medidas para desarmar a “bomba-relógio” representada pelo legado de alto desemprego, informalidade e falta de oportunidades para os e as jovens que a crise da COVID-19 está criando, disse o diretor da Organização Internacional do Trabalho (OIT) para a América Latina e o Caribe, Vinícius Pinheiro, em uma mensagem para o Dia Internacional da Juventude, celebrado em 12 de agosto.

“A população jovem está entre as que mais sofrem com as consequências sociais e econômicas da pandemia na região e enfrentará os efeitos dela nos próximos anos de vida profissional, correndo o risco de se tornar uma geração de confinamento ”, destaca Pinheiro em texto publicado no site OIT Américas.

“Será necessário contar com estratégias voltadas especificamente para a melhoria do emprego jovem, se quisermos desativar o profundo impacto da pandemia”, acrescenta o diretor da OIT. "Caso contrário, as sequelas vão durar muito tempo”.

A mensagem destaca que, segundo os dados mais recentes recopilados pela OIT, a taxa média de desemprego de jovens entre 15 e 24 anos teria atingido 23,8% no primeiro trimestre de 2021, o nível mais alto registrado desde que esta média começou a ser elaborada em 2006. Representa um aumento de mais de 3 pontos percentuais em relação ao nível de antes da pandemia.

Ao mesmo tempo, a taxa de participação dos e das jovens no mercado de trabalho sofreu uma contração, caindo cerca de 3 pontos percentuais, registando um nível de 45,6% no primeiro trimestre de 2021, o que significa que no início do ano entre 2 e 3 milhões de jovens estavam fora do mercado de trabalho por falta de oportunidades de emprego.

“Esta geração viveu os impactos da COVID-19 por meio de uma multiplicidade de canais, como a interrupção de seus programas educacionais ou de formação e o vínculo com o mercado de trabalho (estágios e aprendizagens), perda de emprego e de renda e a perspectiva de enfrentar maiores dificuldades para encontrar uma ocupação no futuro ”, diz Pinheiro.

O artigo afirma ainda que “embora a demanda por emprego comece a apresentar um comportamento mais favorável devido a um maior dinamismo econômico, as oportunidades de emprego para os jovens continuarão muito restritas”. Ao mesmo tempo, “a já elevada incidência de informalidade entre esses trabalhadores, que afetava seis em cada 10 jovens antes da pandemia, corre o risco de aumentar ainda mais”.

A falta de oportunidades de emprego para jovens pode afetar a trajetória de trabalho das pessoas e limitar suas chances de ter acesso a um trabalho decente no futuro, destaca a análise.

Mas também "são fonte de desânimo e frustração, que podem levar a situações de conflito e até mesmo afetar a governabilidade em vários níveis".

“Os protestos que surgiram em vários países da região antes da pandemia foram liderados por jovens. Depois de uma crise violenta que deixou muitas pessoas sem esperança, já vimos como em alguns países esses jovens voltam a se manifestar para exigir um futuro. ”, disse Pinheiro.

No artigo, ele destaca que para enfrentar o desafio do emprego juvenil é necessário recorrer a um conjunto de políticas especialmente formuladas para enfrentar um problema estrutural e complexo.

As medidas deverão ter como objetivo aumentar a oferta de empregos, estimular a contratação de jovens, apoiar empresas e empreendedores, e ainda promover a educação e a formação de forma a responder às novas exigências do mercado de trabalho, incluindo as da revolução digital.

“Há um aspecto fundamental a ser levado em conta na concepção de estratégias para promover o emprego juvenil após esta pandemia terrível: não podemos prescindir da contribuição dos jovens”, destaca Pinheiro.

LABORATÓRIO DE INOVAÇÃO PARA AUMENTAR A DISPONIBILIDADE E O CONSUMO DE FRUTAS, LEGUMES E VERDURAS NO BRASIL

 

Experiências que promovam frutas, legumes e verduras no Brasil podem se inscrever em Laboratório de Inovação


FONTE: ONU - BRASIL

  • Até 31 de agosto, experiências que apresentem soluções inovadoras, nos âmbitos local, estadual e nacional, a fim de aumentar a disponibilidade e o consumo de frutas, legumes e verduras no país podem se inscrever no Laboratório de Inovação: Incentivo à produção, à disponibilidade, ao acesso e ao consumo de frutas, legumes e verduras.
  • O espaço busca ações que favoreçam circuitos curtos de produção, como as unidades de apoio à agricultura familiar, ações de educação alimentar e nutricional em ambientes institucionais, inovações tecnológicas no campo da alimentação e saúde, iniciativas contra o desperdício de alimentos, entre outras.
  • As iniciativas selecionadas fomentarão a elaboração de um conjunto de recomendações e serão apresentadas no Congresso Internacional sobre o tema, em outubro.
  • O Laboratório de Inovação é uma iniciativa do Ministério da Saúde, em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e o Centro de Excelência Contra a Fome (WFP).
frutas e verduras
Legenda: A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas instituiu 2021 como o Ano Internacional das Frutas, Legumes e Verduras
Foto: © Tom Brunberg/Unsplash

   Atores do serviço público, coletivos de produtores, cooperativas, mulheres rurais, agricultoras/es familiares, povos indígenas, povos e comunidades tradicionais, organizações e associações da sociedade civil que protagonizam experiências inspiradoras no percurso entre a produção e o consumo de frutas, legumes e verduras, são convidadas/os a compartilhar suas experiências no Laboratório de Inovação: Incentivo à produção, à disponibilidade, ao acesso e ao consumo de frutas, legumes e verduras.

   O espaço tem como objetivo reunir relatos de experiências bem-sucedidas que, mesmo no contexto da pandemia de COVID-19, apresentam soluções inovadoras, nos âmbitos local, estadual e nacional, a fim de aumentar a disponibilidade e o consumo de frutas, legumes e verduras pela população e, com isto, promover a saúde, a alimentação adequada e fortalecer os sistemas alimentares saudáveis, justos e sustentáveis.

  Circuitos de produção, armazenamento, distribuição, processamento e comercialização de alimentos regionais e tradicionais são capazes de fortalecer produtores locais, do campo, da cidade, das florestas e das águas e, desta forma, viabilizar a diversidade de alimentos à mesa, além de ampliar, por meio da alimentação, a rede de proteção da população contra doenças como o câncer e a obesidade.

   Na promoção do consumo de frutas, legumes e verduras, informação, assistência técnica, tecnologias sociais, protagonismo e inovação também são essenciais na promoção das escolhas alimentares mais saudáveis e do bem-estar social e econômico, especialmente quando inseridos em territórios ou entre populações de maior vulnerabilidade.

  É por isto que o Laboratório abre caminho para que as mais diversas iniciativas que culminam no acesso das pessoas às frutas, legumes e verduras, sejam identificadas, cadastradas e divulgadas amplamente.

  O Laboratório de Inovação: Incentivo à produção, à disponibilidade, ao acesso e ao consumo de frutas, legumes e verduras é uma iniciativa do Ministério da Saúde, por meio da Coordenação-Geral de Alimentação e Nutrição do Departamento de Promoção da Saúde e do Instituto Nacional de Câncer (INCA), em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e o Centro de Excelência Contra a Fome (WFP).

Fio condutor - O cadastro de iniciativas no Laboratório está organizado em dois eixos:

  O eixo 1 busca experiências que antecedem o consumo dos alimentos, ou seja, façam parte do percurso entre produção, armazenamento, distribuição, processamento e comercialização de frutas, legumes e verduras. São exemplos: os circuitos curtos que valorizam os alimentos da sociobiodiversidade; o fomento à produção orgânica e de base agroecológica; a oferta de assistência técnica que valorize, recupere e fortaleça práticas alimentares ancestrais; atividades de transição agroecológica; iniciativas que busquem reduzir as perdas e o desperdício de alimentos; atividades de inovação tecnológica no beneficiamento e processamento de alimentos nativos.

  Por sua vez, o eixo 2 procura experiências relacionadas ao consumo de frutas, legumes e verduras e da promoção e proteção de ambientes alimentares saudáveis. Busca, entre outros exemplos, iniciativas coletivas no âmbito da atenção primária à saúde do Sistema Único de Saúde (SUS); estratégias criativas que usam tecnologias como Telessaúde e eHealth; ações que estimulem habilidades culinárias, produção para autoconsumo, valorização de alimentos regionais; e iniciativas de educação alimentar e nutricional e/ou de incentivo à agricultura urbana em ambientes institucionais, como escolas, serviços de assistência social e de saúde, entidades prisionais etc.

Participe - Neste que é o Ano Internacional das Frutas, Legumes e Verduras, instituído pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), as experiências registradas no Laboratório fomentarão a elaboração de um conjunto de recomendações relacionadas ao tema.

As experiências registradas no Laboratório poderão receber um certificado de reconhecimento, ter sua iniciativa divulgada em uma publicação, além de ter suas/seus autoras/autores convidados para compartilhar suas vivências no Congresso Internacional, em outubro.

A ficha de inscrição e o edital com todas as informações necessárias para o cadastro de iniciativas estão disponíveis aqui. Mas atenção: o prazo para inscrição termina no dia 31 de agosto.