sexta-feira, 22 de junho de 2012

JORNAL OECOAMBIENTAL NA CÚPULA DOS POVOS E RIO + 20 - CONTRA O USO DE AGROTÓXICOS

Ação contra uso de agrotóxicos surpreende evento da CNA na Rio + 20

   “Agronegócio é a mentira do Brasil”. Com essa palavra de ordem cerca de 250 militantes da Via Campesina Brasil e Internacional ocuparam o espaço da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), montado no píer Mauá, para desmascarar o discurso do agronegócio de uma agricultura sustentável. O stand, intitulado AgroBrasil, promovido pela CNA, Embrapa, Sebrae e por multinacionais como Monsanto e JBS, propõe a promoção de novas tecnologias para produzir alimentos e, segundo eles, preservar o meio ambiente. Além disso, será construído um documento de convergência de propostas das várias empresas do agronegócio, para ser apresentado à Rio + 20.
Os militantes da Via Campesina colaram cartazes em todo o espaço denunciando o abuso do uso de agrotóxicos, que envenena a comida da população brasileira. Além disso, estenderam faixas e fizeram um ato para que as pessoas presentes no evento pudessem ter consciência do alto consumo de venenos nas lavouras e na mesa dos brasileiros, sendo o Brasil o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. “Você já tomou sua dose de veneno hoje?”, clamavam os manifestantes.
Segundo Cleber Folgado, coordenador da Campanha Nacional de Combate aos Agrotóxicos, a CNA usa um discurso falacioso para tentar enganar a população. “Viemos aqui para denunciar e para que toda população saiba a farsa promovida pela CNA de que a agricultura do agronegócio é sustentável”. Segundo ele, além dos vários problemas sociais e ambientais promovidos por esse modelo de produção, o uso de agrotóxicos se mostra como um dos mais sérios destes.

  Ação surpresa e marcha

  A manifestação surpreendeu os organizadores do espaço e as pessoas que visitavam o local vinculado à Rio + 20. Muitos apoiaram o ato, que ocorreu de forma pacífica, e seguiu de encontro a uma marcha organizada pela Via Campesina, do Sambódromo até o píer Mauá.
“Não podemos apenas ficar em casa produzindo se queremos que a agroecologia substitua o agronegócio. Temos que sair às ruas para lutar”. Assim teve início a marcha, que reuniu 3.000 camponeses e camponesas para denunciar as falsas soluções propostas pelo agronegócio para a crise ambiental.
Os manifestantes marcharam em fileira até o estande da CNA, local de encontro das duas ações. “Aqui o agronegócio discute as falsas soluções do capitalismo. Estamos aqui para repudiar essas falsas soluções e apoiar a soberania alimentar. O povo só é soberano quando produz seus alimentos com suas sementes e livre de agrotóxicos”, afirmou Dilei, militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na Paraíba.
Os movimentos da Via Campesina propõem, ao invés do agronegócio, a soberania alimentar, que consiste em dar condições dignas para os camponeses produzirem alimentos sadios para a população, com políticas públicas que incentivem a agricultura familiar e o respeito aos conhecimentos tradicionais e à natureza.

JORNAL OECOAMBIENTAL NA RIO + 20 - E CÚPULA DOS POVOS - COMPROMISSOS DA RIO + 20


Rio+20 apresenta mais um legado: 692 compromissos voluntários para o Desenvolvimento Sustentável

   Em entrevista coletiva hoje (22/6), o Secretário-Geral da Rio+20, Sha Zukang, apresentou uma importante conquista da Rio+20: foram contabilizados 692 compromissos voluntários entre governos, ONGs e Major Groups – incluindo 500 empresas, indústrias, universidades, entre outros – nos eventos oficiais e paralelos realizados antes e durante a Conferência da ONU no Rio de Janeiro.
   No total serão investidos 513 bilhões de dólares em parcerias, programas e ações nos próximos 10 anos nas áreas de transporte, energia, economia verde, redução de desastres e proteção ambiental, desertificação, mudanças climáticas, entre outros assuntos relacionados ao desenvolvimento sustentável.
   No total foram 50 acordos que envolvem governos, 72 entre o Sistema ONU e ONGs, 226 entre empresas e a indústria, 243 entre universidades e escolas de todo mundo. Os maiores valores acordados serão doados pelo Banco de Desenvolvimento Asiático e oito dos principais Bancos Multilaterais de Desenvolvimento (MDBs, na sigla em inglês), com 175 bilhões de dólares para a área de transportes, enquanto 50 bilhões de dólares serão investidos na iniciativa do Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, ‘Energia Sustentável para Todos’. O Japão vai investir seis bilhões de dólares em programas sobre economia verde e redução de desastres, ao passo que a Alemanha se comprometeu a ajudar em ações sobre acesso a energia com 3,3 bilhões de dólares.
“A Rio+20 é sobre implementação e ações concretas. Aqui vimos que governos, Sistema ONU e Major Groups estão comprometidos de forma séria. Os acordos voluntários são uma parte fundamental do legado da Conferência e complementam o documento oficial da Rio+20. Estes acordos unem os atores-chave globais numa mesma causa, alcançar o desenvolvimento sustentável. Os governos não podem fazer este trabalho sozinhos, eles precisam do apoio do setor privado e da sociedade civil”, afirmou Sha Zukang.

JORNAL OECOAMBIENTAL NA RIO + 20 E CÚPULA DOS POVOS


Rio+20 em Números
Rio de Janeiro, 22 de junho de 2012
Durante nove dias (13 a 22 de junho), milhares de eventos foram realizados no período que antecedeu e durante a Rio+20, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, em todo Rio de Janeiro, incluindo mais de 500 eventos oficiais e paralelos no Centro de Convenções Riocentro, onde a Conferência foi realizada.
A Rio+20 foi a maior Conferência da ONU já realizada, com ampla participação de líderes dos setores privado, do governo e da sociedade civil, bem como funcionários da ONU, acadêmicos, jornalistas e o público em geral.
Abaixo estão alguns dados da Rio+20.
Compromissos:
Mais de 513 bilhões de dólares mobilizados em compromissos para o desenvolvimento sustentável, incluindo áreas como energia, transportes, economia verde, redução de desastres, desertificação, água, florestas e agricultura.
692 compromissos voluntários para o desenvolvimento sustentável registrados por governos, empresas, grupos da sociedade civil, universidades e outros.
Participantes no Riocentro, até o fechamento em 21 de junho:
  • Total de participantes: 45.381
  • Delegações de 188 Estados-Membros e três observadores
  • Mais de 100 Chefes de Estado e de Governo
  • Delegados: aproximadamente 12.000
  • ONGs e Major Groups: 9.856
  • Mídia: 4.075
  • Credenciais para os dias dos Diálogos para a sociedade civil (16 a 19): 1.781
  • Pessoal de Segurança: 4.363
  • Cerca de 5.000 pessoas trabalharam no Riocentro diariamente.
Voluntários:
  • 1.500 pessoas se ofereceram para o trabalho voluntário, incluindo os jovens, selecionadas a partir de escolas técnicas, estudantes de escolas públicas do Rio de Janeiro, estudantes universitários e profissionais de todo o Brasil.
  • Cerca de 700 jovens de comunidades vulneráveis ​​foram selecionados.
  • 5% dos voluntários eram pessoas com deficiência.
Sobre o Riocentro:
  • Área total do Riocentro: 571 mil m², dos quais 100 mil m² foram construídos para a Rio+20.
  • 205 km de rede de cabo de fibra óptica.
  • Acesso a Internet sem fio para até 32.000 usuários simultâneos.
  • 8 km de cabos telefônicos.
  • Mais de 5.000 equipamentos de TIC (computadores, equipamentos de rede).
  • Capacidade de rede equivalente a uma cidade de 120.000 habitantes.
  • Infraestrutura compartilhada de 600 estações de trabalho.
  • 17 restaurantes na praça de alimentação.
  • 36 portais de raios-X.
Transporte para o Riocentro:
  • Cerca de 350 ônibus transportaram os participantes credenciados.
  • Sete linhas de ônibus ligadas a partir do Centro, Zona Sul e Barra da Tijuca até o Riocentro.
  • Duas linhas conectadas a partir de dois aeroportos do Rio de Janeiro à área de hotéis.
Parque dos Atletas:
  • Próximo ao Riocentro, uma área de exposição, aberta ao público em geral, foi criada no Parque dos Atletas para mostrar práticas de desenvolvimento sustentável, com exposições de 57 países (área total de 7.000 m²) e 33 organizações internacionais e agências especializadas (área total de 1.305 m²).
Hotéis:
  • Segundo a Associação Brasileira de Hotéis do Rio de Janeiro, a taxa de ocupação dos hotéis foi de 95% durante os nove dias.
Acesso a informação:
  • 161 totens (pontos de informação eletrônicos) foram instalados nos principais hotéis, aeroportos e outros locais pela cidade com informações sobre o evento, dicas para o turismo na cidade, opções de transporte, a agenda da Conferência, mapas e outros serviços de informação, todos em português, inglês e espanhol.
Fontes: Nações Unidas e do Comitê Nacional Organizador (CNO) do Brasil para a Rio+20.
Para mais informações sobre a Rio+20, visite www.uncsd2012.orge www.onu.org.br/rio20

JORNAL OECOAMBIENTAL NA RIO + 20 E CÚPULA DOS POVOS - COMBATE A POBREZA NO MUNDO

  O Jornal Oecoambiental está postando em tempo real matérias direto do Riocentro na Rio + 20. As matérias são distribuídas pela imprensa internacional.

OFID se compromete com US$ 1 bilhão para o Alívio da Energia da Pobreza


OFID commits US$ 1 billion to address Energy Poverty Alleviation

OFID Director-General, Mr. Suleiman J. Al-Herbish made this announcement to the UN Secretary General Ban Ki-moon during a meeting of the UN Secretary –General’s High Level Group on Sustainable Energy for All. The meeting took place as part of the activities of the UN Conference on Sustainable Development (Rio+20). Elaborating in the content of the Ministerial Declaration, he added that the institution stood ready to scale up this commitment if warranted by demand. He also said that while OFID has always responded to its partner countries’ priorities and strategies, the institution was of the opinion that universal eradication of energy poverty required sustained international effort and that access to modern energy services is vital to support all aspects of development. Since 2007, he revealed, OFID has increased the share of energy projects in total operations. In 2011, this share amounted to 25%.

The Ministerial Declaration welcomes the “International Year of Sustainable Energy for All” and recognizes that universal access to modern energy services is an objective that the international community aspires to achieve by 2030. The Declaration concurs with the universal access to modern energy services component of the Secretary-General’s “Sustainable Energy for All Initiative.” Ministers also recalled the 2007 Solemn Declaration of the Conference of Sovereigns and Heads of States of OPEC Member Countries, the Riyadh Declaration, which emphasized that eradicating poverty should be the first and overriding global priority guiding local, regional and international efforts. Ministers also referred to the “Energy for the Poor Initiative” launched in Jeddah, in June 2008, during a meeting of energy producers and consumers, which called on OFID to consider a program of US$1 billion for alleviating energy poverty.

The Ministers declared that efforts to eradicate energy poverty must be technology-neutral. While renewable solutions are appropriate where economics permit, fossil fuels will continue to be an important contributor to energy supply. Poor countries cannot be deprived of energy for development during the transition to a more diversified energy mix, the Ministers suggested.

The Ministers call upon the Rio+20 Summit to, indeed, adopt universal access to modern energy services by 2030 as a goal for sustainable development. According to their Declaration, strong political will and long-term governmental commitment will be prerequisites to energy poverty eradication. The investment needed to ensure universal access is substantial, and all available types and sources of funding will need to be mobilized.

OFID Ministerial Declaration on Energy Poverty

JORNAL OECOAMBIENTAL NA RIO + 20 E CÚPULA DOS POVOS

  O Jornal Oecoambiental está postando  direto do Riocentro  matérias produzidas aqui da sala de imprensa da Rio + 20.  Tratam-se do resultado dos inúmeros debates, palestras,  produzidos nos eventos que circundam a grande plenária dos Chefes de Estado que acontece neste momento.

Climate change drives people into harm’s way, says UN Refugee Chief


A new report based on scores of personal testimonies from refugees in Eastern Africa finds that climate change can make people more vulnerable and can also play a part in driving them into areas of conflict and ultimately across borders and into exile.

UN High Commissioner for Refugees António Guterres introduced the report, “Climate Change, Vulnerability and Human Mobility,” while attending the Rio+20 summit on sustainable development. It was published by UNHCR and the United Nations University with support of the London School of Economics and Bonn University.

“This report confirms what we have been hearing for years from refugees. They did everything they could to stay at home, but when their last crops failed, their livestock died, they had no option but to move; movement which often led them into greater harm’s way,” said Guterres.

The study, based on discussions with around 150 refugees and internally displaced people in Ethiopia and Uganda in 2011, asked questions aimed at understanding to what extent climate change had contributed to their flight from their homes, and eventually their countries. Most of those interviewed were farmers and pastoralists from Eritrea, Somalia and eastern Sudan.

“The report highlights how important it is to understand the real experiences of vulnerable people with environmental stressors today" said Konrad Osterwalder, Rector of the United Nations University, which helped to design the research methods and implemented the fieldwork together with Bonn University, London School of Economics and UNHCR.

Most refugees reported that leaving their homes was a last resort and their first displacement was temporary and to an area close to home. The majority fled their countries after the areas they moved to were affected by insecurity or a lethal combination of violence and drought. Cross-border movement, as a direct response to climate change, was exceptional.

According to the report, many refugees described disrupted rainfall patterns in the past decade, with longer and more severe droughts than in previous years. None cited these negative shifts in weather as a direct catalyst for violent conflict, although some spoke about the scarcity of food and crops after severe drought as exacerbating pre-existing conflicts, persecution and repression.

“I am convinced that climate change will increasingly be a driver in worsening displacement crises in the world. It is very important for the world to come together to respond to this challenge,” said Guterres.

While most people displaced solely as a result of extreme weather conditions stay within their national borders, those that cross international borders are not necessarily covered by the 1951 UN Refugee Convention.

The Nansen Initiative, due to be formally launched in October 2012 by Norway and Switzerland, with the support of UNHCR and the Norwegian Refugee Council, aims to address this legal and protection gap for people displaced across borders owing to environmental change and extreme weather events.

END
Report

Climate Change, Vulnerability and Human Mobility: Perspectives of Refugees from the East and Horn of Africa: www.ehs.unu.edu/file/download/9951.pdf

The United Nations High Commissioner for Refugees (UNHCR) was established by the UN General Assembly in December 1950 as the main global refugee institution in the wake of the Second World War. UNHCR's original mandate was to help refugees, but in the six decades since the creation of the agency its work has grown to include helping many of the world's internally displaced people and those who are stateless (those lacking recognized citizenship and the human rights that accompany this). UNHCR has twice been awarded the Nobel Peace Prize (1954 and 1981) and now provides protection and assistance to some 26 million people around the world. It has more than 7,500 staff members, working in 126 countries around the world.

The United Nations University (UNU) is the academic arm of the United Nations. Through a problem-oriented and interdisciplinary approach, it aims at applied research and education on a global scale. Its goal is to develop sustainable solutions for current and future problems of humankind in all aspects of life. UNU was founded in 1973 as an autonomous organ of the United Nations General Assembly, and has its headquarters in Tokyo, Japan, and over a dozen institutes and programmes worldwide.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

CÚPULA DOS POVOS NA RIO + 20 - ENCONTRO DE REPRESENTANTES DA CÚPULA DOS POVOS COM O SECRETÁRIO GERAL DA RIO + 20 - NESTA SEXTA-FEIRA DIA 22 DE JUNHO


Secretário-geral da ONU recebe delegação da Cúpula dos Povos

  Uma delegação de representantes do Grupo de Articulação (GA) do Comitê Facilitador da Sociedade Civil (CFSC) para a Rio+20/Cúpula dos Povos vai se reunir com o secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, na sexta-feira (22), às 9h, no Riocentro, onde se realiza a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável-Rio+f20. No encontro, os representantes de 38 redes de entidades da sociedade civil brasileiras e internacionais apresentarão o documento final da Assembleia dos Povos, principal instância deliberativa da Cúpula dos Povos, cuja segunda etapa acontece hoje, quinta-feira (21), no Aterro do Flamengo, às 14h.
   Pelo GA da Cúpula dos Povos, foram indicados como porta-vozes: Sharan Burrow, da Confederação Sindical Internacional; Mnimmo Bassey, ambientalista nigeriano; a canadense Nettie Wiebe, da Via Campesina Internacional; a sul-africana Mercia Andrews, do movimento de mulheres; e o brasileiro Antonio Marcos Alcântara de Oliveira, pelos povos indígenas. A abertura será feita por Iara Pietricovsky, do Inesc.
Encontro de delegação do GA da Cúpula dos Povos com Ban Ki Moon, secretário-geral da ONU
Horário: 9h às 9h45

   ( Fonte: Cúpula dos Povos - http://cupuladospovos.org.br/)