QUEREMOS VENCER A “COPA” DA CONQUISTA DE UMA SOCIEDADE SUSTENTÁVEL E
PARA TODOS
O Brasil continua saindo às ruas em busca de novos caminhos para promover a
conquista de melhor qualidade de vida PARA TODOS. Milhares de pessoas em várias capitais e
cidades do país ocupam ruas em defesa de uma melhor qualidade de transporte
público, saúde, educação públicas, levantando várias
bandeiras em busca do respeito á valorização da vida e de todo meio ambiente.
"É o povo que produz o show e assina a direção"
Um acontecimento que alguns dias
antes das manifestações de São Paulo pelo passe livre, nos chamou a atenção: a
luta dos povos indígenas para serem respeitados em sua diversidade cultural.
Esta atitude parece que sacudiu nossa identidade brasileira em busca de um Brasil
melhor, sustentável e para todos. A luta dos povos indígenas contra a construção de Belo Monte, em defesa da floresta Amazônica, coincide com a luta das populações tradicionais quilombolas, de toda a sociedade brasileira, que quer melhores condições de vida, trabalho e meio ambiente sadio para todos.
As manifestações públicas alcançaram praticamente todo o país, surgiram após a reação dos povos indígenas e prolongaram-se questionando o
aumento das passagens em São Paulo. Estas manifestações simbolizam a luta dos povos indígenas, dos movimentos socioambientais do país,
dos estudantes reivindicando passe livre e redução das tarifas, acrescidos de inúmeras reivindicações da sociedade brasileira, como saúde e educação pública de melhor qualidade. Estas
manifestações conseguiram acordar o “Gigante adormecido”. A sociedade civil brasileira quer ser respeitada. Por que não investir também os recursos gastos com a copa do mundo nas áreas de transporte, alimentação, saúde, educação públicas no campo e nas cidades ? Continuamos sendo felizes apreciando o bom futebol, o carnaval, nossa cultura e identidade nacional lutando por uma sociedade ambientalmente mais justa e fraterna. Um país que detém uma das maiores
biodiversidades do planeta vem dando seu grito de basta de tanta opressão e ensaia
passos de uma tomada de consciência coletiva para a construção de uma sociedade
mais justa, sadia e ambientalmente mais saudável.
A população brasileira vem sofrendo com as
desigualdades socioambientais. Não queremos repetir o triste exemplo do dinheiro
público investido em estádios na África do Sul na última copa do mundo, em que
os estádios transformaram-se em “elefantes brancos”. As recentes privatizações de vários setores da
economia agravaram a crise social no país. São mais de dois mil reais de
diferença entre o salário mínimo vigente e o salário mínimo necessário para se
manter uma família de quatro pessoas no Brasil. Em maio de 2013 o salário
mínimo necessário segundo o DIEESE, deveria ser de R$ 2.873,56, enquanto o
vigente no país é de R$ 678,00. A saúde e educação públicas que são direito da
população, estão cada vez mais privatizadas. Professores e funcionários públicos
na área de educação e saúde com péssimos salários e péssimas condições de
trabalho. Como manter e cuidar de uma família com tamanha desigualdade ?
A agricultura familiar que
produz mais de 70% dos alimentos que chegam à mesa da população brasileira
carece de ser respeitada e valorizada. Nós brasileiros consumimos cada vez mais
produtos químicos nos alimentos. É preciso que os agricultores familiares
brasileiros tenham acesso a créditos e incentivos para a produção
agroecológica. Assim como a tarifa zero
no transporte público, a população brasileira deveria ter a cesta básica
gratuita, com qualidade e para todos. Temos
condições climáticas, solos férteis e grandes áreas agrícolas que podem
produzir alimentos de qualidade para toda a população.
QUAL CAMINHO QUEREMOS SEGUIR ?
Com partidos políticos obsoletos, desgastados
politicamente e sem sintonia com os movimentos socioambientais, as ruas demonstram
o conflito entre as demandas sociais urgentes que o Brasil clama e a
burocratização política dos partidos e parlamento. A sociedade civil vem amadurecendo os
caminhos de qual sociedade queremos. Produzir riquezas como uma das maiores
economias do mundo sem distribuí-las para a maioria da população não é o
caminho do Brasil.
Um exemplo dos contrastes
entre o dinheiro investido na organização da Copa das Confederações e a falta
de recursos para a educação, transporte, saúde, alimentação públicas de
qualidade é o espaço montado por uma rede de comunicação, com empresas
transnacionais na Praça da Estação em BH.
Infra-estrutura milionária para jogos da Copa das Confederações na Praça da Estação BH
Mais de 180 milhões de reais
investidos na organização da copa em BH, em infra-estrutura de palanques, telões, arquibancadas. No
jogo entre Nigéria e Taiti em BH estiveram vazias. A exclusão a uma vida digna da maioria dos brasileiros contrasta com os milhões de dinheiro público gastos nos estádios, onde os preços dos ingressos excluem a maioria da população que aprecia o bom futebol. O poder público não
democratiza o acesso à cultura e comunicação de qualidade, na valorização da cultura nacional,
regional, popular como deveria durante o ano. A população nesses espaços de
telões é "adestrada" a consumir sem limites.
Somos seres humanos e temos direito de conquistar uma qualidade de vida melhor para todos nós.
Felizmente a genialidade do Brasil nos gramados faz a alegria de multidões no
mundo, independentemente da tentativa de privatização da felicidade. A prática do bom futebol democratiza a felicidade. Queremos o bem viver, o direito a felicidade
para todos.
Vale ressaltar o
pronunciamento da Presidenta Dilma de que: “manifestações pacíficas fazem parte
da democracia”.
Queremos o equilíbrio entre
produção e consumo. Não adianta incentivar consumo sem ter qualidade de vida.
As cidades brasileiras estão nas ruas porque todos nós exigimos qualidade de
vida para todos. Todos nós sabemos que
não há democracia política sem democracia econômica. Queremos uma democracia
popular de fato no Brasil de baixo para cima. Com representantes públicos que
vivam a vida da maioria da população, tanto recebendo remunerações como a
maioria dos brasileiros, quanto utilizando os sistemas públicos de saúde,
educação e transporte. Será que se um parlamentar recebesse o salário mínimo
vigente e utilizasse os sistemas públicos de saúde, educação e transporte as
desigualdades socioambientais no Brasil se manteriam tão opressivas ?
QUE O BRASIL SIGA UNIDO, CONSTRUINDO
O CAMINHO DE UMA SOCIEDADE SUSTENTÁVEL E DÊ UM BOM EXEMPLO PARA O MUNDO PARA
QUE SOCIEDADES SUSTENTÁVEIS SEJAM ERGUIDAS COM A VALORIZAÇÃO DA VIDA, DOS SERES
HUMANOS, COM A CONQUISTA DE UM MEIO AMBIENTE SADIO E COM QUALIDADE DE VIDA PARA
TODOS.