segunda-feira, 2 de setembro de 2013

TEORIAS SOBRE A SOCIOLOGIA E O MEIO AMBIENTE


  
SOCIOLOGIA DO MEIO AMBIENTE
 
  Um grande foco de análise para a sociologia na sociedade pós-industrial, pós-moderna ou contemporânea em que vivemos neste início de século XXI são os conflitos socioambientais. Partindo-se de uma análise metodológica  da sociologia do meio ambiente ou socioambiental, a implantação e o trabalho do Jornal O Ecoambiental busca argumentar e dar visibilidade aos caminhos possíveis de construção da sustentabilidade.
 
   O Brasil pela nossa singularidade e diversidade cultural vem trilhando um caminho original, verde e amarelo, pluri etnico de cidadania socioambietal. Estaremos recapitulando parte da história de construção do saber sociológico como forma de contribuir com outras ciências, saberes e culturas para a construção do Brasil sustentável que queremos. Esta proposta de teorização vem de encontro a fazermos uma retrospectiva histórica de conceitos, teorias, saberes que podem ganhar significação se agirmos, construirmos uma práxis visando a resolução dos problemas socioambientais que se agravam em nossa sociedade.
 
   Uma questão básica, inicial é a conceituação do que é sociologia, sociologia ambiental. Como existem várias propostas metodológicas dentro da sociologia vamos argumentar sobre algumas.
 
O QUE É SOCIOLOGIA
 
  
   "A sociologia é a parte das ciências humanas que estuda o comportamento humano em função do meio e os processos que interligam os indivíduos em associações, grupos e instituições. Enquanto o indivíduo na sua singularidade é estudado pela psicologia, a sociologia tem uma base teórico-metodológica voltada para o estudo dos fenômenos sociais, tentando explicá-los e analisando os seres humanos em suas relações de interdependência. Compreender as diferentes sociedades e culturas é um dos objetivos da sociologia.
   Os resultados da pesquisa sociológica não são de interesse apenas de sociólogos(as). Cobrindo todas as áreas do convívio humano — desde as relações na família até a organização das grandes empresas, o papel da política na sociedade ou o comportamento religioso —, a sociologia pode vir a interessar, em diferentes graus de intensidade, a diversas outras áreas do saber. Entretanto, os maiores interessados na produção e sistematização do conhecimento sociológico atualmente são o Estado, normalmente o principal financiador da pesquisa desta disciplina científica, e a sociedade civil organizada (movimentos sociais por exemplo).
    Assim como toda ciência, a sociologia pretende explicar a totalidade do seu universo de pesquisa. Ainda que esta tarefa não seja objetivamente alcançável, é tarefa da sociologia transformar as malhas da rede com a qual ela capta a realidade social cada vez mais estreitas. Por essa razão, o conhecimento sociológico, através dos seus conceitos, teorias e métodos, pode constituir para as pessoas um excelente instrumento de compreensão das situações com que se defrontam na vida cotidiana, das suas múltiplas relações sociais e, consequentemente, de si mesmas como seres inevitavelmente sociais. 
 
   A sociologia ocupa-se, ao mesmo tempo, das observações do que é repetitivo nas relações sociais para daí formular generalizações teóricas; e também se interessa por eventos únicos sujeitos à inferência sociológica (como, por exemplo, o surgimento do capitalismo ou a gênese do Estado Moderno), procurando explicá-los no seu significado e importância singulares).” (Wikipédia)
 
O QUE É A SOCIOLOGIA AMBIENTAL
 
 
“Sociologia Ambiental é um ramo da sociologia que se dedica ao estudo sociológico da vida social e das interações ambientais. Teve um grande desenvolvimento da década de 70, com o crescente das preocupações ambientais." ( Wikipédia )
 

PROJETO DEFENDE TARTARUGAS DO DELTA - PIAUÍ



  










 
Video apresentado no stand do Instituto Tartarugas do Delta na Sustentar 2013 
Foto: Jornal O Ecoambiental

O Jornal O Ecoambiental esteve presente na Sustentar 2013 ( Fórum Internacional sobre sustentabilidade promovido pelo Instituto Sustentar) realizada no Minascentro em Belo Horizonte e conheceu o Projeto Biomade que “desenvolve atividades visando o desenvolvimento comunitário com ações educativas e econômicas sempre levando aos envolvidos nas ações a importância da preservação da fauna marinha.”

Entrevista com Edlaine do Instituto Tartarugas do Delta


  Stand Instituto Tartarugas do Delta -  Sustentar 2013
 - Foto: Jornal O Ecoambiental

Jornal O Ecoambiental: Edlaine vocês realizam um trabalho em benefício das tartarugas marinhas ?
Edlaine: Trabalhamos com a biodiversidade marinha do delta, tanto as tartarugas marinhas, quanto a biodiversidade, o peixe-boi, golfinhos, cavalo marinho. De acordo com a lista dos animais ameaçados de extinção do Ibama na região.

Jornal O Ecoambiental: Como se chama a instituição de vocês ?
Edlaine: Somos do Instituto Tartarugas do Delta e executamos atualmente o Projeto Biomade que é patrocinado pela Petrobras, através do Programa Petrobras Ambiental que ajuda a fortalecer o trabalho de conservação de nossa região.

Jornal O Ecoambiental: E esta região fica no Piauí ?
Edlaine: No Piauí. Temos uma APA - Área de Proteção Ambiental - que é um tipo de Unidade de Conservação.. Trabalhamos dentro desta área de Proteção Ambiental Dentro desta área estão parte dos Estados do Maranhão, Piauí e Ceará, do Delta.

  O Delta do Parnaíba está situado entre os Estados brasileiros do Maranhão e do Piauí. O Rio Parnaíba é um dos únicos rios do mundo com foz em delta em mar aberto. Possui uma paisagem exuberante com dunas, mangues e ilhas fluviais. Em geografia, designa-se por delta a foz de um rio formada por vários canais ou braços do leito do rio1  (Wikipédia)


sexta-feira, 23 de agosto de 2013

ARTIGO DE FREI BETTO


INSUSTENTABILIDADE DOS AGROTÓXICOS

Frei Betto


   O Brasil é o campeão mundial no uso de agrotóxicos no cultivo de alimentos. Cerca de 20% dos pesticidas fabricados no mundo são despejados em nosso país. Um bilhão de litros ao ano: 5,2 litros por brasileiro!

   Ao recorde quantitativo soma-se o drama de autorizarmos o uso das substâncias mais perigosas, já proibidas na maior parte do mundo por causarem danos sociais, econômicos e ambientais.

   Pesquisas científicas comprovam os impactos dessas substâncias nas vidas de trabalhadores rurais, consumidores e demais seres vivos, revelando como desencadeiam doenças como câncer, disfunções neurológicas e má formação fetal, entre outras.

   Aumenta a incidência de câncer em crianças. Segundo a oncologista Silvia Brandalise, diretora do Centro Infantil Boldrini, em Campinas (SP), os pesticidas alteram o DNA e levam à carcinogênese.

   O poder das transnacionais que produzem agrotóxicos (uma dúzia delas controla 90% do que é ofertado no mundo) permite que o setor garanta a autorização desses produtos danosos nos países menos desenvolvidos, mesmo já tendo sido proibidos em seus países de origem.

   As pesquisas para a emissão de autorizações analisam somente os efeitos de cada pesticida isoladamente. Não há estudos que verifiquem a combinação desses venenos que se misturam no ambiente e em nossos organismos ao longo dos anos.

   É insustentável a afirmação de que a produção de alimentos, baseada no uso de agrotóxicos, é mais barata. Ao contrário, os custos sociais e ambientais são incalculáveis. Somente em tratamentos de saúde há estimativas de que, para cada Real gasto com a aquisição de pesticidas, o poder público desembolsa R$1,28 para os cuidados médicos necessários. Essa conta todos nós pagamos sem perceber.

   O modelo monocultor, baseado em grandes propriedades e utilização de agroquímicos, não resolveu e nem irá resolver a questão da fome mundial (872 milhões de desnutridos, segundo a FAO).

   Esse sistema se perpetua com a expansão das fronteiras de cultivo, já que ignora a importância da biodiversidade para o equilíbrio do solo e do clima, fazendo com que as áreas utilizadas se degradem ao longo do tempo. Ele cresce enquanto há novas áreas a serem incorporadas, aumentando a destruição ambiental e o êxodo rural.

   Em um planeta finito, assolado por desequilíbrios crescentes, a terra fértil e saudável é cada vez mais preciosa para garantir a sobrevivência dos bilhões de seres humanos.

   Infelizmente não há meio termo nesse setor. É impossível garantir a qualidade, a segurança e o volume da produção de alimentos dentro desse modelo degradante. Não há como incentivar o uso correto de pesticidas. Isso não é viável em um país tropical como o Brasil, em que o calor faz roupas e equipamentos de segurança, necessários para as aplicações, virarem uma tortura para os trabalhadores.

   Há que buscar solução na transição agroecológica, ou seja, na gradual e crescente mudança do sistema atual para um novo modelo baseado no cultivo orgânico, mantendo o equilíbrio do solo e a biodiversidade, e redistribuindo a terra em propriedades menores.

   Isso facilita a rotatividade e o consórcio de culturas, o combate natural às pragas e o resgate das relações entre os seres humanos e a natureza, valorizando o clima e as espécies locais.

   Existem muitas experiências bem-sucedidas em nosso país e em todo o mundo, que comprovam a viabilidade desse novo modelo. Até em assentamentos da reforma agrária há exemplos de como promover a qualidade de vida, a justiça social e o desenvolvimento sustentável.

   Para fomentar esse debate e exigir medidas concretas por parte do poder público foi criada, em abril de 2011, a Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida. Dela participam cerca de 50 organizações, como a Via Campesina, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC), a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e a Federação dos Trabalhadores do Ramo Químico da CUT no Estado de São Paulo (FETQUIM). Confira o site na internet: www.contraosagrotoxicos.org

   A campanha visa a conquista da verdadeira soberania alimentar, para que o Brasil deixe de ser um mero exportador de commodities (com geração de grandes lucros para uma minoria, e imensos danos à população), para se tornar um território em que a produção de alimentos se faça com dignidade social e de forma saudável.

   A outra opção é seguir nos iludindo com os falsos custos dos alimentos, envenenando nossa terra, reduzindo a biodiversidade, promovendo a concentração de renda, a socialização dos prejuízos e a criação de hospitais especializados no tratamento de câncer, como ocorre em Unaí (MG), onde se multiplicam os casos dessa gravíssima doença, devido ao cultivo tóxico de feijão.



Frei Betto é escritor, autor, em parceria com Marcelo Barros, de “O amor fecunda o Universo – ecologia e espiritualidade” (Agir), entre outros livros.