sexta-feira, 25 de outubro de 2013

IV CNMA ENTRA NO CICLO DE DEBATES

                            Participantes da IV CNMA - Brasília - Foto: Jornal O Ecoambiental

A IV Conferência Nacional de Meio Ambiente tem uma participação total de mais de 200 mil pessoas envolvidas. Para se chegar a esta etapa nacional  que acontece neste momento em Brasília, no Centro Internacional de Convenções do Brasil,  ocorreram  643 conferências municipais, 179 regionais, que envolveram 3.009 municípios, totalizando 3.652 municípios 65,61% dos municípios brasileiros.
   
                                           IVCNMA     - Foto: Jornal O Ecoambiental

O tema central da IV CNMA é resíduos sólidos, onde são discutidos 4 eixos temáticos: 1 – Produção e consumo sustentáveis;  2 – redução dos impactos ambientais; 3 – geração de trabalho, emprego e renda;  4 – educação ambiental.
  Nesta   sexta-feira acontecem os ciclos de debates com diversos temas como : a Lei nº 12.305; erradicação dos lixões; resíduos sólidos no meio rural; desperdício de alimentos e combate à fome; logística reversa e sua implantação; a construção civil e a política nacional de resíduos sólidos, dentre outros.
   



quinta-feira, 24 de outubro de 2013

JORNAL O ECOAMBIENTAL PRESENTE NA IV CNMA EM BRASÍLIA

                IV CNMA -Brasília - DF - credenciamento - Foto: Jornal O Ecoambiental

     O Jornal O Ecoambiental está presente na IV Conferência Nacional de Meio Ambiente, que reúne 1352 representantes de todos os Estados e DF e discutem principalmente a Política Nacional de Resíduos  Sólidos. Mais de duas mil pessoas estão presentes.  Temos participado destes debates desde a etapa municipal de BH, passando pela IV CNMA de MG, onde consideramos que é fundamental ouvir todos os segmentos da sociedade, assim como todas as áreas de meio ambiente. Presenciamos hoje a mobilização intensa dos catadores de materiais recicláveis que devem argumentar a importância dos catadores para a implantação da Política Nacional de Resíduos.  Daqui a pouco acontecerá um show de abertura da IV CNMA   com Zeca Baleiro. A IV CNMA como todas as Conferências expressam, em conteúdo, os conflitos socioambientais presentes na sociedade.  Nosso Jornal O Ecoambiental acompanha passo a passo os desdobramentos da IV CNMA e convida aos nossos leitores para também acompanharem o que vem sendo tratado neste evento, que busca avançar nas conquistas da sociedade civil por um meio ambiente melhor para todos.













Participantes da IVCNMA - Foto: Jornal O Ecoambiental



domingo, 20 de outubro de 2013

CEM ANOS DE VINÍCIUS DE MORAES


Pátria Minha 
Vinicius de Moraes 

A minha pátria é como se não fosse, é íntima
Doçura e vontade de chorar; uma criança dormindo
É minha pátria. Por isso, no exílio
Assistindo dormir meu filho
Choro de saudades de minha pátria.

Se me perguntarem o que é a minha pátria, direi:
Não sei. De fato, não sei
Como, por que e quando a minha pátria
Mas sei que a minha pátria é a luz, o sal e a água
Que elaboram e liquefazem a minha mágoa
Em longas lágrimas amargas.

Vontade de beijar os olhos de minha pátria
De niná-la, de passar-lhe a mão pelos cabelos...
Vontade de mudar as cores do vestido (auriverde!) tão feias
De minha pátria, de minha pátria sem sapatos
E sem meias, pátria minha
Tão pobrinha!

Porque te amo tanto, pátria minha, eu que não tenho
Pátria, eu semente que nasci do vento
Eu que não vou e não venho, eu que permaneço
Em contato com a dor do tempo, eu elemento
De ligação entre a ação e o pensamento
Eu fio invisível no espaço de todo adeus
Eu, o sem Deus!

Tenho-te no entanto em mim como um gemido
De flor; tenho-te como um amor morrido
A quem se jurou; tenho-te como uma fé
Sem dogma; tenho-te em tudo em que não me sinto a jeito
Nesta sala estrangeira com lareira
E sem pé-direito.

Ah, pátria minha, lembra-me uma noite no Maine, Nova Inglaterra
Quando tudo passou a ser infinito e nada terra
E eu vi alfa e beta de Centauro escalarem o monte até o céu
Muitos me surpreenderam parado no campo sem luz
À espera de ver surgir a Cruz do Sul
Que eu sabia, mas amanheceu...

Fonte de mel, bicho triste, pátria minha
Amada, idolatrada, salve, salve!
Que mais doce esperança acorrentada
O não poder dizer-te: aguarda...
Não tardo!

Quero rever-te, pátria minha, e para
Rever-te me esqueci de tudo
Fui cego, estropiado, surdo, mudo
Vi minha humilde morte cara a cara
Rasguei poemas, mulheres, horizontes
Fiquei simples, sem fontes.

Pátria minha... A minha pátria não é florão, nem ostenta
Lábaro não; a minha pátria é desolação
De caminhos, a minha pátria é terra sedenta
E praia branca; a minha pátria é o grande rio secular
Que bebe nuvem, come terra
E urina mar.

Mais do que a mais garrida a minha pátria tem
Uma quentura, um querer bem, um bem
Um libertas quae sera tamen
Que um dia traduzi num exame escrito:
"Liberta que serás também"
E repito!

Ponho no vento o ouvido e escuto a brisa
Que brinca em teus cabelos e te alisa
Pátria minha, e perfuma o teu chão...
Que vontade me vem de adormecer-me
Entre teus doces montes, pátria minha
Atento à fome em tuas entranhas
E ao batuque em teu coração.

Não te direi o nome, pátria minha
Teu nome é pátria amada, é patriazinha
Não rima com mãe gentil
Vives em mim como uma filha, que és
Uma ilha de ternura: a Ilha
Brasil, talvez.

Agora chamarei a amiga cotovia
E pedirei que peça ao rouxinol do dia
Que peça ao sabiá
Para levar-te presto este avigrama:
"Pátria minha, saudades de quem te ama…
Vinicius de Moraes."