quinta-feira, 9 de setembro de 2021

MATA DO PLANALTO - BELO HORIZONTE - MG

 

MOVIMENTO SALVE A MATA DO PLANALTO

 União vitoriosa da comunidade em defesa do meio ambiente

Mata do Planalto - Belo Horizonte Foto: Divulgação


Entrevista exclusiva do Jornal Oecoambiental  com Magali Ferraz Trindade, presidente da Associação Comunitária do Planalto e Adjacências e do Movimento Salve a Mata do Planalto

  • Magali Ferraz

Jornal Oecoambiental: Magali, quando você começou a perceber a importância do meio ambiente para todos nós?

 Magali: Sempre tive uma convivência harmoniosa com a natureza. Nasci em um sitio na zona da Mata Mineira, na cidade de Mirai. Inclusive tem uma reserva ecológica protegida por Lei, muitas nascentes, animais e muitas aves. Soube desde de pequena a respeitar e amar a natureza.

Jornal Oecoambiental:  Qual a importância da Mata do Planalto para Belo Horizonte?

Magali: A Mata do Planalto se trata de um ativo ambiental muito importante para a região Norte e pra cidade de BH. A Mata possui cerca de 200.000 metros quadrados de Mata Atlântica. Possui animais, vegetação na lista de extinção e mais de 68 espécies de aves. Ela é fonte de recursos hídricos com mais de 20 nascentes que formam o Córrego do Bacuraus, deságua no Rio das Velhas e correm pro rio São Francisco. É a nossa qualidade de vida, purificação do ar, banco de sementes, temperatura mais amena, evita inundações no entorno, garante a preservação das espécies e refúgio dos pássaros. Estamos vivendo uma crise hídrica jamais vista devido ao desmatamento.  Preserva-la é a garantia de se manter as nascentes e todos os seres ali existentes. Contudo, devido a cidade estar cada dia mais árida, manter a Mata do Planalto em toda sua amplitude é colaborar com a cidade com seu verde, sua beleza e o manancial, que muito colabora o abastecimento de BH.

 

Mata do Planalto   Foto: Divulgação

Jornal Oecoambiental: Como teve início o movimento pela preservação da mata?

 Magali: O movimento teve início no final de 2009 quando fiquei sabendo que a Construtora iria construir 16 prédios de 16 andares, com cerca de 760 apartamentos e mais de 3.600 vagas de garagem em 2 condomínios de luxo. Procurei a Associação Comunitária do Planalto e Adjacências, mesmo sabendo ser área particular. E denominamos ser "Mata do Planalto" e não Mata do Macial do Lago como era conhecida. O individual não pode sobrepor sobre o coletivo. E assim iniciamos a luta pela preservação total da Mata do Planalto. Começamos com Audiências Públicas, manifestações semestrais, eventos culturais, carreatas, abraços na Mata, caminhada com o Vicariato da Igreja Católica, eventos Ecumênicos. Procuramos o Ministério Público, Defensoria Pública, em 2 Ações Civis Públicas e 1 Ação Popular elaborada pelo Advogado voluntário, Dr. Wilson Campos e o grupo Gesta (Grupo de Estudos e Temáticas Ambientais) que fez o Estudo de Impacto de Vizinhança, documento esse que se juntou à Ação Civil Pública do Ministério Público.

Jornal Oecoambiental: Quais as conquistas e vitórias o Movimento da Mata do Planalto tem alcançado?

 Magali:  A conquista dessa luta de preservação ambiental foi a persistência, muita Fé.  Conseguimos nesses mais de 12 anos a adesão de vários movimentos  sociais, ambientais,  diversas universidades, o MAMBH( Movimento de Associações de BH) que foi criado nessa época, vários vereadores que abraçaram a causa e a atitude do atual prefeito, Alexandre Kalil em preservar a Mata 100%. Ele ofereceu terrenos pra Construtora, utilizando o TDC (Transferência do Direito de Construir), que existe no Estatuto da Cidade. Agora mais uma etapa, assim que o Projeto de Lei for para Câmara Municipal, vamos pressionar os vereadores votarem a favor da preservação total da Mata do Planalto.

Nascente da Mata do Planalto Foto: divulgação

Jornal Oecoambiental: Quais os principais desafios que o movimento enfrenta?

Magali:  A participação popular é fundamental. Temos que ter consciência que devemos lutar pelos nossos direitos, tendo em vista, que já perdemos 1/3 da cobertura vegetal da cidade. A destruição do verde é desumana e desnecessária. Não podemos permitir que a vontade popular seja atropelada e criminosamente destruir o nosso planeta terra. Nós somos o meio ambiente e devemos garantir a vida em toda a sua amplitude.  

A Lei Federal no seu artigo 225 reza: "Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações".. Nós é que temos que mostrar a nossa força e lutarmos para se garantir a nossa qualidade de vida e deixarmos um legado para as presentes e futuras gerações.

 Jornal Oecoambiental: Nosso muito obrigado Magali, pela entrevista. Que possamos seguir conquistando, pela união das pessoas, comunidades e instituições, melhores condições socioambientais para todos.

segunda-feira, 6 de setembro de 2021

SONS DA NATUREZA



 

JOVENS AFRODESCENDENTES REPRESENTAM O BRASIL EM FÓRUM INTERNACIONAL

 

Jovens lideranças negras representam o Brasil em Fórum Internacional na Costa Rica

FONTE: ONU - BRASIL
  • O governo da Costa Rica realizou o “Fórum Internacional de Alto Nível: Reafirmando o Compromisso das Pessoas Afrodescendentes por Reconhecimento, Justiça e Desenvolvimento”.
  • O evento, que tem apoio do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), marcou o primeiro Dia Internacional de Pessoas Afrodescendentes, celebrado em 31 de agosto.
  • Para o secretário-geral da ONU, a data é, ao mesmo tempo, uma celebração das enormes contribuições dos afrodescendentes, um reconhecimento há muito esperado das profundas injustiças e discriminação sistêmica enfrentados por eles até hoje; e um apelo urgente à ação de todos, em todos os lugares, para se comprometerem a erradicar o mal do racismo.
  • Os brasileiros Daniel Paixão, fundador do projeto Fruto de Favela, de Pernambuco, e a ativista, pesquisadora e assistente de programa do UNFPA Brasil Midiã Noelle compartilharam experiências durante o evento, a convite do UNFPA.
Legenda: A assistente de programa do UNFPA, Midiã Noelle (ao centro) e o ativista Daniel Paixão (à direita) foram convidados pelo UNFPA
Foto: © Fórum Alto Nível

   Em celebração ao último 31 de agosto, comemorado pela primeira vez como o Dia Internacional de Pessoas Afrodescendentes, o governo da Costa Rica realiza o “Fórum Internacional de Alto Nível: Reafirmando o Compromisso das Pessoas Afrodescendentes por Reconhecimento, Justiça e Desenvolvimento”. O evento, que tem apoio do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), contou com a participação de jovens lideranças negras brasileiras, que falaram, a convite do UNFPA, sobre enfrentamento ao racismo, violência contra a comunidade negra e ações afirmativas, entre outras coisas.

   O fundador do projeto Fruto de Favela, Daniel Paixão, compartilhou um pouco de sua trajetória como um jovem ativista em sua comunidade, na cidade de Paulista, em Pernambuco, e ressaltou a importância dos investimentos na juventude e em seus potenciais.

   Daniel é integrante do Observatório da Juventude e participou da Roda das Juventudes Já!, promovidas pelo Fundo de População da ONU em parceria com outras organizações. “Fico muito grato de ter oportunidade de poder dialogar e compartilhar experiências com jovens de outras nações, para construir soluções e ações afirmativas com o objetivo de combater as problemáticas raciais e as desigualdades, que acabam dificultando nossas vivências em diversos territórios. Estou lisonjeado de poder estar nesse espaço e por aprender, sobretudo. Vou retornar ao Brasil com mais garra e energia”, afirmou.

Legenda: Representantes de vários países que se apresentaram no Fórum ao lado do diretor regional do Fundo de População da ONU, Harold Robinson (à esq)
Foto: © UNFPA

   Também integrou o fórum como convidada a ativista e assistente de programa do UNFPA Brasil Midiã Noelle, que é mestre em cultura e pesquisadora dos temas de violência, comunicação e juventude. “Durante o evento, falei sobre como o racismo é estrutural e se encontra de forma institucionalizada nos setores público e privado, afetando diretamente a vida dos e das jovens”, acrescenta.

   Ela partilhou ainda boas práticas de oportunidades para jovens negros e negras. “Nesse sentido, compartilhei a experiência do UNFPA Brasil com o Estágio Afirmativo, assim como outras ações que viabilizem o acesso e permanência de pessoas negras em espaços de tomada de decisão e poder”, conclui.

   Dia Internacional - Para o secretário-geral da ONU, António Guterres, o primeiro Dia Internacional de Pessoas Afrodescendentes é, ao mesmo tempo, uma celebração das enormes contribuições dos afrodescendentes em todos os campos da atividade humana, um reconhecimento há muito esperado das profundas injustiças e discriminação sistêmica que os afrodescendentes têm sofrido por séculos e continuam a enfrentar hoje; e um apelo urgente à ação de todos, em todos os lugares, para se comprometerem a erradicar o mal do racismo.

"Reconhecer o legado entrincheirado da escravidão, reparar os erros da história e destruir a mentira maligna da supremacia exige persistência e ação todos os dias, em todos os níveis, em todas as sociedades", destacou Guterres, em seu discurso.

   O secretário-geral lembrou projeto e iniciativas da ONU para combater o racismo, como o projeto Rota dos Escravos da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) e a iniciativa do Fundo das Nações Unidas para Atividades Populacionais (UNFPA) para investir em jovens afrodescendentes.

   Guterres também citou a Agenda Rumo a Mudanças Transformativas para Justiça e Igualdade Racial lançada pelo Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para Direitos Humanos (ACNUDH), que busca desmantelar o racismo sistêmico, garantir a responsabilização e fornecer justiça reparatória. Além disso, a Assembleia Geral iniciou o Fórum Permanente sobre Afrodescendentes e Conselho de Direitos Humanos estabeleceu um novo mecanismo independente para promover a justiça racial e a igualdade na aplicação da lei.

   "Juntos, vamos nos comprometer a fazer nossa parte e levar adiante a promessa de igualdade, justiça e dignidade para todos", conclamou Guterres.

   O evento - O “Fórum Internacional de Alto Nível: Reafirmando o Compromisso das Pessoas Afrodescendentes por Reconhecimento, Justiça e Desenvolvimento” tem o objetivo de avaliar os avanços e os desafios da implementação da agenda da Década Internacional de Pessoas Afrodescendentes, que começou em 2014 e segue até 2015. O Fórum também discute outros compromissos pactuados internacionalmente em defesa dos direitos das pessoas afrodescendentes, como a Conferência de Durban e a Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (CIPD). O evento segue sendo realizado até 4 de setembro.

EDUCAÇÃO SOCIOAMBIENTAL REVITALIZANDO O MEIO AMBIENTE

OBS.: Vídeo retrata acontecimentos antes do surgimento da pandemia. 


 

OS ESCOTEIROS E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A EDUCAÇÃO SOCIOAMBIENTAL


OBS.: Vídeo retrata acontecimentos antes do surgimento da pandemia.