sexta-feira, 1 de julho de 2022

RELATÓRIO DO FUNDO GLOBAL PARA EDUCAÇÃO - ONU - AFIRMA QUE 222 MILHÕES DE CRIANÇAS NO MUNDO NECESSITAM DE APOIO EDUCACIONAL

  FONTE: ONU-BRASIL 

   O Fundo Global para a Educação em Emergências da ONU lançou um relatório chocante mostrando que 222 milhões de crianças em idade escolar precisam de apoio educacional.

O Fundo Global destacou que uma em cada dez crianças afetadas por crises que frequentam o ensino primário, fundamental ou médio está, de fato, atendendo aos requisitos de proficiência em matemática e leitura.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que governos, empresas, fundações e indivíduos precisam apoiar o trabalho vital do Fundo Global. Milhões de crianças vulneráveis se agarram desesperadamente à esperança de que a educação realize seus sonhos. A necessidade delas nunca foi tão grande e urgente, apontou o fundo.

Crianças deslocadas em uma escola em Camarões.
Legenda: Crianças deslocadas em uma escola em Camarões.
Foto: © Daniel Beloumou/A Educação Não Pode Esperar

    Um novo relatório chocante da ONU mostrou que o número de crianças em idade escolar afetadas por crises e que precisam de apoio educacional cresceu de cerca de 75 milhões em 2016 para 222 milhões atualmente.

O Fundo Global para a Educação em Emergências e Crises Prolongadas da ONU, A Educação Não Pode Esperar, destacou que entre 222 milhões de meninas e meninos, 78,2 milhões não frequentam a escola e cerca de 120 milhões dos que frequentam não estão alcançando a proficiência mínima em matemática ou leitura. Na verdade, apenas uma em cada dez crianças afetadas pela crise que frequentam o ensino primário, fundamental ou médio está, de fato, atendendo aos requisitos de proficiência.

Apoio às crianças – 222 milhões de crianças estão perdendo o tempo necessário de sala de aula ao redor do mundo e seus sonhos para o futuro estão sendo arrebatados por conflitos, deslocamentos e desastres climáticos.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que "diante dessas crises, o fundo global da ONU para a educação em emergências, A Educação Não Pode Esperar, está apoiando crianças em 40 países. Precisamos de governos, empresas, fundações e indivíduos para apoiar o trabalho vital do fundo global".

Necessidade – Análises indicam que 84% das crianças que não frequentam a escola vivem em áreas com conflitos prolongados, e a grande maioria está em países especificamente selecionados para os investimentos plurianuais inovadores do fundo global, incluindo Afeganistão, República Democrática do Congo, Etiópia, Mali, Nigéria, Paquistão, Somália, Sudão do Sul, Sudão e Iêmen.

Nos campos de refugiados provisórios, nas salas de aula com paredes danificadas e nas comunidades destruídas pela guerra e desastres, milhões de crianças vulneráveis se agarram desesperadamente à esperança de que a educação realize seus sonhos de se tornarem médicos, engenheiros, cientistas ou professores. A necessidade delas nunca foi tão grande e urgente, apontou o fundo global.

Ao alcance das crianças – ​​As análises iniciais também sugerem que os prejuízos educacionais provocados pela pandemia de COVID-19 são mais acentuados entre os mais pobres e aqueles que já estavam atrasados em termos de aprendizado anteriormente, duas categorias que normalmente incluem crianças atingidas pela crise.

Em conjunto com parceiros estratégicos, o compromisso coletivo do fundo global é defender o direito fundamental das crianças afetadas pelas crises a uma educação igualitária, inclusiva e de qualidade, proporcionando oportunidades de aprendizagem, incluindo abordagens de aprendizagem integral e global para ajudá-las a superar os desafios específicos que enfrentam em meio a crises e a alcançar objetivos relacionados à aprendizagem.

Em relação à Cúpula sobre Transformação da Educação que acontecerá em setembro, o chefe da ONU disse que as "ideias e inovações" do fundo global são essenciais e pediu a todos que "façam com que a educação esteja ao alcance de todas as crianças no mundo".

Sonhos – Para responder a esta crise educacional global preocupante, o fundo global A Educação Não Pode Esperar e parceiros estratégicos lançaram uma campanha de mobilização de recursos 222 Milhões de Sonhos (#222MillionDreams) em Genebra.

Embora já ofereça educação de qualidade a mais de cinco milhões de crianças em mais de 40 países afetados pela crise, a campanha apela a doadores, fundações filantrópicas e indivíduos de alta renda para mobilizar mais recursos urgentemente a fim de aumentar os investimentos do fundo global. "Ajudem-nos a realizar 222 milhões de sonhos", pede o chefe da ONU.

O enviado especial da ONU para Educação Global e presidente do Grupo de Alto Nível do fundo global A Educação Não Pode Esperar, Gordon Brown, pediu mais recursos financeiros "para garantir que todas as crianças e jovens possam receber uma educação de qualidade no mundo. Governos, setores privados e fundações podem e devem desbloquear esses recursos".

Apelo de ação global – Enquanto o mundo luta contra os impactos devastadores de conflitos armados, COVID-19 e mudanças climáticas, 222 milhões de crianças passam por essas experiências horríveis.

"É um apelo de ação global", disse a diretora da A Educação Não Pode Esperar, Yasmine Sherif, se referindo à campanha que será levada à Conferência de Alto Nível para Financiamento do fundo global no próximo ano (2023), de 16 a 17 de fevereiro, em Genebra. "É nosso dever capacitar as crianças por meio da educação e ajudá-las a realizar seus sonhos".

SURFISTA MAYA GABEIRA É A NOVA CAMPEÃ DA UNESCO PARA O OCEANO E A JUVENTUDE

 FONTE: ONU - BRASIL

   A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) nomeou a surfista brasileira de ondas gigantes, Maya Gabeira, como Campeã para o Oceano e a Juventude. O anúncio foi feito durante a Conferência do Oceano das Nações Unidas, realizada de 27 de junho a 1º de julho em Lisboa.

Ativista ambiental e atualmente detentora do título mundial da maior onda já surfada por uma mulher, Maya espera trazer seus conhecimentos e motivação para ajudar a alcançar as metas climáticas da organização.

Daqui para frente, a atleta carioca deverá ter um papel ativo na promoção da defesa da UNESCO em questões relativas à sustentabilidade oceânica. Ela também estará na vanguarda dos esforços da organização para mobilizar as novas gerações, organizando cúpulas de jovens e atuando como porta-voz de campanhas.

 

Maya Gabeira quebrou o recorde mundial do Livro Guinness da maior onda já surfada por uma mulher, com 22,4 metros.
Legenda: Maya Gabeira quebrou o recorde mundial do Livro Guinness da maior onda já surfada por uma mulher, com 22,4 metros.
Foto: © @UN_News_Centre

   Um grande evento para promover a Década das Nações Unidas da Ciência do Oceano para o Desenvolvimento Sustentável 2021-2030 – a “Década dos Oceanos” –, a conferência internacional liderada pela UNESCO visa reforçar a cooperação internacional sobre o oceano, promovendo sua melhor compreensão e proteção.

A nomeação de Maya, oficialmente uma Embaixadora da Boa Vontade, foi realizada no primeiro dia da conferência pela diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay. A surfista celebrou a notícia, afirmando estar honrada com o novo posto.

“Eu estou muito preocupada com vários problemas oceânicos, desde sua poluição até a destruição da biodiversidade marinha”, afirmou a atleta. “O que me atrai para o papel de Campeã da UNESCO para o Oceano e a Juventude é a oportunidade de ver o oceano por meio de múltiplas perspectivas – a UNESCO atua para salvaguardar a biodiversidade, além de apoiar a pesquisa científica e os valores culturais do oceano. É uma honra para mim tornar suas ações conhecidas.”

Já a diretora-geral da UNESCO comentou a importância de ter personalidades agindo em nome da causa dos oceanos: “Nós somos filhos do oceano, e é hora de protegermos e restaurarmos sua saúde para as próximas gerações. Para termos sucesso, precisamos de personalidades inspiradoras e comprometidas que nos auxiliem a aumentar a conscientização sobre as questões da sustentabilidade junto aos cidadãos de todo o mundo”.

Azoulay também teceu elogios à nova embaixadora da instituição: “Além de defensora do meio ambiente, Maya Gabeira tem uma formação excepcional: é uma atleta inspiradora que se levou ao limite. Estou feliz que agora ela esteja se unindo à família da UNESCO”.

Surfista pioneira - Natural do Rio de Janeiro, Maya cresceu em uma família engajada com o meio ambiente e desde cedo compreendeu a importância das questões climáticas. Ela começou a surfar aos 13 anos e se tornou profissional aos 17. Preferindo ondas gigantes a competições de manobras, ganhou o prêmio Billabong XXL Global Big Wave por cinco anos consecutivos. O ponto alto de sua carreira veio em 2020, quando quebrou o recorde mundial do Livro Guinness da maior onda já surfada por uma mulher, com 22,4 metros.

Após 15 anos de estreito contato com o oceano, Maya Gabeira testemunhou em primeira mão o impacto da mudança climática no mundo marinho e acredita que é urgente combater a crise do clima. Ela tem um forte histórico de liderança de bem-sucedidas campanhas de ativismo. Como membro do conselho da ONG Oceana, apoiou uma campanha antiplástico no Brasil, que resultou na ação ousada da principal empresa de entrega de alimentos do país para combater os resíduos plásticos de uso único. Maya espera trazer essa expertise e essa motivação para ajudar a alcançar as metas climáticas da UNESCO.

Daqui para frente, a surfista deverá ter um papel ativo na promoção da defesa da UNESCO em questões relativas à sustentabilidade oceânica. Ela estará na vanguarda dos esforços da organização para mobilizar as novas gerações, organizando cúpulas de jovens sobre a sustentabilidade oceânica e atuando como porta-voz principal da Gen Ocean, a nova campanha da UNESCO para desencadear mudanças de estilos de vida.

sábado, 25 de junho de 2022

ARTIGO FLORIAN MORIN - MURAL DO CLIMA

 


Artigo

O mural do clima - como aprender o proceso da mudança climática e tomar ações para limitar

 

Florian Morin, animador do mural do clima.

 

  Como, em poucas horas, podemos compreender as causas e os efeitos da mudança climática e pensar nas alavancas de ação para garantir nosso futuro e o de nossos filhos? O mural climático se propõe a responder a esta pergunta. Em apenas três horas, os presentes nesta oficina participam de um jogo colaborativo para entender o processo de mudança climática, e como nossos estilos de vida estão causando isso, e depois como mudá-los. 

  Este jogo foi fundado por um professor-pesquisador francês, Cédric Ringenbach, e é baseado no relatório do primeiro grupo do IPCC. Ela se baseia no fato de que, para agir concreta e efetivamente contra um problema, é preciso primeiro entendê-lo em detalhes. Aqui, o problema é limitar o aquecimento global a 2°C, a fim de garantir que vivamos nas melhores condições possíveis nas décadas vindouras. De fato, em um planeta que aqueceu a +2°C, as conseqüências são palpáveis, e isto em todas as regiões do mundo. No Brasil em particular, isto significaria secas severas no norte, reduzindo o rendimento agrícola e agravando a fome; chuvas mais fortes em algumas regiões levando a inundações - todos nos lembramos dos eventos de janeiro deste ano -, aumento do nível do mar, o que significaria a relocalização de cidades costeiras, incêndios mais freqüentes e desertificação de áreas anteriormente ocupadas por florestas tropicais, notadamente a Floresta Amazônica.

 E compreender o mecanismo do aquecimento global, o efeito estufa, a ligação com as atividades humanas e todas as conseqüências sobre os fenômenos meteorológicos é o primeiro passo para transformar nossos estilos de vida a fim de reduzir esses impactos e se adaptar.

Para isso, o jogo consiste em 42 cartas que os participantes montam por nexo de causalidade para formar o mural. Ao longo do jogo, um facilitador acompanha o grupo para fornecer explicações, e para conduzir discussões e orientar os participantes para as ações mais relevantes para reduzir nossos impactes sobre o clima - seja no modo como vivemos, comemos, viajamos ou consumimos produtos e produzimos resíduos.

O mural está aberto a todos, cidadãos, funcionários eleitos, funcionários e líderes empresariais, e ainda mais aos novatos do clima, e é dirigido por 17.000 voluntários da associação da qual sou membro, presentes em mais de 50 países, em 40 linguas incluindo o português, e que já sensibilizaram mais de 400.000 pessoas desde 2018.

O mural tem três características essenciais. Primeiro, o conteúdo do jogo é baseado em uma sólida base científica e é politicamente neutro. De fato, os cartões são construídos a partir do relatório do primeiro grupo do IPCC, o próprio Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, apoiado pela ONU.

Além disso, o mural é muito acessível e aberto a todos. Jogando cooperativamente, cada membro toma posse e compreende as questões da mudança climática. Os moderadores entram para prestar esclarecimentos, mas são os participantes que constroem o mural juntos!

Finalmente, é eficaz! O mural aumenta a conscientização sem fazer as pessoas se sentirem culpadas. No final da oficina, foi lançada uma discussão coletiva sobre as ações possíveis, num espírito de boa vontade. Os participantes deixam a oficina altamente motivados e cheios de ferramentas para criar soluções ao seu alcance.

Para fazer mais, também é possível se tornar um facilitador. Mais uma vez, não há necessidade de ser um especialista em clima, o treinamento em facilitação e a ajuda mútua entre os diferentes facilitadores são fortes. Há também uma versão infantil do mural, e ações em grande escala também são organizadas em universidades ou empresas.

Para mais informações, consulte fresqueduclimat.org (em francês) ou climatefresk.org (em inglês).

EDUCAÇÃO AMBIENTAL