FONTE : ONU - BRASIL
O projeto de alimentação escolar do Programa de Cooperação Internacional Brasil-FAO reuniu pela primeira vez o comitê técnico de direção da Rede de Alimentação Escolar Sustentável (RAES).
Participaram virtualmente representantes de 10 países da América Latina e Caribe e foram discutidos prioridades e expectativas das nações parceiras.
A Rede é uma ferramenta de cooperação sul-sul trilateral desenvolvida pelo governo do Brasil, por meio da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), com o apoio da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), via projeto de Consolidação dos Programas de Alimentação Escolar na América Latina e Caribe.
O projeto de alimentação escolar do Programa de Cooperação Internacional Brasil-FAO reuniu pela primeira vez o comitê técnico de direção da Rede de Alimentação Escolar Sustentável (RAES) no dia 21 de julho. Participaram virtualmente os pontos focais da Rede em mais de 10 países da América Latina e Caribe e foram discutidos o funcionamento da Rede, seus objetivos, a forma de apoiar os países e as prioridades e expectativas das nações parceiras.
A RAES é uma ferramenta de cooperação sul-sul trilateral desenvolvida pelo governo do Brasil, por meio da Agência Brasileira de Cooperação (ABC/MRE) e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC), com o apoio da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), via projeto de Consolidação dos Programas de Alimentação Escolar na América Latina e Caribe. O objetivo da Rede é, de forma conjunta e ampla, criar soluções para os desafios da alimentação escolar
Plínio Pereira, representando a ABC/MRE, destacou que o governo brasileiro tem na cooperação sul-sul trilateral um instrumento para promover o diálogo, o intercâmbio e o desenvolvimento entre os países. "Não há a ideia aqui de que um país tenha mais conhecimento sobre o assunto do que o outro. Todos podem aprender com as experiências."
Ele também detalhou as atribuições da comissão técnica da RAES: dar suporte técnico e apoio aos países na implementação, reformulação, fortalecimento e consolidação de seus programas de alimentação escolar; participar de seminários, treinamentos e outras atividades da Rede; difundir as atividades em seus países; apoiar e participar de intercâmbios e experiências entre países; apoiar a divulgação da plataforma virtual da RAES (www.redraes.org); compartilhar o progresso da Rede em seus países; e auxiliar na preparação de documentos quando for solicitado.
A Rede busca apoiar os países da América Latina e do Caribe na implementação e reformulação de seus programas de alimentação escolar, sob o princípio do direito humano à alimentação adequada. Esse direito significa a oferta de alimentação saudável, adequada, saborosa e de acordo com a cultura local a todos os estudantes, em espaços adequados, associados a ações de educação alimentar e nutricional. Para atingir esses objetivos, a RAES promove visitas técnicas, troca de experiências, aprendizagem diversificada e estimula o diálogo com e entre os países.
Participaram da reunião do comitê gestores de Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, Panamá, Paraguai, Peru e República Dominicana. Os países caribenhos foram representados pela organização multilateral Caricom (Comunidade do Caribe).
Representando o FNDE/MEC, Luciana Gottschall afirmou que a RAES contribuirá para o enfrentamento da insegurança alimentar e nutricional na região, a partir da experiência brasileira de alimentação escolar compartilhada, e acrescentou que o Brasil tem muito a contribuir. "Estamos aqui para fazer o melhor que podemos e esperamos aprender muito com os países."
Israel Ríos, oficial de nutrição da FAO, disse que o trabalho em rede e a coordenação são muito importantes para fortalecer os laços entre os países e os gestores de alimentação escolar. “É uma honra fazer parte de uma rede que conecta países compartilhando experiências e trabalhando pela nutrição de milhões de crianças”, disse. Israel também lembrou que hoje na região existem 56 milhões de pessoas que vivem em insegurança alimentar grave.
Por sua vez, a coordenadora do projeto de alimentação escolar da Cooperação Internacional Brasil-FAO, Najla Veloso, destacou que é muito importante articular os países em torno da alimentação escolar, definir ações conjuntas e compor um cenário regional em nível técnico e político. “Ter uma instituição organizada e dirigida pelos próprios gestores da alimentação escolar é importante para fortalecer o diálogo e o peso político do tema. É um grupo que pensará a alimentação escolar como macro política e indicará caminhos importantes para avanços a nível regional", disse Najla.
Depoimentos - Os gestores nacionais e os pontos focais comentaram sobre as contribuições que a RAES pode trazer para seus países. Jean Fransen, oficial de segurança alimentar do Escritório Sub-regional da FAO no Caribe, considera a Rede uma oportunidade de se aproximar de outros países com experiências que podem ser úteis para a região. “No Caribe houve avanços interessantes e lições aprendidas que serão compartilhadas e, assim, fomentarão um espaço de intercâmbio”, disse.
Da República Dominicana, Mariella Ortega acrescentou que os desafios de cada país podem ser apoiados pelo conhecimento das experiências regionais. "Este é um espaço extremamente maravilhoso e estou ansiosa para compartilhar minhas experiências e aprender com vocês, ouvindo os colegas da região."
Os países também falaram sobre suas necessidades específicas, como o caso da Costa Rica. O representante daquele país, Martín Salazar, integrante do governo local, destacou como uma das prioridades entender como gerenciar a relação entre agricultura familiar e alimentação escolar.
Hugo Tintel, do programa de alimentação escolar paraguaio, comentou que a conexão entre as nações promovida pela RAES durante a pandemia foi decisiva para desenvolver uma estratégia de enfrentamento à crise sanitária. “Foi um espaço muito importante de comunicação virtual que nos permitiu repensar o potencial desta Rede para as políticas de alimentação escolar, repensar a qualidade e a cobertura da alimentação escolar. É um fórum muito importante”.
Shaun Baugh, representando o Caricom, destacou a importância de fazer parte da Rede para estar a par do progresso da região em alimentação escolar. "Queremos aprender novas experiências e compartilhar as nossas. Queremos participar e divulgar a Rede na região e estamos muito felizes em fazer parte dela."
RAES - A Rede de Alimentação Escolar Sustentável, a RAES, surgiu em meados de 2018 como resposta do governo brasileiro à Década de Ação pela Nutrição das Nações Unidas (2016-2025), promulgada pela Assembleia Geral da ONU em 2016, após as recomendações do Conselho de II Conferência Internacional de Nutrição, em Roma, em 2014.
A Década registra o compromisso dos líderes mundiais em estabelecer políticas nacionais voltadas à erradicação da fome e da desnutrição, buscando a transformação dos sistemas alimentares em prol de dietas nutritivas e acesso a alimentos saudáveis para todas as pessoas.