EDITORIAL
É preciso Fé em meio à degradação
O que significa Fé? Uma crença,
um sentido para a vida, um ideal, compartilhar propósitos de vida. Mesmo com
tamanha degradação socioambiental diante da pandemia, alguns seres de nossa
espécie humana relutam em dar um salto de qualidade para conquista de um mundo melhor,
sustentável. Dizemos “alguns”, porque um indicador da degradação desta pandemia
é o aumento das desigualdades socioambientais. Sempre penalizando a maior parte
da população mundial.
Haja vista os conflitos
étnicos, a luta dos Povos Indígenas pela demarcação de suas terras, as
consequências danosas das mudanças climáticas sobre os Continentes, a humanidade que ainda tem que superar o racismo, a intolerância étnica, a luta do número crescente de refugiados que
procuram exercer o direito humano a uma vida digna, e ainda com esta pandemia, a
falta de vacinas para todos os povos com igualdade, o desafio de vencer a fome e miséria crescente
que atinge a maior parte da população mundial. Os desafios de zerar as emissões
de CO2 na atmosfera, de parar o desmatamento predatório, de despoluir as águas,
do saneamento básico universalizado, de se acabar com lixões, de reduzir o
consumo irracional. É necessário uma educação ambiental que respeite a
diversidade cultural, étnica que valorize a vida.
É preciso que nós seres humanos
voltemos para nós mesmos em busca de algo de bom que existe em cada um de nós.
Fortalecer essa essência do que podemos ser de melhor. O sofrimento causado pela pandemia nas
sociedades, cobra de cada um de nós aprender com os erros.
Nosso Jornal Oecoambiental está plantando árvores, mas não imaginávamos que seria preciso aprender a dialogar com as pessoas e instituições a plantarem árvores conosco. Uma consciência dos problemas que a humanidade atravessa só pode ser conquistada com uma introspecção do que de bom trazemos e reconhecemos em cada um de nós. Muitos ainda pensam, como no passado, que os problemas de meio ambiente não são problemas de cada um de nós, das sociedades, socioambientais. Mesmo assim, felizmente, podemos vivenciar como é bom plantar uma árvore exercendo um pensamento de gratidão.
Se ao nascermos encontramos um planeta habitável, com florestas,
água, ar, natureza, somos privilegiados. Devemos lutar sim hoje e acreditar que
é possível conquistar novos caminhos de sustentabilidade. Não temos
direito, dentre todas as espécies da Terra, de destruir o que não construímos,
pois a beleza da Terra já existia antes da lógica predatória de algumas pessoas
e sociedades.
A
pandemia que adoece os seres humanos é um sofrido aprendizado de que não temos
direito de continuar adoecendo a Terra. As relações humanas, socioambientais
adoeceram, e é preciso que conquistemos caminhos, “vacinas” para curar, como muitos povos nos ensinam, “as feridas” que provocamos na Terra, nas sociedades, no meio
ambiente.
Dar muito mais audiência ao que de bom podemos criar, compartilhar e construir juntos.
Queremos liberdade para andar
sem máscaras, sem pandemia, mas para isso é preciso deixar de degradar os seres
humanos, o meio ambiente. É preciso vencer
o interior de cada um de nós que ainda reluta em valorizar nossa humanidade e o
meio ambiente. Pois chegamos a este caos
justamente pelo egoísmo ilimitado de algumas pessoas.
Acreditamos que é preciso conquistar novos caminhos. Plantar o maior número de árvores que conseguirmos e esperança. É um bom caminho. Esperança traduzida em atitudes de conquista de novos caminhos em direção a um meio ambiente mais saudável, socioambientalmente mais justo e sustentável para todos.