quarta-feira, 30 de junho de 2021

EDITORIAL

 



EDITORIAL

 

  É preciso Fé em meio à degradação

 

  O que significa Fé? Uma crença, um sentido para a vida, um ideal, compartilhar propósitos de vida. Mesmo com tamanha degradação socioambiental diante da pandemia, alguns seres de nossa espécie humana relutam em dar um salto de qualidade para conquista de um mundo melhor, sustentável. Dizemos “alguns”,  porque um indicador da degradação desta pandemia é o aumento das desigualdades socioambientais. Sempre penalizando a maior parte da população mundial.

   Haja vista os conflitos étnicos, a luta dos Povos Indígenas pela demarcação de suas terras, as consequências danosas das mudanças climáticas sobre os Continentes, a humanidade que ainda tem que superar o racismo, a intolerância étnica, a luta do número crescente de refugiados que procuram exercer o direito humano a uma vida digna, e ainda com esta pandemia, a falta de vacinas para todos os povos com igualdade, o desafio de vencer a fome e miséria crescente que atinge a maior parte da população mundial. Os desafios de zerar as emissões de CO2 na atmosfera, de parar o desmatamento predatório, de despoluir as águas, do saneamento básico universalizado, de se acabar com lixões, de reduzir o consumo irracional. É necessário uma educação ambiental que respeite a diversidade cultural, étnica que valorize a vida.

   É preciso que nós seres humanos voltemos para nós mesmos em busca de algo de bom que existe em cada um de nós. Fortalecer essa essência do que podemos ser de melhor.  O sofrimento causado pela pandemia nas sociedades, cobra de cada um de nós aprender com os erros.

   Nosso Jornal Oecoambiental está plantando árvores, mas não imaginávamos que seria preciso aprender a dialogar com as pessoas e instituições a plantarem árvores conosco. Uma consciência dos problemas que a humanidade atravessa só pode ser conquistada com uma introspecção do que de bom trazemos e reconhecemos em cada um de nós. Muitos ainda pensam, como no passado, que os problemas de meio ambiente não são problemas de cada um de nós, das sociedades, socioambientais. Mesmo assim, felizmente, podemos vivenciar como é bom plantar uma árvore exercendo um pensamento de gratidão. 

 Se ao nascermos encontramos um planeta habitável, com florestas, água, ar, natureza, somos privilegiados. Devemos lutar sim hoje e acreditar que é possível conquistar novos caminhos de sustentabilidade.  Não temos direito, dentre todas as espécies da Terra, de destruir o que não construímos, pois a beleza da Terra já existia antes da lógica predatória de algumas pessoas e sociedades.

   A pandemia que adoece os seres humanos é um sofrido aprendizado de que não temos direito de continuar adoecendo a Terra. As relações humanas, socioambientais adoeceram, e é preciso que conquistemos caminhos, “vacinas” para curar, como muitos povos nos ensinam, “as feridas” que provocamos na Terra, nas sociedades, no meio ambiente. 

Dar muito mais audiência ao que de bom podemos criar, compartilhar e construir juntos. 

   Queremos liberdade para andar sem máscaras, sem pandemia, mas para isso é preciso  deixar de degradar os seres humanos, o meio ambiente.  É preciso vencer o interior de cada um de nós que ainda reluta em valorizar nossa humanidade e o meio ambiente.  Pois chegamos a este caos justamente pelo egoísmo ilimitado de algumas pessoas.

 Acreditamos que é preciso conquistar novos caminhos. Plantar o maior número de árvores que conseguirmos e esperança. É um bom caminho. Esperança traduzida em atitudes de conquista de novos caminhos em direção a um meio ambiente mais saudável, socioambientalmente mais justo e sustentável para todos.



TORÉ, ALDEIA XUCURU KARIRI




 

POVO PANKARARU - PE


 

CANTO SAGRADO DA MÃE TERRA - POVO FULNI-Ô


 No dia 30 de junho o STF vai iniciar um julgamento que vai definir o futuro das demarcações das Terras Indígenas.

 Os Povos Indígenas do Brasil, que são originariamente os guardiães da Floresta e  do meio ambiente, os primeiros brasileiros que continuam uma luta secular em defesa da demarcação de suas terras.

   Esta luta pertence à toda população que anseia por um meio ambiente mais saudável e com qualidade de vida para todos. Que o etnocentrismo predatório seja vencido e os Povos Indígenas permaneçam em suas terras pelo bem do equilíbrio do meio ambiente do Brasil e do mundo. Nosso respeito aos Povos Indígenas e as culturas que visam a valorização da diversidade cultural dos povos, dos seres humanos e do meio ambiente.





 

quarta-feira, 23 de junho de 2021

CONFERÊNCIA DA OIT - "RECUPERAÇÃO COM CRIAÇÃO DE EMPREGOS DECENTES"

 

Conferência da OIT estabelece Chamado Global à Ação para recuperação da COVID-19

  • A Conferência Internacional do Trabalho (CIT) adotou um Chamado Global à Ação, que traça medidas para criar uma recuperação da pandemia centrada nas pessoas e evitar cicatrizes de longo prazo nas economias e sociedades.
  • O acordo determina que cabe à OIT utilizar todos os meios de ação para apoiar o desenho e a implementação de estratégias de recuperação que não deixem ninguém para trás, incluindo o reforço da cooperação com outras instituições do sistema multilateral.
  • Antes de adotar o Chamado à Ação, em uma sessão especial da CIT, foram divulgadas mensagens de vídeo de líderes mundiais importantes, incluindo o Papa Francisco, o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, o primeiro-ministro português, António Costa, e o presidente dos EUA, Joe Biden.
A Cúpula discutiu os efeitos da pandemia da COVID-19 nos mercados de trabalho e as estratégias de recuperação que promovam a justiça social e o trabalho decente

   Delegados de 181 países que representam governos, trabalhadores e empregadores na Conferência Internacional do Trabalho (CIT) adotaram por unanimidade um Chamado Global à Ação para uma recuperação da COVID-19. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) revelou que o conjunto de ações será centrado nas pessoas, priorizará a criação de empregos decentes para todas e todos, e abordará as desigualdades causadas pela crise.

   O Chamado Global à Ação por uma Recuperação Centrada nas Pessoas (tradução do nome original, em inglês) apresenta uma agenda ampla. Ele compromete os países a garantir que sua recuperação econômica e social da crise seja “totalmente inclusiva, sustentável e resiliente”.

Etapas - O acordo inclui dois conjuntos de ações. O primeiro cobre as etapas que os governos nacionais e seus "parceiros sociais" empresariais e sindicais devem seguir para alcançar uma recuperação rica em empregos que fortaleça substancialmente a proteção social e do trabalhador e apoie empresas sustentáveis. Um segundo conjunto de ações cobre a cooperação internacional e o papel das instituições multilaterais, incluindo a OIT, com o objetivo de aumentar o nível e a coerência de seu apoio às estratégias nacionais de recuperação de pandemia “centradas nas pessoas”.

   Sobre o acordo - O documento exorta a OIT - com o seu mandato para a justiça social e o trabalho decente - a desempenhar um papel de liderança e utilizar todos os meios de ação para apoiar o desenho e a implementação de estratégias de recuperação que não deixam ninguém para trás, incluindo o reforço da cooperação com outras instituições de sistema multilateral.

   O diretor-geral da OIT, Guy Ryder, falou sobre a importância de endereçar a crise dos empregos agravada pela pandemia de COVID-19:

“A menos que abordemos especificamente as desigualdades que se aprofundaram durante esta crise, há um risco muito real de que as consequências econômicas e sociais causem cicatrizes de longo prazo." 

   O Chamado à Ação, que está fundamentado na Declaração do Centenário da OIT para o Futuro do Trabalho, adotada na CIT 2019, oferece uma rota para acelerar a implementação prática da Declaração por meio de políticas e investimentos aprimorados que apoiem uma recuperação ampla e totalmente inclusiva. Também apela a uma ação urgente e coordenada em áreas afins, incluindo a cooperação internacional e a solidariedade para garantir o acesso global e equitativo a vacinas, tratamentos e medidas preventivas.

   O diretor-geral da OIT, Guy Ryder, saudou o acordo: 

“Criar uma recuperação que seja inclusiva, sustentável e resiliente deve se tornar uma das principais prioridades das políticas públicas. Esta resolução fornece um caminho claro e abrangente que permitirá aos países converter em ações concretas a aspiração moral e política de não deixar ninguém para trás.”

   Ele acrescentou: “A eficácia e resiliência da recuperação da COVID-19 dependerá muito de quão ampla e socialmente inclusiva ela seja. A menos que abordemos especificamente as desigualdades que se aprofundaram durante esta crise, há um risco muito real de que as consequências econômicas e sociais causem cicatrizes de longo prazo, particularmente para grupos desproporcionalmente afetados, como jovens e mulheres, e as pequenas e microempresas que fornecem a maior parte dos empregos no mundo. ”

   Cúpula do Mundo do Trabalho - Antes de adotar o Chamada à Ação, em uma sessão especial da CIT, os delegados participaram do primeiro dos dois dias da Cúpula do Mundo do Trabalho: Ação global para uma resposta à COVID-19 centrada nas pessoas. A Cúpula discutiu os efeitos da pandemia da COVID-19 nos mercados de trabalho e as estratégias de recuperação que promovam a justiça social e o trabalho decente.

   Na ocasião, também foram divulgadas mensagens de vídeo de líderes mundiais importantes, incluindo o Papa Francisco, o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, o primeiro-ministro português, António Costa, e o presidente dos EUA, Joe Biden.

GRANDE BARREIRA DE CORAIS DA AUSTRÁLIA EM PERIGO

 Grande Barreira de Corais está em perigo, diz relatório preliminar de Patrimônio Mundial da ONU

  • A Grande Barreira de Corais na Austrália é o maior sistema de recifes de coral do mundo
A Grande Barreira de Corais na Austrália é o maior sistema de recifes de coral do mundo

   O Comitê do Patrimônio Mundial recomenda que a Grande Barreira de Corais da Austrália seja incluída em uma lista do patrimônio mundial em perigo, de acordo com um relatório preliminar divulgado na segunda-feira (21). A medida foi fortemente criticada pelo governo australiano.

   Segundo o Comitê ligado à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), o país não fez o suficiente para proteger o maior sistema de recifes de coral do mundo dos impactos das mudanças climáticas.

   Mudanças climáticas e branqueamento de corais - Apesar dos compromissos e do progresso de um plano de sustentabilidade de longo prazo conhecido como Reef 2050, a Grande Barreira de Corais continua a se deteriorar. De acordo com o relatório, os corais sofreram um branqueamento significativo nos últimos cinco anos.

   “Pode-se concluir que, apesar de muitas conquistas positivas do Estado-parte, o progresso tem sido insuficiente no cumprimento das metas principais do Plano Reef 2050”, disse o relatório preliminar.

   O comitê da ONU é formado por representantes de 21 países e sua próxima reunião será realizada virtualmente na China em julho.

  “O Plano requer compromissos mais fortes e claros, em particular no sentido de combater urgentemente os efeitos das mudanças climáticas, mas também no sentido de acelerar a melhoria da qualidade da água e medidas de gestão do solo”, continua o texto.

   Segundo o Comitê, os efeitos generalizados dos eventos consecutivos de branqueamento de corais aumentam ainda mais as preocupações significativas em relação ao futuro da propriedade.

  Como o recife "enfrenta um perigo comprovado", o relatório pede sua inscrição na Lista do Patrimônio Mundial em Perigo.

   Oposição australiana - A Austrália vai contestar a recomendação proposta, de acordo com um comunicado publicado na terça-feira (22) no site do ministro do Meio Ambiente do país, Sussan Ley.

   Segundo o comunicado, as autoridades "ficaram chocadas pela mudança das garantias anteriores de funcionários da ONU de que o Recife não enfrentaria tal recomendação antes da reunião do Comitê do Patrimônio Mundial da UNESCO, organizada pela China em julho, e estão preocupadas com um desvio do processo normal em avaliar o status de conservação de Propriedades do Patrimônio Mundial”.

   Ley disse que o projeto de decisão foi feito com base em uma revisão documental e sem a consulta adequada.

   "A Grande Barreira de Corais é o recife mais bem administrado do mundo e este projeto de recomendação foi feito sem examinar o recife em primeira mão e sem as informações mais recentes", afirmou.