segunda-feira, 9 de agosto de 2021
NOVO RELATÓRIO SOBRE CLIMA - IPCC ALERTA SOBRE AS CONSEQUÊNCIAS DO AQUECIMENTO GLOBAL PARA A HUMANIDADE
Aquecimento global atinge níveis sem
precedentes e dispara "alerta vermelho" para
a humanide
- O novo relatório global do IPCC foi motivo de apreensão na comunidade internacional. Desenvolvido pelos maiores especialistas em mudanças climáticas, ele indica que a temperatura média do planeta tende aumentar 1,5 ºC nas próximas duas décadas, trazendo devastação generalizada.
- Pela primeira vez, a entidade quantificou o grau de influência das mudanças climáticas à frequência e à intensidade de eventos extremos, como secas prolongadas, ondas de calor, tempestades e furacões.
- Muitas das mudanças descritas são sem precedentes. Algumas estão em andamento agora, enquanto outras — como o aumento contínuo do nível do mar — permanecerão "irreversíveis" por séculos a milênios.
- Para o secretário-geral da ONU, António Guterres, o relatório do IPCC funciona como um alerta vermelho para a humanidade.
- A avaliação dos cientistas é baseada em dados aprimorados sobre o aquecimento histórico, bem como sobre o progresso na compreensão científica a respeito das consequências da ação humana.
O novo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC) liberado hoje (9) fala sobre tendências irreversíveis no que diz respeito à mudança climática global. Pela primeira vez, o IPCC quantificou o grau de influência das mudanças climáticas à frequência e à intensidade de eventos extremos, como secas prolongadas, ondas de calor, tempestades e furacões. Segundo a entidade, que reúne os maiores especialistas no tema, a temperatura média do planeta tende a elevar em 1,5 ºC nas próximas duas décadas, trazendo devastação generalizada.
Com quase mil páginas de extensão e anos de desenvolvimento, o documento sistematiza trabalhos científicos disponíveis sobre a crise climática e projeta o que deve acontecer com o planeta nas próximas décadas. Uma das maiores revelações do relatório é que mudanças climáticas induzidas pelo comportamento humano já estão influenciando em eventos climáticos extremos em todas as regiões do planeta. Os cientistas também estão observando a confirmação de previsões no impacto na atmosfera, nos oceanos, calotas de gelo e na terra.
Um dos pontos de maior destaque na série de estudos publicados pelo IPCC é que muitas das mudanças descritas são sem precedentes. Algumas estão em andamento agora, enquanto outras — como o aumento contínuo do nível do mar — permanecerão "irreversíveis" por séculos a milênios.
Abrindo brecha para a esperança, especialistas do IPCC deixam claro que ainda há tempo para limitar as mudanças climáticas no que de mais devastador elas acarretam. Reduções radicais e constantes nas emissões de dióxido de carbono (CO2) e outros gases de efeito estufa, por exemplo, poderiam melhorar rapidamente a qualidade do ar. Caso isso seja feito, de 20 a 30 anos as temperaturas globais poderiam se estabilizar.
Para ler o relatório completo em inglês, acesse aqui.
Alerta vermelho - Para o secretário-geral da ONU, António Guterres, o relatório do IPCC é um alerta vermelho para a humanidade. “O documento deve ser uma sentença de morte para o carvão e os combustíveis fósseis antes que eles destruam o planeta”, disse. Em resposta aos novos dados, Guterres acionou a comunidade internacional a tempo da COP 26, a Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas da ONU, que acontecerá de 31 de outubro a 12 de novembro na cidade escocesa de Glasgow.
"Os alarmes de emergência estão soando, e a evidência é irrefutável", disse Guterres, assim que o relatório foi liberado. O chefe da ONU também observou que o teto estabelecido no Acordo de Paris, que limita o aumento médio das temperaturas globais até 1,5 ºC acima dos níveis pré-industriais, está "perigosamente próximo".
"Corremos o risco iminente de atingir 1,5 grau no curto prazo. A única maneira de evitar ultrapassar esse limite é com urgência intensificando nossos esforços e perseguindo o caminho mais ambicioso."
Ainda reagindo ao relatório, o chefe da ONU disse que as soluções eram claras. “Economias inclusivas e verdes, prosperidade, ar mais limpo e melhor saúde são possíveis para todos, se respondermos a esta crise com solidariedade e coragem”, resumiu ele.
Guterres também reiterou o papel central da Conferência global em Glasgow, em novembro, a COP26. Na ocasião, todas as nações — especialmente as economias mais prósperas — serão instadas a se juntar à coalizão de emissão zero, e reforçar a promessa de desacelerar e reverter o aquecimento global por meio das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs, da sigla em inglês), uma série de diretrizes que detalham os passos de acordo com a realidade de cada país.
O que diz o estudo - Preparado por 234 cientistas de 66 países, o relatório destaca que a ação humana foi responsável por aquecer os sistemas climáticos até níveis sem precedentes em pelo menos 2 mil anos. Em 2019, as concentrações de CO2 na atmosfera estavam mais altas do que em qualquer outro momento durante os últimos dois milênios, e as concentrações de metano e óxido nitroso eram mais altas do que em qualquer momento nos últimos 800 mil anos.
A temperatura da superfície global aumentou em um ritmo mais acelerado desde 1970 do que em qualquer outro período de 50 anos em pelo menos dois mil anos. Para exemplificar, o relatório mostra que as temperaturas durante a década mais recente (2011-2020) excederam aquelas do período mais quente de vários séculos, há cerca de 6.500 anos.
Enquanto isso, o nível global médio dos mares aumentou mais rápido desde 1900 do que em qualquer outro século precedente em pelo menos 3 mil anos.
O relatório do IPCC também mostra que as emissões de gases do efeito estufa derivadas de atividades humanas foram responsáveis por um aumento de temperatura de aproximadamente 1.1° entre os anos de 1850 e 1900 e constata que, em média nos próximos 20 anos, a temperatura global deve atingir ou ultrapassar 1,5°C de aquecimento.
O tempo está acabando - Um dos pontos de preocupação imediata levantado pelos cientistas do IPCC é que o aquecimento global, originalmente previsto para 2°C, vai ser extrapolado antes mesmo do fim deste século. A menos que sejam promovidas nas próximas décadas reduções dramáticas e rápidas na emissão de CO2 e de outros gases do efeito estufa, cumprir a meta estabelecida no Acordo de Paris, em 2015, está "fora de alcance".
"Há décadas está claro que a temperatura da terra está mudando, e o papel da influência humana no sistema climático é indiscutível", defendeu a vice-presidente do Grupo de Trabalho I do relatório, Valérie Masson-Delmotte. "Ainda assim, o novo relatório reflete avanços enormes na ciência da atribuição, que se debruça sobre o entendimento do papel da mudança climática na intensificação de eventos climáticos específicos", concluiu.
A avaliação é baseada em dados aprimorados sobre o aquecimento histórico, bem como no progresso na compreensão científica da resposta do sistema climático às emissões causadas pelo homem.
Mudanças extremas - Os especialistas do IPCC revelam que a ação humana afeta todos os principais componentes do sistema, sendo que alguns respondem a essas atividades há décadas e, outros, há séculos. Mudanças extremas documentadas recentemente, como ondas de calor, precipitações pesadas, secas e ciclones tropicais, estão mais recorrentes, e não há dúvidas quanto à atribuição humana desses fenômenos.
Os cientistas também alertam que à medida que avança o aquecimento global as mudanças no sistema climático se acentuam. Isso inclui aumentos na frequência e intensidade de extremos de calor, ondas de calor marinhas e precipitação intensa; secas agrícolas e ecológicas em algumas regiões; a proporção de ciclones tropicais intensos; bem como reduções no gelo do mar Ártico.
O relatório deixa claro que, embora os fatores naturais modulem as mudanças causadas pelo homem, especialmente em níveis regionais e no curto prazo, eles terão pouco efeito no aquecimento global de longo prazo.
Um século de mudanças - As projeções dos cientistas do IPCC indicam que, nas próximas décadas, a mudança climática vai se intensificar em todas as regiões. Ondas de calor crescentes, estações quentes mais longas e estações frias mais curtas acompanharão os 1,5°C de aumento de temperatura. Ao atingir 2°C de aumento de temperatura é provável que a humanidade ultrapasse os limites críticos de tolerância para agricultura e saúde.
Mas as mudanças climáticas não se limitam ao aumento de temperatura. Elas estão intensificando, por exemplo, a produção natural de água. Isso traz chuvas mais intensas e inundações associadas, bem como secas mais drásticas em muitas regiões.
O relatório também alerta que o aumento de temperatura também afeta os padrões de precipitação. Em altas latitudes, é provável que a precipitação aumente, enquanto se prevê que diminua em grandes partes das regiões subtropicais. Além disso, as áreas costeiras verão o aumento contínuo do nível do mar ao longo do século 21, contribuindo para inundações costeiras mais frequentes e severas em áreas baixas e erosão costeira.
Eventos extremos relacionados ao nível dos mares que antes aconteciam uma vez a cada cem anos podem acontecer uma vez ao ano até o fim deste século.
O relatório também indica que o aquecimento adicional ampliará o degelo dos solos congelados, ou permafrost, e a perda da cobertura de neve sazonal, o derretimento das geleiras e mantos de gelo e a perda do gelo marinho do Ártico no verão.
As mudanças nos oceanos, incluindo o seu aquecimento, ondas de calor marítimo mais frequentes, a acidificação das águas e a redução dos níveis de oxigênio afetam tanto esses ecossistemas quanto as pessoas que dependem dele, e vão progredir até pelo menos o fim deste século.
Além disso, o relatório alerta que a ocorrência de eventos de baixa probabilidade, como o colapso do manto de gelo ou mudanças abruptas na circulação do oceano, não podem ser descartados.
Cidades em risco - Os especialistas do IPCC alertam que para as cidades alguns aspectos das mudanças climáticas serão intensificados, incluindo o calor, alagamentos devido à chuva e aumento dos níveis do mar em comunidades costeiras.
A respeito do que pode ser feito para limitar as mudanças climáticas em seus efeitos devastadores, o vice-presidente do Grupo de Trabalho I do IPCC, Panmao Zhai, é taxativo:
“A estabilização do clima exigirá reduções fortes, rápidas e sustentadas nas emissões de gases de efeito estufa e alcançar emissões líquidas zero de CO2. Limitar outros gases de efeito estufa e poluentes do ar, especialmente o metano, pode trazer benefícios tanto para a saúde quanto para o clima.”
O relatório explica que, da perspectiva das ciências físicas, limitar o aquecimento global induzido pelo homem a um nível específico requer a limitação das emissões cumulativas de dióxido de carbono, atingindo pelo menos zero emissões líquidas de CO2, junto com fortes reduções em outras emissões de gases de efeito estufa.
“Reduções fortes, rápidas e consistentes nas emissões de metano também limitariam o efeito de aquecimento resultante do declínio da poluição por aerossol”, destacam os cientistas do IPCC.
Sobre o IPCC - O Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima é o organismo da ONU promotor da ciência relacionada às mudanças climáticas. Ele foi criado em 1988 pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) para equipar líderes políticos com avaliações científicas periódicas sobre as mudanças climáticas, suas implicações e riscos, bem como a proposição de estratégias de adaptação e mitigação.
No mesmo ano, a Assembléia Geral da ONU endossou a ação da OMM e do PNUMA quando os 195 estados-membros estabeleceram conjuntamente o IPCC.
Milhares de pessoas de todo o mundo contribuem para o trabalho do IPCC. Para os relatórios de avaliação, cientistas do painel disponibilizam o seu tempo para estudar o milhares de artigos científicos publicados todos os anos capazes de contribuir com uma compilação sobre o que sabemos a respeito da mudança climática e quais são suas causas, impactos e riscos, além de sinalizar como a adaptação e mitigação podem reduzi-los.
NOVO RELATÓRIO SOBRE - AQUECIMENTO GLOBAL DO IPCC - 2021
HOJE FOI DIVULGADO UM NOVO RELATÓRIO DO IPCC SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS. ENTENDA O QUE É O IPCC E SEUS RELATÓRIOS:
"Desde sua criação, em 1988, pelas Nações Unidas (ONU), o IPCC
(Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) , produziu
cinco grandes relatórios e vários documentos complementares importantes.
Composto por 195 países, entre eles o Brasil, o IPCC recebe a contribuição
voluntária de cientistas de todo o mundo como autores, contribuidores e
revisores de seus relatórios. A compilação científica que o IPCC faz em seus
relatórios é fruto do trabalho de milhares de pesquisadores em muitas áreas de
pesquisa que contribuem com dados, análises e modelagens em todo o planeta.
Dentre as conclusões apresentadas nos seus diversos documentos, destaca-se a
atribuição clara e forte do papel das emissões antropogêncicas nas mudanças
climáticas, e o enorme esforço que a sociedade terá que fazer para reduzir
emissões e se adaptar ao novo clima. Os impactos socio-economicos da mudança
climática serão elevados, particularmentes nos países em desenvolvimento. O
potencial de aumentar as desigualdades sociais e econômicas em nosso planeta é
grande."
"O IPCC consiste em três Grupos de Trabalhos. O Grupo de Trabalho I é responsável pelas análises das bases físicas e científicas das mudanças do clima; o Grupo de Trabalho II pelo impacto da mudança do clima na sociedade e ecossistemas, adaptação e vulnerabilidade; e o Grupo de Trabalho III analisa as estratégias de mitigação das mudanças climáticas. Os últimos relatórios do IPCC dos 3 grupos de trabalhos são de livre acesso e podem ser acessados no site https://www.ipcc.ch. (IPCC) "
O Brasil vem sofrendo com os extremos climáticos com: aumento de chuvas e enchentes, desertificação do Nordeste, danos a área costeira, degradação da floresta amazônica, ondas de calor e muitas outras consequências. Com estes desequilíbrios climáticos a infraestrutura urbana das cidades brasileiras sofrem pois, cerca de quase 90% da população se concentra hoje no Brasil, em áreas urbanas. As enchentes, tempestades e furacões, com precipitações de chuvas de forma torrencial em poucos minutos alagam cidades. Vetores de epidemias aumentam (a dengue, a chikungunya, o zika vírus e a febre amarela, responsáveis por epidemias sazonais) . Os mais pobres continuam sendo os mais atingidos pelas consequências destas mudanças e extremos climáticos. As secas afetam a agricultura, a produção de alimentos. Há que se implantar de forma urgente novas tecnologias de geração de energias limpas, sustentáveis.
Temos que plantar o maior número possível de árvores, conter a poluição de oceanos. O
aquecimento global acidificam as águas marinhas. Os gases de CO2 são absorvidos
pelas algas do fitoplâncton, a forma mais abundante de vida
vegetal do planeta.
Nosso Jornal Oecoambiental, vem trabalhando plantando árvores. Procurando sensibilizar as pessoas, instituições, governos a agirem o quanto antes para cada um de nós fazermos nossa parte, somando ações, visando reduzir as emissões de CO2 na atmosfera.
A gravidade socioambiental dos extremos climáticos é que geram inúmeras consequências, que atingem populações de formas variadas (seja agravando problemas de saneamento básico, econômicos, sociais, de saúde pública, em todos os segmentos da sociedade) e por vezes simultâneos. É preciso que todos possamos nos conscientizar e agir com os princípios da precaução, com planejamento, metas a serem alcançadas pela sociedade. Evitar danos maiores e que possam ser revertidos. A pior atitude neste contexto é esperar as estatísticas globais se agravarem à cada dia.
Os problemas e conflitos socioambientais causados pelo aquecimento da Terra necessitam da mobilização e participação de todos os segmentos da sociedade para que não alcancem o estágio de serem irreversíveis. O tempo de resposta de restaruração de ecossistemas, da natureza, é muito mais longo do que "fechar uma torneira em casa" para evitar o desperdício de água. A pandemia que o mundo enfrenta agora, quanto tempo está demandando para ser controlada? E para ser revertida é necessário a responsabilidade de todos para evitar sua propagação. Recompor perdas de espécies da fauna e flora leva tempo. A velocidade com que alguns derrubam árvores não é a mesma que as fazem brotar quando se planta. O que não é mais permitido a espécie humana é cruzar os braços e transferir para poucos o que é obrigação e dever de todos: cuidar e preservar o meio ambiente para as presentes e futuras gerações, como prevê o Artigo 225 da Constituição brasileira. A resposta na natureza quando plantamos uma árvore é renovar nossas energias. Plantar significa cuidar. Perceber o ciclo da vida. Valorizar os bens naturais que mantêm nossa espécie humana ainda merecendo habitar o Planeta Terra.
É preciso que a sociedade civil se conscientize que só as ações governamentais, que poderiam ser mais rápidas, não conseguirão isoladamente contribuir para a meta de redução e das "emissões zero de C02". É preciso uma ampla mobilização de toda a sociedade para vencermos este grande desafio.
A sociedade civil deve assumir seu papel de protagonista na solução dos conflitos socioambientais provocados pelo aquecimento global. É preciso que haja investimento, que os recursos cheguem de fato a quem se propõe a plantar árvores, despoluir oceanos, produzir novas tecnologias limpas, e para um amplo trabalho de educação socioambiental que é necessário ser realizado para vencer esta crise global.
Convidamos as pessoas e instituições a plantarem
árvores: muitas árvores. A ação local de plantar o maior número possível de árvores é fundamental e soma-se as ações globais em defesa da vida. Estamos procurando fazer a nossa parte. Por isto, criamos um projeto de plantio de árvores. Dentre muitos que existem. Venham plantar árvores conosco através de nosso Projeto Replantar, as
informações de como participar do plantio de árvores, estão em nosso site: www.oecoambiental.eco.br . Vamos
somar forças e agir juntos para reverter as emissões de CO2 o quanto antes. Agir em defesa de uma melhor
qualidade de vida e conquista de um meio ambiente mais saudável para todos.
quarta-feira, 4 de agosto de 2021
A EMERGÊNCIA CLIMÁTICA E A CORRIDA DE SOLIDARIEDADE HUMANA
Desafio global da ONU convida pessoas a correr contra a emergência climática
Fonte: ONU - BRASIL
- De acordo com o secretário-geral da ONU, a raça humana está hoje em uma corrida contra as mudanças climáticas, "uma corrida que estamos perdendo, mas é uma corrida que podemos vencer".
- Por isso, as Nações Unidas estão encorajando pessoas em todo o mundo a participarem da corrida literal contra a emergência climática.
- Organizado em parceria com o popular aplicativo de exercícios Strava, o desafio #TheHumanRace incentiva os participantes a registrar 100 minutos de atividade física e culmina na semana do Dia Mundial Humanitário, comemorado anualmente em 19 de agosto.
- O objetivo é enviar uma mensagem aos líderes mundiais presentes na Cúpula do Clima da ONU, a COP 26, em novembro, pedindo o cumprimento da promessa de destinar de 100 bilhões de dólares anuais para mitigação e adaptação climática nos países em desenvolvimento.
O Escritório de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA) lançou na segunda-feira (2) a #TheHumanRace, um desafio global para mostrar solidariedade às pessoas nos países mais propensos a desastres e aos mais afetados pelas mudanças climáticas.
‘Uma corrida que podemos vencer’ - Organizado em parceria com o popular aplicativo de exercícios Strava, o desafio incentiva os participantes a registrar 100 minutos de atividade física e culmina na semana do Dia Mundial Humanitário, comemorado anualmente em 19 de agosto.
“A emergência climática é uma corrida que estamos perdendo, mas é uma corrida que podemos vencer", disse o secretário-geral da ONU, António Guterres.
"Vamos colocar nossos tênis de corrida e vencer a corrida climática para todos nós”, convocou Guterres.
A campanha visa levar uma mensagem urgente aos líderes mundiais presentes na Cúpula do Clima da ONU, a COP 26, em Glasgow, em novembro, de que a solidariedade começa com os países desenvolvidos cumprindo sua promessa de uma década de 100 bilhões de dólares anuais para mitigação e adaptação climática nos países em desenvolvimento.
Apoio dos melhores atletas - Segundo o OCHA, a emergência climática está causando estragos em todo o mundo em uma escala que as pessoas e as organizações humanitárias na linha de frente não conseguem administrar.
Secas, ondas de calor, incêndios florestais violentos e inundações horríveis estão destruindo a vida de milhões de pessoas, fazendo com que percam suas casas, meios de subsistência e, às vezes, até suas vidas.
Os melhores atletas de todo o mundo estão apoiando a campanha. A ultramaratonista e advogada ambientalista brasileira Fernanda Maciel explicou porque faz parte da #TheHumanRace.
“Estou animada para correr para o objetivo mais importante de nossa vida: salvar nosso planeta e as pessoas que vivem nele. Corremos todos os dias, para nós mesmos. Por que não correr por algo maior? Todos deveriam se juntar a esta campanha porque precisamos de compaixão. É hora de corrermos juntos ”, disse Fernanda.
Participe - Para participar do #TheHumanRace, basta registrar seus 100 minutos de corrida, ciclismo, natação, caminhada ou outra atividade no aplicativo Strava durante a semana de 16 a 31 de agosto.
Quem não puder participar fisicamente também pode se inscrever e mostrar seu apoio no microsite da campanha.
De acordo com o OCHA, quer os participantes registrem ou não 100 minutos de atividade, cada inscrição ajudará a transmitir a mensagem da campanha aos líderes globais.
“Com mais de 88 milhões de atletas em 195 países, a comunidade Strava tem o poder de ajudar a encontrar soluções para alguns dos problemas mais críticos do mundo”, ressaltou o CEO da Strava, Michael Horvath.
“É por isso que convidamos atletas de todo o mundo a se juntarem a este desafio de aumentar a conscientização sobre a mudança climática e seu impacto desproporcional nas comunidades marginalizadas", afirmou Horvath
CRISE CLIMÁTICA E COVID-19 - AGRAVA A FOME E INSEGURANÇA ALIMENTAR
Crise climática e COVID-19 empurram 23 países para insegurança alimentar aguda, alertam FAO e WFP
- Um novo relatório desenvolvido pelo WFP e pela FAO chama atenção para os 23 “focos de fome”, que nos próximos quatro meses deverão enfrentar um nível agudo de insegurança alimentar devido às repercussões econômicas da COVID-19 combinadas à crise climática e aos combates.
- Os países que atualmente enfrentam os obstáculos mais significativos que impedem a ajuda de chegar até eles incluem Afeganistão, Etiópia, República Centro-Africana, Mali, Nigéria, Sudão do Sul, Somália, Síria e Iêmen.
- Em 2020, 155 milhões de pessoas passaram a enfrentar insegurança alimentar aguda em crise ou piores níveis em 55 países. Isso representa um aumento de mais de 20 milhões em relação a 2019, e a tendência é piorar este ano.
A ajuda que salva vidas de famílias à beira da fome está sendo cortada em vários países por conflitos e bloqueios, disseram a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e o Programa Mundial de Alimentos (WFP) em um novo relatório divulgado na sexta-feira (30).
Uma reportagem das Nações Unidas chama atenção para os 23 “focos de fome” de grande preocupação, que nos próximos quatro meses deverão enfrentar um nível agudo de insegurança alimentar devido às repercussões econômicas da COVID-19 combinadas à crise climática e aos combates.
“Famílias que dependem de assistência humanitária para sobreviver estão por um fio. Quando não podemos alcançá-los, esse fio é cortado e as consequências são nada menos que catastróficas”, alertou o diretor-executivo do WFP, David Beasley.
Apoiando a agricultura - Obstáculos burocráticos e falta de financiamento também dificultam os esforços das agências para fornecer assistência alimentar de emergência e permitir que os agricultores plantem em escala e no momento certo.
“A grande maioria dos que estão na beira são agricultores. Juntamente com a assistência alimentar, devemos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para ajudá-los a retomar a produção de alimentos”, disse o diretor-geral da FAO, QU Dongyu.
“Até agora, o apoio à agricultura como meio chave de prevenção da fome generalizada permanece amplamente esquecido pelos doadores. Sem esse apoio, as necessidades humanitárias continuarão disparando”, acrescentou.
Nações que são focos - Os 23 focos de fome identificados são Afeganistão, Angola, República Centro-Africana, Sahel Central, Chade, Colômbia, República Democrática do Congo, Etiópia, El Salvador junto com Honduras, Guatemala, Haiti, Quênia, Líbano, Madagascar, Moçambique, Mianmar, Nigéria, Serra Leoa junto com Libéria, Somália, Sudão do Sul, República Árabe Síria e Iêmen.
A FAO e o WFP alertaram que 41 milhões de pessoas corriam o risco de cair na fome. Em 2020, 155 milhões de pessoas passaram a enfrentar insegurança alimentar aguda em crise ou piores níveis em 55 países, de acordo com o Relatório Global sobre Crises Alimentares. Isso representa um aumento de mais de 20 milhões em relação a 2019, e a tendência é piorar este ano.
O relatório destaca que conflitos, extremos climáticos e choques econômicos, muitas vezes relacionados às consequências econômicas da COVID-19, provavelmente continuarão sendo os principais causadores da insegurança alimentar aguda no período de agosto a novembro deste ano.
Ameaças transfronteiriças também são um fator agravante em algumas regiões. Em particular, infestações de gafanhotos do deserto no Chifre da África e enxames de gafanhotos migratórios na África Austral.
Comunidades separadas - As restrições de acesso humanitário são outro fator agravante, aumentando o risco de fome. Os países que atualmente enfrentam os obstáculos mais significativos que impedem a ajuda de chegar até eles incluem Afeganistão, Etiópia, República Centro-Africana, Mali, Nigéria, Sudão do Sul, Somália, Síria e Iêmen.
“O caminho para a Fome Zero não é pavimentado com conflitos, postos de controle e burocracia. O acesso humanitário não é um conceito abstrato. Isso significa que as autoridades aprovam a papelada a tempo para que os alimentos possam ser transportados rapidamente, significa que os postos de controle permitem que os caminhões passem e cheguem ao seu destino, significa que os trabalhadores humanitários não são visados, então eles são capazes de manter seus trabalhos que salvam vidas e meios de subsistência”, disse Beasley, diretor da WFP.
Países de maior alerta - Etiópia e Madagascar são os mais novos focos de fome de “maior alerta” do mundo, de acordo com o relatório. A Etiópia enfrenta uma emergência alimentar devastadora ligada ao conflito em curso na região de Tigray.
Chegar aos necessitados continua sendo um desafio enorme, com 401 mil pessoas que deverão enfrentar condições catastróficas até setembro. Este é o número mais alto em um país desde a onda de fome de 2011 na Somália. Enquanto isso, no sul de Madagascar, espera-se que 28 mil pessoas sejam empurradas para condições semelhantes à fome até o final do ano.
Isso se deve à pior seca em 40 anos, combinada com o aumento dos preços dos alimentos, tempestades de areia e pragas que afetam as safras básicas.
Os novos alertas mais altos emitidos para a Etiópia e Madagascar se somam ao Sudão do Sul, Iêmen e norte da Nigéria, que permanecem entre os focos de insegurança alimentar aguda de maior preocupação global.
Alguns desses países já enfrentam condições de fome e um número significativo de pessoas corre o risco de perder acesso aos alimentos.
O pior do mundo - No Afeganistão, onde a insegurança alimentar aguda está se tornando cada vez mais crítica devido à seca em curso, há um deslocamento crescente causado pelo conflito, assim como os altos preços dos alimentos e o desemprego generalizado alimentado pela COVID-19.
Enquanto isso, espera-se que a situação já precária no Haiti piore, já que o país enfrenta uma provável queda na produção de alimentos básicos devido à falta ou irregularidade de chuvas. Ele também está sofrendo com o agravamento da instabilidade política e da inflação dos preços dos alimentos, e os impactos das restrições relacionadas à COVID-19.
O relatório alerta que a ação humanitária é urgentemente necessária para prevenir a fome e a morte em todos os 23 enfoques críticos.
O estudo também fornece recomendações específicas para cada país, cobrindo respostas de emergência de curto prazo, assim como ações antecipatórias para proteger os meios de subsistência rurais e aumentar a produção agrícola, para que as comunidades em risco possam resistir melhor a choques futuros.