Cientistas reunidos no Japão divulgaram nesta segunda dia 31 de março,
mais um documento do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU ( IPCC, sigla em inglês) alertando o
mundo sobre os impactos do aquecimento global. O teor do
documento foi alvo de intensas negociações em reuniões realizadas em Yokohama.
Este é o segundo de uma série de relatórios do IPCC previstos para este ano.
O relatório foi baseado em mais de 12 mil estudos publicados em revistas
científicas. O secretário-geral da Associação Mundial de Meteorologia, Michel
Jarraud disse que o texto é "a mais sólida evidência que se pode ter em
qualquer disciplina científica".
Segundo
este relatório as mudanças climáticas vão afetar ainda mais a saúde, a
habitação, a alimentação, agravando os conflitos socioambientais no mundo. Há também
riscos de grandes movimentos migratórios relacionados ao clima.
Aumento
das enchentes e ondas de calor, da falta de água em regiões como a África.
Previsão de perda de até 25% da colheita, milho, arroz e trigo até 2050, se o
mundo não trilhar os caminhos da construção da sustentabilidade.
O professor
Saleemul Huq, outro coautor do relatório, disse que os países ricos não estarão
imunes.
"Os ricos terão que se preparar para
as mudanças climáticas. Estamos vendo isso agora na Grã-Bretanha, com as
enchentes de poucos meses atrás, as tempestades nos Estados Unidos e a seca no
Estado da Califórnia", disse Huq.
"Estes eventos são multibilionários,
que precisam ser pagos pelos ricos, e existe um limite no que eles podem
pagar.
As conseqüências das
mudanças climáticas provocadas pela ação humana através do modo de produção da
sociedade que estimula consumo ilimitado e exclui bilhões de seres humanos a
uma vida digna, coloca desafios cada vez maiores aos governos e sociedade civil no
Brasil e em todo o mundo.
A sociedade civil tem
um papel fundamental de se mobilizar cada vez mais cobrando de governos ações
efetivas de redução da emissão dos gases de efeito estufa e o fim das desigualdades socioambientais, que são cada vez maiores, tanto entre países, como entre seres humanos - ricos e pobres.
A inteligência
humana pode reverter às conseqüências sobre as mudanças climáticas, basta que a
democratização das informações que salvam vidas sejam prioridade na mídia.
Muitas iniciativas que estão produzindo bons resultados merecem ser divulgadas
e difundidas na sociedade. Assim como deve haver maior apoio a pessoas, grupos,
projetos e iniciativas de ações socioambientais que trabalham na construção da
sustentabilidade em nível local e global. O fundamental é que haja uma compreensão
de que é preciso alterar os padrões de produção e consumo, em benefício de
todos os seres humanos, de toda sociedade e de todo meio ambiente. Precisamos
extinguir a fome e a pobreza da face da Terra. Se existe tecnologia para a
produção de guerras e conflitos, com certeza existe tecnologia para erradicar-se
a fome, a desigualdade e a degradação socioambiental que hoje o Brasil e o mundo enfrentam. É preciso se
implantar uma melhor qualidade de vida para todos, com justa distribuição de
renda e direito de todos a uma vida digna e saudável, para que nossa espécie
humana possa evoluir no sentido de não destruirmos a nós mesmos como espécie. E o meio ambiente, do qual fazemos parte, seja mais respeitado e valorizado por
todos nós.
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