sexta-feira, 16 de maio de 2014

O QUE SÃO AS SEMENTES CRIOULAS



 Visando contribuir na melhoria da qualidade de vida e meio ambiente, o Jornal O Ecoambiental tem divulgado algumas redes de produção de alimentos sem agrotóxicos, como a Rede Terra Viva, cujos baners de divulgação das feiras são postados aqui. Um caminho que podemos tomar para melhoria da qualidade de nossa alimentação é aumentarmos a área de plantio de alimentos sem agrotóxicos, os orgânicos. Apoiarmos a agroecologia. Neste caminho buscarmos resgatar e plantar as sementes crioulas, as melhores sementes para a agricultura.  A seguir postamos algumas informações sobre as sementes crioulas. Um leitor do jornal O Ecoambiental, nos informou que a Embrapa de Sete Lagoas possui sementes crioulas, além de várias agricultores familiares em nosso País, povos indígenas e populações tradicionais, felizmente. Agora é buscarmos conhecer, valorizar, cultivar para as presentes e futuras gerações as sementes crioulas em busca de melhor qualidade de vida e meio ambiente para todos.
     
   O QUE SÃO AS SEMENTES CRIOULAS

  As sementes crioulas são aquelas melhoradas e conservadas pelas famílias agricultoras ao longo de séculos, adaptadas às suas condições de solo e clima, às suas práticas de manejo e preferências culturais.
    Historicamente, as comunidades agrícolas têm sido responsáveis pela conservação de uma riquíssima diversidade de espécies e variedades, adaptadas aos mais diferentes usos e necessidades. Essa diversidade faz parte da estratégia produtiva desses agricultores: elas fornecem alternativas de alimentos, forragem, fibras e remédios ao longo do ano, entre outras vantagens, enriquecendo a dieta e diversificando as possibilidades de obtenção de renda.
Essa riqueza também está relacionada aos diferentes usos (alimentação, forragem, comércio, preparação de comidas típicas etc.) e características de interesse (duração do ciclo, resistência à seca ou à umidade excessiva etc.). Assim como a diversidade de espécies, a diversidade genética dentro de uma mesma espécie é de enorme importância para diminuir a vulnerabilidade dos agricultores: se numa lavoura existirem diversas variedades de feijão, por exemplo, dificilmente uma doença, praga ou extremo climático dizimará todas.

   "As sementes crioulas têm sido guardadas, reproduzi-das e melhoradas milenarmente pelos camponeses e povos indígenas em todo o mundo. Elas têm garantido para eles e para toda a humanidade a diversidade étnico-ambiental que herdamos."

                     SEMENTES CRIOULAS X SEMENTES HÍBRIDAS E TRANSGÊNICAS

    O que as sementes híbridas e as transgênicas tem de diferentes das sementes crioulas? Enquanto que estas sementes podem ser plantadas e reproduzidas ano a ano, segundo os interesses dos povos que as cultivam, as sementes híbridas vão perdendo a sua capacidade genética (vigor híbrido) de reprodução quando são replantadas safra após safra. No limite suportam duas safras; a partir daí, começam a perder o seu vigor. Nessas circunstâncias, o camponês é obrigado a comprar as sementes híbridas toda a vez que desejar plantar.
    As sementes transgênicas também são de propriedade privada das empresas multinacionais a partir da proteção por patenteamento como organismo geneticamente modificado. Para utilizar essas sementes transgênicas o camponês deverá pagar “royalties”, ou licença de plantio, à empresa que as produziu. Caso esse camponês não pague os “royalties” exigidos ele poderá ser processado juridicamente e terá de pagar centenas de vezes o valor da licença de plantio normal determinada pelas empresas multinacionais. Para controlar quem utiliza sementes transgênicas tais empresas criam “polícias genéticas” que fiscalizam as terras plantadas pelos agricultores." (Horácio Martins)
    Utilizadas desde os tempos pré-coloniais pelos índios, as sementes crioulas chegaram aos dias atuais pela prática da agricultura tradicional, na qual os lavradores conservam-nas, selecionam, melhoram e as trocam entre si. Seu nome muda de acordo com o estado: são as sementes “da paixão” na Paraíba, “da fartura” no Piauí, “da resistência” em Alagoas, “da liberdade” em Sergipe, e “da gente” em Minas Gerais. Agora, as comunidades vêm se organizando para a criação de bancos de sementes crioulas, que podem ser familiares, comunitários ou regionais.

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