FONTE: ONU - BRASIL
A diretora-geral da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), Audrey Azoulay, pediu uma “mobilização global” para enfrentar os desafios na educação e cumprir as metas de desenvolvimento sustentável.
A declaração foi realizada durante a Pré-Cúpula da Educação Transformadora, promovida de 28 a 30 de junho pela UNESCO. O evento, realizado na sede da organização, reuniu mais duas mil pessoas e, entre elas, cerca de 150 ministros e vice-ministros da Educação.
Ao longo do encontro foram discutidos os impactos da COVID-19 na educação e a crise de financiamento na área.
A declaração foi realizada durante a Pré-Cúpula da Educação Transformadora (Transforming Education Pre-Summit), promovida pela organização de 28 a 30 de junho, em sua sede, em Paris. Na presença de mais de 150 ministros e vice-ministros da Educação, Azoulay alertou que atualmente existem duas crises que afetam a educação: uma crise de aprendizagem e outra orçamentária.
A pré-cúpula contou com a participação de mais de duas mil pessoas de todo o mundo, entre oficiais de governos, representantes de agências da ONU e jovens ativistas. De acordo com a organização, essa a mobilização em larga escala dos governos é motivo de esperança, apesar das preocupações.
O evento foi realizado em preparação para a Cúpula da Educação Transformadora, marcada para 19 de setembro, em Nova Iorque. A conferência, que reunirá chefes de Estado e de governo, foi convocada pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, com o objetivo de colocar a educação no topo da agenda internacional.
COVID-19 - Em 2019, a UNESCO já havia alertado que seria difícil atingir a meta de “educação de qualidade para todos até 2030”. Agora, a pandemia da COVID-19 tornou essa previsão ainda pior, destacou a diretora-geral da organização no evento em Paris:
“A pandemia exacerbou a crise global da educação. O fechamento de escolas resultou em perdas significativas de aprendizagem. Em países de renda baixa e média, 70% das crianças de 10 anos são incapazes de entender um texto escrito simples – acima do índice de 57% de 2019. Sem novas medidas para apoiá-los, esses jovens enfrentarão grandes dificuldades para continuar sua educação e ingressar no mercado de trabalho”, afirmou Azoulay.
“Dessa forma, enfrentaremos uma grande crise social. Hoje eu peço a mobilização para o seguinte: se quisermos cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, a educação deve voltar ao topo da agenda da comunidade internacional.”
De acordo com o relatório publicado em 24 de junho pela UNESCO, pelo Banco Mundial e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), “The State of Global Learning Poverty: 2022 Update” (disponível em inglês), esses atrasos de aprendizagem também terão um forte impacto na economia. Em escala mundial, eles representarão uma perda cumulativa de riqueza de cerca de 21 trilhões de dólares para a atual geração de crianças em idade escolar. A estimativa anterior, de 2021, era de 17 trilhões de dólares, o que mostra que essa situação se agravou no último ano.
Financiamento - Além dessa crise de aprendizagem, há uma crise de financiamento. De acordo com outro estudo da UNESCO e do Banco Mundial, 40% dos países de renda baixa e média reduziram seus gastos destinados à educação durante a pandemia. A redução média foi de 13,5%. No entanto, no verão de 2022, os orçamentos ainda não retornaram aos níveis de 2019.
“Estamos preocupados com a oscilação do financiamento da educação neste momento crítico. Quando o financiamento público diminui, as famílias são forçadas a aumentar sua contribuição financeira. E quanto mais o ônus financeiro da educação recair sobre as famílias, maior será o risco de aumentar a desigualdade”, afirmou a diretora-geral adjunta de Educação da UNESCO, Stefania Giannini.
Tão importante quanto a questão dos recursos, segundo a organização, é a transformação da educação para se adaptar aos novos desafios do século XXI. A UNESCO defende em relatórios como “Reimaginar nossos futuros juntos: um novo contrato social para a educação” que os currículos e o ensino sejam adaptados a questões como a crise climática e a revolução digital.
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