quinta-feira, 19 de setembro de 2024

MUDANÇAS CLIMÁTICAS - OS MAIS VULNERÁVEIS

 

Foto: divulgação


OIT: 75% da população nos países mais vulneráveis à mudança climática não têm qualquer cobertura de proteção social

FONTE: ONU - BRASIL

Os governos têm falhado em utilizar de forma plena o poderoso potencial da proteção social para mitigar os efeitos da crise climática e apoiar uma transição justa, aponta novo relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

O Relatório Mundial sobre Proteção Social 2024-26 mostra que, pela primeira vez, mais de metade da população global (52,4%) conta com alguma forma de cobertura de proteção social. No entanto, nos 50 países mais vulneráveis ao clima, 75% da população (2,1 bilhões de pessoas) não têm qualquer cobertura de proteção social. 

A OIT enfatiza que os governos devem fazer mais para que a proteção social universal seja utilizada para adaptar e mitigar o impacto da mudança climática e alcançar uma transição justa. 


A proteção social desempenha um papel fundamental na mitigação do impacto das alterações climáticas, mas os países mais impactados pela crise climática são os que estão menos preparados

Legenda: A proteção social desempenha um papel fundamental na mitigação do impacto das alterações climáticas, mas os países mais impactados pela crise climática são os que estão menos preparados, aponta o Relatório Mundial sobre Proteção Social 2024-26, divulgado pela OIT nesta quinta-feira (12).
Foto: © Borgogniels/Getty Images Signature.

Os governos têm falhado em utilizar de forma plena o poderoso potencial da proteção social para mitigar os efeitos da crise climática e apoiar uma transição justa, de acordo com relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgado nesta quinta-feira (12/09). 

Relatório Mundial de Proteção Social 2024-26: A Proteção Social Universal para a Ação Climática e uma Transição Justa mostra que, pela primeira vez, mais de metade da população global (52,4%) conta com alguma forma de cobertura de proteção social, uma proporção superior aos 42,8 % verificados em 2015, ano em que foram adotados os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

No entanto, nos 20 países mais vulneráveis à crise climática, 91,3% pessoas (364 milhões) ainda carecem de qualquer forma de proteção social. De forma mais ampla, nos 50 países mais vulneráveis ao clima, 75% da população (2,1 bilhões de pessoas) não têm qualquer cobertura de proteção social. 

Globalmente, a maioria das crianças (76,1%) permanece sem cobertura de proteção social eficaz. Há também uma lacuna de gênero substancial, com a cobertura eficaz das mulheres menor do que a dos homens (50,1% e 54,6%, respectivamente). 

Essas lacunas são especialmente significativas dado o papel potencial da proteção social em mitigar o impacto da mudança climática, ajudando pessoas e sociedades a se adaptarem a uma nova realidade climática volátil e facilitando uma transição justa para um futuro sustentável.

"A mudança climática não reconhece fronteira e não podemos construir um muro para manter a crise do lado de fora. A crise climática afeta a todos nós e representa a ameaça mais grave para a justiça social dos dias de hoje”, afirmou Gilbert F. Houngbo, diretor-geral da OIT. 

“Muitos dos países que estão vivenciando as consequências mais brutais desta crise estão particularmente mal equipados para lidar com as suas consequências ambientais e de subsistência. Devemos reconhecer que o que acontece às comunidades impactadas nos afetará a todas as pessoas." 

"A proteção social universal está no topo da lista de ferramentas que temos à disposição para nos ajudar a garantir que a crise climática não aprofunde as desigualdades e a exclusão existentes nas comunidades afetadas.” - Gilbert F. Houngbo, diretor-geral da OIT, 13 de setembro de 2024. 

A proteção social pode ajudar as pessoas a adaptarem-se e a lidar com os choques relacionados com o clima, proporcionando benefícios de proteção social, como a segurança de renda e o acesso a cuidados de saúde. E o imperativo para tornar a proteção social universal não é apenas ético, é também prático: apoiando e protegendo os trabalhadores em todas as partes do mundo, podemos ajudar a aliviar os medos acerca da transição, o que é essencial para mobilizar o apoio popular para uma transição sustentável e justa, acrescentou o diretor-geral da OIT. 

No entanto, apesar do seu papel como catalisador e facilitador de ações climáticas positivas, os governos não estão aproveitando ao máximo o potencial da proteção social, em grande parte devido a lacunas de cobertura persistentes e a um subinvestimento significativo.

Em média, os países investem 12,9% do seu produto interno bruto (PIB) em proteção social (excluindo a saúde). No entanto, embora os países de renda alta aloquem em média 16,2%, os países de renda baixa mobilizam apenas 0,8%  do seu PIB para a proteção social. 

Os países de renda baixa – que incluem os mais vulneráveis ​​aos impactos da mudança climática – necessitam de mais 308,5 bilhões de dólares por ano (52,3% do seu PIB) para garantir pelo menos um nível básico de proteção social, sendo o apoio internacional necessário para alcançar este objetivo.

O relatório faz um apelo pela adoção de ações de política decisivas e integradas para fechar as lacunas de proteção, argumentando que “é altura de aumentar a aposta” e investir significativamente em proteção social. O relatório oferece recomendações importantes para ajudar a orientar as políticas e garantir resultados eficazes e sustentáveis, incluindo:

  • Preparar tanto para os riscos do ciclo de vida “rotineiros”, como para os choques relacionados ao clima, garantindo que os sistemas de proteção social estejam  em funcionamento e que todas as pessoas desfrutem de uma proteção social adequada.
  • Utilizar a proteção social para apoiar os esforços de mitigação e adaptação à mudança climática e garantir a aceitação pública dessas medidas. 
  • Priorizar o investimento em proteção social, incluindo o apoio externo dirigidos a países com espaço fiscal limitado.

ADAPTAÇÕES ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS


 

ADAPTAÇÃO E MITIGAÇÃO CLIMÁTICA


 

quinta-feira, 5 de setembro de 2024

DIA DA AMAZÔNIA - 5 DE SETEMBRO

Foto: Amaônia - divulgação 


 O DIA DA AMAZÔNIA  - tem como objetivo conscientizar a sociedade sobre a importância deste bioma que abrange a maior floresta tropical do mundo. Possui 4.196.943 milhões de km² de floresta e abrange os países - Brasil, Bolívia, Equador, Colômbia, Guiana Francesa, Paraguai, Peru, Suriname e Venezuela. 







terça-feira, 3 de setembro de 2024

MUDANCAS CLIMÁTICAS - O BRASIL EM CHAMAS


Foto divulgação -  EBC

EDITORIAL

Mudanças climáticas

O Brasil em chamas 

 

  A maior seca da história do Brasil -2024 e ondas de calor que deverão superar 45° em várias regiões do país. Trata-se de agravantes dos alertas locais e globais sobre as consequências das mudanças climáticas. O paradoxo é que estas temperaturas extremas acontecem em pleno inverno. Como explicar tantos focos de incêndios em tantas regiões simultâneos? Ainda que alguns incêndios estejam sendo provocados por ações humanas criminosas, não há como negar que são consequências das mudanças climáticas. A degradação da perda da biodiversidade é de entristecer. Florestas devastadas, áreas de proteção ambiental, parques, matas nativas, reservas indígenas, a fauna dizimada, perdas de vidas, populações estarrecidas.  

  A solução que se espera são as chuvas chegarem... anunciam a grande mídia. Porém a gravidade da situação vai muito além. Como devolver ao Planeta o clima de outrora?  Dizem os cientistas que as presentes e futuras gerações terão que aprender a lidar com os conflitos socioambientais provocados pelo aquecimento global. 

  O impacto de tantos extremos - fazem poucos meses que o Brasil presenciou o Rio Grande do Sul inundado. Agora todo o país está tomado pelas chamas, pela fuligem das queimadas. Os danos à saúde, o tempo de recuperação destas áreas degradas, a perda da fauna e flora são preocupantes.  

 Para nós que trabalhamos há anos divulgando os problemas e as possíveis soluções da crise socioambiental no Brasil e no mundo, fica a certeza da lentidão com que as ações governamentais de transição energética vêm acontecendo.  

  As mudanças climáticas estão alterando as relações de convivência humana de forma drástica. O futuro incerto coloca desafios que exigem atitudes de precaução muito mais eficazes para combater tanta destruição do meio ambiente. 

  Continuamos acreditando no papel protagonista da sociedade civil. As comunidades precisam debater e se proteger destas consequências.  

  As informações sobre o clima, os extremos climáticos, seja de seca, nevascas, enchentes, de quaisquer alterações no clima precisam chegar com antecedência às comunidades.  

  Não basta o registro do fato depois que o pior acontece. Há que se implantar os princípios do Direito Ambiental da precaução nas comunidades. As escolas precisam debater e agir com seus alunos sobre a gravidade destes problemas, assim como as comunidades. É preciso uma mobilização socioambiental de todas as pessoas, instituições, governos para que possamos nos defender destes extremos climáticos.  

  Sabemos que estudos científicos existem. Que projeções são realizadas pelo IPCC(Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), pelos órgãos que estudam cientificamente a crise climática. O que falta na verdade é vontade política de haver pactos locais de pessoas e instituições para que medidas sejam tomadas com antecedência. Que os recursos para combate às mudanças climáticas cheguem de fato para as comunidades e instituições que lutam pela valorização do meio ambiente, que trabalham sem recursos para difundir a informação socioambiental, que implantam projetos sustentáveis que salvam vidas, a biodiversidade, o meio ambiente. Existem inúmeras iniciativas da sociedade civil que está lutando desde muito tempo para evitar o pior. Se é que podemos traçar esta linha do tempo do que seria pior.  

  Sociedades consomem energia sem limites, entulham resíduos, que geram consciências degradadas e predatórias que relegam para segundo plano a importância de se cuidar do meio ambiente, da qualidade de vida. A conscientização das comunidades, das populações precisam se transformar. Todas as consequências das mudanças climáticas sabemos atingem principalmente populações que sofrem com a fome, as guerras, os que habitam áreas de risco, degradadas, os refugiados dos conflitos socioambientais.  

  O Brasil tem a oportunidade de ser um dos protagonistas em todo o mundo para esta transformação da percepção e atitudes em relação a convivência humana e a natureza por sua originalidade de: País Megadiverso.

Estamos às vésperas da Conferência do Clima no Brasil em 2025 – a COP 30 que será realizada na Amazônia. 

  Já deveria haver uma mobilização nacional para que o Brasil possa se preparar para implantar projetos sustentáveis de combate às mudanças climáticas com a participação de toda sociedade.  Estes projetos só terão eficácia se forem implantados de "baixo para cima", ou seja, com o devido respeito, participação e valorização da sociedade civil.

  O Brasil que está sofrendo com as queimadas e o clima seco é a maior reserva ambiental do Planeta. Tem uma diversidade cultural inigualável. Além do nome de nosso País ser uma referência a uma árvore.  

   Mais um registro impressionante e preocupante. Em plena campanha eleitoral municipal quase não se ouve propostas sobre o combate as mudanças climáticas. O que confirma que a sociedade civil cada vez mais precisa se fazer protagonista. Cobrar políticas públicas de precaução e combate às mudanças climáticas. 

  Fica a questão: qual a responsabilidade de cada ser humano com o que vem ocorrendo com a degradação das relações humanas e socioambientais diante o crescente agravamento da crise climática?