quinta-feira, 21 de novembro de 2013

COP - 19 E AS AÇÕES DOS PAÍSES FRENTE AO AQUECIMENTO GLOBAL




"Estou muito preocupado, pois nossas ações são ainda insuficientes para limitar a alta da temperatura global abaixo dos 2 graus em relação aos níveis pré-industriais" – esta foi a declaração do secretário-geral da ONU Ban Ki-Moon na COP – 19 diante os delegados de mais de 190 países na Conferência sobre mudanças climáticas em Varsóvia, Polônia.
   Segundo a rede de organizações da sociedade civil que atuam em mudanças climáticas no Brasil, uma das propostas brasileiras apresentadas pouco antes do começo da Conferência é que os países possam realizar processos amplos de consulta nacional, de forma que todos os setores do governo, da economia, da sociedade civil e da academia possam contribuir para a construção de uma visão unificada e representativa - o que, na visão da delegação brasileira, poderá injetar credibilidade e ambição no posicionamento dos países.
     É bom lembrar que o Brasil realizou a IV Conferência Nacional de Meio Ambiente e perdeu uma boa oportunidade, sem realizar sequer um painel sobre as mudanças climáticas durante as conferências regionais e a nacional em Brasília. Ou seja, internamente o Brasil precisa melhorar a metodologia de diálogo com a população sobre as questões climáticas e ambientais de maneira geral, uma vez que todos os problemas socioambientais precisam ser enfrentados em todas áreas e atividades humanas. 
    Segundo esta rede climática brasileira,   outro ponto abordado foi “a polêmica proposta brasileira sobre responsabilidade histórica nas mudanças climáticas.” Esta consideramos ser uma boa proposta, só que vem sendo rejeitada pelas nações desenvolvidas, que não aceitaram sequer que os delegados consultassem formalmente um representante do IPCC sobre a possibilidade da entidade elaborar uma metodologia para que os países calculassem sua responsabilidade sobre o aumento da temperatura.
  Segundo esta rede climática, “para o Brasil a responsabilidade histórica é um ponto importante para ser considerado no cálculo das metas de cada país no novo acordo climático, sem deixar de considerar obviamente o perfil atual das emissões desses países. Mesmo com a falta de debates oficiais sobre a proposta, os países do G77 e a China encamparam-na, o que deve colocar pressão na agenda dos próximos encontros de negociação.”
   Apesar dos estudos do IPCC divulgados em que a ação humana vem causando alterações no clima do mundo, quando se trata de atitudes concretas, principalmente dos países que mais consomem energia, observamos muita morosidade.  A  mobilização da sociedade civil no Brasil e no mundo, continua sendo fundamental para que os países possam de fato tomar medidas mais eficazes e concretas de redução de emissões de gases de efeito estufa.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

20 DE NOVEMBRO: O DIA EM QUE O BRASIL VAI CONQUISTANDO CONSCIÊNCIA

    VALEU ZUMBI...
  
                         A HISTÓRIA DO POVO BRASILEIRO É VITORIOSA ...

   A Lei 12.519 de 2011 instituiu oficialmente o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra.   Ainda em Belo Horizonte não há o feriado municipal. Mesmo a obra de arte em Belo Horizonte: Zumbi – Liberdade e Resistência, precisam ser mais respeitadas. Retiraram a placa indicativa da escultura realizada por Jorge dos Anjos. E a iluminação em holofotes não funciona à noite como diz a descrição da obra:

 

             Escultura "Zumbi:Liberdade e Resistência" de Jorge dos Anjos _ Foto: Jornal O Ecoambiental

Jorge dos Anjos 


    Mineiro de Ouro Preto, o pintor e escultor Jorge Luis dos Anjos coleciona prêmios pelos salões nacionais de arte e se tornou ao longo da carreira um dos nomes mais expressivos da arte mineira contemporânea. Com obras espalhadas por todo o país, em espaços públicos, museus e galerias, também reunidas em periódicas exposições no exterior e integrantes de coleções particulares nacionais e internacionais, também recebe diariamente encomendas de trabalhos, que vão desde peças para compor a decoração interna de prédios e hotéis a pequenas esculturas de premiações. 

“Escultura Zumbi: Liberdade e Resistência”.

    A escultura em aço oxidado, medindo 5m de altura por 4,30m de largura e pesando 3 toneladas, foi inaugurada no dia 12 de novembro de 1995, na presença do vice-prefeito Célio de Castro e de Milton Nascimento, que cantou “A Missa dos Quilombos”.
   O monumento é uma homenagem ao tricentenário de Zumbi, símbolo da resistência contra a escravidão.

  A escultura simboliza, pelo formato de um tridente fincado no chão, as raízes da luta negra no Brasil. A obra de arte se transforma, então, em um pássaro, que, segundo o autor, Jorge dos Anjos, significa a liberdade dos negros no Brasil. A iluminação do monumento é subterrânea e feita por holofotes.”
  O dia 20 de novembro deveria ser homologado como feriado nacional.  A lembrança da história de Zumbi, dos Palmarinos e a referência a Consciência Negra diz respeito a todo o Brasil. O valor da cultura afrodescendente está nas raízes da história do Brasil.
   O Dia Nacional da Consciência Negra é o dia em que lembramos como a igualdade étnica é fundamental para que a pessoa humana possa evoluir na consciência de que a diferença faz parte da história de nossa espécie. Diferenças que nos unem na condição humana. 
   A lembrança de Zumbi de Palmares é motivo de orgulho para a história brasileira. Na história dos quilombos todos os brasileiros são livres. Livres de preconceitos e discriminações. Nos quilombos implantados e defendidos por Zumbi de Palmares, todas as etnias: negros, indígenas e brancos conviveram em harmonia.   Por isto os quilombos prosperaram e prosperam ainda hoje, como nas Escolas de Samba, nos grupos de Capoeira, nas manifestações culturais brasileiras como o carnaval, nos Congados de Minas que trazem o registro da felicidade de sermos brasileiros.  O Dia Nacional da Consciência Negra é o dia de todos os brasileiros, principalmente para os afrodescendentes. 
   É um dia para refletirmos quanto ainda é preciso ser feito para que haja universalização de qualidade de vida: na saúde, educação, trabalho, lazer, cultura, meio ambiente sadio para todos no Brasil.
 O Brasil e nossas etnias devem orgulhar todos os brasileiros. Nossa identidade cultural significa nossa possibilidade de sermos originais: é a singularidade de sermos brasileiros.
  O  Brasil  irá desenvolver-se plenamente sempre que valorizar nossa história. As diferenças étnicas fazem bem ao ser humano, pois possibilita que avancemos na diversidade de culturas. As culturas possibilitam nossa evolução humana, por isto o caminho da sustentabilidade brasileira é singular. Temos bagagem cultural para aprendermos a valorizar cada vez mais os seres humanos e nossa diversidade cultural. Uma coisa que o mundo precisa resgatar e quem sabe conquistar com o Brasil: o devido valor do ser humano e de todo meio ambiente.


 


domingo, 17 de novembro de 2013

A COP-19 E A CONSTRUÇÃO DA SUSTENTABILIDADE

                                Manifestação dos jovens na COP-19 em Varsóvia - Polônia

  A Conferência das Partes (COP) é um foro internacional de negociação das regras e políticas referentes à implementação da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (CQMC), em vigor desde 1994. A COP - 19 acontece nesta semana de 11 a 22 de novembro em Varsóvia, capital da Polônia, com representantes de mais de 190 países.

  A sustentabilidade é para todos. Na COP – 19 os países ditos do primeiro mundo continuam relutantes em reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Quando é dito “primeiro mundo” o que parece é que existiriam vários planetas Terra. Um para o “primeiro mundo” outros para o “segundo e terceiros mundos”. Sabemos que não existiriam países de “primeiro mundo” sem a exploração de bilhões de seres humanos neste mesmo mundo, que ainda vivem em péssimas condições de vida. Para os céticos que não acreditam na tese do aquecimento global, podemos lembrar que as desigualdades de acesso à qualidade de vida em cada país e entre as Nações do mundo são evidentes.  Os seres humanos precisam construir sociedades sustentáveis, caso contrário, fatos como o drama dos Filipinos continuarão se repetindo. Mesmo o caos que observamos nos grandes centros urbanos pelas cidades acumulando lixo, resíduos, sujando e contaminando os cursos de água, lagoas, rios, poluindo o ar.  Os conflitos socioambientais estão presentes no Brasil e em todo mundo. Precisamos valorizar as pessoas e o que de bom podemos construir através de nossa inteligência em defendermos cada ser humano como membro de nossa própria família. Todos estamos ligados a tudo. A Terra como já foi dito é um organismo vivo. 
    O que se constata é como as sociedades insustentáveis estão destruindo a saúde, educação pública, a qualidade de vida de todos seres humanos. Nós seres humanos estamos ambientalmente poluídos.   Os seres  humanos hoje são uma mercadoria como outra qualquer. As tecnologias deveriam existir para proteger e valorizar os seres humanos, mas o que temos hoje são tecnologias voltadas para o mercado.  O debate ou versão do que a ciência já provou ou não sobre o aquecimento global não pode negar como bilhões de seres humanos são tratados como seres inferiores, como se não fossem  da mesma espécie humana.  O que não perderemos nunca é a crença de que temos inteligência humana capaz de vencer esse caos global da insustentabilidade que o mundo atravessa. O caminho é nos unirmos cada vez mais em defesa da vida, através de ações concretas que resgatem o valor dos seres humanos ( seres  humanos... seres humanos... seres humanos...)  e de todo o meio ambiente.
    A  COP – 19 -  Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês) teve um pronunciamento marcante do negociador- chefe das Filipinas – Yeb Saño, na plenária de abertura da COP-19, que tocou o coração de muitas pessoas em Varsóvia (Polônia). Ele reavivou a lembrança das pessoas que perderam suas vidas na passagem do mega tufão Haiyna que devastou seu país nos últimos dias.
   Segue o pronunciamento de Yeb Saño na COP - 19:

   Após a fala comovente na COP - 19, o presidente da mesa pediu um minuto de silêncio para demonstrar luto pelos afetados na tragédia. Do fundo da sala, membros da sociedade civil gritavam “Nós estamos com você”. Na saída, um grupo de jovens levantou cartazes de apoio. Entre as mensagens, a pergunta: “Quantas vidas mais?”. A faixa, entretanto, não possuía autorização e por isso os três jovens que a seguravam foram banidos da COP.
  Saño está em greve de fome desde o primeiro dia da conferência, e deve permanecer até que alguma ação efetiva seja tomada. Cerca de cem membros da sociedade civil já se juntaram a ele no jejum, em solidariedade ao povo filipino.