"Estou muito preocupado, pois
nossas ações são ainda insuficientes para limitar a alta da temperatura global abaixo dos 2 graus em relação aos níveis pré-industriais" – esta
foi a declaração do secretário-geral da ONU Ban Ki-Moon na COP – 19 diante os
delegados de mais de 190 países na Conferência sobre mudanças climáticas em
Varsóvia, Polônia.
Segundo a rede de organizações da sociedade civil que atuam em mudanças
climáticas no Brasil, uma das
propostas brasileiras apresentadas pouco antes do começo da Conferência é que
os países possam realizar processos amplos de consulta nacional, de forma que
todos os setores do governo, da economia, da sociedade civil e da academia
possam contribuir para a construção de uma visão unificada e representativa - o
que, na visão da delegação brasileira, poderá injetar credibilidade e ambição
no posicionamento dos países.
É bom lembrar
que o Brasil realizou a IV Conferência Nacional de Meio Ambiente e perdeu uma boa oportunidade, sem realizar
sequer um painel sobre as mudanças climáticas durante as conferências regionais
e a nacional em Brasília. Ou seja, internamente o Brasil precisa melhorar a metodologia de diálogo com a população sobre as questões climáticas e ambientais de maneira geral, uma vez que todos os problemas socioambientais precisam ser enfrentados em todas áreas e atividades humanas.
Segundo esta rede climática brasileira, outro ponto abordado foi “a polêmica proposta
brasileira sobre responsabilidade histórica nas mudanças climáticas.” Esta
consideramos ser uma boa proposta, só que vem sendo rejeitada pelas nações
desenvolvidas, que não aceitaram sequer que os delegados consultassem
formalmente um representante do IPCC sobre a possibilidade da entidade elaborar
uma metodologia para que os países calculassem sua responsabilidade sobre o
aumento da temperatura.
Segundo
esta rede climática, “para o Brasil a responsabilidade histórica é um ponto
importante para ser considerado no cálculo das metas de cada país no novo
acordo climático, sem deixar de considerar obviamente o perfil atual das
emissões desses países. Mesmo com a falta de debates oficiais sobre a proposta,
os países do G77 e a China encamparam-na, o que deve colocar pressão na agenda
dos próximos encontros de negociação.”
Apesar dos estudos do IPCC divulgados em que
a ação humana vem causando alterações no clima do mundo, quando se trata de
atitudes concretas, principalmente dos países que mais consomem energia, observamos muita morosidade. A mobilização da sociedade civil no Brasil e no
mundo, continua sendo fundamental para que os países possam de fato tomar
medidas mais eficazes e concretas de redução de emissões de gases de efeito
estufa.