"Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações" ( Artigo 225 da Constituição da República Federativa do Brasil de 5/10/1988)
FULECO ou tatu-bola é o mascote da Copa do Mundo de 2014, realizada no Brasil. Ele é da família das bolas, conhecida como tatu-bola-da-caatinga, que encontra-se em estado de espécie ameaçada de extinção.
A origem etimológica do nome "Fuleco" é a união das palavras "futebol" e "ecologia". Foi escolhido em cima das opções Amijubi (amizade e júbilo) e Zuzeco (azul e ecologia), em uma votação de quase 1,7 milhões de fãs do esporte. A sua data de nascimento foi escolhida no dia 26/11/2012
A simbologia da escolha do nome "fuleco" é com o objetivo de se retratar a importância do meio ambiente e da ecologia não apenas para o Brasil, mas para o mundo.
Levando-se em conta que meio ambiente somos todos nós, a cobertura da copa realizada pela maioria da grande imprensa deixa a desejar. É uma oportunidade de dialogarmos sobre os problemas e as possíveis soluções dos conflitos socioambientais.
O futebol é nossa "paixão nacional" porque o Brasil pratica este esporte como arte. Esta arte é traduzida em felicidade, o que para as pessoas ambientalmente falando é muito bom. Todos queremos e buscamos a felicidade.
O "patrocínio" do meio ambiente poderia ser de fato um ato de felicidade, de amizade e ecologia integral se houvesse um olhar e maiores atitudes de valorização das pessoas e do meio ambiente no Brasil e no mundo.
A melhor condição socioambiental para o mundo é construir a sustentabilidade. Nos unirmos para que haja apenas um mundo, não esta divisão político-econômica-socioambiental de primeiro, segundo, terceiros mundos onde a exclusão e degradação da maioria dos seres humanos e do meio ambiente ainda prevalece. Da forma como esta copa e outras já realizadas são organizadas, as desigualdades econômicas, socioambientais só se agravam. Aqueles que são ricos ficam cada vez mais ricos e os excluídos ficam com a saúde, educação, habitação, transporte, cidades precarizadas. O meio ambiente, as seres humanos excluídos sofrem. A questão é que o olhar para o meio ambiente, mesmo que simbólico através do mascote "fuleco" pode questionar as sociedades de que o mundo precisa trilhar novos caminhos de sustentabilidade. E a alegria do futebol vivido como esporte - arte pode mobilizar uma vontade de construirmos dias melhores. Nem tudo está perdido. Pode haver um salto de qualidade e questionamento ambiental em todas estas contradições, presentes nos seres humanos e nas sociedades.
Todas as pessoas no mundo deveriam viver com dignidade humana, sem fome, miséria, sem discriminações étnicas, culturais, econômicas, políticas, socioambientais. Sabemos que as pessoas de condição de vida mais pobre sofrem muito mais as consequências dos problemas e conflitos ambientais. Mas também sabemos que a origem destes problemas está na forma insustentável das sociedades organizadas no mundo. O preço do "alto padrão" de vida de poucos países é resultado da exclusão de bilhões de seres humanos a uma vida digna. Todas regiões do mundo hoje sofrem com as mudanças climáticas provocadas pela forma como os seres humanos estão produzindo e consumindo, degradando nossa própria espécie humana e todo o meio ambiente. Deveria haver uma melhor e mais justa distribuição de renda, da riqueza produzida no mundo para todos e uma valorização de todo o meio ambiente.
O Brasil, mesmo vivenciando muitos problemas nas áreas de saúde, educação, habitação, transporte, concentração de renda, desmatamento, poluição do ar, da água, do solo e alimentos com usos abusivos de agrotóxicos, é uma Nação conhecida pela nossa capacidade criativa e de transmitirmos a felicidade nas relações humanas e por nosso País abrigar belezas naturais que nos ligam e lembram a nossa condição de sermos parte do meio ambiente. Sabemos que a mesma qualidade e padrão nota 10 para a organização da copa deveria ser o padrão nota 10 de qualidade de vida em todo o mundo. A realização da copa no Brasil utilizando o "patrocínio" do meio ambiente nos faz refletir o quanto em recursos humanos, econômicos, sociais, ambientais, políticos, de comunicação e marketing, de energia são mobilizados. Toda esta atitude pode ser mobilizada para vencermos os conflitos socioambientais no Brasil e no mundo. Quantas vidas poderiam ser salvas e quantos projetos e ações de melhoria da condição do vida dos seres humanos e de valorização de todo meio ambiente poderiam ter sido implantados com o investimento econômico para a organização da copa no Brasil, na África do Sul e nos vários países em que já foi realizada ? No entanto, quando se trata de combater a fome, os problemas e conflitos socioambientais dizem não haver recursos. Na Rio + 20 os países tiveram a oportunidade de mobilizar recursos para a solução dos problemas socioambientais no mundo, quando se trata principalmente em mobilizar recursos financeiros para este fim, os países não conseguem ainda chegar a acordos significativos. Isto demonstra o caráter político-econômico da crise ambiental no mundo.
A maneira como ainda a maioria das sociedades estão estruturadas e desorganizadas, abrigando conflitos socioambientais, colocam inúmeros desafios em busca de um mundo melhor de se viver com melhor qualidade de vida e meio ambiente saudável para todos.
Que esta oportunidade do Brasil e o mundo organizarem uma copa utilizando-se o marketing, o "patrocínio" do meio ambiente, seja um momento de reflexão para todos nós. Que nossa confraternização e amizade nesta copa e sempre, seja pela conquista de um mundo ambientalmente mais justo, pacífico, igualitário, sem discriminações étnicas, culturais, sustentável, onde tenhamos direito a uma qualidade de vida e meio ambiente mais saudável para todos. Que o legado desta copa 2014 seja a felicidade do congraçamento dos Continentes através do "futebol arte" inspirados em uma consciência renovada sobre a importância da união de todos para a construção da sustentabilidade no Brasil e no mundo. Que possamos acreditar e agir para que sermos todos mais felizes valorizando mais cada ser humano e todo meio ambiente.
Tatu-bola é a denominação comum para as espécies de tatu do gênero Tolypeutes, Tolypeutes tricinctus e Tolypeutes matacus, conhecidas respectivamente como tatu-bola-da-caatinga e mataco. Essas espécies são também conhecidas em algumas regiões como tatuapara, apara e apar. São encontrados no Brasil, Paraguai,Bolívia e Argentina, sendo que a T. tricinctus é endêmica do Brasil.