sexta-feira, 18 de setembro de 2020
DIA DA CAMADA DE OZÔNIO
Em Dia da Camada de Ozônio, ONU ressalta importância
da cooperação internacional
Fonte: ONU - BRASIL
As Nações Unidas celebram dia 16 de setembro o Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio. Em 2020, a celebração tem o lema “Ozônio para a vida: 35 anos de proteção da camada de ozônio”, marcando o aniversário da Convenção de Viena.
Foi esse tratado que, juntamente com o Protocolo de Montreal, uniu o mundo no propósito de se eliminar os gases que provocam o buraco nessa camada essencial para proteger a vida da radiação ultravioleta.
Em 1994, a Assembleia Geral proclamou a data para lembrar a assinatura do Protocolo de Montreal sobre Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio.
Em mensagem, o secretário-geral da ONU, António Guterres, incentiva a ação conjunta para preservar a camada de ozônio. O apelo do chefe da ONU é que essa vontade seja aplicada “para curar o planeta e forjar um futuro mais brilhante e mais justo para toda a humanidade”.
A diretora-executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) lembrou que foi a cooperação internacional que colocou a camada de ozônio no caminho da recuperação, protegendo a saúde humana e os ecossistemas.
Para Inger Anderson, essa colaboração demonstra que trabalhando em conjunto podem ser resolvidos “problemas em escala global.”
Futuras gerações
Anderson afirmou que tal união de propósitos é “mais necessária que nunca” à medida que se busca lidar com perdas na natureza, as mudanças climáticas e a poluição no contexto da pandemia e das discussões sobre a reposição do fundo multilateral.
O PNUMA realça que a eliminação gradual e o uso controlado de substâncias que destroem a camada de ozônio “ajudaram a proteger a camada de ozônio para as gerações atual e futura”.
Outros benefícios foram contribuir de forma significativa para impulsionar os esforços globais para lidar com a mudança climática e proteger a saúde humana e os ecossistemas, limitando a radiação ultravioleta sobre a Terra.
Foi a confirmação científica do desgaste da camada de ozônio que deu origem à Convenção de Viena para a Proteção da Camada de Ozônio. Esses dados levaram a comunidade internacional a adotar o mecanismo de cooperação inicialmente assinado por 28 países, em 22 de março de 1985.
Substâncias
O Protocolo de Montreal sobre Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio foi criado em setembro de 1987. O documento previa medidas para controlar a produção e o consumo global de produtos químicos prejudiciais à camada.
Com base no desenvolvimento científico e da informação tecnológica, o Protocolo definiu o controle de cerca de 100 produtos químicos de diversas categorias.
Para cada grupo ou anexo desses produtos químicos, o tratado tem um calendário para a eliminação progressiva de sua produção e consumo em direção a um banimento completo.
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quinta-feira, 10 de setembro de 2020
A ALFABETIZAÇÃO E DIREITOS HUMANOS
A alfabetização é umaquestão de dignidadee direitos humanospor ONU Brasil |
Todos os anos a Organização das Nações Unidas para a Educação,
a Ciência e a Cultura (UNESCO) celebra o Dia Internacional da Alfabetização
para lembrar o mundo sobre a importância da alfabetização como uma questão de dignidade e direitos humanos.
Apesar dos progressos feitos ao longo dos anos, cerca de 773 milhões de
adultos em todo o mundo ainda não dominam as competências básicas em escrita e leitura.
Celebrado em 8 de setembro, o Dia Internacional da Alfabetização tem
como foco neste ano “o ensino e a aprendizagem da alfabetização na crise da
COVID-19 e além”, com ênfase para a alfabetização ao longo da vida - mantendo os jovens e adultos no centro das atenções.
Educadores são prioridade
Segundo a diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, para superar o impacto da COVID-19, é fundamental priorizar os educadores da linha de frente. “Vimos
a dedicação deles durante esta situação sem precedentes, mas também
testemunhamos sua insegurança e privação, já que o trabalho diário de
alfabetização, por mais essencial que seja, recebe muito pouco reconhecimento”.
Os educadores em todos os lugares devem ser capazes de realizar suas
tarefas em boas condições de trabalho, inclusive recebendo uma remuneração justa e com estabilidade no emprego.
Também precisam ser capacitados ao longo de sua carreira para que sejam
capazes de se adaptarem às diferentes circunstâncias, como o fechamento de escolas.
Dois em cada três alunos ainda estão fora da escola
Com dois em cada três alunos ainda sem condições de voltar às aulas, a chefe da UNESCO destacou a importância de uma ampla capacitação para os educadores sobre educação à distância.
As novas tecnologias também têm grande potencial. Embora eles não possam
substituir a transmissão de conhecimento por pessoas, a chefe da UNESCO disse que eles podem ser aliados valiosos.
“Devemos apoiar seu desenvolvimento e torná-los acessíveis a todos os alunos”
, afirmou a diretora-geral da UNESCO. “Este é um aspecto importante para refletirmos sobre o futuro da educação”.
Lacunas políticas reveladas pela pandemia
A crise da COVID-19 tem sido um lembrete gritante da lacuna entre o discurso
político e a realidade.
Durante a pandemia, os programas de alfabetização de adultos em muitos
países foram deixados de fora dos planos iniciais de resposta à educação.
E a maioria dos programas de alfabetização de adultos que existiam foi suspensa.
O Dia da Alfabetização oferece uma oportunidade de explorar como posicionar a alfabetização de jovens e adultos nas respostas globais e nacionais, bem
como formular políticas, sistemas e outras medidas de apoio aos educadores.
Para mais informações e para acompanhar as ações preparadas pela
UNESCO nesta data, acesse a página do Dia Internacional da Alfabetização
2020 (em espanhol).
SEMIÁRIDOS E AGRICULTURA RESILIENTE ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Semiáridos latino-americanos trocamconhecimentos para se adaptar àsmudanças climáticaspor ONU Brasil |
Regiões semiáridas da América Latina e Central poderão compartilhar
conhecimentos e identificar práticas de sucesso que promovam uma
agricultura resiliente às mudanças climáticas em novo projeto financiado
pelas Nações Unidas.
O Semiárido do Nordeste brasileiro, o Grande Chaco Americano —
compartilhado por Argentina, Bolívia e Paraguai — e o Corredor Seco da
América Central participam do DAKI-Semiárido Vivo, iniciativa financiada
pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), da ONU.
A ação é executada pela Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA), a Fundação Argentina para o Desenvolvimento pela Justiça e pela Paz (FUNDAPAZ) e
pela Fundação Nacional para o Desenvolvimento de El Salvador (FUNDE).
Em agosto (18), representantes dessas organizações reuniram-se em evento
online para o lançamento do projeto, cujo foco são territórios de áreas
secas que enfrentam crescentes processos de desertificação e são
afetadas pelo aumento da temperatura do planeta e pela ocorrência de
eventos climáticos extremos.
"Esta tarde damos outro passo importante na articulação e intercâmbio de
conhecimentos que envolvem dinâmicas sociais, culturais, econômicas e
políticas nas regiões semiáridas de toda a América Latina", disse no lançamento Alexandre Pires, da coordenação nacional da ASA.
"Espero que este projeto possa aproximar ainda mais a aliança da
Plataforma Semiáridos da América Latina e a ASA com os governos
locais e nacionais, com o FIDA e outras agências multilaterais, em
defesa de um enfoque político que tenha em seu centro a proposta da
convivência com o Semiárido."
Segundo Gabriel Seghezzo, da Plataforma Semiáridos e da Fundação
para o Desenvolvimento da Justiça e Paz, o conceito de Semiáridos adotado
no projeto é "político, climático, social, econômico e cultural."
"(O conceito de) Semiáridos expressa um nome emblemático porque não
evidencia apenas regiões com semelhanças climáticas e de paisagens. Há
também outras semelhanças mais profundas: diversidade cultural, que nos
orgulha; diversidade biológica que dá à região um potencial de desenvolvimento; o histórico de trabalho social e organizativo que gera uma massa crítica institucional impressionante", disse.
Há ainda milhares de organizações indígenas e campesinas com lutas semelhantes, diagnósticos e soluções que podem debater e pensar em direção ao futuro,
afirmou, "para juntos, vencerem a exclusão e a marginalização, que também são características comuns em nossas regiões".
De acordo com dados citados pela ASA, das 800 milhões de pessoas em
situação de fome no mundo, metade são agricultores e agricultoras que vivem
em regiões semiáridas, cuja realidade se agrava com o fenômeno da crise
climática. A emergência do clima torna ainda mais crítica a dificuldade no
acesso à água de qualidade, bem como à segurança alimentar e a outros direitos humanos básicos.
O Projeto DAKI-Semiárido Vivo e os programas da ASA atuam no estoque de
água para a produção de alimentos e de sementes crioulas, tendo como um
de seus princípios de ação a valorização do conhecimento dos povos do Semiárido.
"Mas o projeto não só propõe reconhecer e valorizar. Sua proposta é construir metodologias para que este conhecimento popular sistematizado ganhe força
para impulsionar a criação de políticas públicas de diferentes âmbitos
governamentais", declarou Antônio Barbosa, coordenador do Projeto
Daki-Semiárido Vivo.
"Queremos destacar a importância do conhecimento tradicional, que respeitado
e em diálogo com o conhecimento acadêmico podem enfrentar as mudanças
climáticas e seus impactos na vida e nos territórios semiáridos da América Latina",
disse.
Para Claus Reiner, gerente de programas do FIDA para o Brasil, "são diversos
os sistemas de que (as famílias rurais) necessitam para sobreviver". "Estas práticas agrícolas resilientes ao clima são muito importantes, e é o que o
projeto vai fazer: identificar, analisar e documentar, através de diferentes formas, as práticas agrícolas resilientes ao clima."
A moderadora do evento, Zulema Burneo, coordenadora da Coalizão
Internacional pela Terra (ILC) para América Latina e Caribe, salientou que projetos
como o DAKI-Semiárido Vivo são parte de um processo maior capaz de gerar
capital social e humano a partir de relações sustentáveis entre organizações
sociais e agricultores, indígenas, campesinos e quilombolas.
MUDANÇAS CLIMÁTICAS - TEMPERATURA MÉDIA GLOBAL 2016-2020
A TEMPERATURA MÉDIA GLOBAL PARA 2016-2020
DEVE SER A MAIS ALTA JÁ REGISTRADA
FONTE:: ONU - Brasil
As concentrações de gases de efeito
estufa na atmosfera estão em níveis recordes; as emissões que tiveram
declínio temporário devido à pandemia estão caminhando para níveis pré-COVID-19, enquanto as temperaturas globais
continuam atingindo novos picos, de acordo com um novo relatório da ONU.
O documento "United in Science 2020", lançado na quarta-feira
(9), destaca os impactos crescentes e irreversíveis das mudanças
climáticas em geleiras, oceanos, natureza, economias e seus custos para as
pessoas em todo o mundo; manifestam-se cada vez com mais frequência por
meio de desastres, como ondas de calor recordes, incêndios florestais,
secas e inundações.
Falando no lançamento do relatório, o secretário-geral da ONU, António
Guterres, sublinhou que "não há tempo a perder" se o mundo
pretende abrandar a tendência dos impactos devastadores das alterações
climáticas e limitar o aumento das temperaturas a 1,5 grau Celsius.
"Quer estejamos enfrentando uma pandemia ou a crise climática, é
claro que precisamos de ciência, solidariedade e soluções decisivas",
disse Guterres.
"Temos uma escolha: continuar como sempre, levando a mais
calamidades; ou podemos usar a recuperação da COVID-19 para fornecer uma
oportunidade real de colocar o mundo em um caminho sustentável",
acrescentou.
O secretário-geral delineou seis ações relacionadas ao clima para moldar
a recuperação da COVD-19, a fim de garantir um futuro sustentável para
as próximas gerações.
As seis ações incluem: gerar novos empregos e negócios por meio de uma
transição limpa e verde; tornar os resgates públicos condicionantes de empregos
verdes e crescimento sustentável; migrar da economia cinza para a economia
verde, tornando as sociedades e as pessoas mais resilientes; canalizar
investimentos de fundos públicos para setores e projetos sustentáveis
que ajudem o meio ambiente e o clima; levar em consideração os
riscos e oportunidades do clima no sistema financeiro, bem como
na formulação de políticas públicas e infraestrutura; e trabalharmos
juntos como uma comunidade internacional.
"Enquanto trabalhamos para enfrentar a pandemia de COVID-19 e a
crise climática, exorto os líderes a prestarem atenção aos fatos deste
relatório, unirem-se por trás da ciência e tomarem medidas urgentes no
clima", acrescentou Guterres, instando os governos a
prepararem planos climáticos nacionais ambiciosos, as Contribuições
Nacionalmente Determinadas (NDC), antes da COP26.
"É assim que construiremos um futuro mais seguro e
sustentável."
A mudança climática
continua inabalável
Em uma de suas principais descobertas, o relatório afirma que as
concentrações atmosféricas de dióxido de carbono (CO2) "não
mostraram sinais de terem chegado ao pico" e continuaram a atingir
novos recordes.
Estações de referência na rede WMO Global Atmosphere Watch
relataram concentrações de CO2 acima de 410 partes por milhão (ppm)
durante o primeiro semestre de 2020, com Mauna Loa (Havaí) e Cape Grim
(Tasmânia) em 414,38 ppm e 410,04 ppm, respectivamente, em julho 2020,
acima dos 411,74 ppm e 407,83 ppm no mesmo mês do ano passado.
"As concentrações de gases de efeito estufa — que já estão em seus
níveis mais altos em 3 milhões de anos — continuaram a aumentar”, disse
Petteri Taalas, secretário-geral da Organização Meteorológica
Mundial (OMM), no prefácio do relatório.
Enquanto isso, grandes áreas da Sibéria viram uma onda de calor
prolongada e notável durante o primeiro semestre de 2020, o que
teria sido muito improvável sem a mudança climática antropogênica. E
agora 2016-2020 deve ser o período de cinco anos mais quente já
registrado, ele continuou.
"Embora muitos aspectos de nossas vidas tenham sido interrompidos
em 2020, a mudança climática continuou inabalável", acrescentou
Taalas.
Conclusões
De acordo com o relatório, as emissões de CO2 em 2020 cairão entre 4% e
7% em 2020 devido às políticas de distanciamento social impostas pela
pandemia de COVID-19. O declínio exato dependerá da trajetória contínua da
pandemia e das respostas dos governos para enfrentá-la.
Em abril de 2020, no auge dos lockdowns relacionados à COVID-19, as
emissões globais diárias de CO2 caíram 17% em comparação com o ano
anterior, uma queda sem precedentes. No entanto, no início de junho, as
emissões haviam retornado a um patamar 5% inferior aos níveis de 2019.
O relatório observa que, embora a lacuna de emissões — a diferença entre
o que precisamos fazer e o que estamos realmente fazendo para enfrentar as
mudanças climáticas — seja ampla, ela ainda pode ser superada com ações
urgentes e concertadas de todos os países e setores.
Sobre o estado do clima global, o relatório indica que a temperatura
média global para 2016-2020 deve ser a mais quente já registrada, cerca de
1,1 grau Celsius acima de 1850-1900 (período de referência para a mudança
de temperatura desde os tempos pré-industriais) e 0,24 grau Celsius mais
quente do que a temperatura média global para 2011-2015.
Impacto da COVID-19
nas observações do sistema terrestre
O relatório também documenta como a pandemia de COVID-19 impediu a
capacidade de monitorar as mudanças no clima por meio do sistema de
observação global, o que por sua vez afetou a qualidade das
previsões e outros serviços relacionados ao tempo, clima e oceano.
Observações baseadas em aeronaves tiveram grandes reduções, medições
manuais em estações meteorológicas e de rios foram gravemente afetadas e
quase todos os navios de pesquisa oceanográfica estão nos portos, devido
ao impacto direto ou secundário da pandemia.
Os impactos no monitoramento das mudanças climáticas são de longo prazo,
de acordo com o relatório. Eles provavelmente impedirão ou restringirão
campanhas de medição do balanço de massa das geleiras ou da espessura do
pergelissolo (tipo de solo encontrado na região do Ártico), geralmente conduzidas
no final do período de degelo.
Sobre o relatório
O relatório United in Science 2020, o segundo da série, é coordenado
pela Organização Meteorológica Mundial das Nações Unidas (OMM),
com contribuições do Global Carbon Project, do Painel Intergovernamental
sobre Mudanças Climáticas, da Comissão Oceanográfica
Intergovernamental da UNESCO, do Programa das Nações Unidas para o Meio
Ambiente (PNUMA) e do UK Met Office.
O relatório reúne as últimas atualizações relacionadas à ciência do
clima de um grupo de organizações parceiras globais importantes.
Apresenta os mais recentes dados científicos e descobertas
relacionadas às mudanças climáticas para informar a política e a
ação global.