quinta-feira, 24 de setembro de 2020

DESIGUALDADE SALARIAL ENTRE HOMENS E MULHERES NO MUNDO

 

No ritmo atual, desigualdade salarial entre homens e mulheres só acabará em 257 anos

FONTE:  ONU Brasil

Mesmo após décadas de ativismo e das dezenas de leis sobre igualdade salarial, as mulheres ainda ganham menos de 80 centavos para cada dólar recebido por homens. E, de acordo com o Fórum Econômico Mundial, no ritmo atual, o mundo precisará de 257 anos para superar esta desigualdade de gênero no trabalho.

alerta é do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, que marcou em uma mensagem em vídeo nesta sexta-feira (18) o primeiro Dia Internacional da Igualdade Salarial, declarado pela Assembleia Geral em 2019.

Para mulheres com filhos, mulheres negras, refugiadas e migrantes, bem como mulheres com deficiência, esse número é ainda mais baixo, acrescentou o secretário-geral.

A ONU destacou ainda que os primeiros sinais mostram que o impacto econômico da pandemia da COVID-19 tornará a disparidade salarial de gênero ainda maior, em parte porque muitas mulheres trabalham nas indústrias de serviços, hotelaria e no setor informal, que foram os mais atingidos.

“O estatuto desigual das mulheres no trabalho alimenta a desigualdade em outras áreas das suas vidas. Os empregos delas têm menos probabilidade de incluir benefícios como seguro-saúde e folgas remuneradas. Mesmo quando as mulheres têm direito a uma pensão, salários mais baixos se traduzem em pagamentos mais baixos quando se tornam idosas”, alertou Guterres.

Segundo a ONU, as atuais leis de igualdade salarial, quando existentes, não conseguiram corrigir esse quadro. “Precisamos ir mais além e trabalhar mais para encontrar soluções”, disse.

Ele destacou que o Dia Internacional da Igualdade Salarial é um “passo importante” para dar visibilidade às disparidades salariais entre homens e mulheres.

“Precisamos perguntar por que são as mulheres relegadas a empregos com salários baixos; por que as profissões dominadas por mulheres têm salários mais baixos, incluindo empregos no setor da prestação de cuidados; por que tantas mulheres trabalham a meio tempo; por que as mulheres veem os seus salários diminuir com a maternidade, enquanto os homens com filhos muitas vezes desfrutam de um aumento salarial; e, finalmente, por que as mulheres esbarram no acesso a profissões com salários mais elevados.”

António Guterres destacou algumas das soluções: acabar com os estereótipos de gênero prejudiciais; remover barreiras institucionais; e compartilhar responsabilidades familiares de forma igual.

“Precisamos reconhecer, redistribuir e valorizar o trabalho de prestação de cuidados não remunerado que é feito de forma desproporcional pelas mulheres”, acrescentou.

A ONU destacou que a pandemia de COVID-19 expôs desigualdades de todos os tipos, incluindo a desigualdade de gênero. “Ao investirmos na recuperação, devemos aproveitar a oportunidade para acabar com a discriminação salarial contra as mulheres. A igualdade salarial é essencial não apenas para as mulheres, mas para construir um mundo de dignidade e de justiça para todos”, concluiu.

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

SONS DA NATUREZA


 

DIA DA CAMADA DE OZÔNIO

Em Dia da Camada de Ozônio, ONU ressalta importância

 da cooperação internacional

Fonte: ONU - BRASIL

A recuperação, a longo prazo, da camada de ozônio está em andamento, mas ainda deve levar anos. Foto: NASA

A recuperação, a longo prazo, da camada de ozônio está em andamento, mas ainda deve levar anos. Foto: NASA

As Nações Unidas celebram dia 16 de setembro o Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio. Em 2020, a celebração tem o lema “Ozônio para a vida: 35 anos de proteção da camada de ozônio”, marcando o aniversário da Convenção de Viena.

Foi esse tratado que, juntamente com o Protocolo de Montreal, uniu o mundo no propósito de se eliminar os gases que provocam o buraco nessa camada essencial para proteger a vida da radiação ultravioleta.

Em 1994, a Assembleia Geral proclamou a data para lembrar a assinatura do Protocolo de Montreal sobre Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio.

Em mensagem, o secretário-geral da ONU, António Guterres, incentiva a ação conjunta para preservar a camada de ozônio. O apelo do chefe da ONU é que essa vontade seja aplicada “para curar o planeta e forjar um futuro mais brilhante e mais justo para toda a humanidade”.

A diretora-executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) lembrou que foi a cooperação internacional que colocou a camada de ozônio no caminho da recuperação, protegendo a saúde humana e os ecossistemas.

Para Inger Anderson, essa colaboração demonstra que trabalhando em conjunto podem ser resolvidos “problemas em escala global.”

Futuras gerações

Anderson afirmou que tal união de propósitos é “mais necessária que nunca” à medida que se busca lidar com perdas na natureza, as mudanças climáticas e a poluição no contexto da pandemia e das discussões sobre a reposição do fundo multilateral.

O PNUMA realça que a eliminação gradual e o uso controlado de substâncias que destroem a camada de ozônio “ajudaram a proteger a camada de ozônio para as gerações atual e futura”.

Outros benefícios foram contribuir de forma significativa para impulsionar os esforços globais para lidar com a mudança climática e proteger a saúde humana e os ecossistemas, limitando a radiação ultravioleta sobre a Terra.

Foi a confirmação científica do desgaste da camada de ozônio que deu origem à Convenção de Viena para a Proteção da Camada de Ozônio. Esses dados levaram a comunidade internacional a adotar o mecanismo de cooperação inicialmente assinado por 28 países, em 22 de março de 1985.

Substâncias

O Protocolo de Montreal sobre Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio foi criado em setembro de 1987. O documento previa medidas para controlar a produção e o consumo global de produtos químicos prejudiciais à camada.

Com base no desenvolvimento científico e da informação tecnológica, o Protocolo definiu o controle de cerca de 100 produtos químicos de diversas categorias.

Para cada grupo ou anexo desses produtos químicos, o tratado tem um calendário para a eliminação progressiva de sua produção e consumo em direção a um banimento completo.
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SONS DA NATUREZA


 

quinta-feira, 10 de setembro de 2020

A ALFABETIZAÇÃO E DIREITOS HUMANOS

 

A alfabetização é uma 

questão de dignidade 

e direitos humanos

por ONU Brasil

Menina de 11 anos recebe um guia de estudos durante a pandemia 

da COVID-19, porque as escolas estão fechadas no Equador

. Foto: Martin Kingman/UNICEF

Todos os anos a Organização das Nações Unidas para a Educação, 

a Ciência e a Cultura (UNESCO) celebra o Dia Internacional da Alfabetização

 para lembrar o mundo sobre a importância da alfabetização como uma questão de dignidade e direitos humanos.

Apesar dos progressos feitos ao longo dos anos, cerca de 773 milhões de 

adultos em todo o mundo ainda não dominam as competências básicas em escrita e leitura.

Celebrado em 8 de setembro, o Dia Internacional da Alfabetização tem

 como foco neste ano “o ensino e a aprendizagem da alfabetização na crise da 

COVID-19 e além”, com ênfase para a alfabetização ao longo da vida - mantendo os jovens e adultos no centro das atenções.

Educadores são prioridade

Segundo a diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, para superar o impacto da COVID-19, é fundamental priorizar os educadores da linha de frente. “Vimos

 a dedicação deles durante esta situação sem precedentes, mas também

 testemunhamos sua insegurança e privação, já que o trabalho diário de 

alfabetização, por mais essencial que seja, recebe muito pouco reconhecimento”.

Os educadores em todos os lugares devem ser capazes de realizar suas

tarefas em boas condições de trabalho, inclusive recebendo uma remuneração justa e com estabilidade no emprego.

Também precisam ser capacitados ao longo de sua carreira para que sejam

 capazes de se adaptarem às diferentes circunstâncias, como o fechamento de escolas.

Dois em cada três alunos ainda estão fora da escola

Com dois em cada três alunos ainda sem condições de voltar às aulas, a chefe da UNESCO destacou a importância de uma ampla capacitação para os educadores sobre educação à distância.

As novas tecnologias também têm grande potencial. Embora eles não possam 

substituir a transmissão de conhecimento por pessoas, a chefe da UNESCO disse que eles podem ser aliados valiosos.

“Devemos apoiar seu desenvolvimento e torná-los acessíveis a todos os alunos”

, afirmou a diretora-geral da UNESCO. “Este é um aspecto importante para refletirmos sobre o futuro da educação”.

Lacunas políticas reveladas pela pandemia

A crise da COVID-19 tem sido um lembrete gritante da lacuna entre o discurso 

político e a realidade.

Durante a pandemia, os programas de alfabetização de adultos em muitos

 países foram deixados de fora dos planos iniciais de resposta à educação. 

E a maioria dos programas de alfabetização de adultos que existiam foi suspensa.

O Dia da Alfabetização oferece uma oportunidade de explorar como posicionar a alfabetização de jovens e adultos nas respostas globais e nacionais, bem

 como formular políticas, sistemas e outras medidas de apoio aos educadores.

Para mais informações e para acompanhar as ações preparadas pela

 UNESCO nesta data, acesse a página do Dia Internacional da Alfabetização

 2020 (em espanhol).

SEMIÁRIDOS E AGRICULTURA RESILIENTE ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

 

Semiáridos latino-americanos trocam 

conhecimentos para se adaptar às

 mudanças climáticas

por ONU Brasil
Produtor rural no semiárido. Foto: EBC

Produtor rural no Semiárido brasileiro. Foto: EBC

Regiões semiáridas da América Latina e Central poderão compartilhar

conhecimentos e identificar práticas de sucesso que promovam uma

 agricultura resiliente às mudanças climáticas em novo projeto financiado 

pelas Nações Unidas.

O Semiárido do Nordeste brasileiro, o Grande Chaco Americano — 

compartilhado por Argentina, Bolívia e Paraguai — e o Corredor Seco da

 América Central participam do DAKI-Semiárido Vivo, iniciativa financiada 

pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), da ONU.

A ação é executada pela Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA), a Fundação Argentina para o Desenvolvimento pela Justiça e pela Paz (FUNDAPAZ) e

 pela Fundação Nacional para o Desenvolvimento de El Salvador (FUNDE).

Em agosto (18), representantes dessas organizações reuniram-se em evento

 online para o lançamento do projeto, cujo foco são territórios de áreas 

secas que enfrentam crescentes processos de desertificação e são 

afetadas pelo aumento da temperatura do planeta e pela ocorrência de

 eventos climáticos extremos.

"Esta tarde damos outro passo importante na articulação e intercâmbio de 

conhecimentos que envolvem dinâmicas sociais, culturais, econômicas e

 políticas nas regiões semiáridas de toda a América Latina", disse no lançamento Alexandre Pires, da coordenação nacional da ASA.

"Espero que este projeto possa aproximar ainda mais a aliança da

 Plataforma Semiáridos da América Latina e a ASA com os governos 

locais e nacionais, com o FIDA e outras agências multilaterais, em 

defesa de um enfoque político que tenha em seu centro a proposta da 

convivência com o Semiárido."

Segundo Gabriel Seghezzo, da Plataforma Semiáridos e da Fundação 

para o Desenvolvimento da Justiça e Paz, o conceito de Semiáridos adotado

 no projeto é "político, climático, social, econômico e cultural."

"(O conceito de) Semiáridos expressa um nome emblemático porque não 

evidencia apenas regiões com semelhanças climáticas e de paisagens. Há

 também outras semelhanças mais profundas: diversidade cultural, que nos 

orgulha; diversidade biológica que dá à região um potencial de desenvolvimento; o histórico de trabalho social e organizativo que gera uma massa crítica institucional impressionante", disse.

Há ainda milhares de organizações indígenas e campesinas com lutas semelhantes, diagnósticos e soluções que podem debater e pensar em direção ao futuro,

 afirmou, "para juntos, vencerem a exclusão e a marginalização, que também são características comuns em nossas regiões".

De acordo com dados citados pela ASA, das 800 milhões de pessoas em 

situação de fome no mundo, metade são agricultores e agricultoras que vivem

 em regiões semiáridas, cuja realidade se agrava com o fenômeno da crise

 climática. A emergência do clima torna ainda mais crítica a dificuldade no 

acesso à água de qualidade, bem como à segurança alimentar e a outros direitos humanos básicos.

O Projeto DAKI-Semiárido Vivo e os programas da ASA atuam no estoque de

 água para a produção de alimentos e de sementes crioulas, tendo como um 

de seus princípios de ação a valorização do conhecimento dos povos do Semiárido.

"Mas o projeto não só propõe reconhecer e valorizar. Sua proposta é construir metodologias para que este conhecimento popular sistematizado ganhe força

 para impulsionar a criação de políticas públicas de diferentes âmbitos 

governamentais", declarou Antônio Barbosa, coordenador do Projeto 

Daki-Semiárido Vivo.

"Queremos destacar a importância do conhecimento tradicional, que respeitado 

e em diálogo com o conhecimento acadêmico podem enfrentar as mudanças 

climáticas e seus impactos na vida e nos territórios semiáridos da América Latina", 

disse.

Para Claus Reiner, gerente de programas do FIDA para o Brasil, "são diversos 

os sistemas de que (as famílias rurais) necessitam para sobreviver". "Estas práticas agrícolas resilientes ao clima são muito importantes, e é o que o 

projeto vai fazer: identificar, analisar e documentar, através de diferentes formas, as práticas agrícolas resilientes ao clima."

A moderadora do evento, Zulema Burneo, coordenadora da Coalizão 

Internacional pela Terra (ILC) para América Latina e Caribe, salientou que projetos

 como o DAKI-Semiárido Vivo são parte de um processo maior capaz de gerar 

capital social e humano a partir de relações sustentáveis entre organizações

 sociais e agricultores, indígenas, campesinos e quilombolas.