terça-feira, 6 de julho de 2021

RECUPERAR O TURISMO É UM DOS CAMINHOS PARA VENCER A CRISE DO TRABALHO NA AMÉRICA LATINA

 OIT: Recuperação do turismo é chave para superar a crise do trabalho na América Latina e Caribe

Fonte: ONU - BRASIL
  • A OIT defende como estratégia para a geração de empregos e recuperação econômica pós pandemia de COVID-19 o investimento em turismo na América Latina e no Caribe.
  • No pior momento da crise, cerca de 45% dos empregos no setor de turismo na região foram perdidos. 
  • O diretor-regional da OIT defendeu que "é fundamental que as políticas de recuperação do setor contribuam para a melhoria da qualidade dos empregos e estimulem a formalização do mercado de trabalho".
  • A OIT ainda destaca que, antes da pandemia, em 2019, a economia do turismo, incluindo o turismo e todos os setores que dele dependem, respondeu por 26% do PIB total no Caribe e 10% na América Latina.
  • A redução dos empregos no setor de turismo não atingiu todos os trabalhadores de forma homogênea: a perda foi maior para as mulheres, os trabalhadores jovens, os trabalhadores migrantes e as pessoas que estavam inseridas na informalidade.
A redução dos empregos no setor do turismo não atingiu todos os trabalhadores de forma homogênea, afetando mais as mulheres do que os homens

Organização Internacional do Trabalho (OIT) destacou na última quarta-feira (30) a necessidade de desenhar políticas voltadas para a recuperação do turismo nos países da América Latina e do Caribe. A ideia é que, com a recuperação do setor, possam ser geradas divisas, renda e empregos, impulsionando a região para a recuperação da crise econômica, deflagrada ou aprofundada pela pandemia de COVID-19.

De acordo com uma nova nota técnica regional da OIT, o turismo foi duramente atingido pela crise causada pela pandemia. Enquanto o número de pessoas ocupadas total contraiu em média 24,8% no segundo trimestre de 2020, a perda de empregos no setor de hotelaria e restaurantes na América Latina e no Caribe atingiu 44,7%.

Efeito multiplicador - “A recuperação do turismo depende diretamente da extensão da vacinação e da adoção de medidas adequadas de segurança e saúde no trabalho. A reativação desse setor pode ter um importante efeito multiplicador sobre a economia e o emprego, que pode ser crucial para superar a crise gerada pela pandemia”, afirmou o diretor da OIT para a América Latina e Caribe, Vinícius Pinheiro.

"É fundamental que as políticas de recuperação do setor contribuam para a melhoria da qualidade dos empregos e estimulem a formalização do mercado de trabalho. O apoio às micro e pequenas empresas também é fundamental para que os benefícios do turismo favoreçam o desenvolvimento local”, afirmou o diretor-regional da OIT.

A nota técnica “Rumo uma recuperação sustentável do emprego no setor de turismo na América Latina e no Caribe” (“Hacia una recuperación sostenible del empleo en el sector del turismo en América Latina y el Caribe ”), que faz parte da série Panorama Laboral do Escritório Regional da OIT, destaca que antes da pandemia, em 2019, a economia do turismo, incluindo o turismo e todos os setores que dele dependem, respondeu por 26% do PIB total no Caribe e 10% na América Latina.

Grupos mais afetados - O estudo também destaca que a redução do emprego não atingiu todos os trabalhadores de forma homogênea: a perda foi maior para as mulheres, os trabalhadores jovens, os trabalhadores migrantes e as pessoas que estavam inseridas na informalidade.

Em 2019, as mulheres estavam sobrerrepresentadas no setor de hotelaria e restaurantes, com 58% dos empregos, enquanto no total de ocupações chegam a 42,5%. Outro grupo sobrerrepresentado no setor são os jovens trabalhadores, com até 24 anos de idade, que representam 20,9% do emprego no setor e 13,5% do emprego total.

Informalidade e renda baixa - Antes da pandemia, o peso do emprego informal era maior no turismo do que em todas as atividades: 63,3% dos trabalhadores em hotéis e restaurantes da região trabalhavam em condições informais, enquanto essa porcentagem era de 51,8% do emprego total.

O turismo é caracterizado por uma maior percentagem de trabalhadores com jornadas curtas em 2019: o subemprego afetou 25,9% do total de trabalhadores e 31,2% dos empregados em hotéis e restaurantes. Além disso, de acordo com o relatório, é um setor com remuneração relativamente baixa: a renda dos trabalhadores do turismo representava em média 75% da renda das pessoas ocupadas como um todo.

A análise da OIT destaca a necessidade de desenhar políticas que promovam a recuperação com emprego produtivo, a criação de trabalho decente e empresas sustentáveis no setor de turismo especialmente para enfrentar os desafios associados à elevada presença da informalidade, do subemprego e da baixa renda.

Além disso, as políticas de apoio ao setor devem ter como foco a proteção do meio ambiente e a maximização dos benefícios obtidos pelas comunidades de acolhimento e a minimização dos impactos negativos que a atividade possa causar, acrescenta a análise.

E, dada a presença significativa da mulher no setor, os quadros jurídicos para o desenvolvimento da atividade devem ter uma perspectiva de gênero e incluir mecanismos de prevenção da discriminação e promoção da equidade de gênero.

Outros destaques são a necessidade de digitalização e expansão de capacidades; transformação produtiva e criação de empregos verdes; e diálogo social e fortalecimento da coordenação e articulação no setor de turismo.

Chamado Global à Ação - Esta semana, a recuperação do sector do turismo é objeto de análise por uma reunião tripartite de representantes de governos e organizações de empregadores e trabalhadores, que tem como objetivo a troca de experiências e iniciativas que visem apoiar a recuperação.

O turismo foi objeto de consideração especial na resolução aprovada este mês por delegados de todo o mundo na Conferência Internacional do Trabalho sobre um Chamado Global à Ação para uma recuperação centrada nas pessoas após a crise da COVID-19.

O chamado da OIT levanta a necessidade de “facilitar uma recuperação rápida que impulsione a sustentabilidade do setor de viagens e turismo, levando em consideração sua natureza de mão de obra intensiva e seu papel fundamental em países altamente dependentes do turismo, incluindo pequenos Estados insulares em desenvolvimento”

REDUÇÃO DO DESPERDÍCIO DE ALIMENTOS - DIMINUEM IMPACTOS CLIMÁTICOS

 

Reduzir o desperdício de alimentos é uma das maneiras mais fáceis de diminuir o impacto climático pessoal

Fonte: ONU - BRASIL
  • Cerca de 10% de todas as emissões de gases de efeito estufa vêm da produção de alimentos que são jogados fora, de acordo com um relatório do Programa da Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
  • Para especialistas do programa da ONU, reduzir o desperdício de alimentos em casa é uma das maneiras mais fáceis de diminuir o impacto climático pessoal. "Você come - e toma decisões alimentares - pelo menos três vezes ao dia", explica o especialista em sistemas alimentares do PNUMA, Clementine O'Connor. 
  • Ele dá algumas dicas simples para reduzir o desperdício alimentar. Entre elas, comprar apenas o que realmente for necessário, usar tudo o que comprar com receitas criativas e aproveitar bem o freezer para congelar alimentos e sobras.
legumes murchos
Receitas criativas que utilizam partes de alimentos que iriam para o lixo são uma das dicas para diminuir o desperdício, que é estimado em um bilhão de toneladas, ou 17% de todo alimento comprado

Um relatório lançado em março pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) descobriu que o mundo está mergulhado numa epidemia de desperdício de alimentos. Em 2019, os consumidores jogaram fora quase um bilhão de toneladas de alimentos, ou 17% de toda a comida que compraram.

"Se você pode imaginar 23 milhões de caminhões de 40 toneladas totalmente carregados - pára-choque com pára-choque, o suficiente para circular a Terra sete vezes - então é disso que estamos falando", ilustra o analista da organização sem fins lucrativos WRAP, Tom Quested.

"Alimentos não consumidos são um puro desperdício de energia e recursos que poderiam ser melhor aproveitados", reforça o

Quested e O'Connor são autores do Índice de Desperdício de Alimentos 2021. Entre os dados do levantamento coordenado por eles, destaca-se que em todo mundo, antes mesmo da crise gerada pela COVID-19, 690 milhões de pessoas estavam subnutridas. Três bilhões de pessoas não tinham condições de manter uma dieta saudável. Além disso, cerca de 10% de todas as emissões de gases de efeito estufa vêm da produção de alimentos que são jogados fora.

"O desperdício de alimentos gera todos os impactos ambientais da produção de alimentos (uso intensivo e poluição da terra e dos recursos hídricos, exacerbação da perda de biodiversidade, emissões de gases de efeito estufa) sem nenhum dos benefícios de alimentar as pessoas", analisa Quested ao explicar a relação entre o desperdício e as alterações climáticas.

O conceito de desperdício inclui o alimento que é jogado fora pelas famílias (61%), pelos serviços de alimentação (26%) e pelo varejo (13%). De acordo com o relatório, os níveis de desperdício per capita familiar são similares em países da alta e de média renda.  Por isso, o PNUMA está lançando Grupos de Trabalho Regionais de Resíduos de Alimentos na América Latina e Caribe, África, Ásia Ocidental e Ásia-Pacífico.

"Reduzir o desperdício de alimentos em casa é uma das maneiras mais fáceis de reduzir o impacto climático pessoal", explica O’Connor. "Você come - e toma decisões alimentares - pelo menos três vezes ao dia", acrescenta. 

Dicas simples - Entre as dicas do especialista do PNUMA para evitar o desperdício alimentar estão comprar apenas o que realmente for necessário, usar tudo o que comprar e aproveitar bem o freezer para congelar alimentos e sobras.

Para colocar em prática estas dicas, O'Connor recomenda sempre ter uma lista de compras, evitar compras por impulso, e comprar alimentos frescos com frequência. Além disso, ele sugere descobrir novas receitas criativas para utilizar as sobras de alimentos e cozinhar receitas com medidas precisas. Em um restaurante, o especialista sugere por sempre optar por porções menores ou por levar para casa o que sobrou no prato.

Metas para 2030 - O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 12, em sua meta 12.3, visa reduzir pela metade o desperdício global de alimentos per capita no varejo e no consumidor e diminuir as perdas de alimentos ao longo das cadeias de produção e abastecimento, incluindo perdas pós-colheita até 2030.

Para acompanhar o progresso dessa meta, o PNUMA envia a cada dois anos um questionário para os Escritórios Nacionais de Estatística e Ministérios do Meio Ambiente. Os dados são disponibilizados publicamente na Base de Dados Global ODS e no Relatório do Índice de Resíduos Alimentares do PNUMA, que será publicado em intervalos regulares até 2030. O próximo questionário será enviado aos Estados Membros em setembro de 2022, e os resultados serão relatados ao SDG Global Database em fevereiro de 2023.

Sobre o relatório - O relatório do Índice de Desperdício Alimentar do PNUMA foi publicado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) com o apoio do WRAP, uma organização não governamental que trabalha para garantir que os recursos naturais do mundo sejam usados ​​de forma sustentável.

Como guardião do indicador da meta 12.3 do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável sobre perda e desperdício de alimentos, o PNUMA desenvolveu o índice para ajudar os países a acompanhar o progresso. O trabalho faz parte dos esforços globais do PNUMA para incentivar o consumo e a produção sustentáveis ​​de alimentos e contribui para a Iniciativa Básica sobre Perda e Desperdício de Alimentos do Programa de Sistemas Alimentares Sustentáveis ​​da One Planet Network. A campanha pública de longa data do PNUMA sobre desperdício de alimentos, Think Eat Save, publica orientações para programas de prevenção de desperdício de alimentos para países e empresas.

quarta-feira, 30 de junho de 2021

EDITORIAL

 



EDITORIAL

 

  É preciso Fé em meio à degradação

 

  O que significa Fé? Uma crença, um sentido para a vida, um ideal, compartilhar propósitos de vida. Mesmo com tamanha degradação socioambiental diante da pandemia, alguns seres de nossa espécie humana relutam em dar um salto de qualidade para conquista de um mundo melhor, sustentável. Dizemos “alguns”,  porque um indicador da degradação desta pandemia é o aumento das desigualdades socioambientais. Sempre penalizando a maior parte da população mundial.

   Haja vista os conflitos étnicos, a luta dos Povos Indígenas pela demarcação de suas terras, as consequências danosas das mudanças climáticas sobre os Continentes, a humanidade que ainda tem que superar o racismo, a intolerância étnica, a luta do número crescente de refugiados que procuram exercer o direito humano a uma vida digna, e ainda com esta pandemia, a falta de vacinas para todos os povos com igualdade, o desafio de vencer a fome e miséria crescente que atinge a maior parte da população mundial. Os desafios de zerar as emissões de CO2 na atmosfera, de parar o desmatamento predatório, de despoluir as águas, do saneamento básico universalizado, de se acabar com lixões, de reduzir o consumo irracional. É necessário uma educação ambiental que respeite a diversidade cultural, étnica que valorize a vida.

   É preciso que nós seres humanos voltemos para nós mesmos em busca de algo de bom que existe em cada um de nós. Fortalecer essa essência do que podemos ser de melhor.  O sofrimento causado pela pandemia nas sociedades, cobra de cada um de nós aprender com os erros.

   Nosso Jornal Oecoambiental está plantando árvores, mas não imaginávamos que seria preciso aprender a dialogar com as pessoas e instituições a plantarem árvores conosco. Uma consciência dos problemas que a humanidade atravessa só pode ser conquistada com uma introspecção do que de bom trazemos e reconhecemos em cada um de nós. Muitos ainda pensam, como no passado, que os problemas de meio ambiente não são problemas de cada um de nós, das sociedades, socioambientais. Mesmo assim, felizmente, podemos vivenciar como é bom plantar uma árvore exercendo um pensamento de gratidão. 

 Se ao nascermos encontramos um planeta habitável, com florestas, água, ar, natureza, somos privilegiados. Devemos lutar sim hoje e acreditar que é possível conquistar novos caminhos de sustentabilidade.  Não temos direito, dentre todas as espécies da Terra, de destruir o que não construímos, pois a beleza da Terra já existia antes da lógica predatória de algumas pessoas e sociedades.

   A pandemia que adoece os seres humanos é um sofrido aprendizado de que não temos direito de continuar adoecendo a Terra. As relações humanas, socioambientais adoeceram, e é preciso que conquistemos caminhos, “vacinas” para curar, como muitos povos nos ensinam, “as feridas” que provocamos na Terra, nas sociedades, no meio ambiente. 

Dar muito mais audiência ao que de bom podemos criar, compartilhar e construir juntos. 

   Queremos liberdade para andar sem máscaras, sem pandemia, mas para isso é preciso  deixar de degradar os seres humanos, o meio ambiente.  É preciso vencer o interior de cada um de nós que ainda reluta em valorizar nossa humanidade e o meio ambiente.  Pois chegamos a este caos justamente pelo egoísmo ilimitado de algumas pessoas.

 Acreditamos que é preciso conquistar novos caminhos. Plantar o maior número de árvores que conseguirmos e esperança. É um bom caminho. Esperança traduzida em atitudes de conquista de novos caminhos em direção a um meio ambiente mais saudável, socioambientalmente mais justo e sustentável para todos.