terça-feira, 28 de junho de 2022
sábado, 25 de junho de 2022
ARTIGO FLORIAN MORIN - MURAL DO CLIMA
Artigo
O mural do clima
- como aprender o proceso da mudança climática e tomar ações para limitar
Florian
Morin, animador do mural do clima.
Como, em poucas horas, podemos compreender as
causas e os efeitos da mudança climática e pensar nas alavancas de ação para
garantir nosso futuro e o de nossos filhos? O mural climático se propõe a
responder a esta pergunta. Em apenas três horas, os presentes nesta oficina participam
de um jogo colaborativo para entender o processo de mudança climática, e como
nossos estilos de vida estão causando isso, e depois como mudá-los.
Este jogo foi fundado por um professor-pesquisador francês, Cédric Ringenbach, e é baseado no relatório do primeiro grupo do IPCC. Ela se baseia no fato de que, para agir concreta e efetivamente contra um problema, é preciso primeiro entendê-lo em detalhes. Aqui, o problema é limitar o aquecimento global a 2°C, a fim de garantir que vivamos nas melhores condições possíveis nas décadas vindouras. De fato, em um planeta que aqueceu a +2°C, as conseqüências são palpáveis, e isto em todas as regiões do mundo. No Brasil em particular, isto significaria secas severas no norte, reduzindo o rendimento agrícola e agravando a fome; chuvas mais fortes em algumas regiões levando a inundações - todos nos lembramos dos eventos de janeiro deste ano -, aumento do nível do mar, o que significaria a relocalização de cidades costeiras, incêndios mais freqüentes e desertificação de áreas anteriormente ocupadas por florestas tropicais, notadamente a Floresta Amazônica.
E
compreender o mecanismo do aquecimento global, o efeito estufa, a ligação com
as atividades humanas e todas as conseqüências sobre os fenômenos
meteorológicos é o primeiro passo para transformar nossos estilos de vida a fim
de reduzir esses impactos e se adaptar.
Para
isso, o jogo consiste em 42 cartas que os participantes montam por nexo de
causalidade para formar o mural. Ao longo do jogo, um facilitador acompanha o
grupo para fornecer explicações, e para conduzir discussões e orientar os
participantes para as ações mais relevantes para reduzir nossos impactes sobre
o clima - seja no modo como vivemos, comemos, viajamos ou consumimos produtos e
produzimos resíduos.
O
mural está aberto a todos, cidadãos, funcionários eleitos, funcionários e
líderes empresariais, e ainda mais aos novatos do clima, e é dirigido por
17.000 voluntários da associação da qual sou membro, presentes em mais de 50
países, em 40 linguas incluindo o português, e que já sensibilizaram mais de
400.000 pessoas desde 2018.
O
mural tem três características essenciais. Primeiro, o conteúdo do jogo é
baseado em uma sólida base científica e é politicamente neutro. De fato, os cartões
são construídos a partir do relatório do primeiro grupo do IPCC, o próprio
Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, apoiado pela ONU.
Além
disso, o mural é muito acessível e aberto a todos. Jogando cooperativamente,
cada membro toma posse e compreende as questões da mudança climática. Os
moderadores entram para prestar esclarecimentos, mas são os participantes que
constroem o mural juntos!
Finalmente,
é eficaz! O mural aumenta a conscientização sem fazer as pessoas se sentirem
culpadas. No final da oficina, foi lançada uma discussão coletiva sobre as ações
possíveis, num espírito de boa vontade. Os participantes deixam a oficina
altamente motivados e cheios de ferramentas para criar soluções ao seu alcance.
Para
fazer mais, também é possível se tornar um facilitador. Mais uma vez, não há
necessidade de ser um especialista em clima, o treinamento em facilitação e a
ajuda mútua entre os diferentes facilitadores são fortes. Há também uma versão
infantil do mural, e ações em grande escala também são organizadas em
universidades ou empresas.
Para
mais informações, consulte fresqueduclimat.org (em francês) ou climatefresk.org
(em inglês).
ARTIGO DE LUDMILA YARASUKAI - VIVÊNCIA SOBRE A AGROFLORESTA
Artigo
VIVÊNCIA SOBRE A AGROFLORESTA
Ludmila Yarasukai
No mês passado, realizamos no bairro Jardim
de Petrópolis em Nova Lima, uma vivência entre amigos sobre a Agrofloresta.
Observamos o solo, suas
diferenças em cada local em relação ao sol ou ao desmatamento na área. Cuidamos
de preparar a terra para abrirmos os canteiros. As árvores foram podadas e
cuidadas.
Muitas mãos agiram
juntas, os adultos se empenharam na troca de funções, aprendendo, doando e
recebendo conhecimentos.
Em uma comunicação
constante com o ambiente que ali estávamos.
Especificamente
naquelas terras existe um certo desequilíbrio onde umas espécies de formigas
cortadeiras dominam grande parte dos alimentos, mas ainda assim, houve coragem
e determinação do grupo em criar um ambiente, como nos foi dito pelo nosso
educador ambiental Miguel Tantric, como uma bomba de vida e de diversidade.
Muita sementes foram
plantadas, mudas, ervas árvores.
O objetivo também foi gerar
muita matéria orgânica para, aos poucos, fortalecer o solo para uma futura
floresta de alimentos e equilíbrio nascer ali.
Conectando assim, a vida da terra com a dos seres da região.
Durante o dia as
pessoas se conheceram, alimentaram corpo e alma e as mulheres e meninas
dançaram em cirandas celebrando toda a comunhão ali vivenciada.
Meu trabalho
basicamente é cuidar de mulheres, do corpo, espírito e emoções principalmente
no momento de gestação, parto e cuidado com bebês. E nesse dia, senti tanta semelhança,
pois fizemos dessa forma, cuidamos do terreno para muitos bebês serem gestados.
E em poucos dias com apoio da água, do sereno, do calor do sol e vento suave,
os primeiros brotinhos já começaram a nascer mesmo com a intervenção de outros
tantos animais que vivem nas redondezas.
Logo, logo
conseguiremos entender que caminhos a natureza seguirá ali.
Cabe a nós atuar apenas
com intervenções respeitosas, com estudo e sabedoria para conhecer e ouvir da
mãe Natureza o que é melhor pra todos nós.
Como disse minha filha
na abertura dos trabalhos do dia, quando foi- nos perguntado o propósito de
estarmos na vivência da Agrofloresta: estou aqui porque moro aqui, ela disse,
simplesmente.
Nossa casa, nossa mãe
terra, cuidaremos e lutaremos por você.