Artigo
VIVÊNCIA SOBRE A AGROFLORESTA
Ludmila Yarasukai
No mês passado, realizamos no bairro Jardim
de Petrópolis em Nova Lima, uma vivência entre amigos sobre a Agrofloresta.
Observamos o solo, suas
diferenças em cada local em relação ao sol ou ao desmatamento na área. Cuidamos
de preparar a terra para abrirmos os canteiros. As árvores foram podadas e
cuidadas.
Muitas mãos agiram
juntas, os adultos se empenharam na troca de funções, aprendendo, doando e
recebendo conhecimentos.
Em uma comunicação
constante com o ambiente que ali estávamos.
Especificamente
naquelas terras existe um certo desequilíbrio onde umas espécies de formigas
cortadeiras dominam grande parte dos alimentos, mas ainda assim, houve coragem
e determinação do grupo em criar um ambiente, como nos foi dito pelo nosso
educador ambiental Miguel Tantric, como uma bomba de vida e de diversidade.
Muita sementes foram
plantadas, mudas, ervas árvores.
O objetivo também foi gerar
muita matéria orgânica para, aos poucos, fortalecer o solo para uma futura
floresta de alimentos e equilíbrio nascer ali.
Conectando assim, a vida da terra com a dos seres da região.
Durante o dia as
pessoas se conheceram, alimentaram corpo e alma e as mulheres e meninas
dançaram em cirandas celebrando toda a comunhão ali vivenciada.
Meu trabalho
basicamente é cuidar de mulheres, do corpo, espírito e emoções principalmente
no momento de gestação, parto e cuidado com bebês. E nesse dia, senti tanta semelhança,
pois fizemos dessa forma, cuidamos do terreno para muitos bebês serem gestados.
E em poucos dias com apoio da água, do sereno, do calor do sol e vento suave,
os primeiros brotinhos já começaram a nascer mesmo com a intervenção de outros
tantos animais que vivem nas redondezas.
Logo, logo
conseguiremos entender que caminhos a natureza seguirá ali.
Cabe a nós atuar apenas
com intervenções respeitosas, com estudo e sabedoria para conhecer e ouvir da
mãe Natureza o que é melhor pra todos nós.
Como disse minha filha
na abertura dos trabalhos do dia, quando foi- nos perguntado o propósito de
estarmos na vivência da Agrofloresta: estou aqui porque moro aqui, ela disse,
simplesmente.
Nossa casa, nossa mãe
terra, cuidaremos e lutaremos por você.
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