terça-feira, 24 de novembro de 2020

CONSERVAÇÃO INTEGRADA SUMMIT - 2021 -2030

 

Restauração de ecossistemas será o tema do Conservação Integrada Summit 2021-2030

FONTE: ONU - BRASIL
  • A degradação dos ecossistemas terrestres e marinhos compromete o bem-estar de 3,2 bilhões de pessoas em todo o planeta, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).
  • Para mudar essa realidade, somar esforços e preparar os setores no Brasil para a Década da Restauração de Ecossistemas 2021-2030, dezenas de instituições e especialistas com trabalhos reconhecidos mundialmente se reúnem no evento virtual Conservação Integrada Summit, de 30 de novembro a 4 de dezembro.
  • O evento será gratuito e totalmente online com transmissão pelo site da Academia da Conservação.

 

Ecossistemas marinhos e terrestres precisam ser preservados, alerta ONU
Ecossistemas marinhos e terrestres precisam ser preservados, alerta ONU

A degradação dos ecossistemas terrestres e marinhos compromete o bem-estar de 3,2 bilhões de pessoas em todo o planeta, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). Para mudar essa realidade, somar esforços e preparar os setores no Brasil para a Década da Restauração de Ecossistemas 2021-2030, dezenas de instituições e especialistas com trabalhos reconhecidos mundialmente se reúnem no evento virtual Conservação Integrada Summit, de 30 de novembro a 4 de dezembro.

“O Summit 2021-2030 nasce como uma proposta de comunidade, onde todos pensam juntos e buscam soluções para reverter a degradação dos ecossistemas. Se até um ano atrás nós falávamos em conservação, os últimos acontecimentos, como os incêndios no Pantanal, nos mostram que se não agirmos rápido e buscarmos formas de recuperar a natureza, dificilmente conseguiremos deixar um bom legado para as futuras gerações. Precisamos agir, e rápido”, adverte Fernando Sousa, diretor executivo Institucional e de Sustentabilidade no Grupo Cataratas e diretor no Instituto Conhecer para Conservar (ICC).

Organizado em parceria pelo Grupo Cataratas, Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil (AZAB) e o ICC, o Summit será 100% gratuito e totalmente online com transmissão pelo site da Academia da Conservação.

Serão 15 mesas redondas, com cerca de 70 palestrantes, em mais de 20 horas de conteúdo exclusivo sobre os desafios e oportunidades para a biodiversidade e para a conservação dos ecossistemas. Entre os nomes já confirmados estão a lendária bióloga marinha Sylvia Earle; a secretária executiva da Convenção sobre a Diversidade Biológica, Elizabeth Mrema; a diretora executiva adjunta do PNUMA, Joyce Msuya; a CEO do Zoos Victoria na Austrália, Jenny Gray; o secretário executivo da Associação Mico-Leão-Dourado, Luís Paulo Ferraz; o pesquisador Braulio Dias; o economista Sérgio Besserman; o fotógrafo Sebastião Salgado e as jornalistas Sônia Bridi e Cristina Serra.

As informações sobre a programação e os painéis poderão ser acessadas através do site academiadaconservacao.com.br. A plataforma, lançada pelo ICC e focada em conservação integrada, é um local de convergência para troca de conhecimentos e experiências sobre o tema, com conteúdos colaborativos e cursos complementares.

Década da Restauração de Ecossistemas (2021-2030) - A Assembleia Geral das Nações Unidas declarou que o período de 2021-2030 será a “Década da Restauração de Ecossistemas”, que tem como principal objetivo aumentar os esforços para restaurar ecossistemas degradados, criando medidas eficientes para combater a crise climática, alimentar, hídrica e da perda de biodiversidade.

A representante do PNUMA no Brasil, Denise Hamú, lembra que quando se fala em restauração, muitas pessoas pensam nas florestas. "Elas estão sim ameaçadas e são vitais para o planeta e para o ser humano. Mas outros ecossistemas, a exemplo de pântanos, pradarias, savanas (como o cerrado brasileiro) e corais também estão entrando em colapso e são essenciais para a manutenção dos serviços ecossistêmicos, que são a base da nossa sobrevivência enquanto espécie e sociedade”, alerta.

“A restauração de ecossistemas não é uma ideia nova, mas estamos em um momento crítico para agir. Por isso, a Década da Restauração, que começa no próximo ano, é lançada pela ONU mas deve ser apropriada pelas pessoas e organizações de diferentes setores. Ela chega para canalizar soluções e esforços locais e globais, fortalecer parcerias, impulsionar ações (novas e já em curso) e intensificar a troca de conhecimentos e boas práticas em prol do nosso meio ambiente”, complementa Denise Hamú.

Zoológicos e Aquários - O último relatório sobre o impacto humano na natureza, publicado pela ONU, mostra que quase 1 milhão de espécies e plantas correm o risco de extinção. E, dentro deste contexto, zoológicos e aquários assumem um importante papel de sensibilização da sociedade para a importância da conservação da biodiversidade, por meio do desenvolvimento de pesquisas e ações de educação ambiental.

Acesse a programação completa aqui.

Serviço:

Evento online e gratuito Conservação Integrada Summit 2021-2030

De 30 de novembro a 4 de dezembro de 2020

Informações e inscrições: academiadaconservacao.com.br

INCLUSÃO DIGITAL NOS PAÍSES DA AMÉRICA LATINA E DO CARIBE

 

Países da América Latina e do Caribe precisam avançar na inclusão digital para sair da crise 

FONTE: ONU - BRASIL
América Latina e Caribe devem avançar na inclusão digital
América Latina e Caribe devem avançar na inclusão digital

Os países da América Latina e do Caribe devem avançar com urgência na inclusão e na transformação digital, com base na integração regional e na cooperação internacional, para enfrentar a crise derivada da pandemia da COVID-19 e alcançar um desenvolvimento com igualdade e sustentabilidade ambiental. A recomendação foi feita por autoridades e funcionários internacionais na abertura da VII Conferência Ministerial sobre a Sociedade da Informação da América Latina e do Caribe, organizada pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) e o governo do Equador. O encontro virtual prossegue até quinta-feira, 26 de novembro.

 “Hoje nenhuma sociedade pode alcançar o desenvolvimento se estiver a margem da tecnologia digital, por isso deve estar ao alcance de todos, sem exclusão de qualquer tipo. Ninguém pode ficar para trás”, afirmou o presidente equatoriano, Lenín Moreno, em mensagem transmitida durante a cerimônia de abertura.

“Comemoro esse encontro de ministros da região porque todos seremos beneficiados. Juntos podemos definir e fortalecer as políticas regionais, que sejam democráticas, que sejam inclusivas. Milhões de pessoas ficarão gratas”, considerou Moreno. O Equador recebe a presidência da Conferência Ministerial por dois anos.

Em seu discurso, a secretária-executiva da CEPAL, Alicia Bárcena, disse que “a atual conjuntura, marcada por uma profunda crise desencadeada pela pandemia da COVID-19, destacou a relevância das tecnologias digitais e como a sua utilização tem sido essencial para o funcionamento da economia e da sociedade”. Ela lembrou que um terço da população da América Latina e do Caribe não têm acesso a internet.

Andrés Michelena, ministro das Telecomunicações e da Sociedade da Informação do Equador, alertou sobre “a possibilidade real e potencialmente trágica de que essa crise arruíne uma geração de latino-americanos”. “Esse evento continental nos apresenta um grande desafio: passar do dizer para o fazer. Sem recursos públicos e privados, e sem a alavancagem financeira dos organismos multilaterais e regionais, o caminho será árduo e difícil”, considerou. Ele anunciou que o Equador se propôs a criar um fundo latino-americano para implantação rural de infraestrutura de telecomunicações, com pelo menos 1% do PIB de cada país colaborador, para reduzir a lacuna digital.

A ministra de Tecnologias da Informação e das Comunicações da Colômbia, Karen Abudinen, destacou a importância da conectividade e da transformação digital, apresentando algumas das  principais iniciativas realizadas por seu país em matéria de inclusão digital. "Conectividade é igualdade", ressaltou.

Em apresentação realizada após a abertura, Alicia Bárcena revelou que na região existem mais de 40 milhões de domicílios não conectados e a metade está situada nos dois quintis mais pobres. Dados do Observatório Regional de Banda Larga da CEPAL indicam que 77% dos domicílios rurais não estão conectados, assim como 42% das pessoas menores de 25 anos e 54% das pessoas maiores de 66 anos.

A secretária-executiva da CEPAL indicou que o serviço de banda larga móvel e fixa para o primeiro se segundo quintis custa 14% e 12% de suas rendas. Por outro lado, um terço dos países da região não atende aos requisitos de velocidade de download necessários para usar soluções digitais.

"Isso tem repercussões sociais de grande magnitude: 46% dos meninos e meninas com idades entre 5 e 12 anos vivem em que não estão conectados. Mais de 32 milhões de meninos e meninas não podem ter acesso a soluções de educação à distância”, exemplificou Bárcena. Ela propôs três grandes desafios para a região hoje: universalizar o acesso e a acessibilidade às tecnologias digitais; avançar na digitalização para a sustentabilidade ambiental; alcançar uma transformação digital produtiva real.

“Uma cesta básica para a população não desconectada custaria anualmente cerca de 1% do PIB da região”, afirmou a representante da CEPAL, que enfatizou a necessidade da digitalização ser totalmente incorporada aos processos produtivos. “A pandemia levará a uma enorme destruição do tecido produtivo. É previsto o fechamento de 2,7 milhões de empresas, o que provocará a perda de 8,5 milhões de empregos”, assegurou.

Durante a reunião, está prevista a aprovação da Agenda Digital para a América Latina e o Caribe eLAC 2022, dando continuidade a um processo regional iniciado há 15 anos.

“As dimensões da agenda digital regional que devemos buscar e priorizar são a construção de capacidades internas, a inclusão de todos os atores envolvidos e a cooperação internacional”, apontou Alicia Bárcena. “Devemos pensar em como utilizamos a digitalização, em como transformamos o que estamos fazendo em matéria digital e colocamos a serviço de uma recuperação pós-pandêmica que esteja baseada na sustentabilidade ambiental, na igualdade e na inclusão”, concluiu.

EDITORIAL - PELO RESPEITO À DIVERSIDADE ÉTNICA

 

EDITORIAL

Pelo respeito à diversidade étnica


    O dia 19 de novembro de 2020 está marcado como o dia do “apagão” da dignidade humana.  As cenas da violência étnica que familiares e o mundo tomaram conhecimento e vêm assistindo cada vez que as imagens degradantes dos conflitos que causaram a morte de João Alberto Silveira Freitas são reproduzidas pelos meios de comunicação, redes sociais, causam indignação, repugnância no Brasil e em todo o mundo.  Um Brasil e um mundo que já sofrem com as restrições de convivência causados  pela pandemia da Covid-19 e tem crianças e adolescentes, em sua maioria, fora das escolas. Para quem defende a “educação remota” como solução para educar os seres humanos, imagens de tamanha violência exemplificam como os seres humanos precisam curar as feridas da degradação e conflitos étnicos que neste início de século XXI parecem se multiplicar. Que futuro estamos construindo para a humanidade onde crianças e jovens sofrem com a degradação humana exposta nas redes sociais e nos meios de comunicação com a violência do racismo?

   O legado educacional que o mundo tem a transmitir à juventude não pode ser este de degradação da condição humana. A Agenda 2030 da ONU e os objetivos do desenvolvimento sustentável precisam prevalecer diante a violência da intolerância étnica.   O racismo infelizmente é uma criação humana. Qualquer pessoa que por ignorância de informação ou por interesses diversos não admita que o racismo é um problema socioambiental dos mais graves e cruéis que a humanidade tem a vencer pode ter como um dos motivos desta recusa em admiti-lo, tentar “esquecer” ou “apagar” de sua memória, de sua própria existência pessoal ou familiar o sofrimento e a degradação que o racismo provoca nas pessoas.  Uma sociedade sustentável só pode ser construída na medida em que procura vencer toda forma de violência e degradação étnica.

quarta-feira, 11 de novembro de 2020

SUSTENTABILIDADE - FÓRUM DE CIDADES PAN-AMAZõNICAS

 

PNUMA fala sobre desenvolvimento urbano sustentável no Fórum de Cidades Pan-Amazônicas

  • A Representante do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Denise Hamú, participou do lançamento do Fórum de Cidades Pan-Amazônicas (FCPA), promovido na quarta-feira (4), durante o evento global Fórum Amazônia+21, e falou sobre oportunidades e desafios locais, bem como empregos verdes nas cidades da região.
  • O Fórum é uma plataforma para a troca de conhecimentos e experiências entre governos locais da região amazônica com o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável.
FONTE: ONU - BRASIL

A Representante do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Denise Hamú, participou como convidada especial do lançamento do Fórum de Cidades Pan-Amazônicas (FCPA), promovido na quarta-feira (4), durante o evento global e virtual Fórum Amazônia+21.

O FCPA é uma plataforma para a troca de conhecimentos e experiências entre governos locais da região amazônica com o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável. A rede foi idealizada pelo ICLEI América do Sul, WayCarbon e Fundação Konrad Adenauer, por meio do Programa Regional de Segurança Energética e Mudanças Climáticas (EKLA), e reunirá diversos representantes das pastas de Planejamento e Desenvolvimento Sustentável de cidades amazônicas do Brasil, Colômbia, Equador e Peru.

“O objetivo deste Fórum é trazer a concepção de desenvolvimento sustentável da Amazônia para o século XXI, ligado com a visão de cidades que queremos criar. O Fórum propões duas linhas: a bioeconomia e a geração de empregos verdes; e o papel das cidades na prevenção do desmatamento e preservação da floresta em pé”, explicou o secretário executivo do ICLEI América do Sul, Rodrigo Perpétuo, durante a abertura do evento.

Ainda na abertura, a coordenadora do EKLA, Anuska Soares, ressaltou que “a troca entre governos locais para promover o desenvolvimento sustentável das cidades amazônicas é muito importante, pois só eles têm conhecimento efetivo do que passa em cada cidade”.

A representante do PNUMA no Brasil, Denise Hamú, foi a convidada especial do painel “Governos Locais e Desenvolvimento Sustentável”, que reuniu prefeitos(as) e secretários(as) para debater oportunidades e desafios locais, bem como empregos verdes nas cidades da região.

A representante do PNUMA apresentou algumas iniciativas da organização no âmbito do desenvolvimento urbano sustentável. Também citou dois relatórios, o “Growing in circles” sobre a transição para a economia circular no nível local, e “The Weight of Cities”, e falou da importância de endereçar as cidades e o metabolismo urbano.

“Os futuros econômicos e ambientais globais estão interligados em como os desafios urbanos serão enfrentados. As cidades têm impactos significativos, consomem mais de 70% dos recursos naturais e de energia e produzem cerca de 60% das emissões de efeito estufa. Atualmente, 54% da população global vive nas cidades”, alertou.

A representante do PNUMA ainda destacou particularidades das cidades amazônicas e levantou provocações, a exemplo de: como estimular o cultivo intensivo de cultivares nativos da Amazônia (açaí, cupuaçu, borracha, guaraná, etc.) desenvolvidos pela Embrapa? Como dar escala a projetos de bioeconomia na região gerando empregos duradouros para as populações locais? Como traduzir os ganhos da Zona Franca de Manaus em saúde, educação, saneamento?

Em seguida, os prefeitos Arthur Virgílio Neto, de Manaus (AM), e Hildon Chaves, de Porto Velho (RO), discutiram questões locais e empregos verdes nas cidades pan-amazônicas.

“A árvore em pé vale muito mais que ela derrubada. Depois de alguns anos de desmatamento vem a desertificação, a estiagem e a mudança climática”, comentou o prefeito de Manaus.

“É um avanço enorme estarmos hoje discutindo com o mundo a Amazônia – aqui da Amazônia. Que possamos concentrar e liderar daqui a discussão sobre nossos desafios e riquezas”, declarou o prefeito de Porto Velho.

Reunião de trabalho

Na reunião exclusiva para os Secretários(as), no dia 5 de novembro, o debate foi centrado na agenda técnica e na troca de experiências locais e de políticas públicas que contribuem e fomentam o crescimento econômico aliado à preservação da floresta local.

Questões como regulação fundiária e uso da terra foram comumente citadas por secretários, secretárias e seus representantes presentes na reunião, assim como a disponibilização de verbas e a relação com outros entes federativos.

O subsecretário de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente de Parintins (AM), Alzenilson Aquino, revelou que um dos principais problemas do território é a produção de madeira clandestina, sendo a regularização fundiária um tema importante para a região.  

“As alianças entre os municípios permitem que eles se tornem mais fortes e compartilhem experiências de sucesso, criando estratégias e políticas públicas que venham a diminuir as novas áreas desmatadas”, afirmou o subsecretário de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente de Parintins.

“A Amazônia é a região que define o equilíbrio do clima do mundo”, observou o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Econômico de Santarém, Ruy Correa. “Se não tivermos a possibilidade de agregar a visão daqueles que conhecem e habitam a região – e sentem a dificuldade de alcançar e usufruir os benefícios que a sociedade moderna coloca – não conseguiremos atrair um investimento maciço. Vejo com bastante otimismo a oportunidade de reunirmos experiências em busca de uma solução adequada para toda a Pan-Amazônia.”.

A diretora de Políticas Públicas Ambientais e Mudanças Climáticas da Secretaria do Meio Ambiente de Porto Velho (RO), Lucinara Camargo, apontou a governança como uma das principais questões que precisam ser resolvidas na região. “O fortalecimento da governança é importante para nós enquanto município. Os maiores desafios para os municípios menores estão na implementação, na falta de capacidade técnica e no quadro reduzido de funcionários”

O gerente de Planejamento e Orçamento de Jaen, no Peru, Percy Romero, lembrou que a capital do país está numa cidade litorânea, então existe uma dificuldade para enxergar qual é o desenvolvimento típico das cidades amazônicas. “Estamos sempre lutando para propor ideias e parcerias estratégicas com o setor privado, pois há um grande potencial aqui. O governo nos faz repasses muito limitados e não conseguimos impulsionar algumas de nossas iniciativas. Estou aprendendo muito com o que está sendo discutido aqui”.

O mesmo acontece na Bolívia, onde o estado também centraliza os recursos, o que não permite muitos investimentos, de acordo com o secretário de Desenvolvimento Agrário e Meio Ambiente de Riberalta, Rodrigo Vaca. “O pouco que recebemos, investimos em cooperação com o terceiro setor. É importante estarmos aqui, gerando iniciativas de políticas públicas para que a Amazônia tenha um tratamento especial em cada um de nossos países. Temos que seguir buscando essas oportunidades para construir pontes cada vez mais fortes com o governo federal e investimentos diretos em comunidades indígenas”, concluiu.

DIA MUNDIAL DA CIÊNCIA PARA A PAZ E O DESENVOLVIMENTO

 

UNESCO celebra Dia Mundial da Ciência para a Paz e o Desenvolvimento

FONTE: ONU - BRASIL
  • Celebrado todos os anos em 10 de novembro pela UNESCO, o Dia Mundial da Ciência para a Paz e o Desenvolvimento destaca o papel importante da ciência na sociedade e a necessidade de envolvimento de um público mais amplo nos debates sobre as questões científicas emergentes. A data também sublinha a importância e a relevância da ciência em nosso cotidiano. 
  • Em 2020, em uma época quando a pandemia da COVID-19 demonstrou ainda mais o papel fundamental da ciência em tratar dos desafios mundiais, o foco do Dia Mundial da Ciência está na ciência para e com a sociedade.

Celebrado todos os anos em 10 de novembro pela UNESCO, o Dia Mundial da Ciência para a Paz e o Desenvolvimento destaca o papel importante da ciência na sociedade e a necessidade de envolvimento de um público mais amplo nos debates sobre as questões científicas emergentes. A data também sublinha a importância e a relevância da ciência em nosso cotidiano. 

Em 2020, em uma época quando a pandemia da COVID-19 demonstrou ainda mais o papel fundamental da ciência em tratar dos desafios mundiais, o foco do Dia Mundial da Ciência está na ciência para e com a sociedade. Ao longo dessa crise de saúde e saneamento sem precedentes, a UNESCO tem se empenhado em trazer a ciência para mais perto da sociedade e apoiar as colaborações científicas internacionais essencialmente necessárias.

Do ponto de vista da ciência, a resposta da UNESCO à COVID-19 está estruturada em torno de três pilares principais: promoção da cooperação científica internacional, garantia de acesso à água e apoio à reconstrução ecológica.

Ao aproximar a ciência à sociedade, a data visa garantir que os cidadãos se mantenham informados sobre os desenvolvimentos da ciência. Além disso, enfatiza o papel que os cientistas exercem  em ampliar a nossa compreensão sobre nosso planeta notável e frágil que chamamos de lar e em fazer nossas sociedades mais sustentáveis.   

O QUE A UNESCO FAZ PELA CIÊNCIA PELA PAZ E O DESENVOLVIMENTO

Promoção da cooperação internacional científica: Para enfrentar a pandemia da COVID-19, é imperativo fortalecer a cooperação científica internacional e nacional, bem como o diálogo entre cientistas, formuladores de políticas, médicos privados, indústrias e profissionais de saúde, sociedade civil e o público em geral. Isso exige acesso aberto ao conhecimento científico, compartilhamento de dados e políticas e tomadas de decisão baseadas em evidências, além de uma transição urgente para a ciência aberta em todo o mundo.

Melhoria do acesso à água e ao saneamento: O acesso à água limpa e segura e ao saneamento é fundamental e indispensável para evitar a propagação da COVID-19 e para combater a pandemia. A UNESCO fornece aconselhamento científico e técnico e oferece capacitação sobre políticas em água inclusivas e baseadas em evidências, e sobre gestão sustentável dos recursos hídricos para garantir o acesso à água limpa e segura e ao saneamento para todos.

Apoio à reconstrução ecológica: A pressão sobre a biodiversidade e seus habitats naturais favorecem o surgimento de zoonoses como a COVID-19. Mais do que nunca, é necessário repensar as ligações entre as pessoas e a natureza. Os locais designados pela UNESCO, como as Reservas da Biosfera e os Geoparques Globais da UNESCO, são ferramentas poderosas para aproximar as pessoas da natureza, testando e aplicando abordagens integradas para a conservação da biodiversidade e uso sustentável e desenvolvimento sustentável.

EDUCAÇÃO E A COVID-19

COVID-19: mais de 97% dos estudantes ainda estão fora das salas de aula na América Latina e no Caribe  

FONTE: ONU - BRASIL
  • A COVID-19 continua colocando em pausa a educação de mais de 137 milhões de crianças e adolescentes na América Latina e no Caribe. Isto é o que aponta um novo relatório do UNICEF sobre os impactos devastadores da COVID-19 na educação.
  • Desde o início da pandemia, as crianças e os adolescentes da América Latina e do Caribe já perderam em média quatro vezes mais dias letivos (174) em comparação com o resto do mundo. Em uma região com mais de 11 milhões de casos de COVID-19 até o momento, milhões de estudantes correm o risco de perder um ano letivo inteiro.
  • No Brasil, segundo a PNAD COVID, 4 milhões de estudantes do ensino fundamental (14,4%) estavam sem acesso a nenhuma atividade escolar em agosto de 2020.
Relatório do UNICEF aponta que milhões de crianças e adolescentes podem perder o ano letivo na América Latina e no Caribe por conta da pandemia

Mais de sete meses depois de declarada a pandemia, a COVID-19 continua colocando em pausa a educação de mais de 137 milhões de crianças e adolescentes na América Latina e no Caribe. Isto é o que aponta um novo relatório do UNICEF sobre os impactos devastadores da COVID-19 na educação.

Desde o início da pandemia, as crianças e os adolescentes da América Latina e do Caribe já perderam em média quatro vezes mais dias letivos (174) em comparação com o resto do mundo. Em uma região com mais de 11 milhões de casos de COVID-19 até o momento, milhões de estudantes correm o risco de perder um ano letivo inteiro. Enquanto as escolas estão gradualmente reabrindo em várias partes do mundo, a grande maioria das salas de aula ainda está fechada em toda esta região: mais de um terço de todos os países da América Latina e do Caribe ainda não definiu uma data para reabrir as escolas.

O relatório conclui que a COVID-19 aumentou ainda mais as lacunas de educação entre famílias ricas e pobres na América Latina e no Caribe. Os novos dados do UNICEF mostram que a porcentagem de crianças e adolescentes que não recebem nenhuma forma de educação na região aumentou drasticamente, de 4% para 18% nos últimos meses. As projeções da ONU revelam que a COVID-19 pode tirar até 3 milhões de meninas e meninos a mais da escola na região. 

“Na América Latina e no Caribe, milhões dos estudantes mais vulneráveis podem não retornar à escola”, disse Bernt Aasen, diretor regional a.i. do UNICEF para a região. “Para quem não tem computador, internet ou até mesmo um lugar para estudar, aprender em casa se tornou um grande desafio”.

Os ganhos educacionais obtidos pela América Latina e pelo Caribe nas últimas décadas correm o risco de ser revertidos. O impacto econômico desta crise educacional será sentido nos próximos anos.

Juntamente com seus parceiros, as equipes do UNICEF estão trabalhando para proteger o direito das crianças e dos adolescentes de aprender em todos os países da América Latina e do Caribe. Desde o início período de fechamento das escolas, cerca de 42 milhões de estudantes na região têm recebido atividades educacionais a distância e em casa com o apoio do UNICEF, fornecido por rádio, TV, internet e outras plataformas.

No entanto, novas estimativas do UNICEF sugerem que, apesar dos esforços governamentais, apenas um em cada dois estudantes de escola pública está tendo acesso a um ensino a distância de qualidade em casa, em comparação com três em cada quatro estudantes de escola privada. Programas educacionais de rádio, TV e internet devem ser fortalecidos para alcançar os estudantes que não estão conectados à internet. Antes e depois da reabertura das escolas, preencher a lacuna digital atual, junto com o setor privado, ajuda a construir sistemas de educação mais resilientes para resistir a potenciais crises futuras.

Crianças e adolescentes com maior risco de abandono escolar – como migrantes, de comunidades indígenas e com deficiência – devem receber apoio educacional especial. Incentivos econômicos, como auxílio para mensalidades, merenda escolar ou custos de transporte, devem ser implementados para encorajar pais e mães a mandar seus filhos e filhas para a escola.

 “Na América Latina e no Caribe, a COVID-19 empurrou milhões de famílias para a pobreza”, enfatizou Bernt Aasen. “Sem ajuda, muitos pais e mães não terão escolha a não ser sacrificar a educação de seus filhos e filhas. Não é tarde demais para construir sistemas de educação melhores, mais resilientes e mais inclusivos do que antes da pandemia. No momento, é urgente que crianças e adolescentes voltem à escola”.

Uma em cada seis escolas não tem acesso a água na América Latina e no Caribe. O UNICEF apela aos governos para que acelerem urgentemente a preparação para a reabertura segura das escolas, instalando infraestrutura de água, saneamento e higiene, capacitando professoras e professores e adotando abordagens de aprendizagem mais inclusivas.

Embora a situação epidemiológica seja diversa entre os países e dentro deles, a reabertura de escolas deve ser uma prioridade para os governos. O UNICEF insta os países em toda a região para que protejam e aumentem os orçamentos de educação, com atenção especial às necessidades das crianças e dos adolescentes vulneráveis com maior risco de abandono escolar.

No Brasil - O fechamento das escolas – embora necessário para conter a COVID-19 – teve e ainda tem impactos profundos na vida de crianças e adolescentes. Considerando as desigualdades brasileiras, as opções de continuidade das aprendizagens em casa não se deram da mesma forma.

Antes da pandemia, 4,8 milhões de estudantes viviam em casas sem acesso à internet – o que teve forte impacto nas oportunidades de acesso ao ensino online na pandemia. Em agosto de 2020, segundo a PNAD COVID, 4 milhões de estudantes do ensino fundamental (14,4%) estavam sem acesso a nenhuma atividade escolar. A maioria negros, vivendo em famílias com renda domiciliar inferior a ½ salário mínimo.

Escolas fechadas tiveram também outros impactos. O tempo prolongado de isolamento prejudicou a saúde mental. Sem acesso à merenda, a alimentação dos mais vulneráveis piorou. E longe da rede de proteção provida pela escola, crianças e adolescentes ficaram ainda mais suscetíveis a diversas formas de violência, entre elas, o trabalho infantil.

Retomar o ensino presencial e garantir o direito de crianças e adolescentes à educação são ações essenciais e urgentes no país. Essa reabertura deve ocorrer com toda a segurança, preservando a saúde de crianças, adolescentes, profissionais da educação e das famílias de todos. Além de reabrir as escolas, é essencial ir atrás de quem não conseguiu se manter aprendendo na pandemia – ou quem já estava fora da escola ou em atraso escolar antes da COVID-19. Essas crianças e esses adolescentes precisam de iniciativas e propostas específicas para que consigam retomar a aprendizagem.

Acesse o relatório Educação em Pausa, disponível somente em inglês e espanhol.