FONTE; ONU BRASIL
O Panorama Humanitário Global 2023, divulgado nesta quinta-feira (1), estima que para ajudar a salvar a vida de milhões de pessoas em todo o mundo no ano que vem, as Nações Unidas precisam de US$ 51,5 bilhões.
O valor é 25% mais alto que o de 2022 e representa percentual semelhante ao crescimento do número de pessoas que estão precisando de assistência humanitária em 69 países. O Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) estima que cerca de 45 milhões de pessoas correm o risco de morrer de fome.
A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO),também anunciou que precisa de US$ 1,9 bilhão em 2023 para salvar as vidas e os meios de subsistência de populações com insegurança alimentar. Com o financiamento para pacotes de sementes e vegetais, ração para gado, campanhas de saúde animal, melhorias em infraestrutura vital, como sistemas de irrigação e mercados, a FAO espera garantir que famílias e comunidades nas áreas mais remotas e atingidas por conflitos possam se alimentar.
As Nações Unidas e parceiros lançaram um apelo recorde para ajuda humanitária para 2023. Com 339 milhões de pessoas precisando de assistência em 69 países, o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) estima que serão necessários US$ 51,5 bilhões em 2023.
O apelo para o ano que vem é 25% mais alto do que o solicitado para 2022, e mais do que 50% do pedido em 2018. O subsecretário-geral para os Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, disse que como as crises estão se prolongando, as necessidades humanitárias estão ficando “incrivelmente altas”.
Ele citou secas e inundações letais em comunidades do Paquistão ao Chifre da África, e a guerra na Ucrânia, que “transformou uma parte da Europa em um campo de batalha”. Além dos mais de 100 milhões de deslocados em todo o mundo. Ele lembra que tudo isso ocorre em meio ao arraso que a pandemia de COVID-19 ocasionou aos mais pobres. Todos estes fatores levaram o número de pessoas em necessidade a crescer 65 milhões em comparação com o mesmo período do ano passado.
O chefe humanitário da ONU lembra que este apelo de ajuda é uma das formas da comunidade internacional cumprir a promessa de não deixar ninguém para trás.
O que vem pela frente - O Panorama Humanitário Global 2023, lançado pela ONU em parceria com ONGs e outras agências humanitárias, traça uma imagem nítida do que está por vir:
- Pelo menos 222 milhões de pessoas em 53 países enfrentarão insegurança alimentar aguda até o final de 2022. Cerca de 45 milhões em 37 países correm o risco de morrer de fome.
- A saúde pública está sob pressão por consequência da pandemia de COVID-19, varíola M (novo nome adotado para varíola dos macacos), doenças transmitidas por vetores e surtos de ebola e cólera.
- A mudança climática está aumentando os riscos e a vulnerabilidade. No final do século, o calor extremo pode ser a causa de tantas mortes quanto o câncer.
- Serão necessárias quatro gerações, ou 132 anos, para alcançar a paridade global de gênero. Globalmente, 388 milhões de mulheres e meninas ainda vivem em extrema pobreza.
- Em meados de novembro de 2022, os doadores forneceram US$ 24 bilhões em financiamento, mas as necessidades estão aumentando com mais velocidade que o apoio financeiro. A lacuna de financiamento nunca foi tão grande, atualmente está em 53%. As organizações humanitárias acabam sendo forçadas a decidir quem atingir com o dinheiro disponível.
Água potável - Os planos de resposta detalham como as agências humanitárias que trabalham juntas em torno de tipos específicos de ajuda, podem salvar e apoiar a vida de um total de 230 milhões de pessoas em todo o mundo. Entre as ações estão fornecimento de abrigo, alimentação, saúde materna, nutrição infantil e proteção.
Este ano, as organizações humanitárias prestaram assistência para atender às necessidades mais urgentes de 157 milhões de pessoas. Isso inclui assistência alimentar para 127 milhões de pessoas, água potável suficiente para quase 26 milhões, assistência aos meios de subsistência para 24 milhões de pessoas; saúde mental e apoio psicossocial para 13 milhões de crianças e cuidadores, consultas de saúde materna para 5,2 milhões de mães e serviços de saúde para 5,8 milhões de refugiados e requerentes de asilo.
Insegurança alimentar - Como parte do maior apelo humanitário da ONU, também nesta quinta-feira (1), a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), anunciou que precisa de US$ 1,9 bilhão em 2023 para salvar as vidas e os meios de subsistência de populações com insegurança alimentar.
Com menos de 4% dos US$ 51,5 bilhões necessários em todos os apelos para 2023, a FAO pode fornecer assistência de subsistência em tempo crítico para garantir que 48 milhões de pessoas tenham um suprimento constante de alimentos nutritivos.
Com o financiamento para pacotes de sementes e vegetais, ração para gado, campanhas de saúde animal, melhorias em infraestrutura vital, como sistemas de irrigação e mercados, a FAO espera garantir que famílias e comunidades nas áreas mais remotas e atingidas por conflitos possam se alimentar e estabelecer resiliência para choques futuros.