segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

CHUVAS EM MINAS GERAIS - IMAGENS DOS EXTREMOS CLIMÁTICOS


MINAS GERAIS E REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE SOFREM COM AS CHUVAS TORRENCIAS DESDE OUTUBRO 2021  COMO   CONSEQUÊNCIA  DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS QUE AGRAVAM A CRISE SANITÁRIA E SOCIOAMBIENTAL - 

Chuva em Belo Horizonte - Foto; divulgação



 

NOSSA SOLIDARIEDADE AS PESSOAS E FAMÍLIAS QUE SOFREM COM ESTES EVENTOS CLIMÁTICOS EXTREMOS. NA VERDADE TODA A POPULAÇÃO É AFETADA  POR ESTA CRISE SOCIOAMBIENTAL, POIS ALTERAM EM POUCOS MINUTOS A VIDA DE MILHARES DE PESSOAS E FAMÍLIAS, A INFRAESTRUTURA URBANA E EXIGEM DOS GOVERNOS LOCAIS,  CADA VEZ MAIS RECURSOS PARA ENFRENTAREM OS CONFLITOS SOCIOAMBIENTAIS QUE ESTES EXTREMOS CLIMÁTICOS CAUSAM NAS POPULAÇÕES.



É URGENTE QUE HAJA UMA MOBILIZAÇÃO CADA VEZ MAIOR DA SOCIEDADE CIVIL PARA QUE POSSAMOS TER ACESSO AS INFORMAÇÕES SOBRE AS CONSEQUÊNCIAS QUE ESTAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS CAUSAM E PODEM CAUSAR NAS COMUNIDADES E CIDADES. UMA VEZ QUE ESTÁ COMPROVADO PELAS INÚMERAS CONFERÊNCIAS CLIMÁTICAS E RELATÓRIOS DE ESPECIALISTAS DO CLIMA,  QUE A AÇÃO HUMANA VEM ALTERANDO AS CONDIÇÕES DO CLIMA GLOBAL.



A UNIÃO DE PESSOAS, INSTITUIÇÕES E GOVERNOS É CADA VEZ MAIS NECESSÁRIA PARA QUE CONSIGAMOS TRAÇAR METAS DE AÇÃO DE CURTO, MÉDIO E LONGO PRAZOS PARA O ENFRENTAMENTO DESTA CRISE CLIMÁTICA.


 

















sábado, 8 de janeiro de 2022

ALERTA DE CHUVAS TORRENCIAS EM MINAS GERAIS E EM BELO HORIZONTE


  Após um final de 2021 de muitas chuvas na Bahia e em várias regiões do Brasil,  Minas Gerais neste início de 2022, registra também mudanças climáticas com  uma grande precipitação de chuvas.

  Em Nova  Lima – MG,  houve  um transbordamento de um dique, que acionou sirenes e inundou a BR 040. Em Capitólio-MG um  deslizamento de um cânion atingiu embarcações causando mortes.  Segundo a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (COMDEC),  desde o início das chuvas em outubro-2021 até dia 8 janeiro de 2022, Minas Gerais registrou 138 cidades em situação de emergência,  3.224 desabrigados,  13.439 desalojados e seis mortos, números que com o volume de chuvas previstos, devem aumentar.  

   Um alerta da Defesa Civil de Belo Horizonte foi emitido de chuvas de 120 a 160 mm com raios e rajadas de ventos em torno de 50Km/h válido até às 8h de domingo (9) e risco geológico em todas as regionais em BH até a próxima terça feira dia 11. 


 

AGÊNCIA DA ONU PARA REFUGIADOS (ACNUR) FAZ DOAÇÕES EMERGENCIAIS PARA POPULAÇÃO QUE SOFRE COM OS EFEITOS CLIMÁTICOS DAS CHUVAS NA BAHIA - BRASIL

  Fonte: ONU - BRASIL

   A  Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) começou a entregar a doação de 16 mil itens para atender às pessoas impactadas pelas severas chuvas que atingem a Bahia desde dezembro.

ACNUR distribui fraldas para população atingida pelas fortes chuvas no estado da Bahia
Legenda: ACNUR distribui fraldas para população atingida pelas fortes chuvas no estado da Bahia
Foto: © Camila Ignacio Geraldo/ACNUR

Os materiais doados começaram a chegar em Vitória da Conquista na tarde do dia 6 de janeiro, sendo imediatamente repassados aos órgãos locais de respostas à catástrofe.

Os itens doados pelo ACNUR incluem fraldas para bebês, baldes, kits de limpeza e de higiene, colchões e capas, esteiras para dormir, bolsas, galões e 15 casas de emergência humanitária. O modelo de residência é igual ao utilizado em Roraima para abrigar a população refugiada e migrante venezuelana.

“O ACNUR é uma organização humanitária dedicada a salvar vidas e proteger as pessoas que foram forçadas a deixar suas casas e comunidades por motivos de perseguição. Nossa atenção ao estado da Bahia se volta às comunidades de acolhida da população refugiada e migrante, sem distinção de nacionalidade, para provermos itens de forma imediata e apoio técnico às crescentes demandas de ajuda”, afirma Paulo Sérgio Almeida, oficial de Meios de Vida do ACNUR.

  A Bahia acolhe cerca de 1.500 pessoas refugiadas e migrantes, em especial venezuelanos, a maior parte tendo chegado ao estado pelo programa de interiorização promovido pela Operação Acolhida – resposta governamental ao fluxo de pessoas venezuelanas para o país. Desde que foi lançada, em abril de 2018, a interiorização já transferiu de forma voluntária 778 pessoas venezuelanas para 27 municípios baianos.

“A meta, agora, é retirar as pessoas da área de risco, avaliar os locais que podem ser afetados ou possam chegar a ruir e tomar providências. Agimos a fim de encontrar soluções definitivas para melhorar a vida da nossa população”, afirmou o ministro da Cidadania, João Roma.

O número de pessoas afetadas pelas fortes chuvas que atingiram o sul da Bahia já provocou 26 mortes e afeta mais de 815 mil pessoas. Até ontem 5 de janeiro, 163 municípios estavam em situação de emergência, segundo balanço divulgado pela Superintendência de Proteção e Defesa Civil do estado.

   De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), nas cidades de Lençóis, Caravelas e Ilhéus, o total de chuva é o maior para dezembro desde 1961. Na última década, eventos climáticos resultaram em uma média de 21,5 milhões novos deslocamentos a cada ano – mais que o dobro dos deslocamentos causados por conflito e violência.

  Para além da resposta coordenada direcionada à população venezuelana no Brasil, ACNUR e Ministério da Cidadania trabalham de forma coordenada, ampliando o escopo das ações de respostas humanitárias emergenciais também à população brasileira que tem contribuído para o acolhimento e a integração de pessoas refugiadas e migrantes que chegam ao Brasil em busca de proteção e meios dignos de vida.

  Em todo o mundo, milhões de pessoas refugiadas vivem em áreas vulneráveis a eventos climáticos extremos, como secas, inundações e tempestades. O ACNUR recebe doações de pessoas físicas e jurídicas para seguir respondendo à crise climática e seus efeitos

sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

RECIFES NO PACÍFICO-SUL - GRUPO DE MERGULHADORAS LUTAM PARA SALVAR RECIFES


Fonte: ONU- BRASIL

 Campeãs da Terra 2021, as Mulheres do Mar da Melanésia receberam a maior honraria dada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), na categoria Inspiração e Ação.

O grupo capacita mulheres em biologia, ecologia e técnicas de mergulho para que elas protejam recifes. 

Elas atuam dentro do chamado Triângulo de Corais, uma área que cobre cerca de 5,7 milhões de quilômetros quadrados, entre a Grande Barreira de Corais e os arquipélagos da Melanésia e do sudeste Asiático.

Segundo o PNUMA, a menos que sejam tomadas medidas drásticas para limitar o aquecimento global a 1,5°C, os corais vivos nos recifes poderão diminuir de 70% a 90% até 2050.

 

As Mulheres do Mar atuam nas Ilhas Salomão e na Papua-Nova Guiné, dentro do Triângulo de Corais
Legenda: As Mulheres do Mar atuam nas Ilhas Salomão e na Papua-Nova Guiné, dentro do Triângulo de Corais
Foto: © Roan Paul/PNUMA

Para a maioria das pessoas, nadadeiras, máscaras e roupas de neoprene são equipamentos recreativos. Para o grupo sem fins lucrativos Mulheres do Mar da Melanésia, esses são materiais de transformação.

Elas foram as Campeãs da Terra 2021 na categoria Inspiração e Ação, a maior honraria oferecida pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), em reconhecimento a indivíduos, grupos e organizações cujas ações têm um impacto transformador no meio ambiente. 

Munida com equipamentos de mergulho, a equipe de mais de 30 integrantes mapeia a saúde dos delicados recifes de corais que cercam a Melanésia, um conjunto de Estados insulares no sul do Pacífico. O objetivo é ensinar as mulheres biologia e técnicas de mergulho, para que assim elas possam monitorar a saúde dos recifes, bem como criar e restaurar áreas de proteção marinha.

“Lembro-me da primeira vez que estive em uma vila de pescadores para tentar recrutar algumas mulheres para o nosso programa”, recorda Israelah Atua, integrante da organização. “Elas nem queriam nos ouvir. Mas nós as convencemos de que a conservação marinha é necessária para proteger nossa subsistência”.

Rica em biodiversidade marinha, a região é um dos principais destinos para o turismo náutico, além de ser o lar de uma grande indústria pesqueira. Também é particularmente ameaçada pelo crescimento populacional e por níveis elevados de descarte irregular de resíduos. 

Ecossistema- Em todo mundo, os recifes são reféns das mudanças climáticas, da pesca excessiva e da poluição. De acordo com dados do PNUMA, de 2009 até hoje, quase 14% dos corais do mundo desapareceram e muitos dos que permaneceram estão em perigo.

Recifes saudáveis são fundamentais para enfrentar os impactos das mudanças climáticas, como a acidificação dos oceanos e os eventos extremos. No entanto, a previsão da agência ambiental das Nações Unidas é que, a menos que sejam tomadas medidas drásticas para limitar o aquecimento global a 1,5°C, os corais vivos nos recifes poderão diminuir de 70% a 90% até 2050.

Se não limitarmos o aquecimento global a 1,5°C, os corais vivos nos recifes poderão diminuir de 70% a 90% até 2050
Legenda: Se não limitarmos o aquecimento global a 1,5°C, os corais vivos nos recifes poderão diminuir de 70% a 90% até 2050
Foto: © FotoshopTofs/Pixabay

Atuação - A boa notícia é que esses ecossistemas são resistentes e podem se recuperar, caso o ambiente marinho seja protegido. As Mulheres do Mar, dirigidas pela Coral Sea Foundation, atuam desde 2018 nas Ilhas Salomão e na Papua-Nova Guiné promovendo a restauração dos recifes.

Elas também apoiam o estabelecimento de áreas onde a pesca é proibida, garantindo assim a existência de peixes em abundância para a vida futura das comunidades.

Mas não é apenas dentro da água que o grupo promove mudanças. As Mulheres do Mar simultaneamente mudam a narrativa do papel feminino na comunidade e oferecem oportunidades de liderança. 

“Ter uma mulher na comunidade que defenda o estabelecimento das reservas marinhas e a conservação, em uma linguagem local, é importante para que as mensagens iniciais sobre a importância de áreas de proteção marinha sejam transmitidas”, disse Andy Lewis, diretor executivo da Coral Sea Foundation. “Nenhum trabalho de conservação pode ser feito nesses países sem o reconhecimento explícito da cultura indígena”.

Ancestralidade - Para as Mulheres do Mar, a combinação do conhecimento indígena com a ciência é essencial para o engajamento nas comunidades. O aprendizado que se obtém através do conhecimento tradicional - onde os peixes estão presentes em certos períodos do ano, a relação entre a cor dos corais e os dados levantados com a pesquisa ou como a maré pode mudar conforme a mudança climática -, é importante para ampliar o alcance do grupo e demonstrar o valor da preservação e das áreas marinhas protegidas.

Em compensação, o grupo orgulha-se de desafiar as convenções indígenas sobre o papel da mulher no lar, na comunidade e na sociedade. “Quando você treina uma mulher, você treina uma sociedade”, disse Evangelista Apelis, Mulher do Mar e codiretora do programa em Papua-Nova Guiné. “Estamos tentando instruir as mulheres e envolvê-las, para que depois possam retornar e causar um impacto em suas próprias famílias e em sua sociedade também”.

Preparação- As Mulheres do Mar passam por um rigoroso treinamento em biologia marinha, complementado por uma formação prática em técnicas de inspeção de recifes e ecologia. Depois, aprendem a mergulhar. 

“O que mais amo no meu trabalho é poder nadar e vivenciar a beleza do mundo subaquático”, afirma Apelis. “Antes de mergulhar, você imagina todo o tipo de coisa, mas a realidade é ainda mais hipnotizante — os peixes, os naufrágios… É como se tudo tivesse acabado de ganhar vida”. 

Todas as Mulheres do Mar são apoiadas por meio de certificação em mergulho reconhecida internacionalmente e são ensinadas a usar GPS e câmeras subaquáticas para pesquisar as populações de peixes e corais nos recifes do Triângulo de Corais. 

Resultados - O trabalho do grupo já resultou em propostas para mais de 20 novas áreas marinhas protegidas. “Os recifes de coral são um santuário para a vida marinha e sustentam a economia de diversas comunidades litorâneas", diz a diretora executiva do PNUMA, Inger Anderson. “Os recifes de coral são vitais para o futuro do nosso planeta e o trabalho feito pelas Mulheres do Mar para proteger estes belos e diversos ecossistemas é absolutamente inspirador”.

Para Naomi Longa, líder de equipe da Mulheres do Mar na província de Papua-Nova Guiné, ajudar a criar reservas marinhas significa que ela não é apenas uma liderança em sua comunidade, mas também uma guia para o futuro. Como as pressões populacionais na terra aumentam a pressão sobre o mar, o programa de reservas marinhas é um investimento no bem-estar a longo prazo para as comunidades vulneráveis a tensões e impactos. 

"Estamos, na verdade, conservando alimentos para gerações futuras", disse Naomi. “Há espécies morrendo, portanto, essas que vivem em reservas marinhas podem ser as únicas remanescentes quando nossas gerações futuras nascerem”.