A busca de solução aos problemas socioambientais locais causados pela crise brasileira e mundial de meio ambiente é um desafio. Estamos todos hoje diretamente expostos ao apelo do consumo publicitário da mídia nacional e internacional. Os conflitos socioambientais estão aí. Os bens de consumo são barganhados na competição do mercado, que vendem ilusões, endividamento e empobrecimento ao invés de produzirem dignidade humana, ambiental. Enquanto isso a responsabilidade pelas "catástrofes", estudadas pela ONU, pela comunidade científica internacional e sempre anunciadas em encontros internacionais com "pompa e circunstância" são transferidas pela grande mídia, para as chuvas, a natureza, a Terra. Os recursos naturais são os responsáveis pelo infortúnio humano e não o modo de produção da sociedade. Empresas, governos, instituições, pessoas, continuam trabalhando e produzindo de forma predatória, insustentável.
As chuvas e a natureza são os vilões televisivos. Todos os canais de TV dão o show; "veja como será o tempo amanhã".O tempo hoje continua sendo o da exclusão, intolerância e opressão para bilhões de seres humanos.
As chuvas e a natureza são os vilões televisivos. Todos os canais de TV dão o show; "veja como será o tempo amanhã".O tempo hoje continua sendo o da exclusão, intolerância e opressão para bilhões de seres humanos.
Se há seca: o sol é culpado, se há enchentes, tsunamis, a água, a "fúria" da natureza são os culpados. Assim tudo se resolve. Ótima solução para nossas consciências. Se há tempestades, ciclones, chuvas, secas, pessoas passando fome, dormindo nas ruas das cidades, vivendo em condições subumanas, refugiados, exilados isso é "natural", ouvimos: "sempre foi assim e sempre será". A quem interessa "lavarmos as mãos" e nada fazermos diante os conflitos socioambientais ? O sentido da vida humana só é uma conquista diária se defendemos sem hesitação a vida em todo meio ambiente.
Diga-me se há democracia econômica e eu lhe direi se há qualidade de vida. Já dissemos tantas vezes nossa convicção: " Não há democracia política se não existirem democracia econômica, ambiental". Que Brasil, ou que "consórcios", corporações, empresas, conglomerados econômicos "conquistaram" as Olimpíadas no Brasil ? Qual trabalho vai produzir estes espetáculos da Copa do Mundo e Olimpíadas no Brasil: o trabalho sustentável ou insustentável ?
A questão é: a quem interessa negar os conflitos socioambientais, transformá-los em espetáculo televisivo e não propor e agir implantando soluções para a crise socioambiental brasileira e mundial ?
A solução da crise ambiental sabemos, exige que construamos novas relações de produção e consumo. Isto significa que o trabalho que o mundo hoje precisa investir é no trabalho sustentável. Já que o trabalho produz as condições humanas de subsistência, a cultura e a riqueza das nações.
Diga-me como teu país distribui a riqueza que sua população produz e eu lhe direi quem lhe governa, se há justiça ambiental. O Brasil, que tem a origem de seu nome transcrito da natureza, uma madeira: pau brasil. Que viveu eras de exploração do trabalho humano e pelo trabalho insustentável na cana-de-açúcar, no café, na mineração. As Minas Gerais do Século XVII, O Brasil que já viveu o "milagre econômico", agora o "espetáculo do crescimento". Anuncia a mídia o espetáculo da copa do mundo e olimpíadas no Brasil. O que nós brasileiros queremos é viver com dignidade, a promoção do "espetáculo da distribuição de renda" já. O contraste está aí, enquanto o Brasil "conquistava", ou as empresas e setores da economia que vão lucrar com as olimpíadas, anunciavam o "Brasil 2016", no "Brasil 2009" às provas do Enem eram canceladas. Adiamos e "cancelamos" a busca pela qualidade de vida da população enquanto promovemos a concentração de renda excludente. Mas como pode ser, se já pelas contas do governo, somos uma potência mundial ? Somos uma potência em que modelo econômico, sustentável ou insustentável ? Até quando vamos agüentar vivermos como uma nação empobrecida ? Empobrecida não apenas a maioria sem qualidade de vida. Mas os que ostentam uma riqueza que todos produzimos, geramos e que uma pequena minoria, empobrecida de humanidade e ética ambiental quer cada vez mais concentrar em poucos. Empobrecida não apenas pelos 70 % que ganham com o trabalho menos ou até tres vezes R$ 465,00, como salário mínimo. Enquanto sabemos que o necessário em Agosto de 2009 deveria ser R$ 2.005,07, segundo o DIEESE. Por que não há prioridade no Brasil distribuir com justiça ambiental a riqueza que todos nós brasileiros produzimos ?
Onde está à riqueza da extração do pau brasil, do ouro das Minas Gerais, dos ciclos do café, cana-de-açúcar, borracha, do agronegócio ? Agora o pré-sal é a bola da vez. Que trabalho vem gerando toda esta riqueza presente, passada e futura ? Por que o povo brasileiro não é respeitado e valorizado promovendo-se de forma urgente uma vida digna, um meio ambiente melhor para todos vivermos ?
A solução dos conflitos e da barbárie da vida humana da maioria de nós brasileiros não é colocada como prioridade. Por que o trabalho humano no Brasil produz tanta riqueza e por que a maioria do povo brasileiro continua com a qualidade de vida, com as condições de saúde, educação, trabalho, moradia, esportes, cultura tão precários ?
Postamos aqui no blog de nosso Jornal Oecoambiental, um projeto de lei em tramitação no Senado para que todos os parlamentares no Brasil fossem obrigados a matricularem e colocarem os filhos em escolas públicas. Todos os parlamentares no Brasil, no Congresso Nacional, inclusive o Presidente da Republica, os que possuem cargos no executivo, legislativo e judiciário, deveriam ser obrigados a matricularem seus filhos em escolas públicas sim. Bem como eles e seus dependentes só poderem utilizar o sistema de saúde público. Deveriam receber o salário mínimo nominal vigente que votam e aprovam no Congresso Nacional: R$ 465,00. Será que vivendo assim adiariam para "2016" a solução da crise socioambiental brasileira ?
Diga-me quem hoje e historicamente se apropria do trabalho do povo brasileiro e eu lhe direi quem vende a imagem do "Brasil exportação". Vamos exportar nossa péssima distribuição de renda ? Ou vamos priorizar sua imediata solução ?
Você leitor (a) já pensou sobre isso ? Você investe sua capacidade profissional, intelectual, seu tempo e energia com sua força de trabalho para que tipo de sociedade ? Você está construindo com seu trabalho um mundo insustentável ou sustentável ? Falar do empobrecimento do povo brasileiro não é apenas fazer referência ao crime socioambiental de nossa péssima distribuição de renda. Mas o empobrecimento dos que ganham bilhões seja em que moeda for à custa de bilhões de seres humanos empobrecidos, tratados como coisas, objetos e seres inferiores. Nossa espécie humana tem esta "tecnologia de degradação": promovemos seres humanos em seres superiores e inferiores. Enquanto vivermos degradando nossa própria espécie não vencerá nenhuma copa do mundo, olimpíada ou campeonato de futebol que não seja sinônimo de empobrecimento humano. A quem interessa empobrecermos nossa própria espécie, nosso ambiente de vida ?
Aquele velho ditado: " Diga-me com quem andas e eu te direi quem és" inspira-nos uma outra questão: " diga-me de onde vem a base material de sua sobrevivência e eu lhe direi a sociedade e o mundo que defendes".
A economia da sociedade sustentável é a economia solidária. Solidária porque se não houver atitudes individuais e coletivas que trabalhem em defesa do ser humano e da vida e de um ambiente com melhores condições e qualidade de vida, vamos produzir cada vez mais degradação.
A certeza de que podemos vencer a crise ambiental surge de cada pessoa, grupos, instituições que colocam os princípios da vida e da conquista de um meio ambiente sadio como prioridade. Este trabalho é sustentável. Assim estaremos em sintonia com nossa individualidade e singularidade humana e todo ambiente.
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