sexta-feira, 12 de agosto de 2022

SONS DA NATUREZA


 

DIA INTERNACIONAL DOS POVOS INDÍGENAS

 FONTE: ONU - BRASIL

    O Dia Internacional dos Povos Indígenas, celebrado em 9 de agosto, destacou neste ano o papel das mulheres indígenas na conservação e transmissão dos conhecimentos tradicionais.

Em mensagem de vídeo, o secretário-geral da ONU, António Guterres, ressaltou que a amplificação das vozes das mulheres indígenas é fundamental para a construção de um futuro justo para todas as pessoas.

O líder das Nações Unidas ainda alertou que é impossível alcançar equidade e sustentabilidade como previsto na Agenda 2030 de desenvolvimento sustentável, sem dar voz a essas mulheres.

Em alusão ao Dia Internacional dos Povos Indígenas, celebrado em 9 de agosto, o secretário-geral da ONU, António Guterres, defendeu em mensagem de vídeo a amplificação das vozes das mulheres indígenas como passo fundamental para alcançar um futuro justo para todas as pessoas.

A mensagem está em consonância com o tema da celebração neste ano, com foco no papel das mulheres indígenas na conservação e transmissão dos conhecimentos tradicionais.

Na mensagem, Guterres ainda afirmou que as indígenas são guardiãs de conhecimentos, sistemas tradicionais de alimentação e remédios naturais, e que sem elas é impossível alcançar equidade e sustentabilidade. 

O líder das Nações Unidas também destacou que são as mulheres indígenas que transmitem as línguas e as culturas dos povos indígenas e defendem o meio ambiente e os direitos humanos. Por isso, segundo Guterres, é impossível alcançar equidade e sustentabilidade como previsto na Agenda 2030 de desenvolvimento sustentável, sem dar voz às mulheres indígenas.

A ONU News ouviu a indígena e filósofa brasileira Cristina Takuá, que falou do estado de São Paulo, sobre a data. “Se hoje existem florestas, é porque os indígenas são guardiões, grandes sabedores, que dialogam com os espíritos, com as montanhas, os rios, as árvores, com todos os seres, animais, vegetais e minerais. O dia 9 de agosto deve ser lembrado como uma forma de resistência. Uma resistência onde todas as avós, todas as mães, no momento do parto, trazem as crianças ao mundo com uma sabedoria ancestral.”

Na foto, encontro de mulheres Indígenas em Puyo, no Equador, em março de 2022.
Legenda: Na foto, encontro de mulheres Indígenas em Puyo, no Equador, em março de 2022.
Foto: © Johis Alarcón/ONU Mulheres Equador.

Exploração - Apesar do compromisso internacional para preservar e proteger a cultura e tradições indígenas, ainda existe exploração desses recursos. Em alguns países, objetos sagrados dos indígenas são usados, ameaçados ou patenteados para uso comercial sem autorização.

Para a ONU Mulheres, uma saída é a criação de regimes legais para garantir que as mulheres indígenas possam ser beneficiadas de seu próprio conhecimento com reconhecimento internacional, evitando o uso ilegal por terceiros.

A agência da ONU lembra que a transmissão do conhecimento indígena é passada de geração a geração pelas mulheres como um valor imensurável. Por isso, as mulheres indígenas têm que ser parte do processo de decisão de como sua própria herança é usada, mantida e gerenciada.

Biodiversidade e perspectivas - Em março, a Comissão sobre o Estatuto da Mulher encorajou os Estados-membros da ONU a assegurar que as perspectivas de todas as mulheres e meninas indígenas e rurais fossem levadas em consideração.

A ONU Mulheres destaca que o conhecimento tradicional dos indígenas tem potencial na erradicação da pobreza, na segurança alimentar e da biodiversidade e para expandir o desenvolvimento sustentável.

CIDADES E AS SOLUÇÕES PARA ENFRENTAR AS ONDAS DE CALOR

FONTE: ONU - BRASIL

   Vários países estão sendo afetados neste ano por fortes ondas de calor, fenômeno que vem se tornando mais longo e mais frequente como resultado de um novo cenário climático.

Devido a essa nova realidade, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) montou a Cool Coalition, um esforço global para o resfriamento eficiente e ecológico de cidades, as regiões mais afetadas pelas ondas de calor.

Há anos o PNUMA defende soluções sustentáveis para resfriamento dessas áreas urbanas, trabalhando com cidades na Índia, Vietnã e Camboja para desenvolver estratégias de resfriamento ecologicamente corretas.

 

O PNUMA tem defendido há muito tempo soluções sustentáveis para resfriamento de áreas urbanas, trabalhando com cidades na Índia, Vietnã e Camboja para desenvolver estratégias de resfriamento ecologicamente corretas.
Legenda: O PNUMA tem defendido há muito tempo soluções sustentáveis para resfriamento de áreas urbanas, trabalhando com cidades na Índia, Vietnã e Camboja para desenvolver estratégias de resfriamento ecologicamente corretas.
Foto: © Serviços de Emergência e Incêndio de Queensland.

Os recordes de altas temperaturas continuam a disparar em todo o planeta à medida que ondas de calor atingem vários países simultaneamente. Dos Estados Unidos à Europa e da China ao Japão, houve um aumento das temperaturas máximas que durou semanas, matando centenas de pessoas, provocando incêndios na Espanha, Portugal, França, Itália e Grécia e deslocando milhares de habitantes.

Cerca de 90 cidades emitiram alertas de calor, incluindo várias regiões japonesas que quebraram recordes de calor que datam de 1875, de acordo com a Agência Meteorológica Japonesa. Enquanto isso, nos EUA, mais de 100 milhões de pessoas estão sob alertas de calor devido aos incêndios na Califórnia, levando o presidente Joe Biden a cogitar declarar uma emergência climática.

O epicentro da atual onda de calor global é a Europa, onde milhões de pessoas continuam a sofrer, levando países como França, Itália e Reino Unido ao caos devido a deslocamentos e atrasos nos trens.

As altas temperaturas têm sido particularmente rigorosas nas áreas urbanas. As cidades estão entre 5°C e 9°C mais quentes do que as áreas rurais, pois os edifícios de concreto e as calçadas absorvem e irradiam a luz solar. A concentração de pessoas, carros e máquinas também contribui para elevar as temperaturas.

“Estamos preocupados com as cidades porque é onde está a maioria da população”, disse a diretora global de calor da ONU-Habitat, Eleni Myrivili, recentemente nomeada para liderar a resposta ao calor e as medidas de resistência em cidades ao redor do mundo.

Myrivili também trabalha com o Arsht-Rock na Plataforma de Ação contra o Calor (Heat Action Platform). Trata-se de uma ferramenta para os funcionários municipais reduzirem os impactos humanos e econômicos do calor extremo, o programa foi desenvolvido em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

“Temos muitas pessoas que são vulneráveis sócio-economicamente e que são pobres em termos de energia elétrica, com pouca proteção contra esses eventos extremos. Temos que reconhecer o calor como uma crise”, defendeu Myrivili.

Aquecimento global - Como visto no início deste ano na Índia e no Paquistão, as ondas de calor que afetam tantos países estão se tornando mais quentes, mais longas e mais frequentes, como resultado de um novo cenário climático.

Especialistas em clima há muito tempo alertam sobre o aumento da temperatura e dos riscos para a saúde e a infraestrutura humana. O relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) de 2022 pintou um quadro sombrio para os próximos anos: ondas de calor maiores, estações quentes mais longas e estações frias mais curtas.

De acordo com a Cool Coalition, um esforço global para um resfriamento eficiente e ecológico montado pelo PNUMA, temperaturas extremas matam cinco milhões de pessoas por ano, com mortes relacionadas ao calor aumentando.

“Com um aumento de 1,5°C na temperatura, 2,3 bilhões de pessoas poderiam estar expostas e vulneráveis a ondas de calor, com impactos negativos à saúde e à produtividade”, afirmou o chefe do setor de Energia e Clima do PNUMA, Mark Radka. “Sem medidas de mitigação, em 2030, estima-se que 80 milhões de empregos em tempo integral poderão ser perdidos no mundo inteiro devido ao estresse térmico, resultando em perdas econômicas de US$2,3 trilhões.”

Estratégias de enfrentamento - Myrivili vê os desafios que as cidades estão enfrentando como duas prioridades urgentes que precisam ser enfrentadas simultaneamente. Segundo ela, a curto prazo o objetivo é salvar vidas, auxiliando as comunidades vulneráveis a permanecerem frias durante as ondas de calor. Seguindo em frente, o objetivo a longo prazo é construir resistência à mudança climática, resfriando as cidades de forma sustentável e trazendo a natureza de volta às áreas urbanas.

“As árvores são protagonistas quando se trata de resfriamento”, disse Myrivili. “Criar florestas e corredores ecológicos dentro das cidades é uma maneira eficaz de transferir massas de ar para resfriar grandes áreas dentro de uma cidade.”

Dados do PNUMA constatam que o simples plantio de árvores nas ruas da cidade daria a 77 milhões de pessoas um abatimento de 1°C em dias quentes.

“O redesenho de paisagens urbanas com mais vegetação e água e a implementação de estratégias de resfriamento passivo para melhorar o desempenho térmico e reduzir o consumo de energia nos edifícios são fundamentais para tornar as cidades mais resistentes às ondas de calor”, declarou o chefe da Unidade de Cidades do PNUMA, Jonathan Duwyn.

O PNUMA tem defendido há muito tempo soluções sustentáveis para resfriamento de áreas urbanas, trabalhando com cidades na Índia, Vietnã e Camboja para desenvolver estratégias de resfriamento ecologicamente corretas e apoiar sistemas de resfriamento em nível distrital em países como o Egito.

Papel das cidades - O setor da construção civil é considerado fundamental para atingir as metas de mitigação e adaptação climática estabelecidas no Acordo de Paris até 2050.

Manter as cidades em temperaturas habitáveis enquanto se lida com a crise climática é um dos maiores problemas enfrentados por governos. Do pavimento refrigerado em Tóquio ao eco-teto verde em Toronto, cidades ao redor do mundo estão experimentando novas e sustentáveis maneiras de se manterem frescas.

Enquanto isso, na capital da Grécia, Atenas - atingida por múltiplas secas e temperaturas sempre crescentes - as autoridades da cidade estão renovando um aqueduto histórico que data da época romana para irrigar os corredores ecológicos da cidade.

Entretanto, tais projetos exigem uma ampla movimentação política por parte dos oficiais eleitos, além de consideráveis investimentos públicos e privados.

Myrivili diz que seu trabalho como primeira diretora global de Calor da ONU Habitat será orientado pela pergunta: “Como utilizar nossos recursos naturais de forma mais inteligente e sustentável para melhorar a resiliência térmica nas cidades?”.

São questões difíceis cujas respostas exigirão uma visão ampla de todo o sistema de resfriamento urbano sustentável, além de reimaginar nossa própria noção de como é uma cidade, disse Myrivili.

Solução de Seis Setores - O PNUMA está na vanguarda apoiando os objetivos do Acordo de Paris de manter o aumento da temperatura global abaixo de 2°C, e visando 1,5°C, em comparação com os níveis pré-industriais. 

Para isso, o PNUMA desenvolveu uma Solução de Seis Setores, um roteiro para reduzir as emissões em todos os setores e em busca da estabilidade climática de acordo com os compromissos do Acordo de Paris. 

Os seis setores identificados são: energia; indústria; agricultura e alimentos; florestas e uso da terra; transporte; edifícios e cidades.

terça-feira, 9 de agosto de 2022

ORQUESTRA SINFÕNICA DE MINAS GERAIS - SINFÔNICA AO MEIO DIA - SINFÕNICA EM CONCERTO - XXVIII - FESTIVAL BRASILEIRO DE TROMBONISTAS


        Orquestra Sinfônica de MG - solista Sebastian Cifuentes - Colômbia
 Palácio das Artes - BH  - Foto: Jornal Oecoambiental
  

 A Fundação Clóvis Salgado, por meio da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais e em parceria com o XXVIII Festival Brasileiro de Trombonistas, realiza, nos dias 9 (terça-feira) e 10 de agosto (quarta-feira), a série Sinfônica ao Meio Dia e Sinfônica em Concerto. A regência do concerto fica por conta do maestro assistente da OSMG, André Brant, e conta com participações solo do trombonista inglês Mark Mulley (Trombone Tenor) e do colombiano Sebastian Cifuentes (Trombone Baixo). 



   A programação conta com composições cujo foco são as performances musicais no trombone: Abertura Orfeu no Inferno, de Jacques Offenbach, Concertino para Trombone, de Ferdinand David, Batuque, de Lorenzo Fernandez, Concerto para Trombone Baixo, de Eric Ewazen e Finlândia, de Jean Sibelius. 


Programa

Abertura da ópera Orfeu no Inferno

Jacques Offenbach

Concertino para Trombone

Ferdinand David

Batuque

Lorenzo Fernandez

Concerto para Trombone Baixo

Eric Ewazen

Finlândia

Jean Sibelius



   Com classificação indicativa livre, as apresentações ocorrem no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes, ao meio-dia do dia 9 de agosto (terça-feira), permitindo, no máximo, um par de ingressos por CPF. Já no dia 10 de agosto (quarta-feira), o repertório completo será apresentado em uma Noite de Gala, às 20h30, com ingressos a R$30,00 (inteira) e R$15,00 (meia-entrada). Os ingressos poderão ser adquiridos no site da Eventim ou na bilheteria do Palácio das Artes.

Orquestra Sinfônica de Minas Gerais (OSMG) –  A Orquestra Sinfônica de Minas Gerais foi declarada Patrimônio Histórico e Cultural do Estado de Minas Gerais. Em constante aprimoramento, cumpre o papel de difusora da música erudita na diversidade de sua atuação em óperas, concertos e apresentações na capital e interior do Estado. Além dos Concertos no Parque, Sinfônica ao Meio-dia e Sinfônica em Concerto, merece destaque o reconhecido programa Sinfônica Pop, que convida artistas da música popular brasileira para se apresentarem com a OSMG. Seu atual regente titular é o maestro Silvio Viegas, antecedido por Wolfgang Groth, Sérgio Magnani, Carlos Alberto Pinto Fonseca, Aylton Escobar, Emílio de César, David Machado, Afrânio Lacerda, Holger Kolodziej, Charles Roussin, Roberto Tibiriçá e Marcelo Ramos.

(Fonte: Fundação Clóvis Salgado)

segunda-feira, 8 de agosto de 2022

ANGOLA E BRASIL DEBATEM ALIMENTAÇÃO ESCOLAR

 FONTE; ONU - BRASIL

  Representantes do governo de Angola e integrantes do Programa Mundial de Alimentos (WFP) no país participaram da primeira sessão da “Visita de Estudos Virtual: Brasil” na última sexta-feira (5). 

O objetivo da ação foi compartilhar experiências sobre o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) do Brasil e o programa de alimentação angolano.

A atividade foi promovida pelo Centro de Excelência contra a Fome do WFP no Brasil,  em parceria com a Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação.

Alimentação Escolar: Angola participa de primeira sessão da Visita Virtual ao Brasil.
Legenda: Alimentação Escolar: Angola participa de primeira sessão da Visita Virtual ao Brasil.
Foto: © Claudia Altorio/WFP

A metodologia da visita inclui, além dos workshops virtuais de abertura e encerramento, uma série de vídeos e materiais escritos que simulam uma imersão no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) brasileiro. 

Na sessão de abertura, o diretor do Centro de Excelência do WFP, Daniel Balaban, descreveu as mudanças recentes que levaram a instituição a desenvolver, junto aos parceiros, uma metodologia de apoio remoto aos países, que inclui a Visita Virtual. 

“Com base em experiências passadas – e mesmo antes da pandemia -, criamos esse projeto, junto com ABC e o FNDE, para apoiar o diálogo Sul-Sul e estimular a criação e implementação de programas, especialmente com foco em alimentação escolar”, disse Balaban. 

“Entendemos que essa modalidade tem a capacidade de atender demandas dos países por assistência técnica de forma rápida, barata e eficaz, permitindo, também, que delegações maiores possam participar das atividades. Acreditamos que o trabalho virtual reúne técnicos e formuladores de políticas em alimentação escolar do Brasil e de outros países em um ambiente de troca de conhecimentos”, completou.

Troca de experiências - Também na sessão de abertura, o consultor no Ministério da Educação de Angola, Aldo Sambo,  apresentou algumas características do programa de alimentação escolar do país e destacou as prioridades atuais. Ele afirmou que, apesar das dificuldades de ordem econômica e financeira, agravadas pela pandemia, o executivo angolano tem feito a universalização da alimentação escolar nas escolas públicas de ensino primário dentro do plano de desenvolvimento nacional de 2018-2022 e alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. 

“Esta visita é uma oportunidade para troca de experiências e permite, de forma eficiente e inteligente, que os dois governos continuem a investir em proteção social e desenvolvimento dos alunos, promoção do empreendedorismo e geração de renda local”, afirmou.

A coordenadora de monitoramento do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), Edenilza Costa de Souza Carvalho, também traçou um breve panorama do programa brasileiro, lembrando que ele está baseado no direito à alimentação adequada e no princípio de acesso universal, incentivando a agricultura familiar para garantir qualidade dos alimentos e também estimulando a economia local. O PNAE hoje atende mais de 40 milhões de estudantes em 5.570 municípios.

“O PNAE evoluiu, passando  de um modelo emergencial para o que é hoje, integrado nas políticas nacionais. Os benefícios sociais aumentam quando aumenta a evolução do programa. Cabe a nós o papel de sensibilizar os atores envolvidos e fortalecer os profissionais para que possamos usar essa política pública com todo potencial de transformação que ela tem”, disse Carvalho.  

O oficial sênior de programas do WFP em Angola, José Ferrão, também participou da sessão de abertura e falou sobre o apoio do WFP ao país ao longo dos anos. “Gostaria de reafirmar que o WFP continua a prestar todo o apoio técnico ao governo de Angola para assegurar a implementação da alimentação escolar sustentável”, ressaltou. 

Por parte da ABC, participou da atividade a embaixadora e diretora-adjunta Luiza Lopes da Silva, que abordou a cooperação brasileira na área de alimentação escolar e das relações entre o Brasil, o Centro de Excelência do WFP e Angola.

Cenário em Angola  - O programa de alimentação angolano foi lançado em 1990, já com parceria com o WFP. Em 1992, o país iniciou a alimentação escolar em áreas rurais onde havia crise alimentar. A assistência alimentar do WFP foi encerrada em 2006, quando o governo local assumiu o programa. 

“Em 2021 o Ministério das Finanças criou uma rubrica específica para alimentação escolar no orçamento geral do estado. Ainda não é o valor desejado, mas é um ponto positivo”, explicou o chefe do departamento de Saúde Escolar da Direção Nacional de Ensino Pré-Escolar e Primário de Angola, Isel Isabel Epalanga. 

Também em 2021, o país participou do exercício SABER (Systems Approach for Better Education Results ou Abordagem Sistêmica para Melhores Resultados Educacionais, em tradução livre), promovido pelo WFP. Como resultado, foram identificadas algumas prioridades para o fortalecimento da alimentação escolar no país, incluindo a formulação de uma proposta de Política Nacional de Alimentação e Saúde Escolar e a criação de uma unidade nacional de gestão do Programa de Alimentação e Saúde Escolar e definição das suas atribuições.  

Além disso, os angolanos pretendem trabalhar na definição de procedimentos para orçamento, monitoramento, avaliação e prestação de contas. Assim como no caso brasileiro, a participação comunitária faz parte das prioridades e Angola também espera construir uma estratégia para definir o papel e responsabilidade da comunidade nos processos de planejamento e execução do programa de alimentação e saúde escolar.

“Um dos principais desafios depois da fase inicial, que é a conclusão da política de alimentação e saúde escolar, vem o desafio do sistema de coordenação. Julgamos que estamos em bom caminho e este encontro cria um engajamento multissetorial”, disse o chefe de programas e representante para o setor da Educação do WFP em Angola, Domingos Cunha. 

A metodologia da visita inclui uma série de vídeos e materiais escritos que simulam uma imersão no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) brasileiro.
Legenda: A metodologia da visita inclui uma série de vídeos e materiais escritos que simulam uma imersão no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) brasileiro.
Foto: © Claudia Altorio/WFP

Cenário no Brasil - A coordenadora substituta de segurança alimentar e nutricional do PNAE, Isabella Araújo Figueiredo, apresentou o programa, que enfrenta enormes desafios em um país do tamanho do Brasil. 

“O PNAE é central para o crescimento, a aprendizagem, o desenvolvimento biopsicossocial, o rendimento escolar e a formação de práticas alimentares saudáveis”, disse. Ela também lembrou de características importantes do PNAE, como a exigência de pelo menos 30% de compras da agricultura familiar e a adequação dos cardápios às características regionais e étnicas. 

Além disso, o programa define percentuais de execução do orçamento para priorizar a compra de alimentos in natura e proíbe a compra de certos alimentos de baixo valor nutricional ou ultraprocessados. Figueiredo também detalhou como o PNAE implementou a distribuição de cestas de alimentos aos alunos durante o período de fechamento das escolas e lembrou que a coordenação entre os vários ministérios envolvidos também é crucial.  

Após o primeiro workshop, a delegação de Angola terá acesso aos vídeos da Visita de Estudos Virtual, assim como a materiais de apoio com informações detalhadas sobre o PNAE. Os participantes terão uma semana para assistir a todos os vídeos quantas vezes desejarem e trazer suas dúvidas para o Workshop de Encerramento, que acontecerá em 11 de agosto. 

A sessão será dedicada à troca de informações sobre o PNAE  e sobre como desejam melhorar os programas e políticas de alimentação e nutrição de Angola.