terça-feira, 8 de novembro de 2022

COP 27 - SEGUNDA JORNADA DE INTERVENCÃO DOS PAÍSES NA COP 27 - EGITO





 

COP 27 - EM TEMPO REAL






 

COP 27 - "SOLIDARIEDADE CLIMÁTICA" - AFIRMA ANTÔNIO GUTERRES



 
Fonte; ONU - BRASIL

   Em seu primeiro discurso na 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27), o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que a criação de um pacto global de solidariedade climática é a única alternativa ao suicídio coletivo.

O discurso chama a atenção para os progressos lentos e até retrocessos na ação climática, após décadas de negociações para salvar o planeta do aquecimento excessivo e das consequências da destruição ambiental.

O esforço para reduzir danos sugerido por Guterres envolveria apoio de países mais ricos e de instituições financeiras a economias em desenvolvimento para acelerar a transição energética. 

 

Secretário-geral António Guterres, na abertura da COP27.
Legenda: Secretário-geral António Guterres, na abertura da COP27.
Foto: © Momoko Sato/UNIC Tóquio

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, discursou nesta segunda-feira (7) na Cúpula da Implementação sobre o Clima, na 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27). Guterres destacou que o evento, que começou ontem em Sharm el-Sheikh, no Egito, relembra aos participantes que a resposta à crise está nas mãos da atual geração.

O líder da organização ressaltou que décadas de negociações climáticas levaram a ações e promessas que não são suficientes para salvar o planeta do aquecimento excessivo.

Em seu discurso, Guterres disse que o tempo está passando, enquanto o mundo está perdendo a luta para salvar vidas. Ele ressaltou que as emissões de gases de efeito estufa continuam crescendo, as temperaturas globais subindo e o planeta se aproximando rapidamente do ponto crítico, no qual o caos climático será irreversível.

Acordo - Guterres sugeriu que a partir de agora seja criado um acordo histórico entre economias desenvolvidas e emergentes. Em sua análise, o que poderia ser chamado de “Pacto de Solidariedade Climática”, envolveria um esforço extra para reduzir as emissões ainda nesta década alinhado com a meta de 1,5º C.

A proposta teria países mais ricos e instituições financeiras internacionais fornecendo fundos e auxílio técnico para ajudar as economias emergentes a acelerar a própria transição para energia renovável.

Outras medidas seriam acabar com a dependência de combustíveis fósseis e a construção de novas usinas de carvão, além de fornecer energia universal, acessível e sustentável para todos e criar uma estratégia comum combinando economias desenvolvidas e emergentes, suas capacidades e recursos em benefício da humanidade.

Responsabilidades- O líder da ONU ainda apontou os Estados Unidos e China como economias com responsabilidade particular em unir esforços para alcançar os objetivos desse entendimento que considera “a única esperança de cumprir as metas climáticas”.

O secretário-geral ressaltou que “a humanidade tem uma escolha: cooperar ou perecer”. Nessa realidade, a opção seria ou “Pacto de Solidariedade Climática ou um Pacto Coletivo de Suicídio”.

Guterres mencionou que crises como a guerra da Rússia na Ucrânia, a inflação e a escassez de energia não devem ser uma desculpa para retrocessos e que são razões para uma maior urgência, ação mais forte e responsabilização efetiva.

Oito bilhões - Nesta semana, o mundo atingirá a marca de oito bilhões de habitantes. Diante deste número, Guterres convocou todos para trabalharem juntos na redução das emissões ou condenar as gerações futuras à catástrofe climática.

Abertura - No domingo (6), o secretário executivo da Convenção-Quadro da ONU sobre a Mudança do Clima (UNFCCC), Simon Stiell, abriu as duas semanas de conferência com um discurso ressaltando o caráter de implementação da COP27 e a “nova era para fazer as coisas de forma diferente”.

Ele se dirigiu em particular aos líderes, incluindo presidentes, primeiros-ministros e diretores-executivos de empresas multinacionais, ressaltando que estes “serão responsabilizados pelas promessas feitas no ano passado em Glasgow”, na COP26.

O secretário também definiu a COP27 como uma oportunidade para criar um espaço político seguro, protegido das tensões geopolíticas atuais, para trabalhar e promover mudanças no mundo, uma vez que os efeitos das negociações afetarão as vidas e os meios de subsistência de milhões de pessoas. Still enfatizou que o mundo não pode  “permitir qualquer negligência” e nem ameaçar o futuro das próximas gerações.

sábado, 5 de novembro de 2022

REBECA ANDRADE CAMPEÃ MUNDIAL DE GINÁSTICA ARTÍSTICA EM LIVERPOOL - INGLATERRA

 

Foto: divulgação COE

Rebeca Andrade de 23 anos, brilha mais uma vez e orgulha o Brasil, no mundial de ginástica artística em Liverpool - Inglaterra e conquista a medalha inédita de ouro, como campeã individual geral.
 Todo o Brasil que valoriza a sua dedicação  e determinação esportiva lhe aplaude, Rebeca Andrade.  Nossos parabéns pela brilhante atleta que você é. Um grande exemplo, que eleva a autoestima dos jovens brasileiros que acreditam e realizam sonhos. 
 








 

quinta-feira, 3 de novembro de 2022

COP 27; METAS CLIMÁTICAS PRECISAM DE MAIS COMPROMISSO

 

Metas climáticas precisam ser ambiciosas, alerta cientista brasileira


FONTE: ONU - BRASL

   Uma das autoras do novo “Relatório sobre a Lacuna de Emissões 2022”, lançado na semana passada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), a cientista brasileira Joana Portugal disse em entrevista à ONU NEWS que os países precisam se comprometer com metas mais ambiciosas para frear a catástrofe climática. 

 

As poluições química, atmosférica e sonora podem ter grandes efeitos no bem-estar das pessoas, assim como a atual crise climática.
Legenda: As poluições química, atmosférica e sonora podem ter grandes efeitos no bem-estar das pessoas.
Foto: © Chris LeBoutillier/Unsplash

Coautora do “Relatório sobre a Lacuna de Emissões 2022”, lançado na semana passada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), a professora de Planejamento Energético na Universidade Federal do Rio de Janeiro, Joana Portugal afirmou que existe uma grande discrepância entre o que os países estão prometendo fazer para reverter a crise climática e o que realmente é necessário. 

Em entrevista à ONU News, a cientista defendeu que os líderes mundiais devem aproveitar a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP27), que acontece esse mês em Sharm el-Sheikh, Egito, para assumirem metas climáticas mais ambiciosas. 

Confira a entrevista na íntegra: 

Do ano passado para cá algo mudou no cenário global de emissões de gases estufa?

O “Relatório de Lacunas de Emissões”, editado e coordenado pelo PNUMA todos os anos, compara as emissões e as metas políticas que todos os países se comprometem no contexto das COP,  as denominadas Contribuições Nacionalmente Determinadas. O relatório avalia a diferença entre o que os países estão propostos a implementar para reduzir as suas emissões de gases de efeito estufa e o que seria necessário para cumprir de fato o Acordo de Paris. Mais uma vez, esse ano, no relatório nós temos uma grande discrepância. Do ano passado para cá nós temos uma redução de emissão de menos de uma gigatonelada, um bilhão de toneladas de CO2 equivalente, o que é um pouco frustrante. 

O relatório entra na questão de grupos de países que deveriam estar fazendo mais?

Infelizmente, todos os países deveriam estar fazendo mais. Não tem bom aluno aqui. O que mostramos no relatório é que temos que reduzir 50% das emissões na próxima década para mudar o cenário climático esperado no final do século. Em face da crise energética que estamos vivendo neste momento na Europa, alguns Estados-membros atrasaram as medidas ambiciosas que tinham anunciado, sobretudo diante do inverno severo. No Brasil, as Contribuições Nacionalmente Determinadas propostas em 2015 e ratificadas em 2016, propunham uma meta de emissão CO2 em 2030 de 1,2 bilhões de toneladas. Este valor foi revisto em em 2020 aumentando para 1,62 bilhões de toneladas. Agora, na COP27, a proposta é de 1,28 bilhões, ainda bem acima do que foi proposto em 2015. 

E quais seriam os impactos para a humanidade dessa lenta redução?

Assumindo que nós congelamos as metas anunciadas antes da COP27 e que as manteríamos assim, até o final do século o aquecimento global estaria na ordem de 2,8 a 3 graus Celsius acima de níveis pré-industriais. Agora, nós estamos praticamente beirando o nível de um 1,5 grau e em todo o planeta já sofremos os impactos de eventos extremos. Com um aumento da temperatura ainda maior teremos impactos irreversíveis, cuja dimensão ainda não se sabe. A ciência não tem essa resposta para dar.

Joana Portugal Pereira é coautora do Relatório sobre a Lacuna de Emissões 2021.
Legenda: Joana Portugal Pereira é coautora do Relatório sobre a Lacuna de Emissões 2021.
Foto: © Arquivo pessoal.

Esse relatório todo ano traz uma novidade. Qual é a desse ano?

Esse ano nós trabalhamos muito a fundo a questão de segurança e sistemas alimentares, bem como as condições necessárias para aumentarmos a ambição climática, levando em consideração a capacidade tecnológica, fundos financeiros e investimento em tecnologias de baixo carbono. Sobre sistemas alimentares, nós na verdade avaliamos qual a contribuição das nossas dietas e dos nossos sistemas agrícola e pecuário para mudança climática. Averiguamos também quais são as estratégias que podem reduzir a contribuição destes setores para a crise no clima e quais são as mudanças comportamentais necessárias, como por exemplo a redução de consumo de alimentos hiper carbônicos majoritariamente de origem animal. Avaliamos como podemos garantir simultaneamente uma sustentabilidade climática e de saúde pública, refletindo sobre como melhorar nossas dietas.

Baseado nesse relatório, o que devemos esperar dos líderes mundiais na COP27?

Esse relatório é um insumo essencial para apoiar políticos e tomadores de decisão. Ou seja, nós avaliamos que o que está neste momento posto em cima da mesa, a redução de emissões e ambição das partes, não é suficiente para cumprir o acordo que foi ratificado e assinado por esses países em 2015. Então é essencial e se espera que na COP27 todas as partes, principalmente os países do G20, que são os maiores contribuidores para a emissão de gases de efeito estufa, na verdade, aumentem a sua ambição implementem estratégias de baixo carbono em seus próprios países.

terça-feira, 1 de novembro de 2022

COP 27 - CONTER A CRISE CLIMÁTICA E A FOME

 Fonte: ONU - BRASIL

O Programa Mundial de Alimentos (WFP) listou três recomendações para os líderes mundiais que vão se reunir em Sharm el-Sheikh, Egito, em novembro, para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP27).

Para a agência, governos devem agir rapidamente para ajudar milhões de pessoas que enfrentam o aumento da fome privilegiando projetos de adaptação climática, investindo em ações para mitigar os efeitos em países que estão na linha de frente e na transformação dos sistemas alimentares. 

O WFP atua com os governos locais para antecipar os riscos climáticos antes que eles se transformem em desastres, restaurar ecossistemas e infraestruturas degradadas, proteger os mais vulneráveis ​​com redes de segurança financeira e dar às pessoas novas oportunidades de cultivar, cozinhar e abastecer suas casas por meio do acesso à energia limpa.

Uma família que perdeu sua casa para as inundações transporta o que resta de sua casa por canoa escavada no Camarões.
Legenda: Uma família que perdeu sua casa para as inundações transporta o que resta de sua casa por canoa escavada no Camarões.
Foto: © Moise Amedje Peladai /ACNUR

O Programa Mundial de Alimentos (WFP) destaca que a crise climática está deixando cada vez mais pessoas à beira da fome. Na preparação de líderes mundiais para se reunir em Sharm el-Sheikh, no Egito, na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP27), a agência pede ações urgentes para apoiar aqueles que estão na linha de frente da emergência climática.

As ondas de calor, secas, inundações e tempestades estão aumentando em intensidade e frequência. Para a agência, essa realidade afeta a capacidade de alimentação das famílias. Em lugares como Iêmen, Somália e República Democrática do Congo, onde os impactos climáticos se cruzam com conflitos, a fome é uma ameaça sempre presente.

Por isso, o WFP traz três recomendações para os líderes que estarão nos debates da COP27:

Privilegiar a adaptação climática - De inundações no Paquistão– que estão afetando uma em cada sete pessoas no país– a secas consecutivas no Chifre da África que estão levando pessoas à beira da fome, eventos climáticos extremos estão acontecendo em todas as regiões do mundo. Mesmo com essas dificuldades, as comunidades precisam de soluções para ter alimentos suficientes.

Para o WFP, os líderes globais devem investir em sistemas que prevejam riscos climáticos e forneçam proteção física e financeira aos mais vulneráveis.

Antes das recentes inundações no Nepal, por exemplo, o WFP lançou seu programa de ação antecipada, que usa sistemas de alerta para garantir ação antes que os desastres aconteçam, transferindo dinheiro para mais de 15 mil pessoas em três dos distritos mais atingidos.

Os fundos ajudaram as comunidades a se prepararem para as enchentes, se protegerem e evitarem perdas e danos comprando comida, reforçando casas ou movendo pessoas vulneráveis ​​para terrenos mais altos.

Investir em ação climática- Aqueles que vivem na linha de frente das mudanças climáticas também são frequentemente afetados por conflitos, deslocamentos e desigualdades sociais. Essas comunidades precisam de mais apoio, mas recebem menos.

Para enfrentar a crise climática e garantir que todos tenham comida suficiente para comer, o WFP recomenda que seja priorizada a ação e o financiamento para áreas vulneráveis ​​e atingidas por conflitos, apoiando as comunidades a se adaptarem a um clima em mudança, ao mesmo tempo em que busca a paz.

Transformar sistemas alimentares - O WFP avalia que a cadeia que produz, processa e transporta alimentos para nossas mesas não é equitativa nem sustentável. Por um lado, eventos climáticos extremos causam destruição em todos os sistemas alimentares. Por outro, os sistemas alimentares são os principais contribuintes para o aquecimento global. Agricultura, transporte e culinária contribuem com emissões nocivas significativas que estão elevando a temperatura do nosso planeta.

A falta de diversidade nos sistemas alimentares, a dependência de práticas poluidoras e conflitos ameaçam a segurança alimentar global. Um recorde de 345 milhões de pessoas em 82 países enfrenta atualmente fome aguda, acima dos 282 milhões no início do ano.

WFP - Presente em 123 países e territórios, o Programa Mundial de Alimentos apoia localidades que enfrentam alguns dos piores impactos de eventos climáticos extremos, aumentando a resiliência de comunidades diante das mudanças climáticas.

A agência conta com os governos locais para antecipar os riscos climáticos antes que eles se transformem em desastres, restaurar ecossistemas e infraestruturas degradadas, proteger os mais vulneráveis ​​com redes de segurança financeira e dar às pessoas novas oportunidades de cultivar, cozinhar e abastecer suas casas por meio do acesso à energia limpa.

Em cinco países do Sahel da África Ocidental e Central – Burquina Faso, Chade, Mali, Mauritânia e Níger – o WFP implementa um programa integrado de resiliência que apoia a adaptação climática e protege os sistemas alimentares.

Na prática, isso significa reabilitar a terra, melhorar o acesso das pessoas a alimentos e dietas saudáveis, levar as crianças de volta à escola e desenvolver cadeias de valor para aumentar a renda e os empregos verdes.

Para agência da ONU, com mais ambição e vontade política, o mundo pode diversificar, descarbonizar e melhorar a resiliência dos sistemas alimentares para enfrentar simultaneamente a crise climática e a insegurança alimentar.

O WFP reconhece que os líderes mundiais têm um enorme desafio pela frente, mas acredita que com uma ação global coordenada, é possível enfrentar a crise climática.