terça-feira, 21 de março de 2023

RELATÓRIO SÍNTESE DO CLIMA 2023 DIVULGADO PELO IPCC


FONTE; ONU - BRASIL

O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) lançou nesta segunda-feira (20) o Relatório Síntese sobre Mudança Climática 2023, que traz à tona as perdas e danos que vem sendo causados pela mudança global do clima.

O IPCC alerta que os desastres naturais relacionados ao clima estão atingindo especialmente as pessoas mais vulneráveis e os ecossistemas mais frágeis, como os manguezais, áreas costeiras e semidesérticas.

A temperatura média mundial já subiu 1,1 grau Celsius acima dos níveis pré-industriais – uma consequência direta de mais de um século de queima de combustíveis fósseis, bem como do uso desordenado e insustentável de energia e do solo. A elevação da temperatura aumenta a frequência e a intensidade dos eventos climáticos extremos.

O Painel também alerta que o aumento da temperatura média tende a causar o agravamento da insegurança alimentar e hídrica, em todo o mundo.  

Foto: © ONU

Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) lançou nesta segunda-feira (20) o Relatório Síntese sobre Mudança Climática 2023, após uma semana de sessões em Interlaken, na Suíça. O relatório traz à tona as perdas e danos que vem sendo causados pela mudança global do clima e quais tendências devem continuar no futuro. O IPCC alerta que os desastres naturais relacionados ao clima estão atingindo especialmente as pessoas mais vulneráveis e os ecossistemas mais frágeis, como os manguezais, áreas costeiras e semidesérticas.

A temperatura média mundial já subiu 1,1 grau Celsius acima dos níveis pré-industriais – uma consequência direta de mais de um século de queima de combustíveis fósseis, bem como do uso desordenado e insustentável de energia e do solo. A elevação da temperatura aumenta tanto a frequência quanto a intensidade dos eventos climáticos extremos, que causam impactos cada vez mais perigosos às pessoas e à natureza em todas as regiões do mundo.

O Painel também alerta que o aumento da temperatura média tende a causar o agravamento da insegurança alimentar e hídrica, em todo o mundo.  

O tempo é curto, mas há um caminho claro a seguir

Para que as temperaturas médias sejam mantidas em 1,5 grau Celsius acima dos níveis pré-industriais (meta do Acordo de Paris), serão necessárias reduções profundas, rápidas e sustentadas das emissões de gases de efeito estufa em todos os setores no decorrer desta década, afirma o relatório síntese do IPCC.

As emissões precisam cair imediatamente e ser cortadas quase pela metade até 2030, para que esta meta tenha alguma chance de ser alcançada.

A solução proposta pelo IPCC é o “desenvolvimento resiliente ao clima”, que envolve a integração de medidas de adaptação às mudanças climáticas com ações para reduzir ou evitar as emissões de gases de efeito estufa de forma a proporcionar benefícios econômicos e sociais mais amplos e igualmente distribuídos.

Alguns exemplos de soluções que devem ser adotadas incluem a expansão do acesso à energia limpa, eletrificação com baixa emissão de carbono, a promoção de transporte com zero e baixa emissão de carbono e a melhora da qualidade do ar. Tais medidas geram benefícios diretos para a saúde e qualidade de vida das pessoas.

Além disso, o novo relatório aponta que os benefícios econômicos proporcionados pelas melhorias da qualidade do ar seriam aproximadamente os mesmos, ou possivelmente até maiores, do que os custos de adoção das soluções limpas.

“Os maiores ganhos podem vir da redução do risco climático para comunidades de baixa renda e marginalizadas, incluindo pessoas que vivem em assentamentos informais”, explicou um dos autores do relatório, Christopher Trisos.

“A ação climática acelerada só acontecerá se houver um aumento significativo no financiamento. Financiamento insuficiente e desalinhado está atrasando o progresso”, complementa.

Governos são fundamentais

O relatório destaca o poder dos governos para a redução das emissões de gases de efeito estufa, por meio de financiamento público, demonstração clara de vontade política aos investidores, além da intensificação de medidas políticas eficazes rumo à energia limpa.

Mudanças no setor de alimentos, eletricidade, transporte, indústria, construção e uso do solo são destacadas como formas importantes de reduzir as emissões, bem como mudanças para estilos de vida mais sustentáveis e de baixo carbono, que melhorariam a saúde e o bem-estar das pessoas.

“As transformações têm maior probabilidade de êxito quando há confiança, quando todos trabalham juntos para priorizar a redução de riscos e quando os benefícios e ônus são compartilhados equitativamente”, disse o presidente do IPCC, Hoesung Lee.

“Este relatório síntese ressalta a urgência de tomar medidas mais ambiciosas e mostra que, se agirmos agora, ainda podemos garantir um futuro sustentável habitável para todos.”

Chefe da ONU anuncia plano para acelerar o progresso

Em uma mensagem de vídeo divulgada nesta segunda-feira (20), o secretário-geral da ONU, António Guterres, descreveu o relatório como um “guia de como desarmar a bomba-relógio climática”.

A ação climática é necessária em todas as frentes: “tudo, em todos os lugares, ao mesmo tempo”, disse Guterres, referindo-se ao vencedor do Oscar de melhor filme deste ano.

O chefe da ONU propôs ao grupo das economias mais desenvolvidas, o G20, um “Pacto de Solidariedade Climática”, no qual todos os grandes emissores fariam esforços extras para cortar emissões, e os países mais ricos mobilizariam recursos financeiros e técnicos para apoiar as economias emergentes em um esforço comum para garantir que as temperaturas globais não subam mais de 1,5 grau Celsius acima dos níveis pré-industriais.

Guterres anunciou que está apresentando um plano para aumentar os esforços para alcançar o Pacto por meio de uma Agenda de Aceleração, que envolve líderes de países desenvolvidos comprometendo-se a atingir zero emissões o mais próximo possível do ano de 2040 e os países em desenvolvimento o mais próximo possível de 2050.

A Agenda exige o fim do carvão, emissão líquida zero no setor de eletricidade até 2035 para todos os países desenvolvidos e em 2040 para o resto do mundo, e a interrupção de licenciamento ou financiamento de novas empresas de petróleo e gás, e qualquer expansão da exploração de petróleo e gás.

Segundo o secretário-geral da ONU, estas medidas devem acompanhar as salvaguardas para as comunidades mais vulneráveis, aumentando o financiamento e as capacidades de adaptação a perdas e danos, e promovendo reformas para garantir que os Bancos Multilaterais de Desenvolvimento forneçam mais doações e empréstimos e mobilizem o financiamento privado.

Referindo-se a próxima Conferência do Clima da ONU, a COP28, que será realizada em Dubai entre 30 de novembro a 12 de dezembro deste ano, Guterres disse que espera que todos os líderes do G20 se comprometam com as novas e ambiciosas contribuições determinadas nacionalmente para toda a economia, abrangendo todos os gases de efeito estufa, e indicando suas metas absolutas de redução de emissões para 2035 e 2040.

domingo, 19 de março de 2023

MUDANÇAS CLIMÁTICAS EM DEBATE

 Nas vésperas de divulgação de um novo relatório de avaliação do clima “AR6” pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) o Jornal Oecoambiental divulga debates de pesquisadores, cientistas acerca dos desafios colocados para o mundo diante os conflitos socioambientais provocados pelas consequências das mudanças climáticas.

  Um ponto crucial deste debate é compreender a gravidade da situação global e como a população, as sociedades podem se defender destes inúmeros problemas, implantando ações de mitigação e adaptação climática.

quinta-feira, 16 de março de 2023

58ª SESSÃO DO PAINEL INTERGOVERNAMENTAL SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS - IPCC - ONU

      

Foto: extremos climáticos -  divulgação

 No próximo dia 20 de março de 2023, será divulgado um  relatório-síntese  do clima pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) (*) da ONU – que está reunido na  58ª Sessão,  desde o dia 13 até 17  de março de 2023 na cidade de Interlaken, na Suíça.

   O Jornal Oecoambiental vem divulgando estes relatórios do clima com o objetivo de sensibilizar governos, instituições, a sociedade civil a tomarem atitudes que visem solucionar, adaptar as sociedades a esta nova realidade socioambiental que o Brasil e o mundo enfrentam.

 A população brasileira e mundial vem sofrendo e sendo quase que “espectadora” (em tempo real) das consequências nefastas que as mudanças climáticas estão causando, como os extremos climáticos, que levam a perda de vidas humanas, da biodiversidade e causam inúmeros problemas socioambientais em cidades e comunidades no mundo. É preciso que hajam atitudes concretas e urgentes por parte dos tomadores de decisões e sejam implantadas políticas eficazes de combate às consequências das mudanças climáticas. Sempre lembramos que diante da "inércia" ou "omissão" de governos e tomadores de decisões, a sociedade civil tem papel protagonista de buscar se informar e cobrar atitudes concretas de adaptação e solução destes conflitos socioambientais. 

 Este relatório síntese “AR6” que será divulgado corresponde ao “Sexto Ciclo de Avaliação – SYR” –deve “sintetizar e integrar os materiais contidos nos Relatórios de Avaliação e Relatórios Especiais” e “deve ser escrito em um estilo não técnico adequado para formuladores de políticas e abordar uma ampla gama de questões políticas relevantes. O (AR6) – (SYR) é baseado no conteúdo de três Relatórios de Avaliação dos Grupos de Trabalho WGI – The Physical Science Basis, WGII – Impacts, Adaptation and Vulncrability, WGIII – Mitigation of Climate Change, e os três Special Reports: Global Warming of 1.5º C, Mudanças Climáticas e Terra, O Oceano e a Criosfera em um Clima de Mudança.” (IISD).

 “Durante a sessão de uma semana, os governos aprovarão linha por linha do Sumário do Relatório Síntese para Tomadores de Decisão e adotarão o relatório integral seção por seção.

Depois da 58ª Sessão do IPCC e sujeito a aprovação do Sumário e do relatório integral por parte do Painel, os documentos serão apresentados numa conferência de imprensa híbrida no dia 20 de março. .

Relatórios de avaliação científica abrangentes são publicados a cada 6 ou 7 anos. O último – 5º Relatório de Avaliação – foi concluído em 2014 e forneceu os principais subsídios para o Acordo de Paris”(ONU-BRASIL).

 (*)Sobre o IPCC - O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) é o órgão da ONU para avaliar a ciência relacionada às mudanças climáticas. Foi estabelecido pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) em 1988 para fornecer aos líderes políticos avaliações científicas periódicas sobre as mudanças climáticas, suas implicações e riscos, bem como propor estratégias de adaptação e mitigação. No mesmo ano, a Assembleia Geral da ONU endossou a ação da OMM e do PNUMA em estabelecer conjuntamente o IPCC, que atualmente tem 195 Estados-membros.

Milhares de pessoas de todo o mundo contribuem para o trabalho do IPCC. Para os relatórios de avaliação, os especialistas oferecem seu tempo como autores do IPCC para avaliar os milhares de artigos científicos publicados a cada ano para fornecer um resumo abrangente do que se sabe sobre os impulsionadores das mudanças climáticas, seus impactos e riscos futuros e como a adaptação e a mitigação podem reduzir esses riscos.