sábado, 15 de julho de 2023

CRISE CLIMÁTICA

FONTE: ONU - BRASIL

Tendência de aquecimento de longo prazo se acelera e o aumento do nível do mar está acima da média global.

Enchentes e deslizamentos de terra causam bilhões em danos enquanto a seca afeta a produção de alimentos e energia.

Esforços de adaptação e a mudança para energias renováveis precisam aumentar.

Nos últimos 30 anos, as temperaturas aqueceram em média 0,2° Celsius por década - a taxa mais alta já registrada, de acordo com o relatório Estado do Clima na América Latina e no Caribe 2022.
Legenda: Os choques climáticos e meteorológicos extremos estão se tornando mais graves na América Latina e no Caribe, à medida que a tendência de aquecimento de longo prazo e a elevação do nível do mar se aceleram. Nos últimos 30 anos, as temperaturas aqueceram em média 0,2° Celsius por década na região - a taxa mais alta já registrada, de acordo com o relatório Estado do Clima na América Latina e no Caribe 2022.
Foto: © OMM, Estado do Clima na América Latina e no Caribe 2022.

Os choques climáticos e meteorológicos extremos estão se tornando mais graves na América Latina e no Caribe, à medida que a tendência de aquecimento de longo prazo e a elevação do nível do mar se aceleram. É o que aponta um novo relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM) divulgado nesta quarta-feira (5). O Brasil é mencionado no documento por conta da queda na produção agrícola no início de 2022, das chuvas que mataram 230 pessoas em Petrópolis (RJ) no mesmo período e dos incêndios no estado do Amazonas.

Nos últimos 30 anos, as temperaturas aqueceram em média 0,2° Celsius por década - a taxa mais alta já registrada, de acordo com o relatório Estado do Clima na América Latina e no Caribe 2022. O documento destaca um ciclo vicioso de impactos em espiral nos países e nas comunidades locais.

Assim, por exemplo, a seca prolongada levou a uma queda na produção de eletricidade a partir de hidrelétricas em grande parte da América do Sul, provocando um aumento na demanda por combustíveis fósseis em uma região com grande potencial inexplorado de energia renovável.

O calor extremo, combinado a solos secos, alimentou períodos de incêndios florestais recordes no auge do verão de 2022, fazendo com que as emissões de dióxido de carbono atingissem os níveis mais altos em 20 anos e, com isso, manteve temperaturas ainda mais altas.

O derretimento das geleiras piorou, ameaçando ecossistemas e a futura segurança hídrica de milhões de pessoas. Houve uma perda quase total da camada de neve no verão de 2022 nas geleiras centrais dos Andes, com geleiras sujas e escuras absorvendo mais radiação solar, o que, por sua vez, acelerou o derretimento.

"Ciclones tropicais, precipitação intensa e inundações e secas severas de vários anos resultaram em perda de vidas e bilhões em danos econômicos ao longo de 2022. O aumento da elevação do nível do mar e o aquecimento dos oceanos representam riscos crescentes para os meios de subsistência, ecossistemas e economias costeiras", disse o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas.

"Muitos eventos extremos foram influenciados por uma duradoura La Niña, mas também foram marcados pela mudança climática induzida pelo homem. O recém-chegado El Niño aumentará o calor e trará mais condições climáticas extremas. Os Alertas Antecipados para Todos serão vitais para proteger vidas e meios de subsistência", ele disse.

"As áreas de maior prioridade para adaptação e mitigação das mudanças climáticas na região são agricultura e segurança alimentar e energia. O relatório aborda esses tópicos fundamentais, destacando os impactos das secas persistentes na região sobre a produção agrícola e o potencial inexplorado da energia renovável, especialmente os recursos solares e eólicos", disse o dirigente.

América Latina e Caribe têm uma grande participação no consumo final de modernas energias renováveis, principalmente por causa da energia hidrelétrica. No entanto, há também o potencial de explorar os recursos solares e eólicos da região, que representaram apenas 16% da geração renovável total em 2020.

A região desempenha um papel fundamental na produção de alimentos e serviços ecossistêmicos que beneficiam não apenas América Latina e Caribe, mas todo o planeta. Ela também é altamente vulnerável a riscos climáticos porque cerca de três quartos da população vivem em assentamentos urbanos informais e 8% da população está subnutrida.

relatório foi divulgado durante a Convenção Internacional sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, organizada em Havana, Cuba, e antes da Conferência Iberoamericana de Diretores de Serviços Meteorológicos e Hidrológicos. Ele mostra a importância dos Serviços Meteorológicos e Hidrológicos Nacionais e dos centros climáticos regionais no fornecimento de serviços aprimorados para apoiar adaptação e mitigação do clima.

Este é o terceiro relatório anual desse tipo para a região e fornece aos tomadores de decisão informações regionais e localizadas para subsidiar ações.

Estado do Clima na América Latina e no Caribe 2022
Legenda: Relatório Estado do Clima na América Latina e no Caribe 2022.
Foto: © Organização Meteorológica Mundial (OMM), 2023.

Principais mensagens

  • O período de 1991 a 2022 mostrou uma tendência de aquecimento médio de cerca de 0,2 °Celsius por década (e maior no México e no Caribe). Essa foi a mais forte já registrada desde o início dos períodos de medição de linha de base de 30 anos, em 1900. Como um todo, 2022 não foi tão quente quanto 2021 na região devido ao efeito de resfriamento da La Niña por um período de três anos.
  • O nível do mar continuou a subir a uma taxa maior no Atlântico Sul e no Atlântico Norte subtropical em comparação com a média global. O aumento do nível do mar ameaça uma grande parte da população da América Latina e do Caribe que vive em áreas costeiras, contaminando aquíferos de água doce, erodindo linhas costeiras, inundando áreas baixas e aumentando os riscos de inundações costeiras.
  • Os ciclones tropicais, em especial os furacões Fiona, Lisa e Ian, causaram danos graves na América Central e no Caribe. O furacão Fiona causou danos estimados em 2,5 bilhões de dólares em Porto Rico, que foi duramente atingido.
  • Inundações e deslizamentos de terra provocados por chuvas fortes causaram centenas de mortes e bilhões de dólares em perdas econômicas. Em apenas algumas semanas, em março e fevereiro, dois desastres relacionados às chuvas devastaram Petrópolis, no Rio de Janeiro, causando mais de 230 mortes.
  • A seca prolongada prejudicou setores econômicos importantes, como agricultura, energia, transporte e abastecimento de água.
  • No Brasil, o índice de produção agrícola caiu 5,2% no primeiro trimestre de 2022, em comparação com o mesmo período de 2021, devido a uma queda na produção de soja e milho.
  • A seca na Bacia do Paraná - Prata, no sudeste da América do Sul - um dos principais celeiros agrícolas do mundo - foi a pior desde 1944. A queda na produção de energia hidrelétrica devido aos baixos fluxos dos rios forçou a substituição das fontes de energia hidrelétrica por combustíveis fósseis, dificultando os esforços de transição energética para emissões líquidas zero.
  • Foi o quarto ano mais seco já registrado no Chile, que está passando por uma mega seca de 14 anos, a mais longa e mais grave seca da região em mais de mil anos.
  • Em janeiro, novembro e dezembro de 2022, o sul da América do Sul sofreu com ondas de calor longas e intensas.
Tendência de aquecimento de longo prazo se acelera e o aumento do nível do mar está acima da média global.
Legenda: Tendência de aquecimento de longo prazo se acelera e o aumento do nível do mar está acima da média global.
Foto: © OMM, Estado do Clima na América Latina e no Caribe 2022.
  • As temperaturas excepcionalmente altas, a baixa umidade do ar e a seca severa levaram a períodos de incêndios florestais recordes em muitos países. Em janeiro e fevereiro, Argentina e Paraguai registraram um aumento de mais de 250% no número de focos de calor detectados em comparação com a média de 2001-2021. Entre janeiro e março, as emissões de CO2 de incêndios florestais foram as mais altas dos últimos 20 anos. Bolívia e Chile também registraram um aumento maciço de incêndios florestais durante as ondas de calor de novembro e dezembro de 2022.
  • As emissões gerais na Amazônia brasileira ficaram próximas à média de 2003-2021. No entanto, o estado do Amazonas registrou as maiores emissões totais da temporada de incêndios de julho a outubro dos últimos 20 anos, com pouco mais de 22 megatons, quase cinco megatons a mais do que o recorde anterior de 2021.
  • A capacidade de energia renovável aumentou em 33% entre 2015 e 2020. No entanto, o ritmo precisa ser acelerado, pois a demanda por eletricidade deve aumentar 48% entre 2020 e 2030. Além do significativo potencial hidrelétrico na América Latina e no Caribe, há recursos solares e eólicos inexplorados, que representaram 16% da geração total de energia renovável em 2020.

Principais fatores climáticos

América Latina e Caribe são cercados pelos oceanos Pacífico e Atlântico, e o clima é amplamente influenciado por temperaturas predominantes da superfície do mar e fenômenos associados entre atmosfera e oceano em grande escala, como o El Niño-Oscilação Sul.

2022 marcou o terceiro ano consecutivo de condições de La Niña. Isso foi associado a temperaturas do ar mais altas e déficits de precipitação no norte do México, a um período prolongado de condições de seca em grande parte do sudeste da América do Sul e ao aumento das chuvas em partes da América Central e do norte da América do Sul e na região amazônica.

Impactos e riscos relacionados ao clima

A população da América Latina e do Caribe deve ser mais conscientizada sobre os riscos relacionados ao clima e os sistemas de alerta precoce na região precisam ser fortalecidos e chegar às comunidades mais necessitadas. Apenas 60% das pessoas são cobertas por sistemas de alerta antecipado de múltiplos perigos, de acordo com dados de 2020.

Em 2022, 78 ameaças meteorológicas, hidrológicas e relacionadas ao clima foram relatadas na região, de acordo com o Banco de Dados de Eventos de Emergência do Centro de Pesquisa sobre Epidemiologia de Desastres. Desses, 86% foram eventos relacionados a tempestades e inundações, responsáveis por 98% das 1.153 fatalidades documentadas no banco de dados.

Os danos econômicos de US$ 9 bilhões de dólares informados foram causados principalmente por secas (40%) e tempestades (32%). Presume-se que os números reais relacionados aos impactos de eventos extremos sejam piores devido à subnotificação e ao fato de não haver dados disponíveis sobre os impactos em alguns países. 

segunda-feira, 10 de julho de 2023

segunda-feira, 26 de junho de 2023

ARTIGO: INFRAESTRUTURA SUSTENTÁVEL

 

ARTIGO: Infraestrutura sustentável

Fonte: ONU-BRASIL

 Preparando o caminho para as gerações futuras na América Latina e Caribe

Jorge Moreira da Silva, Diretor Executivo do UNOPS

Por Jorge Moreira da Silva* 

A infraestrutura é a espinha dorsal de qualquer sociedade. Ela fornece a estrutura para que as comunidades funcionem, as economias prosperem e as nações evoluam. No entanto, a infraestrutura é frequentemente ignorada nas discussões sobre desenvolvimento sustentável, apesar de seu papel fundamental. Isso é particularmente relevante tendo em vista as mudanças climáticas: regiões como a América Latina e o Caribe são cada vez mais afetadas por fortes chuvas, tempestades tropicais, furacões, secas, entre outros eventos extremos.

Uma pesquisa realizada pelo UNOPS, organismo das Nações Unidas especializado em infraestrutura, em colaboração com a Universidade de Oxford, mostrou que a infraestrutura é fundamental para o desenvolvimento sustentável. Também constatou que a infraestrutura contribui com 79% de todas as emissões de gases de efeito estufa e é responsável por 88% de todos os custos de adaptação. Claramente, a infraestrutura é fundamental para os esforços de mitigação e adaptação às mudanças climáticas, incluindo respostas a perdas e danos.

É urgente que entendamos e ajamos de acordo com o nexo entre a crise climática, a infraestrutura e o desenvolvimento sustentável. Especialmente neste momento de múltiplas crises: da instabilidade econômica ao conflito, das tensões geopolíticas às crescentes desigualdades, e enfrentando os efeitos devastadores da crise climática. Os países em desenvolvimento, inclusive os da região da América Latina e do Caribe, também foram afetados de forma desproporcional pelas consequências da pandemia de COVID-19, pela fragmentação das cadeias de suprimentos, pela inflação e pelo aumento dos preços da energia e dos alimentos.

Essas questões, como sabemos, estão fortemente interligadas. Os impactos da mudança climática podem piorar as desigualdades, reduzir a renda, minar a resiliência e impedir o desenvolvimento das comunidades afetadas. Cada desastre induzido pelo clima pode criar novos ciclos de vulnerabilidade, tornando as comunidades menos capazes de enfrentar o próximo impacto.

Para lidar com as necessidades imensas e sem precedentes dos impactos de um clima em mudança, precisamos de uma infraestrutura que seja sustentável, resiliente e inclusiva.

As necessidades globais de infraestrutura são imensas, e as comunidades da América Latina e do Caribe, sem dúvida,sentem esse desafio. O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) identificou que, até 2030, a região precisa investir US$ 2.220,736 bilhões em infraestrutura de água e saneamento, energia, transporte e telecomunicações para cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Uma parte significativa desse financiamento deve ser destinada à nova infraestrutura, enquanto o restante é necessário para manter e substituir ativos existentes ou obsoletos. A infraestrutura exigirá pelo menos 3,12% do PIB da região a cada ano até 2030. Isso representa um aumento no investimento em infraestrutura de mais de 70% em comparação com a média entre os anos de 2008 e 2019. É um desafio significativo na esteira do estresse econômico e fiscal causado pela pandemia.

Mas, embora saibamos que é necessário um investimento significativo em infraestrutura, é importante trabalharmos juntos para garantir que isso seja feito de forma a criar resiliência, acelerar as transições de baixo carbono e, o mais importante, não deixar ninguém para trás. A disponibilidade de infraestrutura de qualidade em saúde, educação, água e saneamento, transporte, juntamente com transparência e a boa governança, são prioridades para os serviços públicos.

Também é importante considerar que o investimento em infraestrutura sustentável deve ir além das estruturas físicas. É necessário investir em um ambiente propício de recursos humanos, políticas e processos e tecnologia. É necessário investir nas operações e na manutenção da infraestrutura para que ela dure - e também na proteção das pessoas e do planeta para garantir que ela seja segura e adaptável às mudanças climáticas.

Ao trabalharmos juntos, podemos reunir o conhecimento especializado certo para garantir que a infraestrutura atenda a todos igualmente e seja compatível com o clima. Ao trabalharmos juntos, podemos encontrar soluções mais econômicas para necessidades imensas, como soluções de infraestrutura verde baseadas na natureza, que são ecologicamente corretas e de baixo custo.

O UNOPS tem anos de experiência na implementação de infraestrutura de qualidade em todo o mundo, inclusive na América Latina e no Caribe. No Panamá, por exemplo, ajudamos a conectar países e comunidades por meio da construção da nova Ponte Binacional. Ao conectar a Costa Rica e o Panamá, essa ponte ajuda a fortalecer o desenvolvimento econômico e comercial em duas cidades fronteiriças no rio Sixaola. A construção gerou empregos para pessoas de ambos os lados da fronteira, enquanto o dinheiro da venda de material da antiga ponte ferroviária foi usado para renovar o mercado municipal de Sixaola. A importância da ponte para o desenvolvimento vai além da Costa Rica e do Panamá, beneficiando a região como um todo.

Da mesma forma, no Caribe, trabalhamos em projetos destinados a melhorar o desenvolvimento sustentável em toda a região. Isso inclui a construção do prédio do parlamento em Granada, a reabilitação de estradas na Jamaica e a reabilitação de pontes e aterros de rios em São Vicente e Granadinas. Esses projetos servem para fortalecer a estrutura dessas comunidades e, ao mesmo tempo, aumentar a resistência às mudanças climáticas.

Também trabalhamos com governos para fornecer as evidências necessárias para planejar, entregar e gerenciar a infraestrutura essencial para o crescimento da economia, proteger o meio ambiente e melhorar a vida de suas populações. Em Curaçao e Santa Lúcia, por exemplo, fornecemos assistência técnica em relação ao planejamento de infraestrutura resistente ao clima.

O caminho para o desenvolvimento sustentável é coletivo. Ao continuarmos a defender a infraestrutura sustentável na América Latina e no Caribe, lembremo-nos: não estamos apenas construindo estruturas; estamos construindo o futuro.

Os riscos são altos, mas as oportunidades são enormes. A infraestrutura sustentável não é mais uma mera opção; é uma necessidade. É a pedra angular de um futuro mais resiliente, inclusivo e sustentável. Temos o compromisso de construir esse caminho, um projeto de cada vez, movidos pela crença de que o futuro não é algo que acontece conosco, mas algo que construímos juntos.

*Jorge Moreira da Silva, diretor executivo do Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS).

terça-feira, 20 de junho de 2023

DIA MUNDIAL DE COMBATE A DESERTIFICAÇÃO

Foto: divulgação



Fonte: ONU - BRASIL

Em mensagem para o Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca, o chefe da ONU alerta que a agricultura insustentável erode os solos 100 vezes mais rápido do que a capacidade do processo natural em restaurá-los.

Processos de degradação dos solos, incluindo a desertificação e a seca, afetam 3.2 bilhões de pessoas em todo o mundo. 

Antes concentrada em regiões áridas e semiáridas, a desertificação pode atingir mais de 75% da população mundial no decorrer das próximas décadas. 

Em mensagem para o Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca, celebrado pelas Nações Unidas no dia 17 de junho, o secretário-geral da ONU, António Guterres, alerta que a agricultura insustentável erode os solos 100 vezes mais rápido do que a capacidade do processo natural em restaurá-los.

A meta da ONU é reverter a degradação dos solos até 2030, e dar um grande impulso para a restauração de 40% de todas as terras do Planeta. Benefícios econômicos da restauração dos solos excedem em nove vezes o custo do investimento. 

Processos de degradação dos solos, incluindo a desertificação e a seca, afetam 3.2 bilhões de pessoas em todo o mundo. 

Antes concentrada em regiões áridas e semiáridas, a desertificação pode atingir mais de 75% da população mundial no decorrer das próximas décadas. 

Sob o tema “a terra dela, os direitos dela”, este Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca – celebrado pelas Nações Unidas desde 1994, é um chamado para que todos os países envolvam as mulheres rurais na formulação de políticas e programas de restauração dos solos. 

“Em todos os lugares onde são proprietárias de terras, as mulheres restauram e protegem os solos: aumentando a produtividade; construindo resiliência à seca e investindo em saúde, educação e nutrição.” – António Guterres, 17 de junho de 2023. 

Com o objetivo de prevenir, interromper e reverter a degradação dos ecossistemas em todos os continentes e oceanos, as Nações Unidas lançaram a Década da Restauração de Ecossistemas (2021-2030). A meta é restaurar 40% de todas as terras do planeta até 2030 – prazo para que os países implementem os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). 

Entre agora e 2030, a restauração de 350 milhões de hectares de ecossistemas terrestres e aquáticos criticamente degradados poderá gerar US$9 trilhões em serviços ecossistêmicos.

A restauração também poderia remover entre 13 e 26 gigatoneladas de gases de efeito estufa da atmosfera. 

Liderada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), a Década da ONU está construindo um movimento global forte e amplo para acelerar a restauração e colocar o mundo no caminho de um futuro sustentável.