quarta-feira, 29 de novembro de 2023

COP 28: A HUMANIDADE EM RISCO


A COP28 poderá se destacar com os mais importantes resultados desde a Conferência de Paris de 2015.

Legenda: A COP28 poderá se destacar com os mais importantes resultados desde a Conferência de Paris de 2015


COP28: A ação climática não pode esperar

FONTE: ONU - BRASIL

Com as temperaturas globais atingindo níveis recordes e eventos climáticos extremos afetando pessoas em todo o mundo, a Cúpula Climática deste ano, a #COP28, acontece num momento crucial para corrigir o rumo e acelerar as ações para enfrentar a crise climática.

Começando nesta quinta-feira (30), a 28ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática, será realizada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e poderá alcançar os resultados mais significativos desde a Conferência de Paris, em 2015. 

Até o dia 12 de dezembro, as 198 Partes da Convenção da ONU concluirão o balanço do progresso na implementação das metas do Acordo de Paris - o tratado climático histórico concluído em 2015 para limitar o aquecimento global a 1,5 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais e evitar uma catástrofe climática em escala global. 

Representantes de governos, jovens, defensores do meio ambiente e dos direitos humanos, empresas e a sociedade civil buscarão, durante a COP28, ampliar o diálogo e troca de experiências e traçar um curso de ação para reduzir drasticamente as emissões de gases de efeito estufa e proteger vidas humanas, os ecossistemas, a economia e o futuro da humanidade no planeta Terra.

A 28ª Cúpula da ONU sobre o Clima (COP28), que será realizada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, de 30 de novembro a 12 de dezembro de 2023, poderá se destacar com os resultados mais importantes desde a Conferência de Paris de 2015.

Com as temperaturas globais atingindo níveis recordes e eventos climáticos extremos afetando pessoas em todo o mundo, a COP28 acontece em um momento crucial para corrigir o rumo e acelerar as ações para enfrentar a crise climática.

Na COP28, o mundo fará um balanço do progresso do Acordo de Paris - o tratado climático histórico concluído em 2015 - e traçará um curso de ação para reduzir drasticamente as emissões e proteger vidas e meios de subsistência. 

A COP28 reunirá líderes de governos, jovens, organizações da sociedade civil, empresas, pesquisadores e cientistas para encontrar soluções concretas para a questão definidora de nosso tempo.

A ciência é clara: para preservar um clima habitável, a produção de carvão, petróleo e gás deve diminuir rapidamente, e a capacidade global de energia renovável - incluindo energia eólica, solar, hidrelétrica e geotérmica - precisa triplicar até 2030.  Ao mesmo tempo, o financiamento para adaptação aos efeitos da mudança global do clima e os investimentos em resiliência climática precisam de um salto quântico.

O chefe da ONU também dirigiu sua mensagem aos líderes que participarão da COP28 e pediu ação imediata para limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C.

António Guterres também espera que, na COP28, os países consigam tomar decisões concretas em relação à eliminação dos combustíveis fósseis, os quais ele identificou como a "causa profunda da mudança climática”.

"Não podemos enfrentar a catástrofe climática sem atacar sua causa principal: a dependência dos combustíveis fósseis. A COP28 deve enviar um sinal claro de que a era do combustível fóssil está sem gás - que seu fim é inevitável. Precisamos de compromissos confiáveis para aumentar as energias renováveis, eliminar gradualmente os combustíveis fósseis e aumentar a eficiência energética, garantindo ao mesmo tempo uma transição justa e equitativa."





COP 28 - A SOCIEDADE CIVIL CLAMA PELA DEFESA DA ÉTICA DA VIDA

 

 


EDITORIAL

O JORNAL OECOAMBIENTAL ACOMPANHA A 28ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática- COP 28

EM UM MOMENTO CRUCIAL PARA HUMANIDADE E O PLANETA TERRA. OS EXTREMOS CLIMÁTICOS PENALIZAM A HUMANIDADE, ECOSSISTEMAS, CEIFAM VIDAS, DESTROEM INFRAESTRUTURAS DE COMUNIDADES E CIDADES.  CAUSAM DESEQUILÍBRIOS DOS  MAIS DIVERSOS EM TODAS AS PARTES DO MUNDO. TODOS NÓS ESTAMOS SOFRENDO AS CONSEQUÊNCIAS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS: COMUNIDADES DESTRUÍDAS, VIDAS PERDIDAS, POPULAÇÕES EM RISCO CLIMÁTICO CADA VEZ MAIOR.

É PRECISO IMPLEMENTAR AÇÕES  PARA O PRESENTE -  CASO CONTRÁRIO A HUMANIDADE NÃO TERÁ FUTURO.  

ACREDITAMOS QUE A SOCIEDADE CIVIL É PROTAGONISTA NAS SOLUÇÕES  DOS CONFLITOS SOCIOAMBIENTAIS PROVOCADOS PELO AQUECIMENTO DA TERRA.

 DEVERIAM OS GOVERNOS CRIAR  CANAIS DE DIÁLOGO: OUVIR A POPULAÇÃO MUNDIAL EM TODOS OS PAÍSES SOBRE AS AÇÕES IMEDITAS QUE PODEMOS COLOCAR EM PRÁTICA. OUVIR PRINCIPALMENTE AQUELES SETORES DA SOCIEDADE QUE LUTAM E BUSCAM CUIDAR DO MEIO AMBIENTE LOCAL.

   SABEMOS QUE A CRISE CLIMÁTICA ATINGE TODA HUMANIDADE, ECOSSISTEMAS E REGIÕES DO PLANETA, MAS QUE ESTÁ PENALIZANDO  PRINCIPALMENTE A PARCELA  MAIS POBRE DA POPULAÇÃO, QUE RESIDE EM ÁREAS DE RISCO EM TODO O MUNDO. ESTAS POPULAÇÕES SOFREM COM O DESCASO DA MAIORIA DOS GOVERNOS QUE PROTELAM AÇÕES DE PRECAUÇÃO, UM PRINCÍPIO E DIREITO FUNDAMENTAL DA JUSTIÇA SOCIOAMBIENTAL.

    UMA DAS SOLUÇÕES POSSÍVEIS EM DEBATE PARA A CRISE CLIMÁTICA SERIA A CRIAÇÃO DE COMITÊS LOCAIS DE PRECAUÇÃO E DEFESA SOCIOAMBIENTAIS COMPOSTOS PELA SOCIEDADE  CIVIL, INSTITUIÇÕES E GOVERNOS. UM AMPLO TRABALHO DE EDUCAÇÃO SOCIOAMBIENTAL PARA PRODUZIR CONHECIMENTOS DE COMO PODEMOS VENCER ESTA CRISE CLIMÁTICA É NECESSÁRIO E URGENTE. HÁ QUE SE REALIZAR UMA MOBILIZAÇÃO EM COMUNIDADES, ESCOLAS, UNIVERSIDADES, INSTITUIÇÕES, EMPRESAS, SETORES GOVERNAMENTAIS, EM TODA SOCIEDADE.

PARA TANTO,  AS INFORMAÇÕES E ESTUDOS CIENTÍFICOS PRECISAM SER DEMOCRATIZADAS. INFORMAÇÕES QUE PODEM SALVAR VIDAS, CONSCIENTIZAR A HUMANIDADE QUE É PRECISO UNIR FORÇAS PARA QUE OS SERES HUMANOS CONSIGAM REVERTER OS EFEITOS NEFASTOS DESTA CRISE CLIMÁTICA.

 É FUNDAMENTAL QUE A SOCIEDADE CIVIL, GOVERNOS E INSTITUIÇÕES SE UNAM EM DEFESA DA ÉTICA DA VIDA, DA VALORIZAÇÃO DA PESSOA HUMANA, NO RESPEITO À BIODIVERSIDADE DO PLANETA TERRA E NA CONQUISTA DE UM MEIO AMBIENTE MAIS SAUDÁVEL E SUSTENTÁVEL PARA TODOS.

terça-feira, 21 de novembro de 2023

COP 28 - DEBATE NO SENADO - BRASIL DEBATE PROPOSTAS




 

COP 28 EM DEBATE






 

CLIMA - CONCENTRAÇÃO DE GASES DE EFEITO ESTUFA ATINGE NOVO RECORDE

Estaçāo do Observatório Global sobre Gases de Efeito Estufa de Neumayer, na Antártica

A concentração de gases de efeito estufa que retêm o calor na atmosfera atingiu novo recorde em 2022, aponta boletim da Organização Meteorológica Mundial (OMM) divulgado nesta quarta-feira (15). 

Pela primeira vez, as concentrações médias globais de dióxido de carbono - o gás de efeito estufa mais importante - estavam 50% acima dos níveis da era pré-industrial. 

A última vez que a Terra experimentou uma concentração comparável de CO₂ foi há 3-5 milhões de anos, quando a temperatura era 2-3°C mais quente e o nível do mar era 10-20 metros mais alto do que agora.

Campanha pela #AmbiçãoClimática.
Legenda: "Apesar de décadas de alertas da comunidade científica, milhares de páginas de relatórios e dezenas de conferências sobre o clima, ainda estamos caminhando na direção errada", ressaltou o secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial, Petteri Taalas, durante o lançamento do novo Boletim sobre Gases de Efeito Estufa, em 15 de novembro de 2023.
Foto: © Campanha pela #AmbiçãoClimática.

 

A abundância de gases de efeito estufa que retêm o calor na atmosfera atingiu um novo recorde no ano passado, de acordo com o novo boletim da Organização Meteorológica Mundial (OMM).

Em 2022, as concentrações médias globais de dióxido de carbono (CO₂), estavam, pela primeira vez, 50% acima da era pré-industrial. Elas continuaram a crescer em 2023.

A taxa de crescimento das concentrações de CO₂ foi ligeiramente inferior à do ano anterior e à média da década, apontou o Boletim sobre Gases de Efeito Estufa da OMM. No entanto, o boletim afirma que isso se deve, muito provavelmente, a variações naturais de curto prazo no ciclo do carbono, e que as novas emissões resultantes de atividades industriais continuaram a aumentar.

As concentrações de metano (CH₄) também aumentaram, e os níveis de óxido nitroso (N₂O), o terceiro principal gás, tiveram o maior aumento anual registrado de 2021 a 2022, de acordo com o Boletim sobre Gases de Efeito Estufa, publicado nesta semana para apoiar as negociações que acontecerāo durante próxima Cúpula Climática da ONU - a COP28, que será realizada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, entre os dias 30 de novembro e 12 de dezembro. 

"Apesar de décadas de alertas da comunidade científica, milhares de páginas de relatórios e dezenas de conferências sobre o clima, ainda estamos caminhando na direção errada. O nível atual de concentrações de gases de efeito estufa nos coloca no caminho de um aumento nas temperaturas bem acima das metas do Acordo de Paris até o final deste século. Isso será acompanhado por condições climáticas mais extremas, incluindo calor e chuvas intensas, derretimento do gelo, aumento do nível do mar, aquecimento e acidificação dos oceanos. Os custos socioeconômicos e ambientais aumentarão muito. Precisamos reduzir o consumo de combustíveis fósseis com urgência."

- Petteri Taalas, disse o secretário-geral da OMM, 15 de novembro de 2023. 

Pouco menos da metade das emissões de CO₂ permanece na atmosfera. Pouco mais de um quarto é absorvido pelo oceano e cerca de 30% pelos ecossistemas terrestres, como as florestas, embora haja uma variabilidade considerável de ano para ano.

Enquanto as emissões continuarem, o CO₂ continuará a se acumular na atmosfera, levando ao aumento da temperatura global. Dada a longa vida útil do CO₂, o nível de temperatura já observado persistirá por várias décadas, mesmo que as emissões sejam rapidamente reduzidas a zero.

A última vez que a Terra experimentou uma concentração comparável de CO₂ foi há 3-5 milhões de anos, quando a temperatura era 2-3°C mais quente e o nível do mar era 10-20 metros mais alto do que agora.

"Não existe uma varinha mágica para remover o excesso de dióxido de carbono da atmosfera. Mas temos as ferramentas para fortalecer nossa compreensão dos fatores que provocam a mudança climática por meio do novo Observatório Global de Gases de Efeito Estufa da OMM. Isso melhorará muito as observações e o monitoramento contínuos para apoiar metas climáticas mais ambiciosas", explicou Petteri Taalas.

Vigilância global dos gases de efeito estufa

O boletim da OMM dedica sua matéria de capa ao Observatório Global de Gases de Efeito Estufa, que foi estabelecido pelo Congresso Meteorológico Mundial em maio deste ano. Mais de 100 países já participam dessa iniciativa climática global.

Trata-se de um programa ambicioso que prevê o monitoramento contínuo dos gases de efeito estufa, em todas as regiões do planeta Terra. O objetivo é contabilizar as fontes e sumidouros naturais e os relacionados às atividades humanas, em tempo real. O Observatório Global fornecerá informações e suporte vitais para a meta do Acordo de Paris de limitar o aquecimento global a bem menos de 2°C e almejar 1,5°C acima dos níveis pré-industriais.

As estações de monitoramento atualmente conectadas pelo Observatório Global são co-administradas pelos países participantes do programa, e atualmente incluem:  

África

  • Assekrem/Tamanrasset (Argélia)
  • Observatório Atmosférico de Cabo Verde (Cabo Verde)
  • Ilha de Amsterdã (França)
  • Monte Quênia (Quênia)
  • Cape Point (África do Sul)
  • Izaña (Tenerife, Espanha)
  • La Réunion (França)

Ásia

  • Cape Grim (Austrália)
  • Mt. Waliguan (China)
  • Bukit Kototabang (Indonésia)
  • Minamitorishima (Japão)
  • Danum Valley (Malásia)
  • Observatório do Nepal - Pyramid (Nepal)
  • Lauder (Nova Zelândia)
  • Mauna Loa (Estados Unidos)
  • Samoa (Estados Unidos)

América do Sul

  • Ushuaia (Argentina)

América do Norte/Central

  • Alert (Canadá)
  • Barrow (Estados Unidos)

Europa

  • Pallas/Sodankylä (Finlândia)
  • Zugspitze/ Hohenpeissenberg (Alemanha)
  • Mace Head (Irlanda)
  • Monte Cimone (Itália)
  • Ny Ålesund/Montanha Zeppelin (Noruega)
  • Jungfraujoch (Suíça)
  • Puy de Dôme (França)
  • Sonnblick (Áustria)

Antártica

  • Neumayer (Alemanha)
  • South Pole (Estados Unidos)
  • Halley (Reino Unido).

Embora a comunidade científica tenha um amplo entendimento da mudança climática e de suas implicações, ainda há algumas incertezas sobre o ciclo do carbono e os fluxos no oceano, na biosfera terrestre e nas áreas de permafrost.

"Essas incertezas, no entanto, não devem impedir a ação. Em vez disso, elas destacam a necessidade de estratégias flexíveis e adaptativas e a importância do gerenciamento de riscos no caminho para o zero líquido e a realização das metas do Acordo de Paris. O fornecimento de dados precisos, oportunos e acionáveis sobre os fluxos de gases de efeito estufa se torna mais crítico", ressalta o novo boletim da OMM. 

O boletim cita a necessidade de mais informações sobre:

  • Mecanismos de feedback: O sistema climático da Terra tem vários ciclos de feedback, por exemplo, o aumento das emissões de carbono dos solos ou a diminuição da absorção de carbono pelos oceanos devido à mudança climática, conforme ilustrado pela Europa nas secas de 2018 e 2022.
  • Pontos de inflexão: O sistema climático pode estar próximo dos chamados "pontos de inflexão", em que um determinado nível de mudança leva a uma cascata de mudanças aceleradas e potencialmente irreversíveis. Os exemplos incluem a possível extinção rápida da Floresta Amazônica, a desaceleração da circulação oceânica do norte ou a desestabilização de grandes camadas de gelo.
  • Variabilidade natural: Os três principais gases de efeito estufa têm uma variabilidade substancial impulsionada por processos naturais sobrepostos ao sinal antropogênico (por exemplo, impulsionados pelo El Niño). Essa variabilidade pode amplificar ou atenuar as mudanças observadas em períodos curtos.
  • Gases de efeito estufa não CO₂: A mudança climática é impulsionada por vários gases de efeito estufa, não apenas pelo CO₂.  Esses gases têm diferentes tempos de vida na atmosfera, maior potencial de aquecimento global do que o CO₂ e emissões futuras incertas.