Na convivência de um mundo cada vez mais individualista onde as empresas transnacionais nunca lucraram tanto, os seres humanos estão ameaçados. A gravidade da situação atual do planeta pode ser aferida pelo que ocorre agora no Japão depois deste tsunami/2011, país que tecnologicamente tem maior infra-estrutura contra terremotos e tsunamis revive o caos da segunda guerra mundial, no maior terremoto seguido de tsunami de sua história. O Japão é o país que mais investe em prevenção de terremotos e tsunamis. Mesmo assim, a devastação é impressionante. Se no Japão há essa destruição, como nos defendermos em outras regiões do planeta? Sabemos que a localização do Japão é em uma região propensa a terremotos. A questão é que se tratam de conflitos socioambientais que ceifam vidas,desabrigam, desestruturam pessoas, famílias, comunidades, cidades, fazendo crescer as estatísticas de degradação ambiental que o mundo vem sofrendo. Diga-se que os efeitos dos conflitos socioambientais não se referem apenas ao que os cientistas consideram efeitos do aquecimento global. Compreendemos os conflitos socioambientais numa dimensão de como as ações dos seres humanos e sua opção por determinado modo de produção de sociedade e escolhas de matrizes tecnológicas, energéticas, interferem na vida dos seres humanos e em todo ambiente.
Os governos ao não priorizarem acordos e soluções globais a crise ambiental fazem nestas “catástrofes” ações de solidariedade que poderiam ser mais eficientes se houvessem atitudes permanentes ou um plano global de fato para que os seres humanos em todo mundo não sejam exterminados como vem acontecendo. A solidariedade internacional quando é para se reduzir as emissões de gases, deter o aquecimento global, por exemplo, são sempre postergadas.
Resta-nos como sociedade civil em todo mundo nos unirmos cada vez mais. É preciso que nos conscientizemos que os conflitos socioambientais penalizam principalmente os mais empobrecidos. Hoje não apenas pessoas, mas países, cidades, estão deixando praticamente de existirem. Pessoas e famílias, bilhões de seres humanos em todo mundo, que não dispõem sequer de um mínimo de condições a sobrevivência, a sua subsistência, como podem enfrentar essa crise ambiental? O que o mundo exige hoje é a implantação de tecnologias socioambientais, que salvem vidas e defendam uma relação mais harmônica dos seres humanos com todo o ambiente.
É necessário uma urgente mudança ou transformação na forma de governar, agir, planejar as cidades, capacitar através da educação ambiental toda população em como nos defendermos dos conflitos socioambientais. É preciso que governantes, todas as áreas do conhecimento humano possam desenvolver e implantar pesquisas, projetos, na solução dos conflitos locais de meio ambiente. Este modo de produção de sociedades insustentáveis precisa ser alterado, uma vez que estão centrados no consumo pelo consumo. O que denominamos “tecnologias socioambientais” são fundamentadas na valorização e defesa do ser humano, o ponto de partida, seguido de todo ambiente. A construção da sustentabilidade é o caminho que temos que construir no Brasil e no mundo. Conflitos socioambientais locais e globais estão interligados.
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