Demonstrar que amamos, que somos pessoas que querem ser ouvidas, buscar o diálogo, saber por que agimos dessa ou daquela maneira é fundamental para uma boa convivência nas relações humanas. Julgar as pessoas sem avaliarmos o que o mundo está produzindo de conteúdo humano é hipocrisia. O ser humano que busca o amor, que quer amar e assim se conectar com a essência de cada um de nós está no caminho da felicidade.
Atualmente dizer que se ama alguém causa espanto. A ideologia dominante
vende a falsidade de que tudo é descartável. Hoje constroem-se relações afetivas e atitudes do ficar. Tudo que não dura, que atende aos prazeres momentâneos vale a pena. Amar é complicado para muitos. Se perdemos nossa condição e capacidade de amar com certeza não vamos amar o meio ambiente, assim como a sociedade vem destruindo e degradando o ser humano fazemos o mesmo com todo meio ambiente.
O atual modo de produção de sociedade faz dos seres humanos objetos de uso, consumo e não sujeitos. Muitos adultos não sabem lidar com nossa condição e capacidade de amar. Isso incomoda. Educamos filhos para serem consumidores e cada vez menos seres humanos que podem amar e serem amados.
A sociedade educa jovens e adultos para serem fundamentalistas em várias religiões e menos para sentirem que somos humanos. Que nossos erros não são culpa e sim sinais de que temos condição de ser melhores a cada dia. Manter a população sob a égide do medo e da culpa é oprimir ainda mais as pessoas.
A falta de amor dos adultos, a falta de sintonia com nossa humanidade interior têm levado as pessoas a impor a juventude que o sentido da vida é ter e não ser.
O caminho de harmonia para o equilíbrio ambiental que buscamos é sem dúvida viver para o amor. Há pouco tempo assistindo ao filme “Conversando com Deus”
inspirado no escritor Neale Donald Walsch, houve uma citação de que o ser humano é movido por duas motivações básicas: o amor e o medo. Mesmo se existem pessoas que não creem em Deus a questão levantada por Neale faz sentido. Se nós amamos não temos porque ter medo. Tudo que nos provoca medo é o que não pertence a nossa essencial motivação humana. É minha opinião. Para cuidar do meio ambiente é preciso cuidar e valorizar nossa condição humana.
Na atual conjuntura levar em conta nossa condição humana diante os conflitos socioambientais é fundamental. Os países ainda não chegam a um acordo sobre como deter o aquecimento global, basicamente porque não querem “perder” mercados pelo restrito interesse econômico de minorias. O caminho continua sendo a mobilização da sociedade civil no Brasil e no mundo. Na Conferência da ONU Rio+ 20 e a Cúpula dos Povos, a sociedade civil do Brasil e do mundo vão avaliar o que podemos melhorar e o que os Estados e governantes precisam decidir de forma imediata. Haverá mais uma chance para nossa espécie humana. Todos nós estamos chamados a nos unir com nossas qualidades e defeitos. Fazemos a diferença é nos unindo como sociedade civil no Brasil e no mundo em defesa da vida e de um meio ambiente socioambientalmente mais justo para todos.
Luiz Cláudio dos Santos
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