terça-feira, 30 de dezembro de 2014
sexta-feira, 26 de dezembro de 2014
ARTIGO DE FREI BETTO - DEZEMBRO 2014
DECRETOS DE NATAL
Frei Betto
Fica decretado que, neste
Natal, em vez de dar presentes, nos faremos presentes junto aos famintos e
excluídos, como propõe o papa Francisco. Papai Noel será malhado como Judas e,
lacradas as chaminés, abriremos corações e portas à chegada salvífica do Menino
Jesus.
Fica decretado que
encantaremos as crianças de mistérios ao professar o Deus que se fez homem
entre nós. Não mais recorreremos ao velho barbudo de sorriso ridículo, e sim
aos relatos bíblicos que narram o mais singular de todos os fatos históricos:
em Belém, Deus se tornou humano para que possamos nos tornar divinos.
Por trazer a muitos mais constrangimentos que alegrias, fica decretado que o
Natal não mais nos travestirá no que não somos: neste verão escaldante,
arrancaremos da árvore de Natal todos os algodões de falsas neves; trocaremos
nozes e castanhas por frutas tropicais; renas e trenós por carroças repletas de
alimentos não perecíveis; e se algum Papai Noel sobrar por aí, que apareça de bermuda
e sandália.
Fica decretado que, cartas de crianças, só as endereçadas ao Menino Jesus, como
a do meu sobrinho Lucas, de 6 anos, que escreveu a ele convencido de que Caim e
Abel não teriam brigado se dormissem em quartos separados; e propôs ao Criador
ninguém mais nascer nem morrer, e todos nós vivermos para sempre.
Fica decretado que as crianças, em vez de brinquedos e bolas, pedirão bênçãos e
graças, abrindo seus corações para destinar aos pobres todo o supérfluo que
entulha armários e gavetas. A sobra de um é a necessidade de outro, e quem
reparte bens partilha Deus.
Fica decretado que, pelo menos um dia, desligaremos toda a parafernália
eletrônica, inclusive o telefone celular e, recolhidos à solidão e ao silêncio,
faremos uma viagem ao interior de nosso espírito, lá onde habita Aquele que,
distinto de nós, funda a nossa verdadeira identidade. Entregues à meditação,
fecharemos os olhos para ver melhor.
Fica decretado que, despidas de pudores, as famílias farão ao menos um momento
de oração, lerão um texto bíblico, agradecerão ao Pai de Amor o dom da vida, as
alegrias do ano que finda, e até dores que exacerbam a emoção sem que se possa
entender com a razão.
Fica decretado que arrancaremos a espada das mãos de Herodes e nenhuma criança
será mais condenada ao trabalho precoce, violentada, surrada ou humilhada.
Todas terão direito à ternura e à alegria, à saúde e à escola, ao pão e à paz,
ao sonho e à beleza.
Fica decretado que, nos locais de trabalho, as festas de fim de ano terão o
dobro de seu custo convertido em cestas básicas a famílias carentes. E será
considerado grave pecado abrir uma bebida de valor superior ao salário mensal
da pessoa que a serve.
Como Deus não tem religião, fica decretado que nenhum fiel considerará a sua
mais perfeita que a do outro, nem fará rastejar a sua língua, qual serpente
venenosa, nas trilhas da injúria e da perfídia. O Menino do presépio veio para
todos, indistintamente, e não há como professar que ele é “Pai Nosso” se o pão
também não for de todos, e não privilégio da minoria abastada.
Fica decretado que toda dieta reverterá em benefício de quem tem fome, e
que ninguém dará ao outro um presente embrulhado em bajulação ou mera
formalidade. O tempo gasto em fazer laços seja muito inferior ao dedicado a dar
abraços.
Fica decretado que as mesas de Natal estarão cobertas de afeto e, dispostos a
renascer com o Menino, trataremos de sepultar iras e invejas, amarguras e
ambições desmedidas, para que o nosso coração seja acolhedor como a manjedoura
de Belém.
Fica decretado que, como os reis magos, haveremos de reverenciar, com a prática
da justiça, aqueles que, como Maria e José, foram excluídos da cidade e, como
uma família sem terra e teto, obrigados a ocupar um pasto, onde brilhou a
esperança.
Frei Betto é
escritor, autor de “Um homem chamado Jesus” (Rocco), entre outros livros.
FELIZ NATAL E PRÓSPERO 2015 - QUE TODOS NOSSOS DIAS SEJAM NATAIS
O Jornal
Oecoambiental deseja a toda à população que o espírito de fraternidade, amor,
paz, saúde, felicidade, prosperidade, harmonia, sabedoria do Natal seja
constante em todos os dias do ano 2015 que se aproxima.
Que todos nós
tenhamos de fato direito a um meio ambiente saudável com qualidade de vida para todos: água de boa
qualidade; que a Floresta Amazônica e os
povos indígenas, quilombolas, populações tradicionais sejam mais respeitados e valorizados; tenhamos
um clima sem aquecimento global, tenhamos
direito e acesso a comunicação socioambiental que salva vidas e condições
socioambientais dignas para toda a população.
Acreditamos na
união da sociedade civil que busca se mobilizar para consumir alimentos sem agrotóxicos
, para que tenhamos uma sociedade sustentável para todos.
Que o homem e a
mulher estejam juntos construindo esta sociedade, acreditando na Força e Energia
desta união que gera vidas e pode renovar a cada dia as perspectivas de um
mundo melhora para todos.
Que possamos seguir
unidos em defesa da vida, de todos os seres humanos e de todo o meio ambiente
para valorizarmos cada vez mais o presente que é habitar este Planeta Terra que como uma Mãe – Gaia acolhe nossa espécie humana e todos os seres
vivos de forma única no Universo.
Nosso muito
obrigado a "Pachamama", "Gaia", a Terra e a
Jesus Cristo que pelo amor universal criou a Terra e nasceu para libertar todos
os que acreditam na Força da Vida e na Beleza do mundo, que pode ser cada dia melhor para todos, basta
acreditarmos e agirmos juntos, com Fé e Sabedoria.
FELIZ 2015
PARA TODA POPULAÇÃO: POR
UM BRASIL SUSTENTÁVEL - ONDE
CONQUISTEMOS VITÓRIAS EM DIREÇÃO A UM BRASIL E MUNDO SUSTENTÁVEIS, COM UMA
DISTRIBUIÇÃO DE RIQUEZAS MAIS JUSTA NO BRASIL E VIDA DIGNA PARA TODOS.
QUE POSSAMOS EVOLUIR COMO SERES HUMANOS PARA
VALORIZARMOS CADA VEZ MAIS NOSSA ESPÉCIE E TODO O M EIO AMBIENTE . QUE AS
PRESENTES E FUTURAS GERAÇÕES SE UNAM CADA VEZ MAIS EM HARMONIA, PAZ, JUSTIÇA,
AMOR, FRATERNIDADE, SAÚDE, SABEDORIA, PROSPERIDADE, FELICIDADE COM QUALIDADE DE
VIDA E MEIO AMBIENTE SAUDÁVEL PARA
TODOS.
quinta-feira, 18 de dezembro de 2014
RESOLUÇÃO CONAMA nº 465 - SOBRE EMBALAGENS DE AGROTÓXICOS
RECEBIMENTO DE EMBALAGENS DE AGROTÓXICOS E AFINS TEM NOVOS CRITÉRIOS TÉCNICOS PARA O LICENCIAMENTO AMBIENTAL
Foi publicada no dia 08 de dezembro a Resolução CONAMA nº 465, de 05 de dezembro de 2014, que dispõe sobre os requisitos e critérios técnicos mínimos necessários para o licenciamento ambiental, pelos órgãos competentes, de unidades de recebimento de embalagens de agrotóxicos e afins, vazias ou contendo resíduos, regularmente fabricados e comercializados.
De acordo com a Resolução, a localização, construção, instalação, modificação e operação de posto e de central de recebimento de embalagens de agrotóxicos e afins, vazias ou contendo resíduos, estarão sujeitas ao licenciamento pelo órgão ambiental competente, sem prejuízo de outras licenças legalmente exigíveis.
Os critérios de adequação de estabelecimento comercial para as operações de recebimento e armazenamento temporário das embalagens de agrotóxicos e afins, vazias ou contendo resíduos, serão definidos pelo órgão ambiental competente.
Para estar habilitado ao recebimento de embalagens contendo resíduos de agrotóxicos e afins, o posto ou central de recebimento já em operação, deverá requerer adequação da licença ambiental vigente ou o licenciamento ambiental, mediante apresentação de plano específico ao órgão competente.
Para o licenciamento ambiental de postos e centrais de recebimento, o empreendedor deverá apresentar:
- projeto básico que deverá seguir as especificações de construção que constam do anexo II, destacando o sistema de drenagem;
- declaração da Prefeitura Municipal ou do Governo do Distrito Federal, de que o local e o tipo de empreendimento estão de acordo com o Plano Diretor ou similar;
- contrato ou convênio firmado entre o solicitante da licença ambiental e a empresa registrante de agrotóxicos e afins, ou com sua entidade representativa, garantindo o recolhimento, transporte e destinação final ambientalmente adequada das embalagens de agrotóxicos e afins, vazias ou contendo resíduos, recebidas;
- programa de prevenção de riscos ambientais, assim como, de monitoramento periódico da saúde de todos os trabalhadores de acordo com as normas vigentes do Ministério do Trabalho e Emprego e Ministério da Saúde;
- programa de monitoramento de solo e da água nas áreas de postos e centrais de recebimento, dentre outros documentos.
Vale salientar que o descumprimento das disposições desta Resolução sujeitará os infratores às sanções penais e administrativas cabíveis, independentemente da obrigação de reparar os danos ambientais causados.
Esta norma revoga a Resolução CONAMA nº 334, de 3 de abril de 2003.
Leia na íntegra esta norma:
segunda-feira, 15 de dezembro de 2014
A COP 20 E O NOVO ACORDO SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS
O mundo continua negociando
medidas frente aos problemas socioambientais gerados pelo aquecimento global na
COP 20 – ( 20ª sessão Conferência das Partes). A Convenção Quadro das Nações Unidas sobre
Mudança do Clima (UNFCCC) é o acordo que fundamenta o debate internacional
sobre as mudanças climáticas e estabelece a (COP 20) cujo encontro visa
implementar compromissos globais sobre este tema. A COP 20 realizada em Lima – Peru, de primeiro de dezembro até o documento
elaborado na madrugada do dia 14, sinalizou um início de acordo global para a próxima COP-21, que se realizará em
Paris, de 30 de novembro a 11 de dezembro de 2015. Este novo acordo sobre as
mudanças climáticas passará a vigorar depois de 2020, quando se encerra o
período de vigência do Protocolo de Kyoto.
A solução dos conflitos
socioambientais passa pelas ações da sociedade civil que tem papel protagonista
na solução dos problemas ambientais. Nós seres humanos independente da classe
social, étnica ou crença somos parte do meio ambiente. Sabemos que as ações
humanas interferem no equilíbrio ambiental do Planeta. Temos a responsabilidade
de agirmos juntos na solução dos conflitos socioambientais visando à construção
da sustentabilidade.
As ações governamentais terão
eficácia na medida em que as informações sobre as soluções dos problemas
socioambientais forem democratizadas para toda sociedade.
Confira os debates da COP 20 nos links a seguir:
http://blog.observatoriodoclima.eco.br/?tag=cupula-dos-povos-na-cop-20
http://www.jovensindigenas.org.br/publicacoes/lancamento-oficial-da-cupula-dos-povos-sobre-a-mudanca-climatica
http://blog.observatoriodoclima.eco.br/?tag=cupula-dos-povos-na-cop-20
http://www.jovensindigenas.org.br/publicacoes/lancamento-oficial-da-cupula-dos-povos-sobre-a-mudanca-climatica
A seguir postamos um dos
documentos que fundamentam as tentativas internacionais de se enfrentar o problema
das mudanças climáticas (matéria publicada em 01 de dezembro, por Juliana Seranza,
do Observatório de Políticas Públicas de Mudanças Climáticas, do Grupo Fórum
Clima do Instituto Ethos).
No dia 02 de novembro, o
Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas (IPCC)
publicou a última parte do seu 5oRelatório de Avaliação sobre Mudanças Climáticas
(AR5), conhecido porRelatório Síntese, que reúne e alinha as informações
científicas lançadas pelos relatórios anteriores [1].
Para a pesquisadora brasileira Suzana Kahn, uma dos vinte e três
cientistas brasileiros que integram o IPCC, não há espaço para o ceticismo, e atacar o problema climático
significa descarbonizar a economia. A seguir sintetizamos algumas das
principais mensagens do Relatório Síntese.
1. As emissões de gases
do efeito de estufa de origem antropogênica aumentaram desde a era
pré-industrial, impulsionadas em grande parte pelo crescimento econômico e
populacional, e, agora, estão maiores do que nunca. Isto conduziu a
concentrações atmosféricas de dióxido de carbono, metano e óxido nitroso que
são sem precedentes em pelo menos os últimos 800 mil anos. Seus efeitos,
juntamente com outros também de origem antropogênica, foram detectados em todo
o sistema climático e são a causa dominante do aquecimento observado desde
1950. Ou seja, a influência humana sobre o sistema climático é clara,
e o registro de emissões antrópicas de gases de efeito estufa recentes é o
maior da história.
2. Nas últimas décadas,
as mudanças climáticas têm causado impactos nos sistemas naturais e humanos em
todos os continentes e através dos oceanos. Os impactos são devidos às alterações
climáticas observadas, independentemente da sua causa, o que indica a
sensibilidade dos sistemas naturais e humanos para a mudança climática.
3. Mudanças em muitos
eventos meteorológicos e climáticos extremos têm sido observadas desde cerca de
1950. Algumas dessas mudanças têm sido associadas a influências humanas,
incluindo uma diminuição dos extremos de baixas temperaturas, um aumento em
temperaturas extremas quentes, um aumento nos níveis extremos de mar elevado e
um aumento no número de chuvas intensas em certo número de regiões.
4. Cada uma das três
últimas décadas tem sido sucessivamente mais quentes na superfície da Terra do
que qualquer década anterior desde 1850. O período de 1983 a 2012 foi
provavelmente o mais quente no período de 30 anos dos últimos 1.400 anos no
Hemisfério Norte.
5. Metade das emissões
entre 1750 e 2011 aconteceu nos últimos 40 anos. As emissões aceleraram entre
2000-2010 (2,2% a.a.) em relação ao período 1970-2000 (1,3% a.a.).
6.
Da energia retida pelo aumento da concentração de gases de efeito
estufa na atmosfera, 90% está acumulando nos oceanos. Mais de 1/3 do carbono
que emitimos está sendo absorvido pelo oceano, causando sua acidificação (26%
em relação à era pré-industrial).
7. A temperatura da
superfície deverá aumentar ao longo do século 21 em todos os cenários de
emissões avaliados. É muito provável que as ondas de calor ocorram com mais
frequência e durem mais tempo, e que os eventos extremos de precipitação se
tornem mais intensos e frequentes em muitas regiões. O mar vai continuar a
aquecer e a acidificar e, seu nível global a subir.
8. A contínua
emissão de gases de efeito estufa causará ainda mais aquecimento e
mudanças de longa duração em todos os componentes do sistema climático,
aumentando a probabilidade de impactos severos, invasivos e irreversíveis para
as pessoas e os ecossistemas. A limitação das alterações climáticas exige
reduções substanciais e sustentadas nas emissões de gases de efeito estufa,
que, juntamente com a adaptação, podem limitar os riscos das mudanças
climáticas.
9. A mudança climática
vai amplificar os riscos existentes e criar novos riscos para os sistemas
naturais e humanos. Os riscos são distribuídos de forma desigual e, são,
geralmente, maiores para as pessoas desfavorecidas e as comunidades, em países de
todos os níveis de desenvolvimento.
10. Muitas opções de
adaptação e mitigação podem ajudar a resolver a mudança climática, mas nenhuma
opção é suficiente por si só. A implementação efetiva depende de políticas e
cooperação em todas as escalas, e pode ser melhorada através de respostas
integradas que apontam adaptação e mitigação com outros objetivos sociais. "
[1] O IPCC é formado por três Grupos de Trabalho que produzem e
publicam seus relatórios específicos segundo um cronograma: Base Científica das
Mudanças Climáticas (setembro
de 2013), Impactos, Adaptação e Vulnerabilidade (março de 2014), Mitigação das Mudanças
Climáticas (abril de
2014).
sexta-feira, 5 de dezembro de 2014
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