O mundo continua negociando
medidas frente aos problemas socioambientais gerados pelo aquecimento global na
COP 20 – ( 20ª sessão Conferência das Partes). A Convenção Quadro das Nações Unidas sobre
Mudança do Clima (UNFCCC) é o acordo que fundamenta o debate internacional
sobre as mudanças climáticas e estabelece a (COP 20) cujo encontro visa
implementar compromissos globais sobre este tema. A COP 20 realizada em Lima – Peru, de primeiro de dezembro até o documento
elaborado na madrugada do dia 14, sinalizou um início de acordo global para a próxima COP-21, que se realizará em
Paris, de 30 de novembro a 11 de dezembro de 2015. Este novo acordo sobre as
mudanças climáticas passará a vigorar depois de 2020, quando se encerra o
período de vigência do Protocolo de Kyoto.
A solução dos conflitos
socioambientais passa pelas ações da sociedade civil que tem papel protagonista
na solução dos problemas ambientais. Nós seres humanos independente da classe
social, étnica ou crença somos parte do meio ambiente. Sabemos que as ações
humanas interferem no equilíbrio ambiental do Planeta. Temos a responsabilidade
de agirmos juntos na solução dos conflitos socioambientais visando à construção
da sustentabilidade.
As ações governamentais terão
eficácia na medida em que as informações sobre as soluções dos problemas
socioambientais forem democratizadas para toda sociedade.
Confira os debates da COP 20 nos links a seguir:
http://blog.observatoriodoclima.eco.br/?tag=cupula-dos-povos-na-cop-20
http://www.jovensindigenas.org.br/publicacoes/lancamento-oficial-da-cupula-dos-povos-sobre-a-mudanca-climatica
http://blog.observatoriodoclima.eco.br/?tag=cupula-dos-povos-na-cop-20
http://www.jovensindigenas.org.br/publicacoes/lancamento-oficial-da-cupula-dos-povos-sobre-a-mudanca-climatica
A seguir postamos um dos
documentos que fundamentam as tentativas internacionais de se enfrentar o problema
das mudanças climáticas (matéria publicada em 01 de dezembro, por Juliana Seranza,
do Observatório de Políticas Públicas de Mudanças Climáticas, do Grupo Fórum
Clima do Instituto Ethos).
No dia 02 de novembro, o
Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas (IPCC)
publicou a última parte do seu 5oRelatório de Avaliação sobre Mudanças Climáticas
(AR5), conhecido porRelatório Síntese, que reúne e alinha as informações
científicas lançadas pelos relatórios anteriores [1].
Para a pesquisadora brasileira Suzana Kahn, uma dos vinte e três
cientistas brasileiros que integram o IPCC, não há espaço para o ceticismo, e atacar o problema climático
significa descarbonizar a economia. A seguir sintetizamos algumas das
principais mensagens do Relatório Síntese.
1. As emissões de gases
do efeito de estufa de origem antropogênica aumentaram desde a era
pré-industrial, impulsionadas em grande parte pelo crescimento econômico e
populacional, e, agora, estão maiores do que nunca. Isto conduziu a
concentrações atmosféricas de dióxido de carbono, metano e óxido nitroso que
são sem precedentes em pelo menos os últimos 800 mil anos. Seus efeitos,
juntamente com outros também de origem antropogênica, foram detectados em todo
o sistema climático e são a causa dominante do aquecimento observado desde
1950. Ou seja, a influência humana sobre o sistema climático é clara,
e o registro de emissões antrópicas de gases de efeito estufa recentes é o
maior da história.
2. Nas últimas décadas,
as mudanças climáticas têm causado impactos nos sistemas naturais e humanos em
todos os continentes e através dos oceanos. Os impactos são devidos às alterações
climáticas observadas, independentemente da sua causa, o que indica a
sensibilidade dos sistemas naturais e humanos para a mudança climática.
3. Mudanças em muitos
eventos meteorológicos e climáticos extremos têm sido observadas desde cerca de
1950. Algumas dessas mudanças têm sido associadas a influências humanas,
incluindo uma diminuição dos extremos de baixas temperaturas, um aumento em
temperaturas extremas quentes, um aumento nos níveis extremos de mar elevado e
um aumento no número de chuvas intensas em certo número de regiões.
4. Cada uma das três
últimas décadas tem sido sucessivamente mais quentes na superfície da Terra do
que qualquer década anterior desde 1850. O período de 1983 a 2012 foi
provavelmente o mais quente no período de 30 anos dos últimos 1.400 anos no
Hemisfério Norte.
5. Metade das emissões
entre 1750 e 2011 aconteceu nos últimos 40 anos. As emissões aceleraram entre
2000-2010 (2,2% a.a.) em relação ao período 1970-2000 (1,3% a.a.).
6.
Da energia retida pelo aumento da concentração de gases de efeito
estufa na atmosfera, 90% está acumulando nos oceanos. Mais de 1/3 do carbono
que emitimos está sendo absorvido pelo oceano, causando sua acidificação (26%
em relação à era pré-industrial).
7. A temperatura da
superfície deverá aumentar ao longo do século 21 em todos os cenários de
emissões avaliados. É muito provável que as ondas de calor ocorram com mais
frequência e durem mais tempo, e que os eventos extremos de precipitação se
tornem mais intensos e frequentes em muitas regiões. O mar vai continuar a
aquecer e a acidificar e, seu nível global a subir.
8. A contínua
emissão de gases de efeito estufa causará ainda mais aquecimento e
mudanças de longa duração em todos os componentes do sistema climático,
aumentando a probabilidade de impactos severos, invasivos e irreversíveis para
as pessoas e os ecossistemas. A limitação das alterações climáticas exige
reduções substanciais e sustentadas nas emissões de gases de efeito estufa,
que, juntamente com a adaptação, podem limitar os riscos das mudanças
climáticas.
9. A mudança climática
vai amplificar os riscos existentes e criar novos riscos para os sistemas
naturais e humanos. Os riscos são distribuídos de forma desigual e, são,
geralmente, maiores para as pessoas desfavorecidas e as comunidades, em países de
todos os níveis de desenvolvimento.
10. Muitas opções de
adaptação e mitigação podem ajudar a resolver a mudança climática, mas nenhuma
opção é suficiente por si só. A implementação efetiva depende de políticas e
cooperação em todas as escalas, e pode ser melhorada através de respostas
integradas que apontam adaptação e mitigação com outros objetivos sociais. "
[1] O IPCC é formado por três Grupos de Trabalho que produzem e
publicam seus relatórios específicos segundo um cronograma: Base Científica das
Mudanças Climáticas (setembro
de 2013), Impactos, Adaptação e Vulnerabilidade (março de 2014), Mitigação das Mudanças
Climáticas (abril de
2014).
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