domingo, 27 de novembro de 2022
FEIRA HIPPIE - CULTURA E MEIO AMBIENTE - HISTÓRIAS DA FEIRA HIPPIE -
Feira Hippie - Belo Horizonte - Foto: Jornal Oecoambiental |
CUIDE E VALORIZE A NOSSA FEIRA HIPPIE
Estamos realizando uma pesquisa socioambiental, ouvindo a população e os feirantes sobre as histórias da feira e como melhorar cada dia mais as suas condições, levantando novas sugestões e propostas que podem ser encaminhadas pelos feirantes e pela população à Prefeitura, para que este patrimônio cultural, histórico da cidade de Belo Horizonte potencialize seu importante papel de socialização, lazer, cultura e turismo. Acompanhe através de nosso blog e redes sociais algumas histórias da Feira Hippie.
FEIRA HIPPIE DE BELO HORIZONTE - CULTURA E MEIO AMBIENTE
A
Feira Hippie como é carinhosamente chamada pela população de Belo Horizonte,
foi idealizada e criada em 1969 por um grupo de artistas, críticos de artes,
artesãos na Praça da Liberdade em Belo Horizonte – Minas Gerais - Brasil. Um
local onde artesãos, artistas plásticos de várias especialidades se reuniam
expunham e comercializavam seus trabalhos.
A
Prefeitura de Belo Horizonte reconheceu
e oficializou a Feira em 1973. Em 1991 congregou artesãos de várias feiras da
cidade na Avenida Afonso Pena e tornou-se a maior feira de artesanato a céu
aberto da América Latina. A Feira
Hippie é um patrimônio da cidade de Belo Horizonte e um ponto turístico reconhecido no Brasil e
no exterior. Vale conferir o trabalho dos expositores e a gastronomia da Feira Hippie - um bom ambiente de descontração, lazer, que cumpre um papel socioambiental de socialização, arte e cultura.
O Jornal Oecoambiental lança uma campanha, “Cuide e valorize a nossa Feira Hippie”, no sentido de educar a população a contribuir na limpeza da Feira, utilizando as lixeiras, evitando a acumulação de lixo e resíduos nas ruas.
Estamos realizando uma pesquisa socioambiental, ouvindo a população e os feirantes sobre como
melhorar cada dia mais as condições da feira, novas sugestões e propostas que
podem ser encaminhadas pelos feirantes e pela população à Prefeitura, para que
este patrimônio cultural, histórico da cidade de Belo Horizonte potencialize
seu importante papel de socialização, lazer, cultura e turismo. Acompanhe através de nosso blog e redes sociais algumas histórias da Feira Hippie.
VISITE A FEIRA HIPPIE, CONHEÇA A HISTÓRIA E O TRABALHO DOS FEIRANTES
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sexta-feira, 25 de novembro de 2022
SEGUNDO CEPAL: NA AMÉRICA LATINA A POBREZA ATINGIRÁ 201 MILHÕES DE PESSOAS
FONTE: ONU - BRASIL
Um novo relatório apresentado pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) nesta quinta-feira (24) alerta que as taxas de pobreza na América Latina em 2022 se mantêm acima dos níveis pré-pandemia.
O relatório” Panorama Social 2022” projeta que 201 milhões de pessoas (32,1% da população total da região) vivem em situação de pobreza, dos quais 82 milhões (13,1%) se encontram em pobreza extrema. Os níveis projetados de pobreza extrema para este ano representam um retrocesso de um quarto de século na região, sublinha o organismo regional.
Como em anos anteriores, a CEPAL assinala que a incidência da pobreza é maior em alguns grupos de população na região: mais de 45% da população infantil e adolescente vive na pobreza e a taxa de pobreza das mulheres de 20 a 59 anos de idade é mais alta que a dos homens em todos os países da região. De igual forma, a taxa de pobreza é consideravelmente mais alta na população indígena e afrodescendente.
A CEPAL também insta, através desta publicação, os governos regionais a abordarem com urgência a crise silenciosa da educação para evitar o risco de uma geração perdida.
Apesar da leve diminuição registrada em 2021, as projeções indicam que as taxas de pobreza e extrema pobreza em 2022 se mantêm acima dos níveis pré-pandemia na América Latina e no Caribe, alertou a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL). Um relatório sobre o assunto foi apresentado em Santiago, no Chile, nesta quinta-feira (24). O “Panorama Social da América Latina e do Caribe 2022” aborda como tema central a educação e seu papel no debate de políticas para a recuperação na região.
“Depois de um forte crescimento da pobreza e um leve aumento da desigualdade de renda em 2020 como consequência da pandemia de COVID-19, em 2021 houve uma redução das taxas de pobreza extrema e pobreza e um crescimento dos estratos de renda média, que não foi suficiente para reverter completamente os efeitos negativos da pandemia”, explica a publicação. Desta forma, em 2021 a taxa de pobreza alcançou 32,3% da população total da América Latina (uma diminuição de 0,5 ponto percentual em relação a 2020), enquanto a taxa de pobreza extrema foi de 12,9% (0,2 ponto percentual menos que em 2020).
A CEPAL projeta que no fim de 2022 a pobreza se situará em 32,1% da população (porcentagem que equivale a 201 milhões de pessoas) e a pobreza extrema em 13,1% (82 milhões), ou seja, uma leve diminuição do nível de pobreza e um leve aumento da pobreza extrema em relação a 2021, devido aos efeitos combinados do crescimento econômico, dinâmica do mercado de trabalho e inflação. Estas cifras implicam que haverá mais 15 milhões de pessoas em situação de pobreza do que antes da pandemia e o número de pessoas em pobreza extrema será 12 milhões maior que o registrado em 2019.
Os níveis projetados de pobreza extrema em 2022 representam um retrocesso de um quarto de século na região, sublinha o organismo regional.
Desigualdades - Como em anos anteriores, a CEPAL assinala que a incidência da pobreza é maior em alguns grupos de população na região: mais de 45% da população infantil e adolescente vive na pobreza e a taxa de pobreza das mulheres de 20 a 59 anos de idade é mais alta que a dos homens em todos os países da região. De igual forma, a taxa de pobreza é consideravelmente mais alta na população indígena e afrodescendente.
Em 2021, a desigualdade de renda (medida pelo índice de Gini) diminuiu levemente em relação a 2020 na América Latina, situando-se em 0,458, nível semelhante ao de 2019.
A desocupação projetada para 2022 representa um retrocesso de 22 anos, afetando especialmente as mulheres, cuja taxa de desocupação aumentou de 9,5% em 2019 para 11,6% em 2022.
Educação - “A cascata de choques externos, a desaceleração do crescimento econômico, a fraca recuperação do emprego e a inflação em alta aprofundam e prolongam a crise social na América Latina e no Caribe”, afirmou o secretário executivo da CEPAL, José Manuel Salazar-Xirinachs, durante a apresentação do documento. “Não conseguimos reverter os impactos da pandemia em matéria de pobreza e pobreza extrema e os países enfrentam uma crise silenciosa em educação que afeta o futuro das novas gerações”, advertiu o alto funcionário, que instou os países a investir decididamente em educação e a converter esta crise numa oportunidade para transformar os sistemas educacionais.
A América Latina e o Caribe sofreram o apagão educacional mais prolongado no âmbito internacional (em média 70 semanas de fechamento dos estabelecimentos educacionais frente a 41 semanas no resto do mundo), o que exacerbou as desigualdades preexistentes em matéria de acesso, inclusão e qualidade educacional. Neste período, a desigualdade no acesso a conectividade, equipamento e habilidades digitais foi uma das principais limitações para a continuidade educacional. Em 2021, em 8 de 12 países da região mais de 60% da população pobre com menos de 18 anos não tinha conectividade no domicílio.
Se não atuarmos agora, a CEPAL adverte para o “risco de uma cicatriz permanente nas trajetórias educacionais e laborais das gerações mais jovens” da região. De acordo com o organismo regional das Nações Unidas, já ocorreram perdas de aprendizagem no Caribe e, na América Latina, a porcentagem de pessoas de 18 a 24 anos que não estuda nem trabalha de forma remunerada aumentou de 22,3% em 2019 para 28,7% em 2020, afetando especialmente as mulheres (36% delas se encontravam nesta situação, em comparação com 22% dos homens).
Por outro lado, persistem lacunas de gênero importantes em termos de desempenho e áreas de formação. Em média, as mulheres têm piores desempenhos em matemática e ciências durante a educação básica, disparidades que se aprofundam nos quartis de renda mais baixos. Além disso, na maioria dos países da região a proporção de mulheres graduadas em ciência, tecnologia, engenharia e matemática não supera 40%.
Apesar dos avanços registrados nas últimas décadas no acesso e inclusão em todos os níveis educacionais, desde a primeira infância à educação superior, os países da região mostravam sérias lacunas em igualdade e qualidade da educação antes da crise provocada pela pandemia, que já dificultavam alcançar as metas do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 4 até 2030. Em conformidade com a Cúpula sobre Transformação da Educação das Nações Unidas realizada neste ano, o documento apresenta diversas recomendações de política para fazer desta crise uma oportunidade de transformação.
Desenvolvimento social - A institucionalidade social é um fator crítico para a efetividade das políticas sociais e um elemento transversal para alcançar um desenvolvimento social inclusivo, afirma a CEPAL no relatório Panorama Social 2022.
O gasto social do governo central alcançou 13% do PIB em 2021 na América Latina, nível inferior a 2020, mas muito superior ao registrado nas últimas duas décadas. No Caribe o gasto social chegou a 14,1% do PIB em 2021, marcando um novo máximo histórico.
Em 2021, o gasto em educação alcançou 4,1% do PIB (30,5% do gasto social total) na América Latina e no Caribe. “Embora a média do gasto público em educação dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em 2019 tenha alcançado 4,9% do PIB, cifra levemente superior à da região (4% do PIB em 2019), o gasto em educação por nível educacional é 6 vezes o montante por estudante da América Latina e do Caribe na escola pré-primária, 5,7 vezes na primária, 5,3 vezes na secundária e 6,1 vezes na educação terciária”, especifica a publicação.
“Estamos diante de uma cascata de crises que exacerbou as desigualdades e carências da região. Não é o momento para mudanças graduais, mas para políticas transformadoras e ambiciosas”, reiterou Salazar-Xirinachs. “São necessários esforços intersetoriais de política pública que vinculem a oferta educacional com a saúde, o trabalho e a proteção social e permitam estabelecer mecanismos para garantir um nível de bem-estar e renda numa era de volatilidade e incerteza”, afirmou o secretário. Ele instou os países a construir “novos pactos sociais acompanhados de contratos fiscais para avançar no fortalecimento da democracia e coesão social e garantir a sustentabilidade financeira dos sistemas de proteção social na região”.
quinta-feira, 24 de novembro de 2022
segunda-feira, 21 de novembro de 2022
COP 27 - RESOLUÇÕES
“Um passo em direção à justiça”, diz Guterres sobre acordos da COP2
FONTE; ONU - BRASIL
A Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, conhecida como COP27, encerrou neste domingo (20), com um acordo sobre a criação de um mecanismo de financiamento para compensar as nações vulneráveis por 'perdas e danos' causados por eventos climáticos extremos.
Após perderem o prazo inicial para fechar o acordo, previsto inicialmente para sexta-feira à noite, os negociadores finalmente conseguiram chegar a uma conclusão sobre formas de indenização, o que o chefe das Nações Unidas, António Guterres, chamou de um passo em direção à justiça, apesar de reconhecer que o mecanismo não é o suficiente para evitar tragédias climáticas.
Ainda durante a conferência, a ONU anunciou o Plano de Ação Executivo para a iniciativa Alerta Precoce para Todos, que prevê investimentos de US$ 3,1 bilhões a partir do ano que vem, para criar sistemas capazes de prever eventos extremos e mitigar impactos.
Após dias de intensas negociações que se estenderam até o início da manhã de domingo (20) em Sharm el-Sheikh, no Egito, os países da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, conhecida como COP27, chegaram a um acordo sobre a criação de um mecanismo de financiamento para compensar as nações vulneráveis por 'perdas e danos' causados por eventos climáticos extremos.
Em mensagem de vídeo, emitida no local da conferência, o secretário-geral da ONU, António Guterres disse que “esta COP deu um passo importante em direção à justiça”, e saudou a decisão de estabelecer um fundo para perdas e danos e operacionalizá-lo no próximo período, ressaltando que as vozes daqueles que estão na linha de frente do conflito da crise climática deve ser ouvida.
O chefe da ONU se referia ao que acabou se tornando o assunto mais espinhoso desta COP.
Os países em desenvolvimento fizeram fortes e repetidos apelos para a criação de um fundo de perdas e danos, para compensar as nações mais vulneráveis aos desastres climáticos, e que pouco contribuíram para a crise, sendo historicamente um dos menores emissores de gases de efeito estufa.
Ele ressaltou que “claramente, isso não será suficiente, mas é um sinal político muito necessário para reconstruir a confiança quebrada”, enfatizando que o sistema da ONU apoiará o esforço em cada etapa do caminho.
Após perderem o prazo de sexta-feira à noite, os negociadores finalmente conseguiram chegar numa conclusão sobre os itens mais difíceis da agenda, incluindo uma linha de perdas e danos.
Apesar disso, ainda se discute como esse mecanismo será financiado, e o objetivo do financiamento pós-2025, além do chamado programa de trabalho de mitigação, que reduziria as emissões mais rapidamente, catalisaria ações impactantes e asseguraria garantias dos principais países de que eles vão tomar medidas imediatas para aumentar a ambição e nos manter no caminho de 1,5°C.
Desafios - No entanto, embora o acordo sobre o financiamento de perdas e danos tenha sido um avanço para os vulneráveis, houve pouco avanço da COP27 em outras questões importantes relacionadas às causas do aquecimento global, particularmente sobre a eliminação gradual de combustíveis fósseis e linguagem mais rígida sobre a necessidade de limitar o aquecimento global a 1,5 graus Celsius.
Guterres lembrou que é preciso reduzir drasticamente as emissões agora, mas esta é uma questão que a COP não abordou, dizendo que o mundo ainda precisa dar um salto gigantesco na ambição climática e acabar com o vício em combustíveis fósseis investindo “massivamente” em energias renováveis.
O chefe da ONU também enfatizou a necessidade de cumprir a promessa que vem sendo adiada de US$ 100 bilhões por ano em financiamento climático para países em desenvolvimento, estabelecendo clareza e um roteiro confiável para dobrar os fundos para adaptação.
Guterres também reiterou a importância de mudar os modelos de negócios dos bancos multilaterais de desenvolvimento e das instituições financeiras internacionais.
Ele disse que “eles devem aceitar mais riscos e alavancar sistematicamente o financiamento privado para os países em desenvolvimento a custos razoáveis”.
Transição energética - O chefe da ONU disse que, embora um fundo para perdas e danos seja essencial, ele não é o suficiente para responder a extinção de um Pequeno Estado Insular do mapa, ou transformar um país africano inteiro em deserto.
Ele renovou o apelo por parcerias de transição energética justa para acelerar a eliminação gradual do carvão e aumentar as energias renováveis e reiterou o pedido que fez em seu discurso de abertura na COP27: um pacto de solidariedade climática.
Guterres explicou que é preciso “um pacto em que todos os países façam um esforço extra para reduzir as emissões nesta década em linha com a meta de 1,5 grau. E um Pacto para mobilizar, juntamente com instituições financeiras internacionais e o setor privado, apoio financeiro e técnico para grandes economias emergentes acelerarem sua transição para energias renováveis”, ressaltando que isso é essencial para manter o limite de 1,5 grau ao alcance.
Apelo - Em sua mensagem, Guterres ainda destacou que a COP27 foi concluída com “muito dever de casa” a ser feito em pouco tempo.
“Já estamos a meio caminho entre o Acordo Climático de Paris [2015] e o prazo de 2030. Precisamos de todas as mãos no convés para impulsionar a justiça e a ambição”, afirmou.
O secretário-geral acrescentou que isso inclui a ambição de acabar com a “guerra suicida” contra a natureza que está alimentando a crise climática, levando espécies à extinção e destruindo ecossistemas.
Para ele, “a Conferência de Biodiversidade da ONU no próximo mês é o momento de adotar uma estrutura de biodiversidade global ambiciosa para a próxima década, aproveitando o poder das soluções baseadas na natureza e o papel crítico das comunidades indígenas”.
Ativismo - O chefe da ONU também enviou uma mensagem à sociedade civil e aos ativistas que tanto se manifestaram desde o dia da abertura da conferência: “compartilho sua frustração”.
Guterres disse que os defensores do clima, liderados pela voz moral dos jovens, mantiveram a agenda em andamento nos dias mais sombrios e devem ser protegidos.
Ele disse que “a fonte de energia mais vital do mundo é o poder das pessoas”, e que “é por isso que é tão importante entender a dimensão dos direitos humanos na ação climática”, acrescentando que a batalha pela frente será dura e que “será necessário que cada um de nós lute nas trincheiras todos os dias”.
Ativistas brasileiros, sobretudo membros de comunidades indígenas, foram um dos destaques da COP27. A ONU News ouviu representantes de movimentos sociais, lideranças indígenas e jovens que desde o início seguiram de perto as negociações. Mais de 3,3 mil pessoas participaram na reunião que destacou a implementação das metas acordadas para a solução da crise do clima.
O que foi alcançado:
A COP27 reuniu mais de 35 mil pessoas, incluindo representantes do governo, observadores e sociedade civil.
Os destaques da reunião incluíram, entre outros, o lançamento do primeiro relatório do Grupo de Especialistas de Alto Nível sobre os Compromissos de Emissões Líquidas Zero de Entidades Não Estatais.
O relatório criticou o greenwashing, que leva o público a acreditar que uma empresa ou entidade está fazendo mais para proteger o meio ambiente do que está. O documento também forneceu um guia para trazer integridade aos compromissos líquidos zero da indústria, instituições financeiras, cidades e regiões e para apoiar uma transição global e equitativa para um futuro sustentável.
Ainda durante a conferência, a ONU anunciou o Plano de Ação Executivo para a iniciativa Alerta Precoce para Todos, que prevê novos investimentos iniciais direcionados de US$ 3,1 bilhões entre 2023 e 2027, equivalente a um custo de apenas 50 centavos por pessoa por ano.
Enquanto isso, o ex-vice-presidente dos EUA e ativista climático Al Gore, com o apoio do secretário-geral da ONU, apresentou um novo inventário independente de emissões de gases de efeito estufa criado pela Climate Trace Coalition.
A ferramenta combina dados de satélite e inteligência artificial para mostrar as emissões em nível de instalação de mais de 70 mil locais em todo o mundo, incluindo empresas na China, Estados Unidos e Índia. Isso permitirá que os líderes identifiquem a localização e o escopo das emissões de carbono e metano lançadas na atmosfera.
Outro destaque da conferência foi o chamado plano mestre para acelerar a descarbonização de cinco grandes setores – energia, transporte rodoviário, aço, hidrogênio e agricultura, apresentado pela presidência egípcia da COP27.
A liderança egípcia também anunciou o lançamento da iniciativa Food and Agriculture for Sustainable Transformation (Fast), para melhorar a quantidade e a qualidade das contribuições financeiras climáticas para transformar a agricultura e os sistemas alimentares até 2030.
Esta foi a primeira COP a ter um dia dedicado à Agricultura, que contribui com um terço das emissões de gases do efeito estufa e deve ser parte crucial da solução.
Outras iniciativas anunciadas na COP27 incluem:
• A Agenda de Adaptação de Sharm El-Sheik
• Iniciativa de Ação para Adaptação e Resiliência da Água (AWARe)
• Iniciativa Africana do Mercado de Carbono (Acmi)
• A Campanha de Aceleração da Adaptação de Seguros
• A Aliança Global de Renováveis
• Compromisso de Cimento e Concreto da First Movers Coalition (FMC)
terça-feira, 15 de novembro de 2022
COP 27 - JOVENS REIVINDICAM SISTEMA DE REPARAÇÃO POR PERDAS E DANOS CLIMÁTICOS
ONU - BRASIL
Nesta quinta-feira (10), dia dedicado à juventude na conferência climática COP27, jovens ativistas pediram justiça pelos países que mais sofrem com mudanças climáticas, embora sejam os que menos emitem gases de efeito estufa. Eles querem um sistema de reparação capaz de compensar os danos e perdas causadas pelas mudanças climáticas.
No mesmo dia também foi lançado o relatório “10 Novas Percepções em Ciência Climática”, cujo destaque é o dado de que mais de três bilhões de pessoas vão viver em áreas com maior suscetibilidade a riscos climáticos até 2050, o dobro do que é hoje.
A ONU Mulheres também emitiu uma nota lembrando que os impactos climáticos estão revertendo os ganhos na igualdade de gênero e que as mulheres são cruciais para a luta contra a mudança climática.
Armados com camisetas, faixas, cartazes, megafones e, principalmente, com depoimentos emocionantes e cheios de fatos científicos e financeiros, os jovens tomaram as salas da conferência climática COP27 para exigir dos negociadores que abordem a questão das perdas e danos.
“Há catástrofes climáticas e destruição, e meu país acaba pegando dinheiro emprestado do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial para lidar com as repercussões… Nossos países não podem se desenvolver por causa dos custos da crise climática”, disse um jovem ativista africano durante um dos muitos protestos na última quinta-feira (10). “Nossos futuros estão sendo roubados de nós e isso é uma injustiça”, declarou.
“Perdas e danos” referem-se a custos assumidos por países que contribuíram menos para a mudança climática, mas estão sofrendo os impactos, como aumento do nível do mar e eventos climáticos extremos cada vez mais comuns.
Atualmente, países em desenvolvimento como Paquistão, Bangladesh e um bom número de nações africanas são obrigados a arcar com custos muito altos para se recuperar de desastres induzidos pelo clima, e os jovens acreditam que é hora dos grandes poluidores pagarem sua dívida ecológica.
“Esta é uma questão que foi deixada de lado COP após COP. O fato de estarmos em um país africano este ano é muito significativo. É um fato científico que os países com menos recursos econômicos e com quase nenhuma responsabilidade pelas emissões são os que acabam sofrendo mais.Trata-se de reparação e justiça social”, disse Bruno Rodriguez, jovem ativista argentino à ONU News.
O apelo dos jovens foi claro: eles querem o estabelecimento de um mecanismo de financiamento para perdas e danos que possa fornecer valores adicionais e prontamente acessíveis para ajudar as nações em desenvolvimento a se ajustarem e limitarem os “impactos irreversíveis de mudança de vida sobre os jovens”.
Apelo embasado - O relatório anual “10 Novas Percepções em Ciência Climática” oferece uma síntese concisa das descobertas mais urgentes sobre pesquisas relacionadas à mudança climática para informar as negociações da COP e destacou a importância de lidar com perdas e danos como um “imperativo planetário urgente”.
Durante a divulgação do relatório nesta quinta-feira, que coincidiu com o Dia da Juventude e Ciência, os cientistas ressaltaram que perdas e danos já estão ocorrendo e devem aumentar significativamente com base nos modelos de trajetórias atuais.
“Embora muitas perdas e danos possam ser calculados em termos monetários, também há aqueles que não são econômicos e precisam ser compreendidos e contabilizados”, alertaram os autores do relatório, pedindo uma resposta política global coordenada “urgente” sobre a questão.
O documento também destaca que muitas dessas consequências não podem ser evitadas com meras medidas de adaptação e que agir rapidamente para reduzir as emissões é uma opção muito melhor.
Para os autores do relatório, a realidade de que dezenas de milhares de pessoas que já estão morrendo devido ao impacto climático precisa estar no centro das negociações.
Eles também destacaram que mais de três bilhões de pessoas vão viver em áreas com maior suscetibilidade a riscos climáticos até 2050, o dobro do que é hoje.
Mulheres - Também nesta quinta-feira, a ONU Mulheres publicou uma nota lembrando que os impactos climáticos estão revertendo os ganhos na igualdade de gênero e que as mulheres são cruciais para a luta contra a mudança climática. “Devemos desviar a narrativa das mulheres e meninas como vítimas vulneráveis e, em vez disso, promover a liderança e a participação das mulheres em todas as ações climáticas. Como agricultoras, produtoras, trabalhadoras, consumidoras e chefes de família, as mulheres são importantes agentes de mudança na implementação de estratégias de desenvolvimento com baixo nível de carbono e resilientes ao ambiente”, defende a agência.
O papel das mulheres rurais e indígenas na linha de frente da crise, empregando conhecimentos e práticas ancestrais para construir resiliência em meio a mudanças climáticas, também foi citado pela ONU Mulheres, além da persistência de jovens líderes. “A ONU Mulheres está trabalhando para assegurar que as vozes e perspectivas das mulheres e meninas sejam integradas em todas as vertentes e processos de trabalho da UNFCCC na COP27. Apelando a todos os países para que aumentem rapidamente a implementação de todos os compromissos sobre igualdade de gênero e clima e aumentem seus investimentos em ações climáticas sensíveis a gênero que priorizem o cuidado com as pessoas e com o planeta”.