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EDITORIAL
O sociólogo italiano Domenico De Masi em
seu livro “Ócio Criativo” diz que o ser humano é mais criativo quando se sente
livre. Pelé vivenciou esta realidade ao praticar futebol com liberdade.
Sendo verdade que quando nascemos já
encontramos o mundo repleto de conflitos e problemas sociais, a capacidade
criativa de Pelé praticando futebol o diferenciou mundialmente. Sua harmonia com o trato da bola possibilitou
que ele rompesse barreiras sociais e
econômicas. Sua criatividade abriu portas para que ele, vivenciando estas desigualdades, pudesse “driblar” problemas sociais como o
racismo. Avaliando-se que o racismo na sociedade e no futebol infelizmente
continua existindo, todas as etnias reconhecem que no craque da camisa 10
imortalizada há singularidade e certeza da genialidade na espécie humana.
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A forma como Pelé buscou solucionar os
conflitos raciais só ele mesmo soube
vivenciar. Com certeza afetou suas relações familiares, sociais. Sua resposta
mais significativa ao racismo estrutural foi procurar exercer da melhor forma
sua genialidade nos gramados instigando os seres humanos a evoluir, a perceberem
seus dons. Muitos atletas e seres humanos buscam se espelhar na forma como ele
procurou praticar futebol. Depois de Pelé várias pessoas no Brasil e no mundo
são chamadas de “Pelé” quando se destacam no trabalho ou em uma atividade
profissional. Podemos viver buscando
transmitir felicidade no que sabemos fazer de melhor. Pelé nos faz refletir o
quanto o racismo é falta de civilização
humana. Quando uma pessoa julga alguém com preconceito se degrada. Fica
impedida de evoluir. Pelé ensinou ao
mundo uma grande lição: evoluam.
O que mais ele buscou plantar através de
seu trabalho na consciência humana é o otimismo de que há uma essência boa no
ser humano. Ele nos faz refletir que a
máxima de Rosseau pode ser verdadeira: "o
ser humano é bom por natureza". Pelé indiscutivelmente soube com maestria
alimentar a sua melhor essência humana através da sua forma de praticar futebol.
Dentro de campo Pelé atingiu marcas de
desempenho e criatividade que são inigualáveis.
Uma condição que seja mais sincera quando
nos referimos ao Pelé é vê-lo como uma pessoa com sua forma simples de viver e que possuía qualidades e defeitos como todo ser humano em sua trajetória de vida. Ele procurou vencer suas imperfeições humanas
valorizando os seus melhores dons. Sua
atitude em campo o levou a uma convivência universal muito além do futebol. Um
Mestre Rei Black - quem utiliza
argumentos racistas para mediar relações humanas perde de goleada ao perceber a
passagem de Pelé na história da humanidade.
Pensar que o mundo hoje idolatra a
inteligência artificial fabricar a criatividade e arte em laboratório de um
novo Pelé é impossível. As imagens do excelente futebol praticado pelo Rei Pelé
não são "fakes" aconteceram antes do
advento da internet e ficarão imortalizadas.
O que se imortaliza na arte de Pelé é a
valorização da espécie humana em saber que somos capazes de ser criativos,
ainda que estes dons sejam talvez para poucos. Ou será que podemos alimentar de fato esta
forma elevada de valorizar nossos dons e partilhar nossas melhores energias
vencendo relações sociais opressivas?
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Vale algumas reflexões sobre o Rei Pelé:
existem várias riquezas que os seres humanos podem partilhar: uma delas é a paz,
Pelé evitou guerras com sua arte. Também é uma referência em saber jogar futebol com harmonia. Trata-se de uma singular capacidade
artística de praticar futebol com felicidade. Uma singular forma de
elevar a autoestima do povo brasileiro e do futebol mundial como esporte que
pode também alimentar sonhos humanos de inteligência saudável para se viver. Esta
busca de conquistar e vivenciar momentos
felizes faz parte do DNA da maioria do povo brasileiro. Por isto um Rei como
Pelé só poderia mesmo ter nascido no Brasil.
O
Jornal Oecoambiental se solidariza com os sentimentos de perda da convivência de Pelé com os familiares, os amigos, de todas as pessoas que no Brasil e no mundo aprenderam e agora continuarão aprendendo com o Mestre Pelé pelas imagens históricas e buscam um sentido para valorizar a vida. A existência do ser humano Pelé educa outros humanos a acreditar que somos
capazes de ser livres através da criatividade da vida que pode se renovar. A
passagem de Pelé neste sentido está imortalizada.
A
existência de Pelé como outros grandes seres humanos que passaram pelo mundo em
diversos períodos da história, nos faz refletir que o ser humano pode ser muito
mais valorizado. Que este valor pode ser mais respeitado nos conteúdos das
redes sociais. Que é possível socializar o amor à vida e a sabedoria de partilhar
nossos dons e sonhos. Valores de qualidade de vida que podem melhorar o mundo.
Que a lição da passagem do Rei Pelé pelo
Brasil e pelo mundo nos façam seres humanos melhores. Que possamos acreditar
que podemos vencer o ódio convivendo com mais amor pela vida e a conquista de
valores além do ter. É preciso perceber o valor de cada ser humano. Sentir-se uma
espécie humana em evolução qualitativamente melhor.
Gratidão Mestre Rei Pelé
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