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EDITORIAL
Os recentes episódios de ofensas de racismo
e xenofobia sofridos pelo atleta brasileiro Vinícius Jr. jogador do Real Madrid, na partida contra o Valencia na Espanha provocam indignação a todos que como
seres humanos respeitam e valorizam a diversidade étnica e cultural do mundo.
O racismo é um dos maiores problemas
socioambientais que a humanidade tem que vencer neste século XXI. Desde o
século XIX quando a antropologia evolucionista foi utilizada como argumento de
colonização da África estas feridas ainda estão abertas na história da
humanidade. O racismo sofrido nesta partida por Vinícius é um dos inúmeros
casos no futebol que historicamente continuam acontecendo na
Europa e em vários Continentes.
Hoje dia 25 de maio se comemora o Dia Mundial da
África. Na verdade há muita justiça a ser feita para com o Continente Africano
e todos os afrodescendentes da diáspora. A agressão sofrida por Vinícius Jr. e
a todos os atletas nas várias modalidades esportivas é a constatação de que as
sociedades ainda estão culturalmente atrasadas, nada “civilizadas”.
O racismo no futebol, no esporte e em todas
suas manifestações questiona o respeito aos direitos humanos de todas as sociedades
globalizadas. Uma destas manifestações é a indiferença, a má vontade, a demora
em se tomar atitudes, sanções, punições aos crimes de racismo.
A cena da expulsão de Vinicius Jr. na partida faz lembrar historiador e escritor brasileiro Joel Rufino dos Santos em sua obra: “O que é racismo”. Sobre a manifestação de reação ao racismo que faz voltar a agressão para quem busca de defender. Muitos questionamentos estão sendo realizados em todo o mundo. Por que a partida não foi encerrada e as punições não foram aplicadas de forma imediata? Por que expulsar Vinícius Jr. da partida sendo que ele sofreu a agressão do racismo? A arte e a genialidade do futebol de Vinícius Jr que bem lembram a força da cultura de felicidade dos jogadores brasileiros vence todo racismo. A maestria com que Vinícius Jr. exerce sua profissão faz lembrar craques como Pelé, Garrincha, Ronaldinho, Rivaldo, Antônio Carlos, Romário, dentre outros. A ginga brasileira dos dribles de Vinícius Jr. como na Capoeira é a certeza de que os seres humanos podem proporcionar momentos de felicidade para todos que valorizam a arte do bom futebol, mesmo diante de tantos conflitos socioambientais que o mundo vem atravessando.
Vinícius Jr. fez o que tinha que fazer: não
aceitar o racismo.
Somos todos solidários ao Vinícius Jr. e em
todo o mundo estão surgindo mais declarações de jogadores, atletas de várias
modalidades do esporte que estão relatando os casos de racismo no esporte. Ao mesmo tempo em todos os Continentes surgem
manifestações que exigem o fim do racismo, da xenofobia, da intolerância.
O contraste do mundo que enaltece a
tecnologia, a inteligência artificial, o poder da mídia globalizada, da era
espacial que quer colonizar Marte, expõe a degradação humana do racismo.
Que com as manifestações de solidariedade ao Vinícius Jr. que são nossas e de todas as
pessoas que valorizam e respeitam o valor de todos nós humanos, possam dar um salto de qualidade para que a humanidade vença o racismo, a xenofobia.
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