EDITORIAL
A COP 30 terminou sem apontar oficialmente um caminho ou o dito "mapa" para que o mundo saia da dependência dos combustíveis fósseis. Qual "mapa" seria este?
Aconteceram inúmeros debates, encontros e o que mais uma vez percebemos é que o avanço das consequências da crise climática continuará fazendo seus estragos, causando perdas de vidas e colocando em risco populações vulneráveis em todo o mundo.
Conferências ligadas as questões socioambientais sabem que estão lidando com vidas que podem ser salvas. Uma vez que todos os dias o mundo vem constatando através de furacões, secas, desmatamento, fome, desigualdades socioambientais, enchentes, nevascas, como o racismo ambiental vem infelizmente se ampliando no mundo. A presidência brasileira da COP 30 publicou uma declaração onde conclama o mundo a enfrentar as desigualdades que de forma impiedosa, desproporcional atinge populações afrodescendentes, povos indígenas, comunidades tradicionais, os mais pobres.
A COP 30 constatou o que temos argumentado que é o protagonismo da sociedade civil no Brasil e no mundo que acabam de fato realizando ações concretas para o enfrentamento da crise climática.
A Cúpula dos Povos reuniu cerca de 25 mil pessoas do mundo inteiro em cinco dias de plenárias e debates. Com uma presença histórica de mais de três mil indígenas formando uma grande aldeia global. Destaque para a Marcha Global pelo Clima que contou com mais de setenta mil pessoas onde se afirmou: "A RESPOSTA SOMOS NÓS"
São as pessoas e instituições quase que anônimas em todo o mundo que agem e se sensibilizam cada vez mais de que a humanidade precisa mudar sua forma de lidar com a natureza e entre a convivência humana. Aquelas pessoas que se unem por se sentirem parte da natureza e não donas, senhores da Terra. Há uma grande inversão de papéis quando seres humanos se reúnem para "salvar o planeta". Pois o Planeta Terra existe antes de nós seres humanos. Não fundamos ou criamos a Terra somos como bem disse a sabedoria de Povos Ancestrais "somos filhos da Terra".
A crise climática segue degradando as sociedades em meio a propaganda, recursos e tempo que se despende para realizar Conferências dominadas por Governos que não colocam prioridade em combater o racismo ambiental a se valorizar e salvar vidas humanas. Preferem priorizar a manutenção do poder, a ganância que erradicar sociedades ambientalmente desiguais, injustas, sem qualidade de vida para a maioria dos povos.
O que constatamos é que o caminho ou o "mapa" está dado sim. A pós COP dita o caminho que é a própria população que sofre todas as consequências das mudanças climáticas é que precisa continuar se defendendo, se mobilizando, criando alternativas de solidariedade, de fraternidade, de ações e compromisso em salvar vidas. Até porque muitas vezes os que apregoam que estão lutando para "salvar o meio ambiente, o Planeta" sabem que o Planeta não precisa de fato de qualquer espécie que queira destruí-lo. O Planeta Terra continuará existindo se nossa espécie humana continuar se destruindo de forma tão irracional como vem acontecendo.

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