terça-feira, 13 de julho de 2021
sexta-feira, 9 de julho de 2021
terça-feira, 6 de julho de 2021
ESTUDO DO PNUD E A DESIGUALDADE EM INVESTIMENTOS NOS PROGRAMAS DE PROTEÇÃO SOCIOAL DURANTE A PANDEMIA
Estudo do PNUD mostra desigualdade em gastos com programas de proteção social durante a pandemia
- Os autores de um relatório global desenvolvido pelo PNUD analisaram o aumento da desigualdade social e de lacunas de renda durante a pandemia de COVID-19 para entender o impacto dos programas de proteção social em diferentes nações.
- O texto revelou que nos 41 países para os quais havia dados disponíveis, de 15 milhões de pessoas em perigo de cair abaixo da linha da pobreza, cerca de 12 milhões foram impedidas por medidas de proteção social.
- Países ricos gastam até 212 vezes mais per capita do que os países pobres em assistência social, mostrando capacidade de investir mais em medidas de proteção social “desempenhou um papel crítico em manter as pessoas fora da pobreza”, avaliou um administrador do PNUD.
- Os autores estimam que entre 117 e 168 milhões de pessoas tenham ficado pobres durante a pandemia.
- Embora 2,9 trilhões de dólares tenham sido investidos em políticas de proteção social em todo o mundo, apenas 379 bilhões de dólares foram gastos pelos países em desenvolvimento.
Um novo relatório das Nações Unidas divulgado na quinta-feira (01) analisou o aumento da desigualdade social e de lacunas de renda durante a pandemia de COVID-19. Os autores do documento concluíram que o lançamento de um "número sem precedentes" de medidas de proteção social adotado por alguns países foi capaz de mitigar, mas não de impedir o aprofundamento das diferenças entre nações ricas e pobres.
O relatório "Mitigando a Pobreza" foi desenvolvido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e publica novos dados sobre como os gastos com assistência social mitigaram o choque econômico sem paralelo desencadeado pela pandemia. O texto revelou que nos 41 países para os quais havia dados disponíveis, de 15 milhões de pessoas em perigo de cair abaixo da linha da pobreza, cerca de 12 milhões foram impedidas por medidas de proteção social.
Países ricos se saíram melhor - Embora o impacto geral desse alívio tenha sido forte, o estudo também descobriu que ele estava amplamente baseado nos estados de renda alta e média alta. Os países ricos gastam até 212 vezes mais per capita do que os países pobres em assistência social.
O administrador do PNUD, Achim Steiner, destacou que a capacidade de gastar mais em medidas de proteção social “desempenhou um papel crítico em manter as pessoas fora da pobreza”.
Para países de renda média ou baixa, o relatório mostrou que os gastos com assistência social foram insuficientes para evitar um aumento repentino de pessoas que se tornaram pobres e em países de renda baixa, não foi possível evitar qualquer perda de renda. “Essa salvação depende de onde você mora”, observou o chefe do PNUD.
“O desafio agora é expandir o espaço fiscal para permitir que todos os países implementem e mantenham medidas de gastos com assistência social, o que se provou ser uma forma altamente econômica e eficaz de evitar que as pessoas caiam na pobreza.”
Diferenças enormes - Os autores estimam que entre 117 e 168 milhões de pessoas tenham ficado pobres durante a pandemia. Embora 2,9 trilhões de dólares tenham sido investidos em políticas de proteção social em todo o mundo, apenas 379 bilhões de dólares foram gastos pelos países em desenvolvimento.
Enquanto isso, em média, os países de alta renda alocaram 847 de dólares per capita em medidas de proteção social, incluindo assistência e seguro, enquanto os países de baixa e média renda gastaram em média apenas 124 de dólares por pessoa. Ao mesmo tempo, a proteção social per capita total apenas nos países de baixa renda era de apenas 4 dólares.
Recuperação de duas vias - “O relatório oferece algumas reflexões sobre como a pandemia afetou as famílias pobres e vulneráveis nos países em desenvolvimento, mas também sobre a importância das escolhas políticas para diminuir o aumento da pobreza”, disse o economista-chefe do PNUD, George Gray Molina.
Ele estimou que, se aplicada a todas as famílias pobres e vulneráveis no mundo em desenvolvimento, uma renda básica temporária — patrocinada pelo PNUD — poderia ter evitado o número de novos pobres extremos, globalmente.
As projeções do estudo ilustram que isso poderia ter sido alcançado dedicando apenas 0,5% do produto interno bruto (PIB) dos países em desenvolvimento, distribuído ao longo de seis meses, para medidas relacionadas ao apoio à renda.
“O resultado final, entretanto, é que poderosos programas de assistência social estavam fora do alcance dos países de baixa renda, preparando o terreno para uma recuperação dupla da pandemia”, disse o funcionário do PNUD
RECUPERAR O TURISMO É UM DOS CAMINHOS PARA VENCER A CRISE DO TRABALHO NA AMÉRICA LATINA
OIT: Recuperação do turismo é chave para superar a crise do trabalho na América Latina e Caribe
- A OIT defende como estratégia para a geração de empregos e recuperação econômica pós pandemia de COVID-19 o investimento em turismo na América Latina e no Caribe.
- No pior momento da crise, cerca de 45% dos empregos no setor de turismo na região foram perdidos.
- O diretor-regional da OIT defendeu que "é fundamental que as políticas de recuperação do setor contribuam para a melhoria da qualidade dos empregos e estimulem a formalização do mercado de trabalho".
- A OIT ainda destaca que, antes da pandemia, em 2019, a economia do turismo, incluindo o turismo e todos os setores que dele dependem, respondeu por 26% do PIB total no Caribe e 10% na América Latina.
- A redução dos empregos no setor de turismo não atingiu todos os trabalhadores de forma homogênea: a perda foi maior para as mulheres, os trabalhadores jovens, os trabalhadores migrantes e as pessoas que estavam inseridas na informalidade.
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) destacou na última quarta-feira (30) a necessidade de desenhar políticas voltadas para a recuperação do turismo nos países da América Latina e do Caribe. A ideia é que, com a recuperação do setor, possam ser geradas divisas, renda e empregos, impulsionando a região para a recuperação da crise econômica, deflagrada ou aprofundada pela pandemia de COVID-19.
De acordo com uma nova nota técnica regional da OIT, o turismo foi duramente atingido pela crise causada pela pandemia. Enquanto o número de pessoas ocupadas total contraiu em média 24,8% no segundo trimestre de 2020, a perda de empregos no setor de hotelaria e restaurantes na América Latina e no Caribe atingiu 44,7%.
Efeito multiplicador - “A recuperação do turismo depende diretamente da extensão da vacinação e da adoção de medidas adequadas de segurança e saúde no trabalho. A reativação desse setor pode ter um importante efeito multiplicador sobre a economia e o emprego, que pode ser crucial para superar a crise gerada pela pandemia”, afirmou o diretor da OIT para a América Latina e Caribe, Vinícius Pinheiro.
"É fundamental que as políticas de recuperação do setor contribuam para a melhoria da qualidade dos empregos e estimulem a formalização do mercado de trabalho. O apoio às micro e pequenas empresas também é fundamental para que os benefícios do turismo favoreçam o desenvolvimento local”, afirmou o diretor-regional da OIT.
A nota técnica “Rumo uma recuperação sustentável do emprego no setor de turismo na América Latina e no Caribe” (“Hacia una recuperación sostenible del empleo en el sector del turismo en América Latina y el Caribe ”), que faz parte da série Panorama Laboral do Escritório Regional da OIT, destaca que antes da pandemia, em 2019, a economia do turismo, incluindo o turismo e todos os setores que dele dependem, respondeu por 26% do PIB total no Caribe e 10% na América Latina.
Grupos mais afetados - O estudo também destaca que a redução do emprego não atingiu todos os trabalhadores de forma homogênea: a perda foi maior para as mulheres, os trabalhadores jovens, os trabalhadores migrantes e as pessoas que estavam inseridas na informalidade.
Em 2019, as mulheres estavam sobrerrepresentadas no setor de hotelaria e restaurantes, com 58% dos empregos, enquanto no total de ocupações chegam a 42,5%. Outro grupo sobrerrepresentado no setor são os jovens trabalhadores, com até 24 anos de idade, que representam 20,9% do emprego no setor e 13,5% do emprego total.
Informalidade e renda baixa - Antes da pandemia, o peso do emprego informal era maior no turismo do que em todas as atividades: 63,3% dos trabalhadores em hotéis e restaurantes da região trabalhavam em condições informais, enquanto essa porcentagem era de 51,8% do emprego total.
O turismo é caracterizado por uma maior percentagem de trabalhadores com jornadas curtas em 2019: o subemprego afetou 25,9% do total de trabalhadores e 31,2% dos empregados em hotéis e restaurantes. Além disso, de acordo com o relatório, é um setor com remuneração relativamente baixa: a renda dos trabalhadores do turismo representava em média 75% da renda das pessoas ocupadas como um todo.
A análise da OIT destaca a necessidade de desenhar políticas que promovam a recuperação com emprego produtivo, a criação de trabalho decente e empresas sustentáveis no setor de turismo especialmente para enfrentar os desafios associados à elevada presença da informalidade, do subemprego e da baixa renda.
Além disso, as políticas de apoio ao setor devem ter como foco a proteção do meio ambiente e a maximização dos benefícios obtidos pelas comunidades de acolhimento e a minimização dos impactos negativos que a atividade possa causar, acrescenta a análise.
E, dada a presença significativa da mulher no setor, os quadros jurídicos para o desenvolvimento da atividade devem ter uma perspectiva de gênero e incluir mecanismos de prevenção da discriminação e promoção da equidade de gênero.
Outros destaques são a necessidade de digitalização e expansão de capacidades; transformação produtiva e criação de empregos verdes; e diálogo social e fortalecimento da coordenação e articulação no setor de turismo.
Chamado Global à Ação - Esta semana, a recuperação do sector do turismo é objeto de análise por uma reunião tripartite de representantes de governos e organizações de empregadores e trabalhadores, que tem como objetivo a troca de experiências e iniciativas que visem apoiar a recuperação.
O turismo foi objeto de consideração especial na resolução aprovada este mês por delegados de todo o mundo na Conferência Internacional do Trabalho sobre um Chamado Global à Ação para uma recuperação centrada nas pessoas após a crise da COVID-19.
O chamado da OIT levanta a necessidade de “facilitar uma recuperação rápida que impulsione a sustentabilidade do setor de viagens e turismo, levando em consideração sua natureza de mão de obra intensiva e seu papel fundamental em países altamente dependentes do turismo, incluindo pequenos Estados insulares em desenvolvimento”