terça-feira, 20 de setembro de 2022

COP 27 - ARTIGO SOBRE OS REFUGIADOS AMBIENTAIS

 


 O Jornal Oecoambiental, vem publicando artigos, pesquisas, relatórios científicos,  que  subsidiam debates sobre alguns temas relevantes acerta da 27ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, a COP 27, que será realizada no Egito de 7 a 18 de novembro de 2022. Segue artigo sobre: "Os refugiados ambientais". Acreditamos que a participação da sociedade civil na solução dos problemas e conflitos socioambientais é fundamental. 

 

 REFUGIADOS AMBIENTAIS


   O comitê da COP 27 (2022) trata sobre a inserção de novos atores dentro do debate de justiça ecológica, e os refugiados ambientais se encaixam nesta categoria. Primeiro, é preciso conceituar, o mesmo pode ser definido como aqueles obrigados a saírem de seu país por motivos sociais e ambientais (VETTORASSI; AMORIM, 2021). Contudo, o conceito ganhou visibilidade quando apareceu em um relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), escrito pelo pesquisador El-Hinnawi, definindo esse grupo como pessoas forçadas a deixarem seu habitat tradicional por razões ambientais, sendo naturais ou em decorrência da interferência humana (BARBOSA, 2015). Diante disso, é possível associar o motivo dessa migração forçada, voluntária ou não, ao despreparo de políticas públicas inclusivas, uma vez que grandes partes desses refugiados são de países instáveis em sua política e economia, ou populações excluídas e marginalizadas pelos próprios governos (BARBOSA, 2015).

 Assim, com o aumento da poluição generalizada, as alterações ambientais crescem, fazendo com que mais pessoas se encontrem nessa situação. De acordo com Vettorassi e Amorim (2021) é possível classificar as mudanças ambientais que levam esse grupo a migrar, sendo de dois tipos: 1) início rápido (terremoto, maremoto, ciclone, furacão) e 2) início lento (desertificação, erosão, consequências das mudanças do clima, como aumento do nível do mar). Ademais, é necessário mencionar outra diferenciação, entre os refugiados ambientais e refugiados climáticos, o primeiro é identificado por aqueles forçados a migrarem por ações humanas e naturais, já o segundo conceito é composto por migrantes ambientalmente forçados de forma direta devido ao efeito do clima (VETTORASSI; AMORIM, 2021). Contudo, os dois termos são, muitas vezes, considerados sinônimos, devido à ausência de debates e pesquisa sobre o tema, que ainda é considerado novo no ambiente internacional (VETTORASSI; AMORIM, 2021). O seguinte quadro determina quais exemplos se encaixam nos dois conceitos apresentados:


QUADRO 1

Refugiados Ambientais

REFUGIADOS  AMBIENTAIS

REFUGIADOS  CLIMÁTICOS

Quebra de barragens

Aumento no nível do mar

Deslocamento de terras

Secas

Desastres nucleares

Chuvas severas


Fonte: (VETTORASSI; AMORIM, 2021).

  De acordo com o Centro de Monitoramento de Deslocamento Interno (IDMC), em 2020 foram registrados cerca de 30,7 milhões de refugiados ambientais no mundo, sendo aproximadamente 28 milhões destes forçados a migrar por conta de tempestades e inundações (IDMC, 2020). Portanto, as metas que visam o desenvolvimento sustentável, que tenta abranger um equilíbrio entre o crescimento da economia e conservação do meio ambiente, são de extrema importância na atualidade. Uma vez que os impactos das mudanças climáticas já são sentidos, ainda que de maneira desproporcional, isto é, os países menos desenvolvidos, localizados no Sul Global, são mais afetados do que os países industrializados, localizados no Norte Global (GERMANWATCH, 2021). O Índice Global de Risco Climático 2019 analisou que Bahamas, Moçambique e Zimbabué foram os países que mais foram vulnerabilizados frente às mudanças climáticas (GERMANWATCH, 2021). 

Os países que poluem menos são mais afetados e de maneira direta, como consequência da degradação, o ambiente se torna inabitável, o que gera refugiados ambientais. Dessa forma, os efeitos das mudanças climáticas fazem com que grupos já marginalizados fiquem mais vulnerabilizados, como por exemplo, as mulheres representam cerca de 80% dos refugiados ambientais (COP..., 2021). Essas mulheres, quando em estado de refugiadas, estão mais propensas também a sofrerem violência, já que não há estruturas para ampará-las e protegê-las (UMA PERSPECTIVA…, s.d.). Uma pesquisa do IDMC constatou que grande parte das refugiadas ambientais da Etiópia e da Nigéria relataram que sofreram violência de gênero (IDMC, 2020).

Além disso, caso os acordos ambientais não sejam efetivados, o Banco Mundial calculou que até 2050, pessoas das regiões da África Subsaariana (86 milhões), América Latina (17 milhões) e Sul da Ásia (40 milhões), totalizando em 140 milhões de refugiados, que serão obrigados a deixarem seus países (BANCO MUNDIAL, 2018). O norte do continente africano sofre atualmente com a ausência de água, sendo um dos principais motivos para a migração e áreas como o nordeste da Tunísia, noroeste da Argélia e sul do Marrocos já passam por uma intensa crise hídrica, além de estar havendo um aumento do nível oceânico no Egito (CAMBIO CLIMATICO, 2018). Porém, existem maneiras de lidar com os avanços climáticos, Marrocos, por exemplo, está realizando uma expansão das cidades costeiras, por meio de um planejamento urbano, que inclui a valorização do ambiente e na gestão integrada de recursos hídricos (CAMBIO CLIMATICO, 2018). 

Enquanto isso, na região da Ásia, o superpovoamento faz com que os recursos fiquem escassos, o que pode ocasionar ondas de migrações ambientais. Assim, as áreas de plantio no Cazaquistão vem sendo reduzidas, de maneira com que o país enfrente problemas de segurança alimentar (CAMBIO CLIMATICO, 2018). Contudo, a República do Quirguistão, por outro lado, já está desenvolvendo ações estratégicas para um desenvolvimento sustentável do país, através de moradias adequadas e com infraestruturas resilientes (CAMBIO CLIMATICO, 2018).

Já na América Latina, a causa dos refugiados climáticos é dada, por sua maior parte, por tempestades e aumento do nível do mar (BANCO MUNDIAL, 2021). Porém, de acordo com o relatório do Banco Mundial (2018), no México e na Guatemala já existem casos de migrantes ambientais em decorrência do aumento da temperatura. Em áreas como Bahamas e El Salvador, o motivo principal é por conta de desastres naturais, como furacões (BANCO MUNDIAL, 2021). Todavia, no México, já existem planos de adaptação dos serviços de transporte público, na tentativa de reduzir as emissões de dióxido de carbono (CO2) (BANCO MUNDIAL, 2021). 

O maior problema da Oceania é o aumento do nível do mar, que ameaça a extinção de vários pequenos países insulares que compõem o continente. Ilhas Salomão é um país constituído por diversas micro ilhas. Com o avanço das mudanças climáticas, cinco ilhas desapareceram do país e outras seis tiveram mais de 60% da parte do território perdida pelo aumento do mar (ALBERT; LEON; GRINHAM; A CHURCH; GIBBES; WOODROFFE, 2016). Dessa maneira, os países vizinhos possuem acordos diplomáticos que acolhem e garantem condições adequadas de vida para os refugiados ambientais entre os seguintes países: Tuvalu, Fiji, Nova Zelândia, Tonga e Kiribati (ALBERT; LEON; GRINHAM; A CHURCH; GIBBES; WOODROFFE, 2016). 

Dessarte, é preciso que ações sejam feitas agora para evitar que a crise climática se agrave e novos refugiados ambientais surjam, também é preciso que os projetos ambientais priorizem esses atores. Caso as políticas ambientais que são direcionadas para a redução de emissão de Gases do Efeito Estufa, promoção do desenvolvimento sustentável e resiliente, forem feitas, será possível reduzir a escala de refugiados ambientais em até 80% (IDMC, 2020). Então os líderes políticos, organizações internacionais e não governamentais precisam elaborar planos estratégicos e cumprir as metas já estabelecidas a nível regional, nacional e global, enquanto os ativistas e membros da sociedade civil devem cobrar a efetividade dessas ações. (Fonte: COP 27 Minionu).

APENAS UM TERÇO DAS CRANÇAS ATÉ 10 ANOS NO MUNDO CONSEGUEM LER E COMPREENDER

 FONTE: ONU - BRASIL

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) alerta para níveis de aprendizagem alarmantemente baixos: estima-se que apenas um terço das crianças de 10 anos em todo o mundo seja capaz de ler e entender uma história simples.  Antes da pandemia de COVID-19, metade dos meninos e meninas de 10 anos podiam ler e entender. 

Durante a Cúpula da Educação Transformadora, evento paralelo aos debates de alto nível da Assembleia Geral, o UNICEF apresenta a Learning Crisis Classroom na sede das Nações Unidas em Nova Iorque, para chamar a atenção para a necessidade urgente de transformar os sistemas educacionais em todo o mundo.

Vista da instalação 'Learning Crisis Classroom' do UNICEF na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque.
Legenda: Vista da instalação 'Learning Crisis Classroom' do UNICEF na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque.
Foto: © Chris Farber/UNICEF.

“Escolas com poucos recursos, professores mal pagos e mal qualificados, salas de aula superlotadas e currículos arcaicos estão minando a capacidade de nossas crianças de atingir todo o seu potencial”, disse a diretora executiva do UNICEF, Catherine Russell. “A trajetória de nossos sistemas educacionais é, por definição, a trajetória de nosso futuro. Precisamos reverter as tendências atuais ou enfrentar as consequências de não educar uma geração inteira. Baixos níveis de aprendizado hoje significam menos oportunidades amanhã”.

O fechamento prolongado de escolas e a falta de acesso ao aprendizado de qualidade durante a pandemia da COVID-19 expuseram e exacerbaram uma crise de aprendizagem pré-existente que deixou milhões de crianças em idade escolar em todo o mundo sem habilidades básicas de matemática e alfabetização, alerta o UNICEF.

Sala modelo - Para chamar a atenção para a crise da educação e a necessidade de transformar o aprendizado em todo o mundo, o UNICEF divulgou publicamente a Learning Crisis Classroom, uma sala de aula modelo que representa a escala de crianças que não conseguem aprender habilidades fundamentais essenciais. A instalação estará em exibição na entrada de visitantes da sede das Nações Unidas em Nova Iorque entre 16 e 26 de setembro.

Um terço das carteiras escolares da sala de aula modelo é feita de madeira e está em pleno funcionamento com uma mochila icônica do UNICEF colocada atrás de cada cadeira, representando o um terço das crianças de 10 anos globalmente estimadas como capazes de ler e entender uma história escrita simples – o marcador de proficiência mínima em compreensão de leitura. Os dois terços restantes das carteiras são quase invisíveis e feitos de material transparente para significar que 64% das crianças são incapazes de ler e entender uma história escrita simples aos 10 anos.

À medida que os líderes se reúnem na Cúpula da Educação Transformadora, cujo encerramento acontece nesta segunda-feira (19), o UNICEF está pedindo aos governos que se comprometam a alcançar todas as crianças com educação de qualidade. Está pedindo novos esforços e investimentos para rematricular e manter todas as crianças na escola, aumentar o acesso à aprendizagem corretiva e de recuperação, apoiar os professores e fornecer-lhes as ferramentas de que precisam e garantir que as escolas ofereçam um ambiente seguro e de apoio para que todas as crianças estejam prontas para aprender.

segunda-feira, 12 de setembro de 2022

ESCRAVIDÃO MODERNA ATINGE CERCA DE 50 MILHÕES DE PESSOAS NO MUNDO - SEGUNDO RELATÓRIO DA OIT


FONTE: ONU - BRASIL

Um relatório divulgado nesta segunda-feira (12) pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), em parceria com a Walk Free e a Organização Internacional para as Migrações (OIM) estima que o número de vítimas de escravidão moderna atingiu, no ano passado, a marca de 50 milhões.

O documento, Global Estimates of Modern Slavery” (disponível apenas em inglês) mostra que do total, 28 milhões de pessoas realizavam trabalhos forçados e 22 milhões estavam presas em casamentos forçados. Quase uma em cada oito pessoas que realizavam trabalhos forçados no ano passado é criança (3,3 milhões). Mais da metade delas é vítima de exploração sexual comercial.

O número de vítimas de 2021 é 10 milhões mais alto do que o número de pessoas que estavam em situação de escravidão moderna em 2016.

As mais recentes estimativas mostram que o trabalho forçado e o casamento forçado aumentaram significativamente nos últimos cinco anos, de acordo com a OIT, Walk Free e OIM.
Legenda: As mais recentes estimativas mostram que o trabalho forçado e o casamento forçado aumentaram significativamente nos últimos cinco anos, de acordo com a OIT, Walk Free e OIM.
Foto: © OIM

O número de pessoas em situação de escravidão moderna aumentou consideravelmente nos últimos cinco anos. No ano passado, 10 milhões de pessoas a mais estavam em situação de escravidão moderna em comparação com as estimativas globais de 2016. Mulheres e crianças continuam sendo desproporcionalmente vulneráveis.

A escravidão moderna está presente em quase todos os países do mundo e atravessa fronteiras étnicas, culturais e religiosas. Mais da metade (52%) de todos os casos de trabalho forçado e um quarto de todos os casamentos forçados ocorrem em países de rendas média alta ou alta.

A maioria dos casos de trabalho forçado (86%) ocorre no setor privado. O trabalho forçado em outros setores que não o da exploração sexual comercial representa 63% de todo o trabalho forçado, enquanto a exploração sexual comercial forçada representa 23% de todo o trabalho forçado. Quase quatro em cada cinco vítimas de exploração sexual comercial forçada são mulheres ou meninas.

O trabalho forçado imposto pelo Estado representa 14% das pessoas submetidas ao trabalho forçado.

Quase uma em cada oito pessoas que realizavam trabalhos forçados é criança (3,3 milhões). Mais da metade delas é vítima de exploração sexual comercial.

Casamento forçado - Estima-se que 22 milhões de pessoas viviam em um casamento forçado em um algum dia de 2021. Isso indica um aumento de 6,6 milhões em relação às estimativas globais de 2016.

A verdadeira incidência de casamentos forçados, particularmente aqueles envolvendo crianças de 16 anos ou menos, é provavelmente muito maior do que as estimativas atuais podem capturar; estes são baseados em uma definição restrita e não incluem todos os casamentos infantis. Os casamentos infantis são considerados forçados porque a criança não pode consentir legalmente com o casamento.

O casamento forçado está intimamente ligado a atitudes e práticas patriarcais há muito arraigadas e depende em grande medida do contexto. A esmagadora maioria dos casamentos forçados (mais de 85%) foi impulsionada pela pressão familiar. Embora dois terços (65%) dos casamentos sejam encontrados na Ásia e no Pacífico, quando o tamanho da população regional é considerado, a prevalência é mais alta nos Estados Árabes, com 4,8 pessoas em cada mil na região em situação de casamento forçado.

Migrantes - Trabalhadores migrantes têm mais de três vezes mais probabilidade de estar em trabalho forçado do que trabalhadores adultos não-migrantes. Embora a migração laboral tenha um efeito amplamente positivo sobre as pessoas, famílias, comunidades e sociedades, esta descoberta demonstra como as pessoas migrantes são particularmente vulneráveis ao trabalho forçado e ao tráfico de pessoas, seja devido à imigração irregular ou mal governada ou a práticas de recrutamento injustas e antiéticas.

“É chocante que a situação da escravidão moderna não esteja melhorando. Nada pode justificar a persistência dessa violação fundamental dos direitos humanos”, disse o diretor-geral da OIT, Guy Ryder. “Sabemos o que precisa ser feito e sabemos que pode ser feito. Políticas e regulamentações nacionais eficazes são fundamentais. Mas os governos não podem fazer isso sozinhos. As normas internacionais fornecem uma base sólida e é necessária uma abordagem que inclua todas as partes. Sindicatos, organizações de empregadores, sociedade civil e pessoas comuns têm um papel vital a desempenhar.”

O diretor-geral da OIM, António Vitorino, afirmou: "Este relatório destaca a urgência de garantir que toda a migração seja segura, ordenada e regular. A redução da vulnerabilidade das pessoas migrantes ao trabalho forçado e ao tráfico de pessoas depende, em primeiro lugar, de estruturas políticas e jurídicas que respeitem, protejam e cumpram com os direitos humanos e as liberdades fundamentais de todos os migrantes - e potenciais migrantes - em todas as fases do processo de migração, independentemente de seu status de migração. Toda a sociedade deve trabalhar junta para reverter essas tendências chocantes, inclusive por meio da implementação do Pacto Global sobre Migração”.

A diretora fundadora da Walk Free, Grace Forrest, disse que a escravidão moderna é a antítese do desenvolvimento sustentável.  “No entanto, em 2022, continua a sustentar nossa economia global. É um problema criado pelo homem, relacionado tanto com escravidão histórica quanto com a desigualdade estrutural persistente . Em tempos de crises cada vez mais profundas, a vontade política genuína é a chave para acabar com esses abusos dos direitos humanos”, comentou.

Soluções - O relatório propõe uma série de ações recomendadas que, tomadas em conjunto e rapidamente, contribuiriam muito para acabar com a escravidão moderna. Essas incluem: melhorar e fazer cumprir as leis e as inspeções do trabalho; pôr fim ao trabalho forçado imposto pelo Estado; fortalecer as medidas de combate ao trabalho forçado e ao tráfico de pessoas em empresas e cadeias de suprimentos; ampliar a proteção social e fortalecer as proteções legais, incluindo o aumento da idade legal do casamento para 18 anos sem exceção.

Outras medidas incluem abordar o aumento do risco de tráfico de pessoas e de trabalho forçado para trabalhadores(as) migrantes, promover o recrutamento justo e ético e aumentar o apoio a mulheres, meninas e pessoas vulneráveis.

Nota - A escravidão moderna, conforme definida no relatório, consiste em dois componentes principais: trabalho forçado e casamento forçado. Ambos se referem a situações de exploração nas quais uma pessoa não pode recusar ou deixar devido a ameaças, violência, coerção, engano ou abuso de poder. Trabalho forçado, conforme definido na Convenção sobre o Trabalho Forçado da OIT, 1930 (nº 29) , refere-se a “todo trabalho ou serviço que é exigido de qualquer pessoa sob a ameaça de qualquer penalidade e para o qual essa pessoa não se voluntaria. A "economia privada" inclui todas as formas de trabalho forçado, exceto o trabalho forçado imposto pelo Estado.

MILHÕES DE PESSOAS SOFREM NO PAQUISTÃO EM CONSEQUÊNCIA DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

 FONTE: ONU - BRASIL

   Em visita ao Paquistão nesta sexta-feira (9), o secretário-geral da ONU, António Guterres, fez um apelo por aumento de doações humanitárias às vítimas das inundações que arrasaram o país nos últimos dias. A organização solicita ao menos 160 milhões de dólares para ajudar as vítimas.

Entre 33 milhões e 35 milhões de pessoas foram afetadas, tanto pela perda de vida quanto pelos danos aos meios de sobrevivência. Pelas atuais estimativas, os danos causados pelo evento climático extremo chegam a 30 bilhões de dólares.

O secretário-geral lembrou que o Paquistão é um dos países que está sendo injustamente prejudicado pela crise climática e destacou que as emissões de gases estufa seguem em alta à medida que as pessoas morrem em inundações e fome, o que ele considerou “loucura” e “suicídio coletivo”.

Nos próximos dias, o secretário-geral deve estar em contato com famílias deslocadas em território paquistanês e acompanhar a atuação humanitária no socorro às vítimas.

Mais de 420 mil refugiados afegãos vivem nas áreas do Paquistão mais afetadas pelas chuvas torrenciais e inundações repentinas.
Legenda: Mais de 420 mil refugiados afegãos vivem nas áreas do Paquistão mais afetadas pelas chuvas torrenciais e inundações repentinas.
Foto: © Humera Karim/ACNUR

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pediu ao mundo que contribua com fundos em larga escala para ajudar o Paquistão.

Falando nesta sexta-feira (9) da capital Islamabad, o líder da ONU disse que o país precisa de apoio financeiro de grande dimensão para responder à crise provocada pelas inundações.

As declarações foram feitas ao lado do ministro paquistanês dos Negócios Estrangeiros, Bilawal Bhutto Zardari, com quem Guterres visitará as áreas afetadas neste fim de semana.

O secretário-geral declarou que uma importante razão da visita é chamar a atenção da comunidade internacional para a catástrofe climática em curso.  Ele pediu ajuda financeira urgente para que o país realize ações de assistência e recuperação. Para Guterres, a questão não é de solidariedade ou generosidade, mas sim de justiça.

Baseado nesse argumento, o ministro Bhutto Zardari afirmou que um em cada sete cidadãos paquistaneses foi afetado pelas chuvas de monção. Para o chefe da diplomacia paquistanesa, a solidariedade internacional ajudará o país a retornar à normalidade.

Ele lembrou que um terço do país está submerso. Entre 33 milhões e 35 milhões de pessoas foram arrasadas pela perda de vidas, bem como pelos danos aos meios de sobrevivência. Atualmente, estas enfrentam o que o chefe da ONU chamou de “ameaça real de fome, doenças e danos avultados”.

António Guterres disse que o país precisa de apoio financeiro de grande dimensão
Legenda: António Guterres disse que o país precisa de apoio financeiro de grande dimensão.
Foto: © Eskinder Debebe/ONU

Emissões - Antes, o líder das Nações Unidas se reuniu com o primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif. Ambos lembraram que o país não contribuiu para a mudança climática, mas é um dos mais impactados pela crise.

Estima-se que as inundações tenham desalojado mais de meio milhão de pessoas e destruído plantações comerciais e infraestrutura de comunicação.

Guterres destacou que o Paquistão e outros países em desenvolvimento, do Chifre da África ao Sahel, pagam um preço terrível pela intransigência de grandes emissores, “que continuam apostando nos combustíveis fósseis, em confrontação à ciência, ao bom senso e à decência humana básica”.

O secretário-geral destacou que as emissões seguem em alta à medida que as pessoas morrem em inundações e fome o que considerou “loucura” e “suicídio coletivo”.

Compromisso - Falando ao mundo ele disse que o apelo global é que se pare com a loucura, a guerra contra a natureza e que se invista de imediato em energia renovável.

Numa realidade em que a crise aumenta e se observa que a maioria dos países ainda não está preparada, ele pediu aos países desenvolvidos que ofereçam ao Paquistão e a outras nações na linha de frente os recursos financeiros e técnicos necessários para  sobreviver a eventos climáticos extremos como as atuais inundações.

Na ocasião, o chefe da ONU pediu que metade de todo o financiamento climático seja para a adaptação e resiliência no mundo em desenvolvimento.

Ele pediu que os países desenvolvidos criem um roteiro confiável para sustentar o compromisso de dobrar o apoio financeiro.

Crianças afetadas por inundações no Paquistão sendo examinadas por especialistas em saúde.
Legenda: Crianças afetadas por inundações no Paquistão sendo examinadas por especialistas em saúde.
Foto: © Sami Malik/UNICEF

Saúde e alimentos - Para abordar as perdas e danos causados pela crise climática, o apelo lançado aos governos é que dediquem a seriedade que o tema merece na próxima Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, COP 27.

Pelas atuais estimativas, os danos causados ​​pelas inundações no Paquistão chegam a 30 bilhões de dólares.

Em apelo urgente, a ONU solicitou 160 milhões de dólares para ajudar as vítimas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta sobre dezenas de milhares de pacientes com diarreia, malária e várias infecções agudas nas regiões afetadas.

No terreno, cerca de 400 mil pessoas receberam assistência do Programa Mundial de Alimentos (WFP). 

A agência está ampliando sua resposta de emergência para alcançar 1,9 milhão de afetados que sofrem após terem perdido casas, gado, alimentos, infraestrutura, terras agrícolas e colheitas.  O apoio foi canalizado às províncias de Baluquistão, Khyber Pakhtunkhwa e Sindh.

Nos próximos dias, o secretário-geral deve estar em contato com famílias deslocadas em território paquistanês e acompanhar a atuação humanitária no socorro às vítimas.

domingo, 11 de setembro de 2022

DIA DO CERRADO - 11 DE SETEMBRO

 

Foto: divulgação

Cerrado é considerado o segundo maior bioma do Brasil em extensão. Ele abrange os estados do: Maranhão, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Tocantins. Além disso, ocupa uma pequena área de outros seis estados.

O clima predominante no cerrado é tropical sazonal, com períodos de chuvas e de secas. Já a sua vegetação, é caracterizada por árvores de troncos retorcidos, gramíneas e arbustos. Em geral, as árvores são de pequeno porte e esparsas. (Fonte: Toda Matéria)


11 DE SETEMBRO É O DIA NACIONAL DO CERRADO

 O BIOMA É O SEGUNDO MAIOR DA AMÉRICA DO SUL 

REPORTAGEM DE REGINA PINHEIRO 

  O Dia Nacional do Cerrado foi criado em 2003 para chamar atenção sobre a necessidade de se preservar esse que é o segundo maior bioma da América do Sul e do Brasil só perdendo para a Floresta Amazônica. O período de seca desta época do ano aumenta o risco de incêndios no Cerrado. Recentemente, uma grande área do Parque Nacional de Brasília foi destruída pelo fogo.  Basta uma ponta de cigarro acesa para que a vegetação seja destruída e os animais que  fazem parte do bioma morram. O dia 11 de setembro também foi escolhido para homenagear um dos fundadores da Rede Cerrado, o ambientalista Ary José de Oliveira, Ary Para-raios, que nasceu neste dia, no ano de 1931.


  O Cerrado é considerado o berço das águas brasileiras, abrigando nascentes de importantes rios como o São Francisco e Tocantins. A sua vegetação rasteira, composta em maioria por árvores de pequeno porte, arbustos e gramíneas,  proporciona a captação da chuva com suas raízes, fazendo com que o solo estoque água.  

    Considerado a savana brasileira, o Cerrado abriga uma das maiores biodiversidades do mundo, com mais de 6 mil espécies de árvores e 800 espécies de aves. A maior parte do Cerrado brasileiro está localizada no Planalto Central. O bioma está presente nas áreas do Distrito Federal e nos Estados de Goiás, Tocantins, além da Bahia, Ceará, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Piauí, Rondônia, São Paulo, Amapá, Amazonas, Pará, Roraima e Paraná. Da Rádio Senado, Regina Pinheiro.  ( Fonte: Agência Senado)

sexta-feira, 9 de setembro de 2022

FESTIFRANCE - 2022 - 13 a 18 DE SETEMBRO EM BH












   



FESTiFRANCE chega à oitava edição

Programação presencial ocorre no Cine Santa Tereza entre os dias 13 e 18 de setembro.

O FESTiFRANCE Brasil é uma mostra competitiva de cinema francês que acontecerá em Belo Horizonte, de 13 a 18 de setembro, em parceria com o Cine Santa Tereza. O evento, destinado a profissionais e amantes do Cinema, é organizado pela Sokol.M Compagny, companhia francesa que atua na produção e na divulgação de eventos culturais.

O festival é composto por longas e curtas-metragens, nos formatos de ficção, animação e documentários. Como mostra competitiva, promove o contato entre público, júri, profissionais e jovens cineastas. Além das exibições dos filmes, o FESTiFRANCE oferece workshops, conferências e oficinas sobre cinema. Em janeiro de 2023, a diretora francesa Naïs Van Laer virá à Belo Horizonte para um Workshop de escrita de filmes documentais e fotografia. ( FONTE:AFBH/SCAC)

Confira mais detalhes sobre a programação

Serviço: 8º FESTiFRANCE

Endereço: Cine Santa Tereza (R. Estrela do Sul, 89 - Santa Tereza, map) e Canal da SOKOL.M TV

Datas: 13 a 18 de setembro de 2022