FONTE: ONU - BRASIL
Em visita ao Paquistão nesta sexta-feira (9), o secretário-geral da ONU, António Guterres, fez um apelo por aumento de doações humanitárias às vítimas das inundações que arrasaram o país nos últimos dias. A organização solicita ao menos 160 milhões de dólares para ajudar as vítimas.
Entre 33 milhões e 35 milhões de pessoas foram afetadas, tanto pela perda de vida quanto pelos danos aos meios de sobrevivência. Pelas atuais estimativas, os danos causados pelo evento climático extremo chegam a 30 bilhões de dólares.
O secretário-geral lembrou que o Paquistão é um dos países que está sendo injustamente prejudicado pela crise climática e destacou que as emissões de gases estufa seguem em alta à medida que as pessoas morrem em inundações e fome, o que ele considerou “loucura” e “suicídio coletivo”.
Nos próximos dias, o secretário-geral deve estar em contato com famílias deslocadas em território paquistanês e acompanhar a atuação humanitária no socorro às vítimas.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pediu ao mundo que contribua com fundos em larga escala para ajudar o Paquistão.
Falando nesta sexta-feira (9) da capital Islamabad, o líder da ONU disse que o país precisa de apoio financeiro de grande dimensão para responder à crise provocada pelas inundações.
As declarações foram feitas ao lado do ministro paquistanês dos Negócios Estrangeiros, Bilawal Bhutto Zardari, com quem Guterres visitará as áreas afetadas neste fim de semana.
O secretário-geral declarou que uma importante razão da visita é chamar a atenção da comunidade internacional para a catástrofe climática em curso. Ele pediu ajuda financeira urgente para que o país realize ações de assistência e recuperação. Para Guterres, a questão não é de solidariedade ou generosidade, mas sim de justiça.
Baseado nesse argumento, o ministro Bhutto Zardari afirmou que um em cada sete cidadãos paquistaneses foi afetado pelas chuvas de monção. Para o chefe da diplomacia paquistanesa, a solidariedade internacional ajudará o país a retornar à normalidade.
Ele lembrou que um terço do país está submerso. Entre 33 milhões e 35 milhões de pessoas foram arrasadas pela perda de vidas, bem como pelos danos aos meios de sobrevivência. Atualmente, estas enfrentam o que o chefe da ONU chamou de “ameaça real de fome, doenças e danos avultados”.
Emissões - Antes, o líder das Nações Unidas se reuniu com o primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif. Ambos lembraram que o país não contribuiu para a mudança climática, mas é um dos mais impactados pela crise.
Estima-se que as inundações tenham desalojado mais de meio milhão de pessoas e destruído plantações comerciais e infraestrutura de comunicação.
Guterres destacou que o Paquistão e outros países em desenvolvimento, do Chifre da África ao Sahel, pagam um preço terrível pela intransigência de grandes emissores, “que continuam apostando nos combustíveis fósseis, em confrontação à ciência, ao bom senso e à decência humana básica”.
O secretário-geral destacou que as emissões seguem em alta à medida que as pessoas morrem em inundações e fome o que considerou “loucura” e “suicídio coletivo”.
Compromisso - Falando ao mundo ele disse que o apelo global é que se pare com a loucura, a guerra contra a natureza e que se invista de imediato em energia renovável.
Numa realidade em que a crise aumenta e se observa que a maioria dos países ainda não está preparada, ele pediu aos países desenvolvidos que ofereçam ao Paquistão e a outras nações na linha de frente os recursos financeiros e técnicos necessários para sobreviver a eventos climáticos extremos como as atuais inundações.
Na ocasião, o chefe da ONU pediu que metade de todo o financiamento climático seja para a adaptação e resiliência no mundo em desenvolvimento.
Ele pediu que os países desenvolvidos criem um roteiro confiável para sustentar o compromisso de dobrar o apoio financeiro.
Saúde e alimentos - Para abordar as perdas e danos causados pela crise climática, o apelo lançado aos governos é que dediquem a seriedade que o tema merece na próxima Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, COP 27.
Pelas atuais estimativas, os danos causados pelas inundações no Paquistão chegam a 30 bilhões de dólares.
Em apelo urgente, a ONU solicitou 160 milhões de dólares para ajudar as vítimas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta sobre dezenas de milhares de pacientes com diarreia, malária e várias infecções agudas nas regiões afetadas.
No terreno, cerca de 400 mil pessoas receberam assistência do Programa Mundial de Alimentos (WFP).
A agência está ampliando sua resposta de emergência para alcançar 1,9 milhão de afetados que sofrem após terem perdido casas, gado, alimentos, infraestrutura, terras agrícolas e colheitas. O apoio foi canalizado às províncias de Baluquistão, Khyber Pakhtunkhwa e Sindh.
Nos próximos dias, o secretário-geral deve estar em contato com famílias deslocadas em território paquistanês e acompanhar a atuação humanitária no socorro às vítimas.
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