quinta-feira, 27 de outubro de 2022

COP 27 CONFERÊNCIA SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS DE SHARM EL-SHEIKH - EGITO

 

Conferência sobre Mudança Climática de Sharm el-Sheikh - novembro de 2022 6–18 de novembro de 2022 | Sharm El-Sheikh, Egito

 Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanç
a do Clima – UNFCCC

 

Como o secretário-geral da ONU, António Guterres, observou
 recentemente na Assembleia Geral da ONU, o mundo está repleto 
de turbulência. A primeira metade de 2022 foi marcada por 
extremos climáticos: países ao redor do mundo viram
 ondas de calor devastadoras um terço do Paquistão foi submerso 
por inundações. A guerra da Rússia contra a Ucrânia desdobrou uma
 enorme crise geopolítica e levou a efeitos devastadores, como convulsões 
nos mercados de energia e aumentos dramáticos de preços de 
alimentos e commodities.
 
É nesse contexto tenso que as partes da Convenção-Quadro das
 Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) se reunirão
 em novembro para outra rodada de negociações climáticas, 
que muitos esperam ser bastante desafiadoras.
 As Partes têm uma série de questões importantes a serem
 abordadas nesta reunião. Este não é apenas o caso porque
 a reunião efetivamente realizará cinco fluxos de negociações 
amplamente simultâneos - 
relacionados à Convenção, seu Órgão Subsidiário de
 Implementação (SBI), seu Órgão Subsidiário de Aconselhamento 
Científico e Técnico (SBSTA), bem como o Comitê de Kyoto
 Protocolo e o Acordo de Paris - mas também porque as listas
 de questões sob cada um desses órgãos são longas.
Existem vários tipos de pontos na ordem do dia dos respectivos
 órgãos: pontos permanentes e recorrentes; questões transitadas
 de reuniões anteriores por falta de acordo; questões relativamente
 novas que estão em seu momento principal de negociação; e itens 
que as coalizões de países sugeriram para inclusão no topo desta
 lista existente. Várias questões de transição estão relacionadas 
ao Acordo de Paris, com um exemplo proeminente sendo 
as modalidades para as abordagens cooperativas previstas
no Artigo 6 do Acordo de Paris. Entre as questões
mais recentes estão o programa de trabalho para aumentar
 urgentemente a ambição e implementação de mitigação
e o programa de trabalho Glasgow-Sharm el-Sheikh sobre
 a meta global de adaptação.
A questão mais controversa é o financiamento para perdas e danos 
(impactos das mudanças climáticas que vão além do que pode ser 
adaptado). Os países em desenvolvimento são inflexíveis quanto à
 necessidade de abordar isso na COP 27 e contam com amplo apoio
 de organizações da sociedade civil. O secretário-geral Guterres também 
está pedindo progresso e sugeriu que as economias desenvolvidas
 tributem os lucros inesperados das empresas de combustíveis fósseis 
e redirecionem esses fundos para países que sofrem perdas e danos e 
para pessoas que lutam com o aumento dos preços de alimentos e energia. 
Ainda não se sabe se o financiamento para perdas e danos entrará na
 agenda – isso é algo que as partes decidirão na abertura da reunião – 
mas já está dominando as discussões até a COP 27.
Alguns países propuseram outra questão financeira complicada para 
inclusão na agenda: tornar os fluxos financeiros consistentes com um
 caminho para baixas emissões de gases de efeito estufa e desenvolvimento
 resiliente ao clima (Artigo 2.1c do Acordo de Paris). A ideia aqui é que
 o trabalho de todos os atores financeiros – incluindo ministérios de
 finanças, bancos comerciais, fundos de pensão e bancos multilaterais
 de desenvolvimento – esteja alinhado com os objetivos do Acordo de 
Paris, o que está longe de ser o caso hoje.
Outras questões financeiras também dominarão a reunião: há a questão
 persistente sobre se os países desenvolvidos estão finalmente cumprindo
 seu compromisso de mobilizar US$ 100 bilhões em financiamento
 climático por ano – um número que deveriam atingir em 2020 – e se 
eles estão se tornando realidade no objetivo de dobrar o financiamento
da adaptação. Essas discussões, por sua vez, informarão as negociações
 sobre a definição de uma meta de financiamento climático coletivo pós-
2025.
Outra questão mais ampla é como a COP 27 se sairá ao abordar as
 preocupações de seu continente anfitrião, seja em termos da 
consideração proposta das necessidades e circunstâncias especiais da 
África, questões substantivas como adaptação ou possíveis restrições
 de participação devido aos preços dos hotéis na cidade-sede da 
conferência. Fonte: (IISD)

terça-feira, 25 de outubro de 2022

COP 27 - EGITO - 2022 - O QUE SÃO MUDANÇAS CLIMÁTICAS

 


FONTE: ONU - BRASIL

O que são as mudanças climáticas?

As mudanças climáticas são transformações a longo prazo nos padrões de temperatura e clima. 


Ação contra a mudança global do clima

Sobre a campanha

COP 27 - AS EXPECTATIVAS SOBRE A CONFERÊNCIA DO CLIMA - EGITO 2022




O Jornal Oecoambiental, vem publicando artigos, vídeos, trabalhos científicos acerca da realização da Conferência do Clima - COP 27, que acontecerá no Egito em novembro de 2022. Nosso propósito é incentivar a participação e acompanhamento por parte da sociedade civil dos debates e deliberações da COP 27, diante da grave cri'se das mudanças climáticas que o Brasil e o mundo enfrentam. Segue algumas questões importantes levantadas acerca da COP.  (Fonte:IISD)

OBS:Caso haja necessidade de mudar a tradução das legendas, na parte inferior direita do canal do youtube é possível escolher os idiomas clicando em: "legendas e  traduzir automaticamente" e escolher o idioma desejado para as legendas. Nossas saudações à atenção de nossos leitores e leitoras. 





 

ALIANÇA FRANCESA BH - EVENTO: "PARTILHAMOS A LÍNGUA E A CULTURA"


 

AGRICULTURA URBANA E PERI-URBANA PARA CIDADES INCLUSIVAS E RESILIENTES AO CLIMA


  Fonte: ONU - BRASIL

    O 8º Fórum Global do Pacto de Milão, que  aconteceu de 17 a 19 no Rio de Janeiro, promoveu este painel sobre a  "Agricultura urbana e peri-urbana para cidades inclusivas e resilientes ao clima". 

8º FORUM GLOBAL DO PACTO DE MILÃO - AGRICULTURA URBANHA


 FONTE: ONU - BRASIL

   O 8º Fórum Global do Pacto de Milão, que aconteceu no Rio de Janeiro, promoveu o painel "Agricultura urbana e peri-urbana para cidades inclusivas e resilientes ao clima". 

O evento procurou debater alternativas como a agricultura urbana e peri-urbana como soluções locais para reduzir a má nutrição em todas suas formas, além de gerar renda e promover a inclusão social nas cidades.

Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), 70% do consumo total de alimentos do mundo hoje é realizado nas cidades. 

Painel "Agricultura urbana e peri-urbana para cidades inclusivas e resilientes ao clima", realizado no Rio de Janeiro, durante o 8º Fórum Global do Pacto de Milão.
Legenda: Painel "Agricultura urbana e peri-urbana para cidades inclusivas e resilientes ao clima", realizado no Rio de Janeiro, durante o 8º Fórum Global do Pacto de Milão.
Foto: © FAO

Em um mundo cada vez mais urbanizado e com a insegurança alimentar em alta nos últimos anos, alternativas como a agricultura urbana e peri-urbana podem ser soluções locais para reduzir a má nutrição em todas suas formas, além de gerar renda e promover a inclusão social nas cidades.

Esta discussão foi tema do painel "Agricultura urbana e peri-urbana para cidades inclusivas e resilientes ao clima", realizado no Rio de Janeiro, dia 19, no âmbito do 8º Fórum Global do Pacto de Milão. Os participantes debateram desafios e benefícios conquistados, trataram de estruturas institucionais necessárias para melhorar a governança e a execução na agricultura urbana para se alcançar sistemas alimentares sustentáveis. 

Na abertura, a representante adjunta do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente no Brasil (PNUMA), Regina Cavini, trouxe dados sobre alimentação e agricultura nas cidades. O Painel Internacional de Recursos afirmou que a pressão dos sistemas alimentares sobre os recursos naturais aumentará significativamente devido ao crescimento populacional e à urbanização, com dietas mais baseadas em produtos animais e alimentos pré-embalados, refrigerados e processados, transportados por longas distâncias. Além disso, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), 70% do consumo total de alimentos do mundo hoje é realizado nas cidades. 

Já o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) mostrou, em 2022, que a agricultura urbana e periurbana tem potencial de reduzir os custos da adaptação climática nas cidades, colaborando com controle das inundações e segurança alimentar. "A agricultura urbana pode ajudar a alimentar pessoas nas cidades e aliviar a tríplice crise planetária que tem a ver com mudanças globais do clima, perda da biodiversidade, poluição e desperdício", afirmou Cavini.

A pesquisadora do Centro de Sustentabilidade da FGV, Jéssica Chryssafidis, disse que a agricultura urbana é um tema efervescente no Brasil e que a construção de um guia sobre o tema "partiu de uma demanda dos municípios por uma "orientação conceitual e metodológica de como fazer agricultura urbana e periurbana na agenda municipal". Realizado pela FGV, o documento 'Agendas Municipais de Agricultura Urbana e Periurbana: um guia para inserir a agricultura nos processos de planejamento urbana' traz uma sistematização de conhecimentos, abordagens e ferramentas participativas para o fortalecimento dessa política em nível municipal. 

A pesquisadora defendeu a necessidade de se enfrentar vazios institucionais, como a ausência de marcos que orientem e regularizem a agricultura urbana, e destacou a importância de se fortalecer e multiplicar as práticas para que consigam atingir maior escala. "É importante buscar arranjos e parcerias para que as prefeituras consigam falar com um grande grupo de atores: universidades, sociedade civil organizada, setor empresarial, instituições de pesquisa e agricultores". 

Estudo - Em seguida, foi apresentado um estudo sobre compras públicas no Estado do Rio de Janeiro. Carolina Bueno, da Unicamp, tratou do papel desse mecanismo como estratégia para fomentar o desenvolvimento local. O estudo de viabilidade levou em conta objetivos como geração de emprego e renda, promoção de dietas saudáveis, produção local e sustentável, além de buscar a redução da emissão de gases do efeito estufa. Os pesquisadores calcularão as emissões de cada compra pública do Estado e farão um mapeamento. "A partir desse mapa produtivo, vamos cruzar as informações das rotas com a produção local para que o alimento seja comprado o mais próximo possível", disse Bueno. 

Como critérios recomendados pelo estudo, definiu-se a regulamentação para tornar obrigatória a destinação de ao menos 30% dos recursos da alimentação em compras públicas da agricultura familiar e a adoção de critérios de sustentabilidade para essa ação. Também seria desejável a criação de um consórcio intermunicipal de operacionalização das compras e a elaboração de mecanismos de controle e monitoramento da política visando a diminuição de impactos socioambientais e os gastos em recursos humanos, sociais, econômicos e políticos. 

Chegou para ficar - David Hertz, cofundador e presidente da organização Gastromotiva, disse que há soluções locais para os povos locais, defendendo a identificação de líderes e organizações sociais que possam ser multiplicadores das iniciativas de agricultura urbana. "Pode ser uma praça, uma laje, podem ser quatro hortas. São muitos exemplos". Ele comentou que a agricultura urbana precisa ser incluída em planos diretivos das cidades e ser apoiada por arranjos institucionais, com um sistema de governança que favoreça a cooperação dos vários atores da cadeia e os governos municipal, estadual e federal.

"A agricultura urbana chegou para ficar. Por uma consequência da pandemia, passamos a olhar de maneira diferente para essa agenda, com uma nova consciência do que significa a agricultura urbana", afirmou o representante da FAO no Brasil, Rafael Zavala. Para ele, um fator crítico para o sucesso da agricultura urbana é o envolvimento da sociedade civil para garantir a permanência das ações no longo prazo. "Os governos se vão a cada quatro anos, mas a sociedade fica". Também salientou que a agricultura urbana permite tornar a cidades mais resilientes ao clima, criando empregos e melhorando a segurança nutricional e alimentar.